Living escrita por Absolutas


Capítulo 10
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Boa Tarde!! Aqui está mais um capítulo - eu não demorei dessa vez, faz menos de uma semana que eu postei o último, então, acho que já estou perdoada? Enfim, vamos ver o que acontece nesse capítulo, quero ler os comentários de vocês; mas antes, queria agradecer a Rafa Book Freak pela recomendação incrível! Valeu! Agora, vamos a história?
Boa Leitura!!



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Capítulo 8

– Minha história? Por que eu diria ela a você? - perguntei tentando escapar. Estava mais do que obvio que eu não iria contar nada a ele.

– Porque estou perguntando. - falou.

– Isso não é um motivo bom o suficiente para mim. - retruquei, contorcendo-me para escapar da armadilha corporal em que ele havia me colocado - entre ele e a pia. - E, por favor - acrescentei assim que estava seguramente longe. - saia do meu quarto.

– Não estou no seu quarto, estou no seu banheiro. - ele riu.

– Não interessa Elliot, vá embora. - bufei.

– Ok. - ele caminhou até a porta do banheiro onde eu me encontrava e ficou de frente para mim. - Nos vemos amanhã, para aula?

– Na verdade, eu não sei por que você quer aulas. - comentei andando até a porta do meu quarto e abrindo-a para que ele saísse. - Você quase conseguiu me vencer hoje, aposto que já treinou luta antes. - ele nada disse, apenas deu um sorriso torto e andou até estar do lado de fora do meu quarto. - Não é? - perguntei.

– Quem sabe? - disse e então se virou e foi embora.

Eu fechei a porta com uma força um pouco exagerada e me joguei na cama. O fora isso? O que dera na cabeça dele para achar que podia entrar no meu quarto no meio da noite? Por que ele fizera isso? Minha cabeça dava voltas e voltas, procurando uma resposta.

Mas, apesar de ter me deixado irritada, essa "visitinha noturna" serviu para confirmar minhas suspeitas: Elliot era treinado, sabia lutar. Mas por que ele escondia isso? O modo como ele sorriu torto, como se estivéssemos em um jogo de detetive, me deixou ainda mais curiosa. Eu sabia, havia um segredo; algo que era ruim, apostava. Mais o que seria...? Só havia um jeito de descobrir: aproximação.

***

Elliot estava se alongando quando desci ao porão pela manhã. Ele trajava uma bermuda esportiva e estava sem camiseta. Já havia enrolado a faixa branca que eu deixara para ele usar, nas mãos e nos pulsos. Tentei não ficar encarando seus músculos dos braços e o peitoral forte, mas vez ou outra meus olhos miravam em seu tronco definido por conta própria. Droga, pensei, ele era muito bonito.

Foi então que percebi que Elliot fora o único cara, além de Nathan, o qual eu tinha olhado o suficiente para notar a beleza, o único que me fizera prestar a atenção suficiente para isso. Sacudi a cabeça tentando afastar os pensamentos estranhos. Eu tinha um trabalho a fazer, hoje tinha de descobrir o que quer que ele tivesse escondendo de todos.

– Já está se alongando? - perguntei tentando não ser rude ou mal humorada, usando um tom de voz doce que eu raramente usava com as pessoas, exceto crianças e idosos, como a Sra.Croollyn e Mattew.

– É, queria adiantar as coisas para você. - ele endireitou o corpo e caminhou até estarmos a um metro de distancia. - Não está brava, ou mal humorada por causa de ontem?

– Não. - menti, contornando-o para chegar ao fundo do porão. - Está pronto? - perguntei, enrolando uma faixa em minhas mãos e pulsos.

– Quando quiser. - falou.

Eu sorri antes que pudesse me conter. Ele pareceu confuso, mas retribuiu.

– Bom, quero fazer uma aula diferente hoje. - comecei, andando em volta dele, fingindo avaliá-lo. - Você já aprendeu todos os golpes básicos, então... Que tal fazermos uma dinâmica?

– Dinâmica? - ele perguntou. - Você quer dizer...

– Luta.- completei. - Vamos lutar hoje, o que acha?

Ele pareceu deliberar por alguns segundos.

– Acho ótimo, contanto que não me quebre no meio.

– Está tentando fingir que ontem a noite não aconteceu? - arqueei uma sobrancelha. - Porque eu teria quebrado você se todo o treinamento que você tivesse, fosse o que eu passei para você até agora.

Ele não disse nada, apenas continuou sorrindo; porém agora, com um ar misterioso. Revirei os olhos. - Certo. Vamos começar, então.

Rapidamente nos posicionamos e fizemos a reverencia – algo que nunca poderia faltar – e eu andei um pouco vagarosamente demais em sua direção para começar a luta. Queria esperar que ele avançasse primeiro, mas como não o fez, tomei a iniciativa, atingindo-o com o primeiro soco, bem na mandíbula, como fizera na noite anterior quando ele invadira meu quarto. Ele não se abalou, apenas sorriu, achando graça que eu não tivesse aplicado muita força no golpe.

– Não precisa ficar cautelosa. – disse-me.- Pode me bater de verdade, eu aguento.

– Ah, é? – perguntei, avançado para ele novamente. Dessa vez não economizei força ao atingir sua coxa com um chute. Elliot soltou um gemido baixo e olhou para mim de um jeito que jamais olhara antes. Parecia um leão, quando olhava para sua presa, a qual esperneava, afim de sair de sua armadilha; e enfim, entrou de verdade na luta. Ele se moveu para interceptar meu próximo soco e eu sorri, apesar de tudo, feliz por conseguir arrancar golpes dele.

Ele não foi cuidadoso, como pensei que seria por estar lutando com uma mulher, pelo contrário, agiu como se eu não fosse; e usando a alavanca que sua intercepção lhe rendera, segurou meu pulso com força e torceu meu braço, quase quebrando-o. Teria feito, se eu não tivesse soltado um ruído de dor, o qual fez seu olhar feroz mudar por alguns segundos, tempo o suficiente para que eu me recuperasse e acertasse uma série de três cotoveladas em sua clavícula, próximo a sua garganta. Ele segurou ambos os meus braços com uma mão e com a outra acertou socos em minha costelas, com os punhos cerrados. Perdi o ar por alguns instantes e ele se aproveitou para acertar uma joelhada em minha perna, fazendo-me desequilibrar.

Um olhar de preocupação passou por seu rosto e ele me segurou antes que eu caísse, envolvendo seus braços em minha cintura. Não perdi tempo, a raiva já borbulhava dentro de mim e a vontade de deixá-lo gemendo de dor no chão se mostrava presente agora,e eu aproveitei a posição favorável e envolvi meus braços em seu pescoço, usando a alavancagem para acertar um joelhada em seu estomago com toda a minha força.

Elliot perdeu o ar e pareceu surpreso com o golpe inesperado. Mas não dei a ele tempo de se recuperar, rapidamente firmei-me de pé e distribui uma série de cotoveladas em suas costelas. Ele já parecia meio desorientado, então me preparei para o golpe final. Ele provavelmente iria desfalecer depois dele, mas eu não me importava. Só o que importava era minha vontade de vencer. Movi-me ligeiramente para a minha direita e posicionei meu braço para uma cotovelada certeira em sua nuca, mas não pude fazê-lo, Elliot foi mais rápido, virando-se e aplicando-me uma rasteira. Porém, eu ainda o segurava com uma das mãos, e com isso, envolvi o outro braço em seu pescoço e puxei-o para baixo, resultando na queda de ambos – minhas costas batendo no colchonete e ele sobre mim, o seu peso tornando a queda mais dolorosa do que deveria ter sido.

Não nos movemos, estávamos ofegantes por conta da luta, encarando um ao outro. Seus olhos verdes brilhavam enquanto me fitava, captando meu olhar, parecendo extrair todos os meus segredos. Não sabia o que havia mudado, mas ele não tinha mais a expressão feroz de raiva, mas sim algo como um desejo voraz reprimido, era isso o que seus olhos transpareciam e eu engoli em seco, incapaz de saber o que aconteceria a seguir. Havia um impulso insano dentro de mim querendo se manifestar a qualquer custo. Eu queria beijá-lo agora. Mas que isso, era como se eu precisasse. E nossa proximidade e o olhar que ele me lançava só tornava tudo ainda mais difícil. Parte de mim estava pasma com os pensamento que passeavam em minha mente, mas a outra parte, a parte física, não se importava; apenas queria seu desejo concretizado e era difícil conciliar. Fechei os olhos tentando organizar meus pensamentos, porém abri-os de imediato, a escuridão apenas intensificara a eletricidade que pairava entre nós, ameaçando romper meu controle. Mas quando olhei Elliot nos olhos novamente ele parecia se conter tanto quanto eu, e senti meu autocontrole escorrer como água entre meus dedos.

– Quem venceu? – perguntei com a voz fraca, ligeiramente rouca tentando distrair-me de tudo.

– Acho que isso não importa agora. – sussurrou.

Não sei dizer quem se aproximou primeiro, foi algo simultâneo, aproximamo-nos ao mesmo tempo, e de repente, nós já estávamos nos beijando; lenta e profundamente. Nossos lábios movendo-se em sincronia, encaixando-se perfeitamente, algo que eu não esperava. Meu corpo estava no comando agora, meus pensamentos estavam turvos e desconexos e a única coisa que eu queria era que ele me abraçasse mais forte. Elliot usou seus lábios para abrir os meus, deixando-me mais ávida e ofegante, e eu envolvi meus braços em seu pescoço, como fizera quando estávamos lutando, porém agora era diferente, a ferocidade que nos tomava era diferente da de anteriormente, havia desejo.

O som da maçaneta sendo aberta ecoou pelo porão silencioso e eu desfiz nosso abraço em um átimo. Porém, não tivemos tempo de ficar de pé antes que a Sra. Croolyn nos visse, e ela nem tentou esconder o sorriso; pois mesmo que não tivéssemos mais abraçados ou nos beijando, os nossos cabelos desgrenhados, as respirações ofegantes e o fato de ele estar deliberadamente sobre mim dava uma boa dica a ela – embora também pudesse ser consequência de uma luta, mas acho que isso não chegou a passar pela cabeça dela.

– Desculpe interrompê-los. – disse, parecendo estar radiante. – Mas, Sarah, você tem visita.

– Visita?

– Na verdade, é um novo hóspede novo que alega conhecê-la. Quer vê-la. – foi então que me lembrei de Josh. Ele disse que viria hoje...? Não conseguia me lembrar com clareza, ainda estava sobre os efeitos do beijo.

– Achei que não tivesse amigos... – comentou Elliot que estivera calado todo esse tempo.

– Se quiser, posso dizer que está ocupada, ou que saiu. – falou a Sra. Croollyn, antes que eu pudesse responder.

– Não, eu sei quem é. Estou indo. – eu me movi tentando me levantar, mas o peso de Elliot sobre mim me impediu. – Com licença. – pedi, tentando não olhá-lo nos olhos; eu estava no mínimo envergonhada com o que tinha acontecido, mas não queria que ele percebesse.

– Acho não. Preciso falar com você.

– Vou dizer que já está indo. – disse a Sra. Croollyn saindo do recinto imediatamente.

– Elliot, saia de cima de mim. – pedi quando a porta se fechou.

– Nem pensar. – o olhar desejoso havia voltado ao seus olhos verdes, a pupila dilatada. – Não terminei o que estava fazendo - e então se aproximou e me beijou novamente, dessa vez mais urgente do que antes. Eu quase sucumbi à vontade, porém, por algum motivo lembrei-me de Josh, ele ainda estava me esperando... Aproveitei sua distração e, sem interromper o toque dos lábios, coloquei ambas as minhas mãos em seu peito, empurrando-o até que estivesse em baixo de mim, e então, me separei dele e fiquei de pé.

– Ei! – protestou, sentando-se. – Não vai me deixar aqui,vai? Eu ainda não...

– Josh está me esperando. – expliquei rapidamente, dirigindo-me até a escada de três degraus de madeira que levava à porta de saída.

– Quem é Josh?

Mas eu não respondi, já havia saído do porão e estava no corredor, indo em direção a sala. Parei em um espelho pequeno que estava pendurado na parede a minha esquerda, próximo à entrada da sala para arrumar os fios desalinhados dos meus cabelos. Feito isso, entrei e vi Josh sentado em um dos sofás puídos da sala.

– Josh! – exclamei e corri para ele. Ele se levantou e abriu os braços para me receber. Ficamos abraçados por alguns segundos, só agora notando o quanto sentira a falta dele.

– Estava treinando, não é? – perguntou ele quando nos separamos.

– Obviamente. – falei.

Ele riu.

– A mesma mal humorada de sempre.

– Então quer dizer que ele sempre foi assim? Irritadiça? – disse uma voz atrás de mim. Virei-me e dei de cara com Elliot. O que ele estava pensando me seguindo desse jeito?

– Sim, sempre. – concordou Josh com as sobrancelhas franzidas. – E você é...?

– Elliot. Sou amigo dela. –falou ele estendendo a mão para Josh, o qual fez o mesmo e eles trocaram um aperto de mão.

– Você não é meu amigo. – esclareci irritada.

– Vai me esnobar agora? – ele riu. – Ou amigo não é o suficiente...

– Cale a boca e saia daqui. – falei.

– Sarah, não precisa ser tão rude... – começou Josh, revirando os olhos para mim.

– Eu conheço você. – ouvi alguém sussurrar e quando olhei para trás, reconheci-a. Era impossível não lembrar de seus cabelos ruivos vibrantes. Ela descia as escadas devagar e usava um vestido branco de alças finas que ia até a altura dos joelhos.

– O que a Taylor está fazendo aqui Josh? Pensei que viesse sozinho. -

Mas Josh não me respondeu, aliás a sala inteira estava em silêncio. E só então, entendi o que Taylor havia dito e a quem havia se referido. Ela e Elliot se encaravam, o reconhecimento explícito nos olhos de ambos.

– Vocês se conhecem? O que esta acontecendo? –perguntou Josh, parecendo tão confuso quanto eu.

– Ele. – disse Taylor, sem desviar o olhar do de Elliot. Ela engoliu em soco. – Eu me lembro de você. Você... – ele sacudiu a cabeça e parecia temerosa e com raiva ao mesmo tempo.

– Taylor, o que foi? – perguntou Josh, indo até ela e abraçando-a. Ela parecia tão desolada que eu a teria abraçado se Josh não o tivesse feito.

– Ele era um dos recrutas de Dorothea. – revelou a voz falhando. – Foi ele quem levou meu irmão quando Dorothea nos sequestrou.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Quero Reviws com a opinião de vocês.



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