Entre beijos e paixões escrita por Eterna Queen Chaddad Vieira


Capítulo 76
Conversa via whatsapp, Despedida de Ana, e Festa no sambão pt.1


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!!! Primeiramente eu quero agradecer PELOS 1003 COMENTÁRIOS!!! Caraca! Isso realmente me surpreendeu, é fascinante, nem consigo descrever a minha felicidade! Obrigada mesmo gente, a todos vocês quem vem comentando minha fic, pois se não fosse por vocês eu não teria chegado até aqui :'( saibam que isso é realmente importante pra mim, e me emocionou de verdade. Vocês todos saibam que já fazem parte da minha vida, amo de coração todos vocês!
Quero agradecer também pela recomendação da Bitiz MosLiNática, suas palavras me fizeram vomitar arco-íris amiga :3
Enfim, aí vai mais um capítulo, e espero que gostem :3 Comentem, e boa leitura!



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Ana encontrava-se pensativa no pátio, quando Bia aproximou-se e sentou ao seu lado.

– Oi… – Disse Bia, sorrindo.

– Oi… – Respondeu Ana.

– Tá aqui sozinha por quê? – Perguntou Bia.

– Pensando aqui numas coisas… – Respondeu Ana.

– Se quiser compartilhar… – Disse Bia.

– Ah… Sei lá, é que não é uma coisa só. – Iniciou Ana. – Começando pela mudança pra casa da minha mãe, até ontem tava tudo bem, mas, quando eu cheguei em um assunto, eu não senti firmeza na palavra dela. – Contou.

– Em que assunto, exatamente? – Perguntou Bia.

– Ela perguntou se eu tava triste por deixar o orfanato, e eu respondi que estava, mas nem tanto, pois, continuaria morando aqui perto, e assim poderia ver vocês sempre que pudesse, inclusive na escola. – Contou Ana. – Quando eu disse isso, ela até concordou, mas, senti que não foi algo concreto.

– Entendi… – Compreendeu Bia. – Muito estranho isso vindo da Esmeralda, mas, afinal de contas, tudo a cerca dela é estranho. – Afirmou, fazendo Ana a encarar com cara de tacho. – Mal aí… Mas, é verdade. – Acrescentou. – Tipo, sua mãe é irada! Adoro ela, mas, sei lá, ela é uma cigana! Ciganos são imprevisíveis! – Disse.

– Tem razão… – Concordou Ana. – Mas deixa, deve ser coisa da minha cabeça. – Afirmou. – Só estou com um pouco de medo, por causa do meu treinamento… – Revelou.

– E quando começa? – Perguntou Bia.

– Daqui à três luas cheias, segundo minha mãe. – Contou Ana.

– Hã? – Perguntou Bia, sem entender.

– Forma mística de falar 3 meses. – Explicou Ana.

– Ah, nossa pra quê tanta frescura? – Perguntou Bia.

– Não é frescura, tudo tem a ver com a transição… – Afirmou Ana. – Bom, é que são quatro luas cheias, já que sou a intermediária da quarta geração. A primeira lua cheia caiu exatamente no dia do meu aniversário, então faltam três. A quarta e última lua, vai dar início a minha preparação.

– Ah… – Disse Bia, fazendo um esforço para tentar entender. – E quanto tempo vai durar essa preparação? – Perguntou.

– Até o fim do próximo ano bissexto… – Respondeu Ana.

– Caralho! E quando vai ser isso? – Perguntou Bia.

– 2016. – Respondeu Ana.

– E sua mãe te contou tudo isso, ontem? – Perguntou Bia.

– Não, ela não me contou nada. – Respondeu Ana. – Os ajudantes de luz me revelaram. – Respondeu Ana.

– Sério? – Perguntou Bia.

– É. – Respondeu Ana.

– Nossa, bem que eu queria alguém me revelando tudo que eu quisesse saber… – Afirmou Bia.

– Você fala do seu irmão, né? – Perguntou Ana. Bia assentiu. – Mas não funciona desse jeito, sabe, nem comigo. – Contou. – Eles só me revelam o necessário pra minha preparação, ou seja, nada sobre a vida pessoal.

– Tendi, nossa, eu ia morrer de raiva! – Afirmou Bia.

– É, é bem chato, porque se não eu já tinha esclarecido uma grande dúvida. – Afirmou Ana.

– Qual? – Perguntou Bia.

– Se as pessoas que eu amo são realmente sinceras comigo… – Disse Ana, cabisbaixa.

– Fala da sua mãe, e do Thiago… – Deduziu Bia. Ana assentiu. – Fica tranquila, sua mãe, com certeza, só quer o seu bem, e o Thiago, se resolve com um chute no meio do…

– Bia! – Interrompeu Ana, rindo.

– Tô falando sério. – Afirmou Bia, rindo também.

– Certo. – Concluiu Ana.

– Enfim… – Disse Bia, procurando um outro assunto.

– Já falei demais das minhas maluquices, agora é sua vez. – Afirmou Ana.

– Ah, é, acho que não tenho nada a declarar por enquanto. – Disse Bia. – O fato de eu ter uma família virou o assunto do orfanato inteiro hoje. – Completou.

– Verdade. – Concordou Ana. – Todo mundo ficou tão chocado com o fato de você ter um tio e um irmão, que até esqueceram que vou embora amanhã. – Lembrou.

– Putz, tem razão… – Disse Bia. – Desculpa… – Pediu.

– Mas você não tem culpa, sua tonta. – Falou Ana, rindo.

– Olha como fala, pirra! – Retrucou Bia, rindo. Nesse momento houve silêncio. – Ana, só quero que você nunca se esqueça de uma coisa. – Pediu Bia, cortando o silêncio.

– De quê? – Perguntou Ana.

– Mesmo que tenhamos encontrado nossas famílias, e que moremos longe uma da outra, você sempre, vai ser minha irmã mais nova! Sempre! – Afirmou Bia.

– Você também sempre vai ser minha irmã mais velha sua boba! – Afirmou Ana, abraçando a amiga. Nessa hora Thiago chegou ao pátio.

– Desculpa estragar esse momento “cor-de-rosa” de vocês meninas… – Interrompeu.

– Sai dae! – Exclamou Bia.

– Bia, o Binho tá te chamando no quarto. – Avisou.

– Ah, ok. – Disse Bia, indo. – Já sabe né Ana? – Lembrou Bia, fazendo um gesto engraçado nas costas de Thiago.

– Eu vi pela sombra, Bia. – Falou o garoto, deixando Bia com cara de tacho. Ana riu.

– Tá, vou nessa. – Falou Bia, correndo em direção a porta. Nessa hora, Thiago sentou-se com Ana.

– Tá tudo bem, ruivinha? – Perguntou.

– Sim… – Respondeu Ana. Thiago passou a encará-la.

– Ana… – Disse. Ana o encarou. – Se tiver algo te incomodando, seja relacionado a mim, ou não, sabe que pode me falar, é melhor que ficar escondendo… – Afirmou. Ana respirou fundo.

– Thiago… – Disse. – Você me ama? – Perguntou, olhando em seus olhos.

– Você já sabe a resposta… – Disse o garoto.

– Você disse naquele dia, porque pensava que eu ia morrer, mas, depois disso eu não me lembro de você ter dito uma outra vez… – Afirmou.

– Ana, você sabe que eu não sou de ficar demostrando sentimentos, não sou que nem o Binho, ou o Rafa, cheios de besteirol, e coisinhas românticas…. – Falou, como desculpa.

– Responde Thiago! – Interrompeu Ana.

– Você nem me deixou terminar! – Exclamou o garoto. Ana esperou que o mesmo falasse. – Continuando… Você sabe que não sou de ficar demonstrando toda hora, mas, isso não significa que eu não goste de você. – Concluiu o garoto.

– Ótimo, então é isso, você gosta de mim? – Perguntou Ana.

– Claro que gosto, você é minha ruivinha… – Falou o garoto.

– É Thiago, mas, enquanto você só gosta de mim, eu te amo… – Disse Ana, o encarando profundamente. Logo, esta se retirou chorando. Thiago ao perceber a besteira que havia feito, ficou sem rumo.

– Ai, droga Thiago! Você só faz merda! – Exclamou o garoto, levando as mãos a cabeça, arrependido.

Enquanto isso...

Bia foi até o quarto dos meninos, porém ao chegar lá, havia apenas amuca e Neco conversando. – Cadê o Binho? – Perguntou Bia.

– No quarto das meninas. – Respondeu Neco.

Bia sem questionar seguiu até lá. Ao chegar lá, encontrou Binho sentando em sua cama, Bia entrou e trancou a porta.

– Oi… – Disse Binho.

– Oi… – Respondeu Bia.

– Senta aqui… – Pediu o garoto. Bia sentou-se. Logo, ambos passaram a se olhar.

– Você tá melhor? – Perguntou Bia.

– Sim… – Respondeu Binho.

– Esperava que sim. – Disse Bia. – Porque já conversamos antes, e mesmo assim quando eu cheguei, disseram que você tava chorando no quart… – Bia foi interrompida por um beijo.

– Eu te amo demais… – Afirmou Binho. Beijando a garota. – Me desculpa ter sido tão dramático… – Pediu, afastando-se. – É que vou sentir muita falta, de ter você comigo, aqui todo dia… – Afirmou o garoto, logo este levantou-se, ficando de costas para Bia. Este estava realmente abalado.

– Binho… – Disse Bia, levantando-se, logo esta foi em sua direção e o virou para si, olhado em seus olhos. – Eu te amo! – Falou, beijando o garoto. O beijo durou alguns segundos, até que Binho a abraçou pela cintura, e levou os lábios em direção a seu ouvido.

– Bia… – Sussurrou o garoto. – Eu quero que a gente seja um do outro, para sempre… – Completou, voltando a olhar em seus olhos.

– E será assim, até depois do infinito… – Confirmou a garota, retribuindo o olhar, então, beijaram-se novamente. Foi um beijo calmo, que foi se intensificando aos poucos, com direito a língua, mordidas (cof, cof e algumas pegadas cof, cof…) e carícias.

Na comunidade…

Pata continuava chateada pelas palavras de Mosca, e vice-versa.

– Pata! Vai lavar a louça! – Gritou Graziela de seu quarto, a mulher já estava abusando demais da boa vontade dos sobrinhos.

– Mas eu nem sujei nada! – Exclamou a garota.

– Ninguém perguntou. – Gritou a mulher.

– Você quer que eu te ajude com a louça, Pata? – Perguntou Mosca, este lia um livro sentado no sofá.

– Precisa não. – Respondeu Pata, grosseiramente, indo lavar a louça.

– Ótimo, lava tudo sozinha então. – Disse Mosca.

– Ótimo! – Concluiu Pata.

– Enquanto isso eu fico aqui, curtindo meu livro. – Falou Mosca, deitando-se no sofá.

– Mosca, vai lavar o banheiro! – Gritou Graziela do quarto, deixando Mosca com cara de tacho. Pata prendeu o riso.

– Mas que mulher irritante do caralho! – Gritou Mosca.

– Olha o respeito! – Gritou a mulher, esta fazia as unhas, enquanto assistia TV a cabo, a qual tinha somente no seu quarto.

Alí perto…

Paçoca usava a internet em seu celular, quando teve uma grande ideia, adicionar Bia ao seus contatos do whatsapp, porém, não colocou foto sua, apenas seu verdadeiro nome, Carlos. Este pegou o número da garota pela agenda do tio, logo a enviou uma mensagen.

No orfanato…

O pessoal resolveu se juntar para ensaiar as falas da peça de teatro. Cris, Samuca, Bia e Mili, tendo a última se oferecido para passar as falas de Duda, ensaiavam a cena do chá.

***

– Mas o que vocês estão comemorando? – Perguntava Alice (Bia).

– O seu desaniversário! – Falou o Arganaz (Cris).

– E o que é um desaniversário? – Perguntou Alice (Bia).

– Um desaniversário é um evento que pode ser comemorado em qualquer dia que não seja a data do seu aniversário. – Explicou o Chapeleiro (Samuca).

– Nossa, que loucos… – Disse Alice (Bia). De repente o seu celular tocou. – Mensagen! – Exclamou Bia, indo olhar seu celular. Ao ver a mensagem no whatsapp, teve uma grande surpresa.

“Oi Beatriz, tudo bem?”, Leu a mensagem, em silêncio.

– De quem é esse número? – Perguntou-se.

– O que foi amiga? – Perguntou Cris.

– Nada não. – Disse Bia. – Gente ensaiem sem mim, já vou me deitar.

– Impossível ensaiar Alice no país das maravilhas sem a Alice! – Afirmou Cris.

– Foda-se. – Concluiu Bia, subindo as escadas. – Boa noite. – Disse.

– Boa noite… – Responderam com cara de tacho.

No quarto das meninas…

Ao chegar no quarto, Bia deitou-se em sua cama, então abriu a conversa do número misterioso novamente.

Mensagen on

xxxxxx: Oi Beatriz, tudo bem? - Bia notou que não havia foto, porém, curiosa com quem pudesse ser, decidiu responder.

Bia: Oi, td bem…

Quem é vc?

xxxxxx: Ta, eu não vou enrolar…

Eu me chamo Carlos, e sou seu irmão ^^

Bia: O quê?! O.O

Fala sério!!! Só pode tá me sacaneando!

Carlos: Pow, bem que o tio Edgar disse que você é desconfiada msm, ele contou que vc pensou que ele podia ser um serial killer, que queria te sequestrar e depois te matar! kkkkk

Bia: Nossa…

Carlos: O que foi?

Bia: É que eu disse isso mesmo…

Então quer dizer que você é realmente meu irmão?

Carlos: Sim, eu sou :)

Bia: Mas, como conseguiu meu número? Eu lembro que o Edgar falou que você não tava em casa esses dias!

Carlos: Pois é, eu não tava. Mas aí assim que eu cheguei, ele me contou tudo que tinha acontecido! Cara, não dá pra acreditar, até agora eu tô surpreso com isso! Não acredito que depois de tanto tempo, você reapareceu… E dessa forma!

Bia: Eu nem sei o que dizer… Sério, é você mesmo? Não consigo acreditar! :o

Carlos: Sim, sou eu, Carlos Ramos, 16 anos, seu irmão…

Bia: Cara, eu tava ansiosa pra te conhecer, meu Deus, quando o Edgar falou que eu tinha um irmão, eu quase tive um enfarte, porque a uns dias, eu nem sabia nada da minha vida!

Carlos: Pois é, e agora você sabe… - Silêncio - É desculpa, eu tava aqui pensativo…

Bia: Eu também…

Carlos: Velho, não dá pra acreditar mesmo nisso, você é a minha irmã! Você!

Bia: Ér, mas como assim?

Carlos: Oq?

Bia: Do jeito que você falou, parece até que já me conhecia rsrs

Carlos: Ah kkkk não, maneira de falar, tipo, você é minha irmã que tá de volta e agr a gente tá cv de boa… Mano, isso é muito irado!

Bia: Muito kkkk

Carlos: Vc n sabe o quanto eu esperei por esse momento… Qdo eu era moleque, achei que você tinha morrido, mas dps saquei, que o Edgar tinha… Vc sabe, te levado embora.

Bia: É…

Carlos: Mas isso é águas passadas… Não quero lembrar disso, o importante é o agr, e agr eu tô feliz pakas!!!

Bia: É, isso mesmo, tudo passou, o importante é o presente :D

Eu também tô muito feliz, eu não vejo a hora de conhecer você! - Paçoca demorou a responder.

Carlos: Eu tbm n… - O garoto não estava bem, este ao conversar com sua irmã passou a chorar em silêncio.

Bia: Aconteceu algo?

Carlos: Me desculpa…

Bia: Desculpa? Pq?

Carlos: Ér… Por eu ter demorado a falar, é que eu tava meio que emocionado aqui…

Bia: Ah… Entendi… Desculpa eu :/

Carlos: Eu…

Bia: ?

Carlos: Eu tenho que sair agora Bia, me desculpa…

Bia: Tudo bem, não se preocupa!

Carlos: Você é uma pessoa incrível…

Bia: Sério? Você também é! Gostei muito de conversar com você!

Carlos: Eu também, mana… :) Boa noite…

Bia: Espera!

Carlos: Oi

Bia: Vc vai amanhã com o tio no hospital, né? Eu quero muito saber quem você é…

Carlos: Ah… Vou tentar ir, mas se eu não aparecer, não fique brava, ok?

Bia: Ok… Boa noite.

Carlos: Boa noite ^^

Mensagen off

Ao terminar a conversa com o irmão, Bia olhou pro teto e passou a sorrir. A garota estava realmente feliz, por ter encontrado sua família, e tinha certeza disso, mesmo sem o resultado do DNA em mãos.

– Bia? – Chamou Mili, entrando no quarto. As meninas menores dormiam.

– Oi Mili. – Atendeu Bia.

– Tá sorrindo assim por que? – Perguntou a garota.

– Você não vai acreditar… – Bia fez suspense.

– Conta logo! – Pediu Mili.

– Eu acabei de falar com meu irmão, por mensagem! – Contou sorridente.

– Sério?! – Perguntou Mili.

– Sim, seríssimo! – Respondeu Bia. – Ai Mili, eu nem acredito que encontrei minha família, eu tô tão feliz! – Afirmou. Nessa hora Mili a abraçou.

– E eu estou feliz por você amiga! – Afirmou Mili, sorrindo.

– Não vejo a hora de conhecer meu irmão… – Disse Bia. – Pelo que conversei com ele, ele me parece ser uma ótima pessoa. – Deduziu, sorrindo.

Enquanto isso na comunidade…

Paçoca relia toda a conversa com Bia, enquanto lágrimas escorriam por seu rosto.

– Vai ser difícil e eu sei que você vai odiar saber que é minha irmã, mas, eu vou fazer de tudo pra que você me perdoe, Bia. – Dizia, olhando para a foto da garota. Logo, este deitou-se e foi dormir.

No dia seguinte…

Enquanto todos foram para a escola, Bia foi para o hospital, acompanhada de Carol e Júnior, para receber o resultado do exame de DNA. Ao chegar lá, a garota ficou bastante ansiosa.

– Tá ansiosa princesa? – Perguntou Carol.

– Muito! – Disse Bia. – Mas eu sei que vai dar tudo certo! – Adiantou.

– E isso é ótimo, que você pense dessa forma, Bia! – Afirmou Júnior. Nessa hora, Edgar chegou ao hospital, e os cumprimentou. Ao cumprimentar seu tio, Bia olhou para os lados, dando por falta de alguém.

– Tio, você veio sozinho? – Perguntou Bia a seu tio.

– Sim, vim sozinho, por quê? – Perguntou Edgar.

– Pensei que meu irmão viria me conhecer, agora que já sabe que você me encontrou. – Disse a garota.

– Ah foi, ele disse que falou com você por mensagem. – Lembrou Edgar. – A propósito, ele não pode vir, mas, te mandou algo. – Completou, entregando uma pequena caixa de presentes.

– Sério?! Pra mim? – Perguntou Bia, sorrindo. Logo esta recebeu a caixinha, e ao abri-la, deu de cara com um pingente de caveira. – Nossa, como ele adivinhou que eu gosto de caveiras? – Perguntou Bia, pendurando o pingente em sua pulseira. – Eu amei! – Afirmou sorrindo, antes que seu tio argumentasse. Logo Fernando os chamou para receberem o resultado do teste de parentesco.

No consultório médico…

Todos aguardavam ansiosos enquanto Carol abria o envelope onde continha o resultado. Logo esta o leu, e sorriu.

– Deu positivo, vocês são realmente parentes! – Afirmou, sorridente. Logo Bia sorriu e abraçou o tio, e todos comemoraram de alegria.

Depois…

Após todos chegarem da escola, Bia deu a notícia de que Edgar realmente é seu tio. Todos ficaram felizes pela garota, inclusive Binho que sorriu e a beijou. Todos pararam para conversar sobre a novidade, quando Bia sentiu falta de alguém, logo esta foi o quarto das meninas, e lá se deparou com Ana arrumando suas malas, com ela estavam Tati, Teca e Maria.

– Ana… – Disse Bia.

– Oi Bia… – Atendeu Ana a encarando, com os olhos encharcados de lágrimas.

– Por que você já tá arrumando as malas? – Perguntou Bia.

– O que você acha? – Perguntou Teca.

– A mãe dela quer que ela vá hoje, em vez de só na quarta. – Explicou Tati.

– Isso é sério Ana? – Perguntou Bia.

– Sim… – Respondeu Ana, num tom de voz tristonho.

– Não fica assim Ana… – Pediu Bia. – Vai dar tudo certo. – Afirmou.

– Meninas, será que vocês podem me deixar falar a sós com a Bia? – Pediu Ana, logo as garotas se retiraram.

– O que você quer me contar Ana? – Perguntou Bia.

– Você lembra que eu disse que minha preparação começa daqui à três meses? – Perguntou Ana.

– Sim, eu lembro. – Disse Bia.

– Hoje a minha mãe ligou pra escola, pedindo pra eu ser liberada mais cedo das aulas, porque ela queria me contar uma coisa. – Iniciou Ana.

– O quê ela queria te contar? – Perguntou Bia.

– Acontece que a preparação tem que ser feita de intermediária para intermediária. – Disse Ana. Bia não entendeu a princípio o que a garota queria dizer até que…

– Ana! – Exclamou Bia. – A intermediária antecedente a você, foi a sua avó… – Lembrou Bia.

– Sim… – Disse Ana.

– E ela mora na índia… – Lembrou Bia. Ana assentiu. – Ana, você vai morar na Índia?! – Perguntou, assustada. Nessa hora, Ana passou a chorar.

– Daqui à três meses… – Revelou Ana, em meio a soluços.

– Mas você volta, não volta? – Perguntou Bia, aflita.

– Só daqui a dois anos... – Falou Ana, chorando. Então Bia a abraçou, passando a chorar também.

***

Após Ana arrumar suas malas, Matilde ajudou a garota a levá-las a sala. Lá todos estavam reunidos, pois Carol já havia dado a notícia de que a garota iria embora naquele dia, e não na quarta-feira como previsto. Madame Esmeralda já aguardava a garota na porta da sala, quando esta desceu as escadas carregando uma mochila nas costas.

– A gente se esbarra por aí gente… – Disse Ana, de olhos inchados.

– Com certeza Aninha. – Disse Rafa.

– Você pode vir aqui sempre que quiser Ana. – Disse Carol.

– Pode deixar. – Disse Ana, sorrindo. Logo todos se despediram da garota, as garotas com abraços, e os garotos com apertos de mão. Porém, sentiu falta de alguém, Thiago.

– Vamos querida? – Chamou sua mãe, lhe tirando de seus devaneios. Ana ficou em silêncio, então olhou para os lados, mais uma vez a procura do garoto, porém, realmente ele não estava lá. Então seguiu sua mãe. Bia resolveu acompanhá-las até a casa de Madame Esmeralda, as ajudando com as malas, já que iam a pé mesmo. Então pouco antes de chegar em casa, Ana teve uma grande surpresa, esta avistou alguém sentado a calçada em frente a sua casa, Thiago.

– Aquele não é o Thiago? – Perguntou Bia.

– É. – Confirmou Ana. – Mas, o que ele tá fazendo alí? – Perguntou, enquanto aproximavam-se da casa. Nessa hora Thiago levantou-se.

– Você ainda pergunta? – Perguntou Bia, sorrindo. Logo Ana foi em direção ao garoto, que a encarou, seriamente.

– Oi… – Disse o garoto.

– Oi… – Respondeu Ana.

– Podemos conversar? – Perguntou Thiago.

– Sim… – Respondeu Ana.

– Bom, vou entrar com sua mãe, Ana. – Avisou Bia, entrando com Madame Esmeralda.

– Ok, vai lá. – Disse Ana. Logo, esta voltou a encarar Thiago. – Então, o que você tem a dizer? – Perguntou.

– Eu, só queria que você soubesse que eu pensei muito e… – Iniciou Thiago cabisbaixo. – Eu não tenho mais dúvidas, Ana… – Disse a encarando.

– Como assim? – Perguntou Ana, temerosa. Então Thiago sorriu.

– Eu te amo ruivinha! – Afirmou o garoto sorrindo. Ana ao ouvir aquilo sentiu um arrepio na espinha. Então Thiago a beijou.

– Espera Thiago… – Pediu Ana, afastando-se. – Eu preciso te dizer algo…

– Você vai embora pra Índia e só volta daqui há dois anos… – Adiantou Thiago, fazendo Ana arregalar os olhos. – É, a Bia conversou comigo ontem, e me contou tudo, também me ameaçou dar um chute no saco se eu te decepcionasse, mas eu disse que não seria preciso. – Contou. Ana sorriu. – Garota, eu quase te perdi uma vez, temi a sua morte! Se a gente superou isso, a Índia não é nada pra impedir. – Afirmou.

– Isso é sério? – Perguntou Ana, sorrindo. Thiago assentiu, então, uniram seus lábios mais uma vez.

Enquanto isso dentro de Casa…

Bia conversava normalmente com Madame Esmeralda.

– Mas não tem nenhum jeito de fazer com que ela não vá? – Perguntou Bia.

– Não. – Disse a mulher. – Sabe Beatriz, eu tentei dar um jeito, até pedi a minha mãe que viesse pra cá ao invés dela ir, mas, ela não quis. – Contou.

– Mas por que? – Perguntou Bia.

– É que ela tem um certo rancor da minha irmã, Rubi, por umas coisas do passado, então prefere manter a distância. – Explicou Madame Esmeralda.

– Ah… – Disse Bia, sem questionar.

– Então é isso, a Ana vai passar esses três meses aqui comigo, e vai pra Índia no próximo ano, em março. – Contou. – Não tem como ser diferente, as regras da preparação não podem ser quebradas. – Afirmou.

– Tudo bem, o importante é que ela vai voltar, né? – Perguntou Bia.

– Com certeza, ela vai sim! – Afirmou Madame Esmeralda, sorrindo.

– Isso me deixa realmente aliviada. – Falou Bia.

– Sim, sim. – Disse Madame Esmeralda. – Mas, me escute Bia, o destino nos prega muitas peças, e precisamos lidar com a verdade, e saber perdoar a todos, se exerção. – Completou fugindo do assunto.

– Hã? – Perguntou Bia, sem entender.

– Ele é um bom garoto, mas, a vida o fez andar pelos caminhos errados, então não o julgue por isso. – Aconselhou Madame Esmeralda.

– Por que a senhora tá me dizendo isso? – Perguntou Bia. Nessa hora Madame Esmeralda voltou a realidade.

– Oi? – Perguntou a mulher. – Eu te disse algo? – Perguntou. – Desculpe, não percebi. As vezes os espíritos quem falam por mim… – Disse.

– Ah… Sinistro… – Concluiu Bia. – Bom, então eu vou nessa Madame Esmeralda, até outro dia… – Despediu-se, saindo.

– Até mais. – Falou Madame Esmeralda.

Bia tentou entender o recado de Madame Esmeralda, porém, nada fazia muito sentido, até que, de repente veio em sua mente a conversa que teve com Janjão, seguida pela briga.

“É isso! Ela devia tá falando do Janjão...”, pensou Bia, tirando uma conclusão precipitada. Nessa hora Ana que conversava com Thiago a encarou, arregalando os olhos. Ana estava vendo uma mulher ao lado de Bia, esta acariciou seus cabelos, e saiu, sumindo em um feixe de luz. Aquela era Fabiana, sua mãe, ela quem havia mandado o recado através de Madame Esmeralda, o que significa que não se referia a Janjão, mas sim a Paçoca, seu filho, mas, isso Bia descobriria com um tempo. Ana sorriu para a amiga ao ver o gesto do espírito de luz, porém, nada disse, para não assustá-la.

***

Depois de ouvir o conselho de Mili, Vivi convidou a todos para a festa de aniversário de seu pai, no sambão. Esta também já havia falado com os vizinhos, pela manhã, na escola, e todos eles concordaram em ir. Mili ligou para Mosca, perguntando se o garoto compareceria ao aniversário, Mosca então confirmou.

– E você Pata, não vai a festa? – Perguntou Mosca, puxando conversa.

– Não tô a fim. – Disse Pata, curta e grossa.

– Hum, soube que a Vivi convidou o Duda e ele vai. – Disse Mosca.

– Deixa ele ir. – Disse Pata, folheando uma revista.

– E sabe, a Bel também vai tá lá. – Contou o garoto, sorrindo ironicamente.

– Quê?! – Perguntou Pata, o encarando, irritada. – Pensando bem, melhor eu ir mesmo. – Disse, mudando de ideia. Mosca riu da situação.

Mais tarde…

Pata e Mosca já estavam no sambão, quando todos do orfanato chegaram. O local estava bastante animado, com várias pessoas da comunidade incluindo Shirley, que recebeu todos com um enorme sorriso no rosto. Graziela também compareceu a festa, porém, para a sorte dos sobrinhos, ficou bem longe.

Numa mesa, se encontravam, Bia, Pata, Cris e Mili, conversando.

– Até que a festa tá mesmo legal, é uma pena que a Ana não pode vir. – Dizia Bia.

– Verdade, nossa gente, eu nem tô acreditando que a Ana também já saiu do orfanato. – Afirmou Pata. – E você pelo jeito vai ser a próxima, Bia. – Completou.

– Pior, meu tio já vai entrar com os papéis pra pedir minha guarda… – Contou.

– Engraçado que todo mundo tá reencontrando a família, e saindo. – Disse Cris.

– Verdade, vocês tem muita sorte. – Falou Mili.

– Nem tanta, porque minha tia é um saco. – Falou Pata.

– Mesmo assim, eu daria tudo pra ter uma tia ou um tio, mesmo sendo chatos… – Disse Cris.

– Talvez você encontre um dia. – Disse Bia.

– É… – Disse Cris. – Enquanto uns querem e não tem, outros tem e não querem. – Completou reparando na mesa ao lado.

– Como assim? – Perguntou Mili.

– Olha lá a cara da Vivi, todo mundo nota que ela não tá à vontade aqui… – Reparou Cris, olhando para a garota que estava sentada com a irmã. Esta mantinha uma cara emburrada desde que chegou. As garotas notaram quando o pai de Vivi e Tati se aproximou.

– Oi minhas filhas, estão gostando da festa? – Perguntou o homem.

– Eu to amando pai, feliz aniversário! – Exclamou Tati, abraçando o pai. Vivi continuou emburrada.

– E você Vivi? – Perguntou seu pai.

– O que? – Perguntou Vivi.

– Tá gostando da festa? – Perguntou.

– Tanto faz. – Respondeu, rudemente. Nessa hora os vizinhos chegaram na festa. –Olha lá, meus amigos chegaram! – Exclamou, saindo na direção dos mesmos, deixando seu pai falando sozinho.

– Não liga pai, a Vivi é uma chata. – Disse Tati. Porém seu pai ficou bastante triste com a situação.

– Olha lá quem chegou… – Reparou Cris. Ao olhar para ver quem era Bia deu de cara com Janjão, e seus olhos se encontraram automaticamente. Então ambos desviaram novamente o olhar, tensos.

– A Vivi não tinha nada que convidar esses idiotas. – Afirmou a garota.

– Concordo. – Disse Cris.

– Mas deixa, a festa é do pai dela… – Falou Mili. Nessa hora o celular de Pata tocou.

– Oi amor. – Disse Pata atendendo o celular. – Ai meu Deus eu não acredito que você não sabe como chegar aqui. – Exclamou, sem paciência. – Tá, tá, pois me espera aí mesmo que eu vou te buscar… – Concluiu revirando os olhos. – Beijo. – Pata desligou.

– Era o Duda? – Perguntou Mili.

– Era, ele tá perdido, cês acreditam? – Perguntou Pata.

– Do jeito que ele é mauricinho, não era pra menos. – Afirmou Bia, rindo.

– Bom, ele tá à duas ruas daqui, vou lá buscar ele… – Disse Pata.

– Eu te acompanho! – Exclamou Bia. – Bom que eu conheço um pouco a comunidade. – Afirmou.

Minutos depois…

Pata e Bia caminhavam pela comunidade, quando Bia avistou Paçoca conversando com uns garotos alí perto.

– Ai não, olha quem tá alí… – Disse Bia. Pata olhou e viu que se tratava de Paçoca.

– Ah, é só ignorar que ele não vai fazer nada… – Disse Pata. Logo estas continuaram andando, quando Paçoca as avistou.

– E aí Pata. – Cumprimentou o garoto.

– E aí… – Respondeu Pata, de passagem. Bia procurou o ignorar, mas não adiantou.

– Oi Bia… – Disse Paçoca, a encarando.

– Oi. – Respondeu Bia, rudemente, sem parar de caminhar. – Esse idiota vive muito por aqui? – Perguntou à Pata, quando distanciaram-se um pouco.

– Pior que sim, na verdade, ele mora aqui. – Disse Pata.

– Aff, só de saber que quando me mudar pra cá vou esbarrar nele pela comunidade, já me dá nojo. – Reclamou Bia, enquanto chegavam no fim da rua. De repente ao dobrarem a esquina Bia deu de cara com alguém caminhando do outro lado da rua, seu tio.

– Ei olha lá, é o meu tio! – Exclamou. Pata olhou, porém, não soube a quem Bia se referia.

– Onde? – Perguntou Pata. Logo Bia foi na direção do tio e o chamou, ao vê-la, seu tio parou para cumprimentá-la. Fazendo Pata ter um grande choque na hora.

– Não pode ser! – Exclamou a garota chocada, ao sacar que o tio de Bia era também, o tio de Paçoca.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Comentem!! Beijos e até o próximo capítulo!!