“Por quanto tempo mais você vai dormir?” – Hinamori o olhava atentamente enquanto acariciava-lhe a face, já haviam se passado mais de 20 anos desde a luta final contra Aizen, desde que ele fora ferido gravemente para protegê-la; ainda se lembrava perfeitamente da katana de Gin sendo enterrada no coração dele. Todos os dias ia ate a casa de seu querido amigo, não queria que ele ficasse no 4º esquadrão, por isso seu quarto foi adaptado e uma enfermeira foi contratada para cuidar dele durante o dia e quando ela estivesse em missão, mas depois que ela terminava seu trabalho ela ia direto para a casa dele e la passava a noite, Unohana-Taishou tinha lhe dito que o ferimento apesar de serio fora totalmente curado no mesmo dia da batalha, porem o corpo dele havia entrado em colapso e isso era a causa do coma.

- Você cresceu Shiro-chan... srs – Ela não podia deixar de reparar o quanto o pequeno taishou tinha crescido, mesmo em coma; ele  com certeza estava bem mais alto que ela agora, os cabelos antes curtos agora estavam bem mais compridos, parecia Ukitake-Tashou, o corpo ainda bem definido, mas sem exageros, mas sentia falta daqueles olhos, tão sérios, tão calmos, e ao mesmo tempo tão frios e solitários.

- Sinto sua falta Shiro-chan, todos dizem que você não vai mais acordar, mas... Mas eu sei que isso não é verdade.

- Você vai voltar não é mesmo Shiro-chan... Vai voltar pra mim não é?

A chuva que começou leve, agora se mostrava uma tempestade, os raios e trovoes ecoavam alto pela Soul Society, e se Hitsugaya estivesse consciente agora ele saberia muito bem que Hinamore estava aterrorizada de medo.

- Shiro-chan, você sabe que tenho medo de trovões não é mesmo? – Cada vez que ela ouvia um trovão ela apertava a mão dele cada vez mais.

- Shiro- chan volta, por favor!!!

- Shiro-chan! SHIROOO – Ela o chamava incansavelmente, enquanto as lagrimas corriam pelo seu rosto, sentiu o desespero de sua pequena esperança se esvair junto com aquela tempestade, medo de que ele nunca soubesse o que ela tinha descoberto a pouco tempo. – Eu te amo Shiro... Esta me ouvindo... Eu amo você!

- É Hitsugaya-Taishou!

 Instantaneamente seus olhos se arregalaram em surpresa, aquela era a voz dele, claro que estava mais grossa do que ela se lembrava, mas sem duvidas era ele.

- Shiro? Você voltou pra mim?? Oh meu Deus eu não acredito nisso!

- Momo?

- Hai, sou eu Shiro-chan.

- Você esta ferida? Há quanto tempo eu estou dormindo? E por que voce esta chorando tanto? – com certeza ele continuava o mesmo, sempre impaciente.

- Shiro, você ficou em coma por mais de 20 anos! – ela viu a expressão confusa no rosto dele, mas o impediu de falar. – Aizen foi derrotado na mesma batalha em que você se feriu, agora esta tudo bem, e eu estava chorando por você Shiro-chan... Desculpe-me, foi por minha causa que você se feriu assim, rezei tanto para que você voltasse logo.

- 20 anos...

Hitsugaya estava atordoado, 20 anos em coma, não era pouco tempo, e muita coisa deveria ter mudado na Soul Socaity, mas mesmo com toda a sua confusão não pode deixar de notar a sua mudança física, e muito menos a mudança de Hinamore, ela já era perfeita agora então, com os cabelos soltos e as curvas agora mais acentuadas, ela era de uma beleza rara, que ele sempre foi fascinado, e estes 20 anos não foram suficientes para faze-lo esquecer o que sempre sentiu com relação a sua amiga de infância.

- Preciso tomar um banho urgentemente.

- Hai, enquanto faz isso irei preparar algo para que se alimente e também um chá. – Ela já estava se retirando quando sentiu ser segurada pelo braço:

- Ne, Hinamore sabe me dizer se tenho roupas que me sirvam? – ele estava um pouco constragido, afinal estava apenas com uma calça e sem blusa.

- Hai, estão bem aqui Shiro-chan! – ela riu discretamente da face sem graça que ele lhe mostrava agora.

- É Hitsugaya-Taishou! – e saiu andando para o seu tão esperado banho.

Enquanto estava no banho, Hitsugaya lembrava-se perfeitamente as palavras de Momo um pouco antes de despertar, ela dizia que o amava, mas seria possível que ele estivesse delirando não é mesmo? Mas era tudo tão real ao seu modo, o choro alto, e aquelas palavras:

– Eu te amo Shiro... Esta me ouvindo... Eu amo você!

Deixou a água quente cair em seu corpo, e se perdeu em seus pensamentos por um bom tempo, cortou os cabelos a seu modo, não gostava deles compridos, mas deixou um pouco mais longos do que antes, se lembrava de quando Hinamore lhe dizia que ele ficaria ainda mais bonito com os cabelos um pouco mais compridos, rui de seus pensamentos, e resolveu sair do banho, mas para variar tinha se esquecido das roupas e por isso estava semi-nu, enrolado em uma toalha preta; mas ele não sabe se foi por sorte ou azar, que deu de cara com uma Hinamore muito mas muito vermelha com uma bandeija em suas mãos.

- Gomen, Shiro-chan...eu... eu... Ai meu deus o que eu estou dizendo! – Hitsugaya estava tão constragido quanto ela, afinal nunca estivera em uma situação como essa antes, mas quando ele viu que ela iria sair correndo, novamente a segurou e puxou para si, de encontro com o seu corpo.

- Shi...ro...

- Hinamore, não va! Eu preciso lhe perguntar algo... algo que acredito ser uma lembrança, e que é muito importante para mim!

A proximidade do corpo dele não estava ajudando em nada o raciocínio da jovem tenente, estava certa ao pensar que agora ele estava mais alto que ela, já que agora ele precisava abaixar para olhar seus olhos.

- Há..i

- Pouco antes que eu acordasse, eu tenho certeza que ouvi você me chamar, e me dizer algo... me diga, isso aconteceu realmente??

- Sim Shiro – aos poucos ela podia responder...

- E que foi que você me falou Momo? Quero ouvir mais uma vez.

- Watashi... Watashi falei que, eu...

- Diga Momo! – a face dele estava muito próxima a sua, e suas respirações já se mesclavam, era difícil não ceder a sedução dele, droga desde quando ele aprendeu a usar seu charme assim.

- Que amo você Hitsugaya Toushiro...

Ele então a puxou para mais perto, e sussurrou:

- Diga mais uma vez, para que eu tenha certeza que não ouvi errado.

- EU-AMO-VO-CÊ!

Ele não pode agüentar, ouvi-la dizer que o amava, era a linha que o separava de se render totalmente ao desejo de te-la em seus braços, de beijá-la e de fazer com que seu corpo e coração fossem somente dele.

- Sabe quanto tempo esperei para ouvir isso? Sabe? – ele sussurrava para ela. – Será que eu posso beijar voce?

Ela apenas concordou com um aceno, e isso já foi mais que o suficiente para ele lhe roubasse os lábios com gosto de pêssegos, um beijo calmo, porem sensual e cheio de saudades, de algo que nunca tinha acontecido antes, saudades de um futuro que chegara agora, saudades que tinham talvez de outras vidas.

- Eu amo você Hinamore!