Living escrita por Absolutas


Capítulo 26
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Hey, peoples! Consegui arrumar tempo pra escrever e aí vai mais um capítulo!
Leiam as notas finais e boa leitura!



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CAPÍTULO 20

Nathan me viu. Seus olhos azuis miraram nos meus por alguns breves segundos em reconhecimento e ele sorriu. Torci para que o recruta armado estivesse distraído o suficiente para que não notasse a reação, mas minhas preces não foram fervorosas o suficiente, pois ele se virou quase que imediatamente e seus lábios cheios se repuxaram para cima em um sorriso cruel.

– Ora, mais uma para a festa. – ele virou o corpo lentamente, os olhos fixos em mim, mas mantendo Nathan e Lorena em sua visão periférica. Num ato rápido ele sacou a pistola, segurando-a com a mão livre, de forma a manter uma arma apontada para cada inimigo. – Aproxime-se senhorita. – ordenou, mas não acatei, afinal, que mal ele poderia me fazer? – Vai bancar a teimosa? – ele riu. – Lembro-me de você.

– Então deve saber que não pode me ferir. – sorri, provocando-o.

– Sei que não posso te acertar – ele deu uma pausa. – Mas há outras formas de feri-la. – em um movimento quase imperceptível, a pistola que até então estava voltada para mim, mirava em Nathan. Bem no peito. Gelei. – Seu amigo, não? Quer arriscar?

– O que você quer? – Lorena e eu dissemos em uníssono.

– Prestativas. – ele riu. –Assim que eu gosto.

– Diga logo. – rosnei.

– Quero que acompanhem-me. Tem uma pessoa que quer vê-los.

– Não quero ver a psicopata. – falei.

– Quem? – ele pareceu confuso.

– Dorothea, não quero vê-la. – esclareci.

– Você não tem escolha. – disse ele, erguendo a arma para dar ênfase.

– Como assim, não quer ver Dorothea? – Lorena se pronunciou com a voz baixa. Desviei os olhos do cara por alguns segundos e fixei-os em Lorena. Eu havia me esquecido de contar essa partes à eles. – E-ela está morta. Não está Sarah? – pelo canto do olho, vi que os olhos de Nathan também esbanjavam preocupação, além da dor do tiro. – Sarah!

– Ela está viva. – murmurei, a voz quase inaudível.

– O que? – foi a vez de Nathan se pronunciar, enquanto o recruta observava tudo com um olhar debochado nos olhos escuros.

– Ela não morreu naquele dia. – eu suspirei. – Lorena, lembra quando foi sequestrada? Você nos disse que foi atraída para fora da Academia, porque viu Nate chama-la, certo? – ela assentiu, os olhos fixos nos meus. – Bom, sabe que quem estava lá, era um recruta da Dorothea que mudava de forma...

– Sim, sim, soube de tudo isso.

– Enfim, naquele dia era ele também. Você o matou, não à Dorothea. Ela somente deixou que acreditássemos que estava morta, porque era mais favorável. Daria tempo a ela de planejar tudo...

– Não pode ser! – Lorena gritou com raiva. – Ela nunca para de me perseguir!

– Ei, acalme-se garota, ou ele morre. – ele deu uma pausa, encarando-nos antes de continuar. - Acompanhem-me, ela quer vê-los.

Estava prestes a acompanhá-lo, quando algo que eu jamais pensei que aconteceria, aconteceu. Tal atitude era esperada de minha parte ou da parte de Nate, se ele estivesse ileso, mas não de Lorena. Quase que imperceptivelmente, suas mãos se inflamaram e um jato de fogo foi lançado em direção ao recruta, cercando-o. As chamas que o cercavam eram duas vezes sua altura e Nathan e eu só podemos encarar boquiabertos a cena à nossa frente.

– O quê...? – o recruta começou a falar, porém não pode finalizar a questão, pois o fogo se aproximava dele, tocando seu corpo. Um grito agonizado ecoou, o mesmo não poderia ter escapado de outros lábios, senão os do recruta negro e musculoso que há pouco exibia uma autoconfiança invejável.

– Lorena! – chamou Nathan, fazendo-a desviar os olhos raivosos do homem que estava sendo queimado vivo. – Temos que ir embora daqui. Vamos!

Nesse momento, saí do estado de choque em que me encontrava – afinal, nunca vira a garota agir com tamanha raiva – e me aproximei de Nate para ajuda-lo a ficar de pé.

– Resolveu dar o ar da graça? – questionou com sarcasmo.

– Precisava voltar para ajuda-los, sabia que isso ia acontecer.

– E em nenhum momento pensou em contar-nos quem estava por traz do ataque? – sua sobrancelha arqueou um segundo antes das belas feições se enrugarem em uma careta de dor.

– Por acaso tive oportunidade? – indaguei.

– Certo, desculpe. – assenti e juntos caminhamos até Lorena. A mesma não mais atacava o homem; não havia mais o que fazer, ele já estava morrendo. Porém tampouco estava em choque. Ela mantinha um olhar duro e frio no corpo inflamado, enquanto o odor fétido de carne carbonizada cobria todo e qualquer outro cheiro a nossa volta.

– Por que não me disse que ela está viva? – perguntou ela, os olhos ainda fixos nas chamas. Nathan se aproximou dela e tocou seu ombro com a mão boa.

– Não houve oport...

– Houve sim. – sua voz era baixa, quase não passava de um sussurro. – Nos vimos assim que chegou, quando a primeira bomba caiu, você podia ter-nos explicado. – ela engoliu em seco, eu não pude contra argumentar. Ela estava certa, mesmo que às pressas eu devia ter dito – É sempre bom conhecer o inimigo em uma batalha, foi você quem me ensinou isso.

– Ok, ok. – cedi por fim. – Desculpe-me.

– Tem noção de que tudo isso – ela gesticulou, um movimento amplo para o ambiente à sua volta. – é minha culpa? Dorothea me persegue há meses e eu sempre deixei claro que não queria que ninguém se prejudicasse por minha causa. Se soubesse que ela tinha voltado, para me buscar... Eu teria ido com ela.

– O que disse? – Nate a encarou, a voz alta e sobressaltada.

– Você iria ceder? – perguntei espelhando o tom de voz que Nate havia usado. – Depois de tudo o que fizemos para mantê-la segura, você iria voltar para o Reformatório de bom grado?

– Justamente por isso, Sarah. – ela cuspiu as palavras, os olhos mirando nos meus e nos de Nathan logo em seguida. Ela suspirou e quando voltou a falar a voz havia de suavizado. – Depois de tudo o que fizeram por mim, seria egoísmo da minha parte deixar que vocês paguem por algo que não têm culpa. Se Dorothea quer a mim novamente, que seja. Contando que estejam seguros...

– Ah, por favor... – comecei a dizer, contudo Nathan me interrompeu:

– Lorena. – ele falou o nome dela lenta e suavemente; seu amor por ela explícito em cada sílaba, e não posso dizer que isso não me machucou. – Você também é parte disso agora. Não pode pensar em você como alguém isolado, que está aqui por favor, ou coisa parecida. Não, você é uma integrante da Academia de Não-Humanos. E quando um integrante está com problemas, todos nós estamos. Porque somos como uma família. Mais que isso, somos como um único elemento. E você faz parte disso.

E mesmo que cada palavra carinhosa de Nate direcionada à ela tenham sido como cacos de vidro rasgando meu peito, eu tinha de concordar. Ele estava certo. Já passara da hora de Lorena se sentir parte disso tudo. Pois ela era. Contrariando todas as minhas vontades e sentimentos, ela era uma integrante da Academia de Não-Humanos.

– Ele está certo. – murmurei e ela me olhou como se eu tivesse acabado de matar alguém. – O quê? – perguntei, mediante sua reação e ela se limitou a sacudir a cabeça.

– Viu? – disse Nate, passando, delicadamente a ponta dos dedos no rosto dela. – Chega de se martirizar. Vamos dar um jeito nisso. Todos nós. Juntos, ok?

– Ok. – ele murmurou.

– Sem querer atrapalhar, mas acho melhor irmos. – falei.

– Ninguém além de você saiu depois de mim? – perguntou Lorena, de repente.

– Não, eu os tranquei lá dentro...

– Você, o quê? – perguntaram Lorena e Nathan em uníssono.

– Elliot queria me seguir! E aposto que Josh ou Kathie viriam também; achei melhor impedi-los de uma vez por todas.

– Ok. – disse Lorena, aparentemente tentando ignorar o fato de eu ter prendido eles lá. Dito isso, viramo-nos todos no intuito de caminharmos até a casa do meu tio, contudo, ouvimos o som de passos atrás de nós, o qual fez-nos congelar no lugar. Droga, pensei.

– Porque tanta pressa? Fiquem mais um pouco, gostaria de colocar a conversa em dia com vocês... – a aquela voz... Não pode ser, pensei. – Lorena Williams! Quanto tempo, não?


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Notas finais do capítulo

Enfim, estou sentindo falta de comentários - gostaria de saber se vocês estão desanimando com a minha demora com as postagens, ou se a história não está tomando um rumo legal, se acham melhor colocar a fic em Hiatus... Vocês quem mandam! Fico aguardando repostas...



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