Living escrita por Absolutas


Capítulo 31
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

E aí vai mais um capítulo, gente! Espero que gostem. ;)
Boa Leitura!!



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Capítulo 24

Faltava apenas um minuto para que esgotasse o tempo de despedida e já estávamos prontos. Eu tinha pistola escondida sob a roupa e a minha habitual faca de arremesso na bota – além, é claro, do meu escudo natural. Havíamos dividido as armas escondidas debaixo da minha cama ou dentro dos armários, as quais eu nunca devolvera aos CTs e agradecia por isso agora. Murmúrios de conversas ligeiramente animadas e confiantes eram audíveis e ponderei sobre me despedir, afinal, havia muitas chances de que tudo desse errado.

Soltei o ar lentamente pela boca, enquanto me convencia de que não seria vergonhoso me despedir de Elliot, principalmente se eu fosse morrer hoje, certo?

— Elliot, eu... – comecei, virando-me para olhá-lo. Contudo sequer pude proferir uma palavra que fosse; antes disso, ele estava me beijando. Um beijo desesperado e arrebatador; um típico beijo de despedida, pois podia sentir resquícios de melancolia nele. Ignorei todas as partes de mim que diziam que eu deveria estar reforçando o plano que possivelmente nos manteria vivos, e envolvi seu pescoço com meus braços, querendo me sentir mais perto dele. Elliot deu uma leve mordida em meu lábio inferior antes de pressionar seus lábios nos meus com mais força que antes.

Logo nos afastamos, não havia muito tempo afinal, e ele me olhou nos olhos – o brilho típico que tomava seu olhar sempre que nos beijávamos.

— Isso não é um adeus. – esclareceu ele, levantando a mão e tocando meu rosto de leve. – Não sou uma pessoa otimista, sabe disso; mas eu sinto que temos uma chance.

— Eu também. – concordei. – E mesmo que não tivéssemos... Eu não hesitaria em lutar. A última coisa que eu quero é ser a “filha” daquela psicopata.

Elliot assentiu e deixou a mão cair de meu rosto. Estava na hora. Com um olhar em volta me certifiquei de que todos estavam em seus lugares. Estávamos prontos, só era necessário aguardar nosso alvo.

Decidimos esconder Nate, mesmo contra sua vontade, uma vez que ele estava machucado – não pudemos fazer o mesmo com Elliot, pois Dorothea o queria ao seu lado e possivelmente levantaria suspeitas caso ele sumisse. Decidimos então que Kathie e Nathan ficariam no quarto, junto ao tio Jerry e Nate contribuiria ajudando no disfarce de recruta que precisávamos para Josh; e Katherine seria sua guarda-costas. Quanto ao resto de nós, bom, iríamos atuar até que as mascaras caíssem; pois com Nathan ao nosso lado, Josh não precisava usar uma fantasia para escoltar-nos até Dorothea.

Após breves segundos de silêncio, alguns passos tornaram-se audíveis no corredor. Meu coração acelerou e mirei meu olhar na porta enquanto a maçaneta girava. Agora, pensei. Em um piscar de olhos a porta se abriu, revelando Joshua com um olhar feroz pouco antes de minha faca acertá-lo no abdômen. O único som que saiu da sua boca foi um ofegar baixo, enquanto os olhos permaneciam arregalados fitando os meus – olhos negros, tais como os de Josh. Josh. Ele muito provavelmente me odiaria para sempre por isso.

— Sarah. – Elliot chamou minha atenção, fazendo-me voltar a mim.

Todos estavam no corredor e Josh estava usando a jaqueta preta do irmão, que fora jogado no canto do quarto, com minha faca ainda enterrada em sua barriga. Sacudi a cabeça de leve e corri até Joshua, arrancando friamente minha faca de seu corpo e limpando-a no beirada do lençol da cama, antes de me juntar ao restante.

Seguimos um pouco lentamente demais à frente de Josh, o qual, devido a Nate, poderia ser chamado pelo nome de seu irmão. Ele nada disse acerca do meu ataque à Joshua – e eu não tinha certeza se isso era um bom sinal.

Passamos pelos corredores antes impecáveis, agora cheios de poeira, rachaduras e manchas de sangue nas paredes pintadas de azul; e descemos as escadas. A sala de estar estava um caos ainda maior: os móveis quebrados, algumas gavetas da estante arrancadas e os vasos caríssimos que meu tio adquirira em viagens ou leilões, estavam todos lascados ou completamente quebrados. Tentei ignorar a decadência que se encontrava a casa em que eu morava desde os onze anos de idade e acompanhei o passo de Lorena, colocando-me ao seu lado. Ela parecia preocupada, inquieta.

— Nathan vai ficar bem. – falei, adivinhando o motivo de seu nervosismo.

— Assim espero. – sussurrou de volta. – Farei o que for preciso para que ele fique. Quero matar aquele monstro com minhas próprias mãos.

Eu sorri. Era engraçado, apesar da situação, vê-la falando desta forma. Logo ela, Lorena Williams, que era o ícone da gentileza, querendo se vingar.

— O que foi? – perguntou ao ver minha expressão.

— Não sei se faria bem a você deixa-la matar a monstra. – expliquei.

— E desde quando você se importa? – ela arqueou uma sobrancelha, parecendo irritada.

— Desde que deixei de vê-la como rival.

Minhas palavras pareceram surpreendê-la. Talvez fosse realmente surpreendente ouvir essas palavras da minha boca, mas e daí? Eu não poderia morrer sem esclarecer as coisas com ela.

— Quer dizer que você não me odeia mais? – questionou, observando-me cuidadosamente.

— Sim, quer dizer isso mesmo. – eu suspirei. – Não faz sentido eu odiá-la quando tudo se trata de uma escolha que ele fez. E faz menos sentido ainda eu odiá-lo, quando na verdade, isso não foi realmente uma escolha dele; e sim, de seu coração. Tal como foi uma escolha do meu coração me apaixonar por ele. – eu pausei, olhando para Elliot, o qual nos observava com uma expressão indecifrável. – Agora, - continuei, ainda olhando-o. – meu coração escolheu outro homem e sinto que posso amar Nathan da forma certa. Como uma amiga, embora não tenha superado completamente.

— Então, você e ele...? – falou ela, sugestivamente, lançando um olhar de esguelha para Elliot.

— Nos apaixonamos.

Os olhos verdes de Elliot se arregalaram em minha direção e seus lábios se abriram e se fecharam logo em seguida sem emitir nenhum som. E eu sorri, é claro, ao vê-lo surpreso por ouvir-me falar algo que ele almejava há algum tempo.

— Certo. – murmurou Lorena, chamando minha atenção para si. – Fico... feliz. – ela pareceu sincera.

— Obrigada.

A conversa se encerrou, mas continuei caminhando ao seu lado, porém antes que eu atravessasse a porta alguém me puxou. Era Elliot, é claro. Josh passou por nós, olhando-nos de forma repreensiva.

— Só um minutinho. – pediu Elliot e Josh deu de ombros.

— Temos que acompanhá-los. – falei, tentando me soltar assim que ficamos a sós.

— Que história é essa? – perguntou, com uma intensidade incomum no olhar.

— Que história? – perguntei, fingindo não saber do que ele estava falando.

— Você... estava falando sério?

— Sobre o que exatamente?

— Sobre o que você disse à ela. À Lorena. – ele parecia desesperado.

— Certamente. – respondi. – Não posso odiá-la por Nate tê-la escolhido.

— Sarah... – seu maxilar estava rígido pela impaciência diante à minha relutância. Ora, eu teria mesmo que falar de novo?

Eu bufei.

— Certo, certo! – rendi-me. – Estava sendo sincera quando falei: sim, estou apaixonada por você, Elliot Jones. E não me faça repetir isso! – eu quase gritei, mas como não havia mais ninguém na casa, não houve problemas. Pelo contrário, fui presenteada com um sorriso indescritivelmente maravilhoso de Elliot.

— Pronto casal, vamos! – falou Josh parecendo na porta. – O minutinho de vocês acabou. – sua voz estava injetada de sarcasmo. É, talvez ele estivesse realmente com raiva de mim por ter ferido seu irmão. – Temos uma pessoa para matar.


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Notas finais do capítulo

Espero comentários...



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