O olhar de Fabio parecia ser desesperado, só de pensar em virar um zumbi já deixaria qualquer um desesperado, eu com firmeza perguntei.

Christopher: onde o zumbi te arranhou cara?

Fabio: aqui! – ele levantou a blusa e vi que seu tórax estava com um enorme arranho e que infelizmente não teria jeito, então eu disse.

Christopher: Fabio... – eu hesitei – cara... infelizmente.

Fabio: eu sei cara – ele me corta totalmente com uma expressão cabisbaixa, eu não sabia o que fazer, então disse

Christopher: o que você vai fazer?

Fabio: provavelmente eu tenho uma hora a uma hora e meia amais de vida, vou ajudar você a colocar todos na Kombi... e irei fazer o que tem que ser feito

Christopher: o..okey. Fabio lembre-se você foi um grande amigo, até o final.

Fabio deixou uma lagrima escapar, eu não sabia o que fazer, então o abracei, retribui o favor que ele tinha me feito minutos atrás. Fabio me apertou e chorou muito, muito mesmo de soluçar. Depois desse momento embaraçoso nós fomos pegar os outros amigos. Vimos que Hugo já conseguia se manter de pé, e Cristal acabará de acordar. Hugo me olhou e disse

Hugo: ééé? O que foi que aconteceu entre vocês dois? Vocês se tornaram gays? Sem preconceito em!

Fabio: nada disso merda, por que você só pensa em putaria em Hugo? Isso não e normal não cara!

Hugo: foi mal, foi mal! Não posso perder o costume – ele deu uma risada. Fabio ficou um pouco bolado, mas preferiu não argumentar nada com Hugo, ele parecia querer guardar segredo do ocorrido, comecei a me perguntar se ele tivesse sido arranhado sem eu ter visto, o que iria acontecer? Será que não posso confiar nos meus amigos?

Hugo me ajudou a levar Tim para Kombi, Fabio levou Cristal, depois retornou pegou Beth e a levou, a colocou no banco de traz e a deu um beijo. Ela estava inconsciente, mesmo com o beijo ela não despertou Fabio então a abraçou com bastante força e começou a chorar. Hugo não estava entendendo nada, ele apenas coçou a cabeça e sussurrou para mim.

Hugo: o que deu no Fabio?

Christopher: ele...foi aranhado por um zumbi – logo depois de eu dizer Hugo pareceu entrar em estado de choque e disse – e mentira, né? E mentira Chris? O que você esta dizendo não passa de uma grande mentira? – eu também não queria que fosse verdade, mas infelizmente aconteceu, o que sonhávamos não e lá grande coisa. Acabou sendo tornando um pesadelo que só teria um fim com a nossa morte.

Hugo não se controla, ficava mexendo no cabelo dizendo – e mentira! Só pode ser – Fabio se incomodou e então disse a Hugo

Fabio: qual e o problema Hugo? – ele deixava Beth na Kombi.

Hugo: você não foi infectado né cara? Diz que o Chris ta mentindo! Isso é impossível né cara – Hugo bateu com a cabeça na Kombi

Fabio se aproximou de Hugo colocou a mão em seu ombro e disse – eu também queria que fosse mentira – e então Fabio levantou a blusa e amostrou o arranhão que ficou do zumbi nele, Fabio olhou para Hugo e voltou a dizer – não podemos fazer nada, parece que terei logo o meu Game Over – Hugo ficou sem o que dizer, simplesmente abraçou Fabio, e disse – você foi um grande amigo até o final – Fabio deu uma risada e disse – engraçado, Chris disse praticamente a mesma coisa. E sabe vocês também, tenho sorte de ter tido amigo como vocês. – e depois do que o Fabio disse, eu também quis abraça-lo e assim fizemos um abraço em três, que parecia três amigos gays no meio do apocalipse (nada contra o homossexualismo). Depois de termos nos abraçados nos demos uma gargalhada e então Fabio disse

Fabio: vamos. Eu tenho que deixar vocês em um local... – ele tonteou um pouco e eu o segurei e disse – você esta bem? – e Fabio respondeu – não foi nada, sintoma de que o vírus esta se espalhando rápido.

Entramos dentro da Kombi e seguimos em frente, Hugo foi atrás e em alguns segundos tinha caído em um sono muito pesado, eu fui na frente com o Fabio, segurando minha faca caso ele se transforme do nada, e já me preparando para pegar no volante. Fabio ia assobiando a musica Wake me up when september ends da banda Green Day, e ele ali assobiando tão calmamente que me fez parar e lembrar de como a vida era boa antes do apocalipse, todos vivos e reunidos, sonhando com que para nós seria um sonho que de repente se torno o maior pesadelo que já tivemos, eu olhava para a cidade e lembrava de quando estava tudo em seu devido local, as pessoas passando para lá e para cá, pessoas ocupadas e atrasadas para o trabalho e pessoas como eu, andava pela rua só para pensar enfriar a cabeça e não ter nada a mais para fazer. O mundo não era bom, era horrível, mas era muito melhor do que viver nesta nova situação que nós nos encontrávamos, estávamos andando e estávamos perto de um penhasco. A paisagem desta vez era linda eu olhava para baixo do penhasco e só via uma pequena mata, toda verde. Mas para nossa infelicidade nos de paramos com muito mais muito zumbis mesmo, parados por ali, vagando em círculos pequenos, e quando chegamos com a Kombi, chamou a atenção de todos, todos olharam para a Kombi e resolveram vir nos atacar.

Fabio parou a Kombi, Hesitou, depois deu de ombro e se virou para mim e disse

Fabio: aqui termina a minha jornada, vocês devem continuar daqui sem mim- ele tirava o sinto de segurança, eu perguntei a ele.

Christopher: o que você vai fazer

Fabio: o obvio, eu irei tirar a maioria dos zumbis do caminho e você ira passar

Christopher: mas...

Fabio: sem mas, por favor? – ele apertou a minha mão com bastante firmeza e disse – Game Over para mim – ele desceu da Kombi, e foi na direção dos zumbis. Acabou acontecendo o que ele queria atenção de todos os zumbis para ele. Ele correu até a beirada do penhasco e ficou ali de braços abertos para os zumbis, todos os zumbis iam em sua direção, ele se agachou e tossiu um pouco de sangue, quando se levantou novamente um zumbi tinha pulado em cima dele e assim fazendo-o cai do penhasco e com a sua queda ele levou o resto dos zumbis todos, todos foram atrás dele e se jogaram do penhasco também, acredito eu que ele ia caindo e ao mesmo tempo começava a se transformar em um zumbi. Depois da manada toda de zumbi ter caído do penhasco eu sai da Kombi e caminhei até a beirada do penhasco e olhei para baixo. A quantidade de zumbis mortos era gigantesca, Fabio simplesmente foi um amigo e herói até o final, não daria para nós passarmos pelos zumbis se ele não tivesse feito isso, e a quantidade de zumbis que ele levou junto foi de se aplaudir de pé. E eu disse na beira do penhasco – esse foi o nosso grande motorista e amigo chegando na linha de chegada – depois voltei para Kombi e dirigi até o refugio.

Chegando no refugio, eu estacionei a Kombi e desci da Kombi, e uma voz familiar disse – nossa Chris, você ta bem acabado não? – quando me virei, não acreditava em quem eu estava vendo ali e com espanto eu respondi – como?

Eu não podia acreditar no que eu estava vendo!