Let Me Go escrita por Mrs Jones, QueenOfVampires


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Ooooi gente, Queen aqui!
Então, primeiro queria pedir desculpas pela demora, tanto eu quanto a Mrs Jones estamos com pouco tempo, eu devido a faculdade e trabalho e ela devido aos estudos para vestibulares e para o Enem, enfim!
Esperamos que gostem desse capítulo e comentem bastante! Estamos sentido falta de uns comentários por aqui... Boa leitura!



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– Eu sou a loba. – Ruby admitiu por fim.

– Como é? – Catherine se aproximou achando ter ouvido errado.

– Eu sou a loba! – Ruby disse devagar e mais claramente.

– Como isso é possível? – A garota se apoiou nas grades do porão a encarando.

Ruby explicou sua maldição, sobre suas transformações em noites específicas e que o capitão havia pego o lobo errado pois não era ela quem matava as pessoas inocentes.

– Hum, agora entendi porque a loba, quer dizer, você era tão valiosa. – Catherine cruzou os braços em desaprovação à atitude do pai.

– Ele não sabia que eu sou humana, ele me capturou no meio da noite e então quando amanheceu eu para essa forma e todos descobriram. – Ruby deu de ombros.

– Mesmo assim... Ele descobriu e te manteve presa! Isso é inaceitável, você é uma pessoa e não uma mercadoria! Às vezes meu pai se acha no direito de fazer o que bem entende... – A garota se pôs a tagarelar completamente indignada – Pirata ousado! Se minha mãe estivesse viva não permitiria um absurdo desses!

Ruby pensou em perguntar o que havia acontecido com a falecida esposa do capitão, mas a garota estava tão nervosa que a moça decidiu não tocar nesse assunto que poderia ser tão doloroso.

– Mas isso não vai ficar assim! – Catherine se virou em direção à escada.

– Catherine! Não! Não pode contar à ele que você sabe a verdade! – Ruby implorou – Não sabemos do que seu pai é capaz de fazer se souber que eu te contei tudo.

Catherine parou, ela sabia que o pai não queria que ela soubesse a verdade.

– Mas eu não posso ficar sentada vendo uma crueldade dessas acontecer e ainda por cima fingindo que não sei de nada...

– Eu agradeço por suas intenções, mas eu tenho que me manter viva no navio e agora que a lua cheia passou eu tenho mais tempo para planejar uma fuga quando chegarmos ao nosso destino. – Ruby segurou as mãos de Catherine através da grade.

– Eu vou te ajudar! Eu soube que estamos indo para o Continente Europeu, será uma longa viagem, temos tempo! Tanto para planejar quanto para fazer meu pai mudar de ideia. – A garota deu um sorriso cheio de esperança para Ruby – Agora eu tenho que ir, antes que o capitão dê por minha falta.

– Muito obrigada, Cath! – Pela primeira vez desde que chegara ao navio, Ruby se sentiu esperançosa e que tinha conseguido uma aliada confiável. A garota não a julgara quando soube sobre seu lado animalesco e nem muito menos parecia querer prejudica-la.

Catherine subiu as escadas e olhou ao redor antes de sair do porão, não havia ninguém no convés além do Sr. Smee que estava ao leme completamente distraído com as estrelas, ela foi andando rápido e silenciosamente até a cabine. Antes que a menina tocasse na maçaneta, a porta se abriu e o capitão saiu esbarrando nela e a derrubando no chão.

– Catherine! – Killian a ajudou à se levantar – Você está bem? Onde estava? Eu cochilei por um minuto e você sumiu da cabine.

– Eu fui na cozinha, estava com fome e fui ver se a Ruby poderia cozinhar algo para mim... – Ela deu de ombros.

– Ah! – Killian tentou não demonstrar a preocupação que sentiu ao saber que a filha esteve por aí procurando por Ruby – E ela preparou algo para você?

– Não a encontrei... – Catherine cruzou os braços e encarou o pai – Por acaso sabe onde ela está? Porque não está na cozinha e nem lá embaixo com os marujos.

– Fique aí, vou procura-la! – Killian empurrou a menina para dentro do quarto e fechou a porta .

O capitão entrou no porão deixando Ruby assustada achando que ele havia descoberto sobre a conversa dela com Catherine.

– Tem razão, não posso te manter aqui! – Ele abriu a cela que a moça estava – Minha filha esteve te procurando e não seria nada agradável se ela acabasse te achando aqui no lugar da loba... Venha!

– Sim... Não queremos isso! – Ruby olhou desconfiada e então saiu da cela – Vai me colocar com os marujos lá embaixo?

– Sim, mas agora não... Primeiro você vai pra cozinha preparar algo para a Cath comer, ela está com fome.

– Tudo bem... – Ruby aceitou e seguiu até a cozinha.

–---

Mais alguns dias se passaram e o Capitão decidiu por voltar até o vilarejo de onde Ruby viera para pegar mais lobos, além de ganhar tempo até a próxima transformação ainda renderia mais algum dinheiro.

Killian forçou Ruby a passar todas as informações que ele precisava, os locais que os lobos atacavam e tudo mais. Ele fazia as perguntas enquanto a moça fazia seu papel de cozinheira.

– Capitão, não vai conseguir pegá-los. – Ruby disse enquanto temperava a carne.

– Por que não? Eu a peguei, certo?

– Porque não é lua cheia! Eles não estão transformados! – Ela se virou para ele repetindo pela milésima vez – E eles não sabem se controlar porque eles não lembram que são lobos!

– Como assim? – Killian puxou um banco e sentou esperando que Ruby o explicasse tudo.

– Antes de aprender a me controlar, as noites de “loba” eram apagadas da minha mente, eu não lembrava do que fazia a noite e por isso demorei tanto para descobrir o que eu era...

– Não é possível que tenha demorado tantos anos, nunca notou nada?

– Bom... Eu tenho uma capa mágica que impede que eu me transforme, minha avó me obrigava a usá-la e antes eu nem entendia o porquê. Até o dia em que descobri tudo, aí passei a usa-la nas noites de lua cheia. – Ruby colocou a carne no forno e se virou para o capitão – Eu evitava me transformar em lobo e tive que aprender a me controlar da pior maneira.

– Você cometeu um acidente... – Killian a encarou – Você tem culpa nos olhos, você já machucou alguém antes, não foi?

– Sim... – Ruby abaixou a cabeça, decidindo contar parte da sua história para o Capitão, não iria mudar em nada o seu destino, mas pelo menos ela teria alguém para desabafar. – Seu nome era Peter e ele era meu noivo, nós iríamos fugir juntos... Eu não sabia me controlar, esqueci a capa e ele não sabia o que eu era... Quando me dei conta, a lua já estava brilhando e minha consciência estava indo embora, acordei no dia seguinte ao lado do que restou dele.

– Eu sinto muito... – Killian disse se levantando e indo até a moça – Eu realmente sinto muito por tudo isso, eu vejo o quanto é humana e o que estou fazendo é uma crueldade, mas eu não tenho escolha. – Ele disse seriamente evitando olhar diretamente nos olhos dela.

– Por que não tem escolha? Você pode simplesmente não me levar! – Ruby implorou.

– Não! Eu não sabia o que você era, mas a pessoa que me mandou sabe muito bem o que quer! Até me mandou nos dias certos! Eu não tenho certeza se pegarei os outros lobos, mas você eu vou levar! – Killian deu as costas para Ruby e voltou para o convés.

Ele pegou uma garrafa de rum das mãos de um marujo e seguiu diretamente para o leme, onde Smee estava e Catherine estava atrás dele desenhando alguma coisa em seu caderno.

– Ultimamente anda passando muito tempo fora da cabine... O que houve? Achei que detestasse ficar pelo navio. – Killian se direcionou a filha.

– E detesto, detesto ficar presa aqui! Mas se a melhor opção de liberdade que eu tenho é ficar “ao ar livre” pelo menos é isso que farei... – Catherine deu de ombros e continuou o desenho.

– Não se preocupe, logo chegaremos em terra e você poderá sair um pouco.

– Sim, acompanhada por você e pelos marujos, recebendo olhares tortos das pessoas na rua, muito emocionante! – A menina limitou-se a rolar os olhos.

– Claro que vai acompanhada, o mundo é um lugar perigoso! Principalmente para garotinhas de olhinhos enormes e inocentes! – Killian se abaixou até ficar na altura do olhar da filha.

– Não sou uma garotinha! Tem que parar de agir como se eu tivesse parado de crescer com 5 anos! Eu já tenho 15 anos e passei a minha vida toda trancada em um navio! Como você quer que eu tenha maturidade se eu não tenho nem chance de conhecer o mundo? – Catherine largou o desenho de lado e se levantou colocando as mãos na cintura.

– Já falamos sobre isso, Cath – ele suspirou, encarando a menina enraivecida – Você é igualzinha à sua mãe – e balançou a cabeça, afastando-se em seguida.

– É, todos dizem isso, mas você não pode me tratar como prisioneira por causa do que aconteceu a ela. – Catherine seguiu o pai – O mundo não é seguro, mas esse navio com certeza também não é.

– Você não é uma prisioneira, tem o direito de ir e vir e fazer o que bem entender. – ele contrapôs, mas sabia que seus argumentos não eram fortes o suficiente, comparados aos da menina.

– É claro, com meus passos vigiados por vários pares de olhos. Eu não posso nem assuar o nariz sem alguém me vigiando. Sabe que estou certa, pai, só não quer admitir. Eu te conheço, você é orgulhoso demais pra isso.

O homem gargalhou e pôs uma mão na cabeça da menina, acariciando seus cabelos muito pretos.

– Você fica mais parecida com sua mãe a cada dia que passa, sabia? Ela sempre me vencia nas brigas!

– Quer dizer que eu venci? – Catherine abriu um sorriso.

– Não, mas está certa. Você pode e deve conhecer o mundo, desde que esteja sob minhas vistas. Jamais permitiria que saísse deste navio sozinha.

Catherine não disse mais nada, sabia que seu pai nunca consentiria em deixá-la se aventurar por aí sozinha. Killian era protetor demais pra permitir que ela fizesse qualquer coisa que ele considerasse muito arriscada. Talvez um dia, quando ela fosse uma mulher independente e capaz de fazer suas escolhas, pudesse viajar pelo mundo e conhecer tudo o que perdera nos últimos quinze anos.

– Ah essa conversa já está me entediando. Vou conversar com a Ruby – e Catherine se afastou, dando tchauzinho para o pai.

Na cozinha, uma Ruby indignada falava sozinha e reclamava da forma como estava sendo tratada. Não bastasse tudo o que passara, aquele pirata arrogante ainda tivera a coragem de pedir sua ajuda pra ir caçar os outros lobos. Francamente, ele era muito tolo se achava que podia capturá-los.

– Que é que está resmungando aí, Ruby? – a menina foi entrando e a cozinheira se assustou.

– Ah nada... É que seu pai é muito burro, mas isso você já sabe.

Cath riu.

– Pois é, que idiotice essa ideia de caçar mais lobos! Eu disse a ele, mas sabe como ele é teimoso.

Ruby já lhe explicara como funcionava a coisa do lobo, por isso Catherine estava por dentro do assunto. Ela tinha uma mente mais aberta do que a de Killian e sabia que era errado tentar capturar seres humanos, que sequer tinham conhecimento quanto à sua anomalia. Quando Ruby lhe perguntou o que Killian queria com tantos lobos, a menina não soube responder.

– Você deve mesmo valer muito, ou ele não teria aceitado a oferta. – disse a menina – Soube que teremos de atravessar um portal pra conseguir chegar ao seu comprador.

– Um portal? – Ruby se interessou, apesar de ficar preocupada – Quer dizer que estamos indo para outra terra? Eu nunca saí daqui...

– Nem eu, mas seria bem interessante conhecer outro mundo. – Cath abaixou a voz – Não se preocupe, você pode fugir assim que atracarmos. Meu pai, é claro, não vai tirar os olhos de você, mas podemos dar um jeito de distraí-lo.

Duvido que ele consiga caçar outros lobos sem você pra auxiliá-lo. Ele vai ficar muito zangado e frustrado se seus planos não derem certo, mas vai superar logo.

– Obrigada, Cath! – a moça pegou as mãos da menina, sua única aliada naquele navio – Não queria que precisasse trair seu pai, mas é minha única chance.

– Ah, eu só estou fazendo o que acho certo... Mas temos que pensar logo, pois amanhã estaremos de volta à sua vila!

– Bom, primeiro eu quero que você procure minha avó e a diga que estou bem. Eu vou dar um jeito do seu pai deixar que você saia do navio. – Ruby se aproximou da garota falando bem mais baixo. – Ela é conhecida como a viúva Lucas, ou simplesmente Vovó. Eles saberão onde ela está... Diga a ela que eu estou bem e que logo darei notícias.

– Espera... Você não pretende escapar na vila? – Catherine ficou confusa.

– Eu não teria como me esconder lá... É muito pequena, prefiro quando chegarmos ao destino final. – Ruby deu de ombros. – Eu já planejava sair da vila mesmo, não é seguro para mim.

– E se a sua avó fizer mais perguntas?

– Diga a ela que você apenas está transmitindo o recado, ela deve achar que fui morta pelos caçadores, só de saber que estou viva, creio que se sentirá melhor. – Ruby se levantou e voltou aos seus afazeres. O dia seguinte seria cheio.


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Notas finais do capítulo

Então, espero que tenham gostado! Aguardamos comentários, beijos e até o próximo!



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