Como todas as manhãs, eu acordei cedo e fui direto para a escola, eu tinha de pegar um ônibus para chegar lá.
Fui andando pela rua daquela manhã cinzenta. Fria e sozinha, até que o ônibus chega e eu entro. Passo pela roleta e olho para o fundo do ônibus próximo a porta, onde sempre fico, e ele estava lá. Aquele lindo garoto que não aparentava mais de 18 anos, branco, cabelos claros, e com...com uns pelinhos dos braços tão sedutores e sensíveis.
Não ache que eu sou totalmente louca, pelo menos eu sei o nome dele, no início achei que era Erick, mas, na verdade, é Márcio, como eu sei? É que uma garota da minha escola, que sempre vem comigo perguntou na cara de pau o nome do meu garoto!
Sim, meu garoto!
Vou andando tentando desviar o olhar mas não dá, os seus olhos me seguem até eu chegar perto dele. E então eu fico lá, tentando manter meu coração como um coração normal, de uma pessoa que não está desejando tanto assim o Garoto do Ônibus.
Ele estava mexendo em seu celular, e quando ele coloca na tela inicial, seu papel de parede é uma foto em que está ele e uma garota. Ah! Se for a namorada dele ele me paga! Aonde já se viu? Ele seria um safado se ficasse me encarando desse jeito e tivesse namorada.
Mas enfim, eu não tenho nada a ver com a vida dele, afinal, só sei seu nome. E onde estuda, é em uma universidade particular daqui da cidade onde moro.
Agora eu preciso ir. Vou descendo do ônibus e sinto alguém atrás de mim. Fico assustada quando uma mão quente e delicada segura meu braço e me puxa.
-Finalmente tive coragem...desculpe-me por isso...-sim. SIM! Era o Garoto do Ônibus. Oh, meu Deus! Quando ele pediu desculpas, me puxou pra mais perto de si, e eu fiquei mais trêmula do que gelatina!
Ele me beijou de uma forma tão carinhosa. Eu não estava consciente, masa de uma coisa eu tinha certeza: A qualquer momento posso cair, cair dura aqui nesse chão molhado.
Estávamos perdendo o fôlego quando ele nos separa e diz:
-Desculpe mais uma vez...Qual é o seu...o seu nome?-ele diz olhando em meus olhos. Senti minha espinha tremer.
-Thaís...é...-eu não tinha nada pra falar pra ele.
-Sei que você deve estar me achando um louco, que acabou de ter um surto esquizofrênico! Mas eu sempre quis fazer isso, desde a primeira vez que ti entra naquele ônibus.-Meus Deus mil vezes!!!
-Sai comigo hoje? Por favor, um dia sem aula não mata ninguém...-mata, mata sim! Ainda mais se for pra sair com você.
-Mas antes...me responda, quem é a garota que está no papel de parede do seu celular?-eu enlouqueci! Só pode. Ele deu um sorriso maravilhosamente largo e disse:
-Aquela é minha irmã, ela não mora aqui, só pude vê-la qutro vezes esse ano, por isso a foto de nós dois. Eu era solteiro. Até...até que...
-Até que o quê?-eu perguntei quase desmaiando ali mesmo.
-Até eu ver você. E te desejar de todas as formas possíveis.
Dessa vez eu o beijei, só que mais arduamente. Depois de nos separamos ele disse:
-Namora comigo? Eu sei que você já sabe meu nome.
-Namoro sim! "vai ser complicado, mas se a gente quiser ficar mesmo juntos, a gente vai ter que aguentar"1
-"Por mim, eu aguentaria até o inferno por você!"2