Acho que eles não se odeiam...

O rosado estava na frente da pia, com um copo d'água na mão, encarando a cristalina água como se fosse a coisa mais importante do mundo.

Logo depois que Lucy saiu, Natsu ficou meio perdido, ele teria que cuidar de um garoto pequeno que o odiava.

— Ahhh... que problema — disse baixinho logo depois de um suspiro.

Agora que ele pensava sobre o garoto, onde ele estava?!

Estava muito quieto a casa, e ele ainda não tinha feito nada, deveria estar aprontando alguma... com certeza estaria.

Ele largou o copo na pia e foi atrás do garoto.

Procurou pela casa, mas não o achou, decidiu ir la fora, procurou por um tempo mas nada de encontra-lo, o que se tornava um pouco estranho.

— Onde esse moleque se meteu?! — se alto perguntou.

Quando pensou em voltar a procura-lo, Happy veio voando rapidamente a seu encontro.

— Happy, você viu o pirralho? — perguntou pro gato azul que acenou positivamente.

— Natsu, ele esta perto do lago — disse apontando na direção do lago, se soltou das mãos voltou a voar.

— Ei, onde você vai?

— Vou ver Charuru — gritou sem parar de voar.

O rosado deu de ombros e saiu em direção do lago até o garoto.

Quando chegou no lago, o garoto também não estava ali, onde raios estava aquele garoto.

Natsu já estava se irritando, quando ia gritar o nome do menino, ouviu o som dos galhos da arvore se mexerem e olhou pra cima, e se surpreendeu por ver o menino sentado em um dos galhos observando o lago.

— O que você faz ai? — perguntou pro garoto.

Mizuki olhou pra baixo, estava bem serio e quando o rosado achou que ele iria responder mostrou a linguá pra ele e riu, voltando a observar o lago.

Natsu pensou em xingar o garoto mas optou por deixar pra lá, ele subiu na arvore e deu um pequeno cascudo no menino.

— Ite... Por que fez isso? — perguntou com a mão na cabeça.

— Isso é por mais cedo, pirralho — se sentou junto dele.

Ficaram um tempo sem falar nada até o Mizuki quebrou o silencio.

— Ei — chamou — Estou com fome.

Nesse momento a barriga dele roncou.

Natsu olhou ao redor, comida?! Onde ele arranjaria comida pra eles?!

Foi ai que um peixe se debateu na água chamando sua atenção, ele sorriu de lado.

— Tive uma ideia.

[...]

— Tudo pronto ai? — o rosado perguntou de cima da arvore em pé pro garoto que estava na beira do lado com uma vara de pescar na mão.

— Uhun.

Mizuki jogou a linha na aguá e esperou um pouco, deu algumas fisgadas e puxou a linha com tudo pra cima, junto à linha, um peixe enorme veio, Natsu pulou da arvore e bateu no peixe com o karyuu no tekken no peixe o jogando pra fora da água.

Natsu correu até o peixe, junto do Mizuki, os dois sorriu largamente.

O mago de fogo preparou tudo pra poder assar o peixe e se sentou junto do menino, olhando o peixe dourar aos poucos.

— Até que você não é ruim, garoto — comentou pro garoto.

— É... você também não é — respondeu com um riso.

— Mas ainda não entendi porque você me odeia.

Mizuki olhou de canto de olho pro rosado, encolheu as pernas e as agarrou em um abraço.

— Não é... que eu te odeie... é só que... — escondeu o rosto nos joelhos — Achei que você não gostava de mim — desabafou com a voz bem abafada.

— Hein?! — se surpreendeu — De onde você tirou isso? — perguntou pro garoto que estava visivelmente inseguro em falar.

— Bem, pessoas como você, que são magos, só tentam me pegar... — disse de uma vez.

— Hmm... mas você não foi assim com a Luce — disse se deitando na grama.

— Ah, mas a Lucy-nee... ela... — descobriu o rosto e virou para Natsu, sorrindo — Ela sorriu pra mim.

Natsu olhou bem o garoto e depois sorriu pra ele.

— Sabe, Mizuki — disse o nome do menino pela primeira vez, surpreendendo o menino — Eu gosto muito da Luce.

— Eu também gosto.

— Então vamos fazer um acordo — começou — Vamos nós dois proteger ela — propôs e o garoto assentiu

— Ta.

Os dois tocaram as mãos.

— Hehe... agora vamos comer — Natsu disse indo até o peixe seguido do menino que ia em pulinhos.

— Peixe, peixe...

De longe Lucy olhava tudo com um sorrisinho bobo no lábios, animada.

— Eu sabia que eles se dariam bem hehe — riu sozinha e começou a andar até os dois garotos, afinal ela também estava faminta.