Caminhando Com A Morte - Hiatus escrita por Saibotris


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Breve prólogo para vocês, digam o que acharam ♥



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Abria e lentamente fechava os olhos, lia e relia... Sarah não conseguia acreditar no que acabara de descobrir. Algumas lágrimas tomaram conta de sua visão, as quais a garota apressadamente secou. Entrou no perfil de August na rede social procurando explicações, logo, a página inteira foi tomada por amplas mensagens de luto, todas dizendo como o garoto faria falta, ou que partiu muito cedo, e até mesmo, ambos.

A visão de Sarah rapidamente embaçou, porém, dessa vez ela não pode conter as lágrimas, que a este ponto já rolavam em abundância por sua face. A mente da jovem estava completamente confusa, ela não conseguia aceitar o que acabara de ler. Não conseguia aceitar que seu amigo, que estava tão bem e que era tão jovem, havia a deixado, havia partido.

Sem perceber, ela já estava a enviar desesperadas mensagens para August. Mensagens desesperadas as quais nunca seriam lidas, as quais nunca seriam respondidas, porém, isso não passava por sua mente, Sarah não conseguia aceitar e também não queria aceitar o que estava acontecendo, tudo o que ela queria era uma resposta do garoto dizendo que estava tudo bem, que era apenas uma brincadeira de algum amigo. Uma brincadeira de péssimo gosto de algum amigo.

A garota se trancou em seu quarto e derramou as lágrimas sem medo que alguém a visse de cara inchada e olhos vermelhos. Gritava, esperneava, brigava com as paredes, tudo isso com a tentativa vã de trazer alguém que nunca mais voltaria. Passou mais algumas horas assim, então fez o máximo para se recompor e, com uma dor imensa que tomava conta de seu peito, foi comer o jantar. Não tinha fome, porém, não queria que sua mãe soubesse que ela estava mal, sempre fora assim, sempre tivera dificuldades para se abrir com todos.

Voltou a cama, dessa vez seu peito estava ainda mais dolorido, estava pesado, era uma dor insuportável, sentia como se algo tivesse sido arrancado. Ainda, para completar o kit “Meu amigo morreu” seus olhos ardiam como se alguém tivesse jogado pimenta neles. Sarah fitava o teto, suas pálpebras ficavam mais pesadas conforme suas lágrimas cessavam, seu único pensamento era para tudo aquilo ser um pesadelo, um maldito e horrível pesadelo, um pesadelo horrível demais até mesmo para ser considerado apenas um pesadelo.

Sarah acorda e se direciona ao banheiro, joga um pouco de água fria em sua face e se encara no espelho, observa todos os detalhes de seu comum e oval rosto, agora inchado. Seus olhos castanhos totalmente vermelhos como se ela tivesse passado a noite inteira fumando ao invés de dormir, fora o fato de que o inchaço quase não a permitia abri-los, as maçãs do rosto coradas, com algumas poucas sardas, seu nariz, o qual ela achava muito grande mas sua mãe dizia que era apenas “coisa da sua cabeça” e sua boca, delicada e rosada. Não havia nada de especial. Não havia nenhuma característica marcante.

Estava tudo bem, até a dor incessável em seu peito voltar e lembrá-la da perda. Lembrá-la de que não estava tudo bem, muito ao contrário, nada estava bem. Lembrá-la de que não havia sido um pesadelo. August havia partido. August não voltaria.

Sarah se arruma e vai para o colégio, antes de perceber já estava com o rosto afundado no abraço de Carolyne, sua melhor amiga, que tentava acalmá-la e cessar suas lágrimas em tentativa vã.

Carolyne se sentia culpada por não conseguir ajudá-la, porém, a dor de Sarah não era algo que palavras curariam, era a dor de ter perdido alguém, a dor de não ter conseguido se despedir, a dor de não ter aproveitado os momentos com o amigo, a dor que sua memória já havia descartado, a dor que parecia a matar, a dor que parecia ser incessável, sem fim. Sarah se perguntava se um dia essa dor teria um fim.

A jovem assistia a aula impaciente, se perguntando se as horas não passariam, até perceber que na verdade era seu tempo que estava paralisado desde o dia anterior. Qualquer tentativa de prestar atenção à matéria era vã, a única coisa que passava em sua cabeça eram os momentos com o amigo, as bobeiras juntos, as besteiras das quais falavam, as brigas por nada, as conversas sérias, as manias.

Sarah queria mais que tudo chegar em casa, porém quando isso aconteceu se viu sozinha, antes, ela queria apenas isso, a solidão, chorar sem que ninguém a visse, sem que ninguém julgasse ou comparasse sua dor. Agora, o que mais queria era uma companhia, alguém que fizesse a dor incessável de seu peito passar.

– Por que você tinha que ir? – Dizia para si mesma enquanto esfregava a região da dor – Droga seu idiota! – Algumas lágrimas que embaçavam sua visão logo rolaram por sua face.

Sarah colocava as mãos no peito e o esfregava, queria que a dor passasse, queria que tudo aquilo passasse, tinha medo de isso nunca passar, não sabia se aguentaria esse peso dentro de si por mais tempo, era como se ela estivesse perdendo algo.

– Sarah... – Uma voz cochichou no ouvido da jovem, o que era quase impossível, já que ela se encontrava sozinha. – Vai dar tudo certo. Você tem que ser forte... Uma nova fase está chegando... Cuidado... – Um calafrio percorre pela espinha da garota, a voz era conhecida, porém era impossível ser quem ela pensava que era.

– August? – Sarah disse com um certo receio.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, deixem reviews e suas opiniões ♥ até o fim da semana tem o próximo capítulo.



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