Killian Jones era um garoto irritante. Imagina só, puxava seu cabelo e sempre desmanchava seu rabo de cavalo. Também fazia Neal chorar como um bebê. De jeito nenhum Emma trocaria seu sorvete preferido por ele.

Sua mãe sempre a obrigava a brincar com ele por conta da amizade entre ela e a mãe do garoto. E apesar de brincarem todos os dias, raras vezes ficavam sem brigar.

Nesse sábado em questão, por exemplo, ela foi até a casa do menino bem cedinho, o chamar para brincar de pirata. Mas ele e a família estavam indo para a casa da irmã da sua mãe. E quando Regina, a mãe dele, perguntou se ele queria que Emma fosse junto ele simplesmente respondeu “Não mamãe, Milah vai estar lá. Não preciso levar a Emm.’’

Emma não conseguia tirar isso da cabeça. Quer dizer, quem era Milah?

E foi com essa pergunta rondando na cabeça que a pequena garota ficou a manhã de sábado inteira e boa parte da tarde pintando um dos desenhos que Killian havia feito pra ela. Quando ouviu a porta da frente bater pouco antes das cinco horas, se levantou e foi correndo abraçar o pai.

-Papai, papai... O Hook é um idiota. – Reclamou, ainda com os braços ao redor das pernas do pai.

-Ah... Você sabe que não é assim Emma. – Mary Margareth, a mão da garota, deu um rápido beijo no marido e sorriu para a filha. – Killian saiu com pais para ir passar o dia com uma prima e a Emma está chateada porque ele não ficou pra brincar com ela.

David soltou uma risada e mostrou à filha a sacola que carregava. Emma soltou um gritinho de felicidade.

-Sorvete de flocos. Eu te amo papai. – Ela estendeu as mãozinhas para pegar o pote do seu sorvete preferido.

-Só depois que jantarmos Emma. – A mulher disse, pegando o pote e o levando para a cozinha. David e Emma seguiram logo atrás.

-Mas mamãe, ainda vai demorar. Por favor... Só um pouquinho.

-Tudo bem, só um pouco. – Emma abraçou a mãe, pegou uma vasilha com sorvete e saiu correndo para se sentar no quintal da casa.

Ela olhou para o sorvete e sorriu antes de pegar um pouco na colher, mas antes que pudesse colocar a colher na boca ouviu a voz da pessoa que não saiu de sua mente o dia inteiro.

Killian havia pulado a cerca que separava as casas e dentro de poucos segundos estava parado em frente à Emma com as mãos escondidas atrás das costas.

Ele sorriu de lado.

-Adivinha.

-Não quero adivinhar nada. – Ela colocou o sorvete no chão ao seu lado e fez uma careta para o menino.

-Você ainda está chateada comigo Emm? – Killian revirou os olhos e mostrou a ela o que estava escondendo. - Eu trouxe pra você. Eu fiz a Milah prometer que ia fazer pra você.

Emma olhou para a miniatura de um navio pirata que ele segurava e sorriu. Se levantou, esquecendo que a pouco menos de cinco minutos estava chateada com ele e abraçou o companheiro de brincadeiras.

-Obrigada Hook.

O menino sorriu e colocou o navio pirata do lado do sorvete de flocos esquecido e puxou Emma até o balanço que ficava pendurado numa das árvores do quintal.

Assim que ouviu os barulhos que vinham do lado de fora da casa Mary Margareth saiu da cozinha e foi para o quintal, ver o que a filha estava aprontando. Ela viu as duas crianças brincando juntas e sua atenção logo foi para o mini navio que estava no chão.

Ela sorriu, pegando a vasilha esquecida da filha e voltou para dentro de casa.

-Qual é o motivo desse sorriso? – David perguntou, olhando para a esposa logo que ela entrou na cozinha.

-O sorvete derreteu.