Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 54
Capítulo Onze - Da Ressaca, das surpresas, das revelações e da volta para casa


Notas iniciais do capítulo

Maratona!♥



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Às vezes é preciso algumas loucuras para se sentir... Vivo.
Apesar da cabeça confusa e ainda em círculos, ela atingiu o ímpeto de seu momento de racionalidade quando chegou a hora em que se deu conta de que algo estava errado. Estava dormindo, apesar de estranhamente ter consciência disso e estranhamente querer acordar, mas não ter forças suficientes para isso. Os olhos tremiam, resistentes, mas não abriam, os músculos enrijeciam-se, mas o corpo nãos e movia. Era como se se recusasse a receber os comandos do cérebro. Queria mover a cabeça, o pescoço doía desconfortável, mas isso era pedir demais para ela. O máximo que conseguiu foi suspirar, um suspiro pesado, como se houvesse um conjunto de tijolos em sua cabeça e outro em seu peito. Brincou com a ponta dos dedos, batendo-os em um local macio, abaixo de seu corpo. Sua alma ainda estava no pérola, navegando nas águas misteriosas em busca da fonte da juventude, ou, quem sabe, do baú da morte(trocadilho com o nome dos quatro filmes de Piratas do Caribe). A superfície em que estava deitada era tão rígida que aprecia rocha coberta por pele. Na verdade, pior ainda, enquanto começa a tomar plena consciência de onde estava, percebeu que suas pernas estavam entrelaçadas em outras. Sua perna esquerda estava presa na perna direita de alguém. Sua cabeça estava deitada no peito nu de alguém. Seus braços abraçavam o tronco de alguém.
E esse alguém respirava calmamente. Provavelmente estaria dormindo.
— Ah!
Engraçada foi a maneira como levantou. Deu um único pula para cima, não sabia como havia sido tão rápida, mas isso pouco importava, ela estava nos braços de... Focalizou os olhos nos cabelos vermelhos sobre a areia. Observou seu belo rosto de olhos fechados. Nos braços de... Castiel estava tão lindo sem camisa. Usava apenas uma calça preta e... Ela olhou para suas costas e percebeu que estava coberta com a jaqueta dele. Virou a cabeça para o lado, de modo a ver seus ombros. Abaixou o nariz e sentiu o cheiro dele em si. Aquele cheiro de Castiel irônico e imbecil. Imbecil? É. Imbecil. Droga, ela tinha que parar de pensar nele!
E o pior...
Ela arregalou os olhos, que se assemelharam aos de um lêmure de tanto espanto. O mar azul de seus olhos estava em tempestade em contraste ao mar do amanhecer às suas costas. Não, não, não podia ser... Ela observou novamente a jaqueta e seu corpo. Viu que a blusa de alça estava ligeiramente abaixada e amarrotada, a jaqueta dele novamente em seus ombros, a calmaria na respiração dele que estava sem camisa. Ela estava deitada em ciam dele! Não podia acreditar que dormira com o corpo em cima do de Castiel e ainda o abraçara! Não, não, tinha que ser um sonho. Acorda Natsumin idiota, acorda! Ela passava as mãos pelos cabelos e esfregava o rosto, incrédula. Respire, respire. Nade de muito ruim poderia ter acontecido, não é mesmo?
— Mas que diabos... — Castiel abriu as órbitas negras, acordado pela quantidade de areia que Natsumin chutava nele enquanto andava desesperada e em círculos, com as mãos sobre a cabeça e o olhar espantado. Aquilo era bem engraçado para Castiel. O ruivo levantou o tronco e sentou-se na areia. — Bom dia, bela adormecida. — abriu seu tradicional sorriso de coiote que por razões inexplicáveis parecia mais radiante naquela manhã.
— O que a gente fez, Castiel? — Natsumin quis e foi bem direta. Odiava enrolações e não aguentava mais esperar esse tipo de coisa ou dar brechas para piadinhas de Castiel. — Me diz que não conterceu anda entre a... A gente. — tentou evitar, mas seu rosto corou ainda assim.
— hahahahaahahahahahahahahahhahahaha! — Castiel tinha uma das mãos sobre o estômago e seu rosto esbanjava um belíssimo sorriso largo, mostrando todos os dentes, os lábios entreabertos, parte do cabeço desgrenhando caindo sobre o rosto. A beleza do ruivo naquele momento era estonteante. Mas, aquela não era a resposta que a garota esperava.
— Isso não tem graça! — ela reprimiu-o, encarando-a com os lábios formando um ligeiro biquinho, as sobrancelhas franzidas para baixo, os olhos comprimidos em reprovação.
— Você acha mesmo que eu faria algo assim com você? — Castiel ria do fato de Natsumin parecer tão inocente naquele momento, apesar de ele saber que a menina não era. Parou de rir por um momento para tentar encará-la, mas não conseguiu e continuou a gargalhar.
Castiel, o piadista.
— Ah... — Natsumin tinha um sorriso tão traiçoeiro quanto o dele agora no rosto. Respirou fundo, aliviada e sentou-se ao lado do ruivo, colocando os braços para frente para engatinhar para mais perto dele. — Está tudo claro agora. — ela murmurou com os lábios perto do rosto dele.
— Entendeu o que, garota? — ele não tinha mais sinal de sorriso no rosto. — Está maluca? — era impossível Natsumin desconfiar de algo. Sobre Debrah e outras coisas mais. Ele não havia falado nada a ninguém, o único que sabia era Lysandre e...
— Pode se abrir comigo, Castiel. Já tive vários amigos gays. — ela zombou do ruivo, sentindo-se no direito de brincar com ele assim como ele fazia com ela. Além disso, ela gostava de entrar no jogo de ironias dele. E gostava mais ainda quando acreditava estar ganhando.
Por um momento, Castiel esteve tenso. Mas agora, sorria novamente.
— O que eu quis dizer é que não me aproveito de garotinhas. — ele aproximou o rosto dela repentinamente e seus narizes acabaram se tocando. — Além disso, você não tem atrativos que me agradem. — ele apontou para o peito dela com a cabeça.
— Acho que essa piadinha já deu, Castiel. — ela deu um sorriso torto. — Você a faz desde que entrei em Sweet Amoris.
— E seus seios também não cresceram desde que entrou em Sweet Amoris. — ele retrucou, com um sorriso de coiote no rosto.
— Por um acas, esta prestando atenção demais em meus seios.
— Por um acaso, quer que eu prove que sou homem?
Os dois falaram ao mesmo tempo.
— Tanto faz. — ela balançou os ombros e se levantou, virando de costas para ele e de frente para a direção que a levaria de volta à casa de madeira. — Nada que fizer vai me convencer do contrário. — adorava ouvi-lo bufar às suas costas. Duvidar da masculinidade de um homem é como desdenhar do seu calcanhar de Aquiles. Além disso...
Não concluiu seu pensamento. Em questão de segundos, o ruivo puxou-a para baixo, fazendo cair em ciam dele. Segurou-a pela cintura, levantando ligeiramente a parte de baixo de sua blusa, enquanto esfregava o nariz no dela. Natsumin teve as reações travadas, a rebelde em seu interior ainda estava bêbada e não parecia ficar nunca de ressaca. A rebelde tomou um longo gole de tequila e começou a pular como louca, tirou pom-pons dos bolsos e começou a formar letras com o corpo. B-E-I-J-O. Ah... Rebelde espertinha.
— O que eu quero... — Natsumin começou a reagir, afastando o rosto do dele enquanto empurrava seu corpo para trás. — É voltar para a cabana.
— Retire o que disse, então. — Castiel murmurou, trazendo o rosto novamente para perto do dela. A rebelde xingava Natsumin de todos os nomes ruins, como poderia aquela menina afastar o ruivo? Era uma vergonha para todas as rebeldes do planeta.
— Saia do armário, então. — ela sorria. Não queria abandonar a brincadeira e, não queria admitir, mas de certa forma estava gostando.
— Retire agora, garota. — Castiel começou a fazer cócegas em Natsumin e atingiu justamente seu ponto fraco. Cócegas na região abaixo ou sobre as costelas.
— Não, não, isso é injusto! — Natsumin ria ao mesmo tempo em que tentava bater no ruivo, mas claramente não conseguia. 1-Por ele ser muito mais forte. 2-Por ela estar fraca por causa da ressaca e 3-Porque...Porque... Não! Cócegas não!
Repentinamente, Natsumin conseguiu dar uma cambalhota desajeitada para trás e se desvencilhar dos braços do ruivo, levantando rapidamente, embora estivesse com tonturas. Pôs uma das mãos obre a testa, esfregando-a com força, tentando fazer a dor passar. Era a dor da ressaca, com certeza. Mas Natsumin não admitiria que estava fraca. Tentou andar, mas sua cabeça girava muito rápido e não percebeu que seu corpo cambaleava. À sua frente só havia breu e...
— Ei, Natsumin...— Castiel estava de pé e pôs uma das mãos na barriga dela e a outra nas costas dela, equilibrando o corpo da menina, como se fosse uma boneca de porcelana. — Vai com calma.
— Estou bem, pode me soltar. — ela começou a andar, irritada com o fato de Castiel estar nesses últimos minutos fazendo a droga da questão de tocá-la. E, ainda mais irritada com o fato de o lugar em que ele a tocava queimar como fogo!
Nesse momento, ela pisou em falso e seu pé entrou num grande buraco na areia e a garota caiu para o lado da perna afundada, sujando toda a lateral direita do corpo de areia. Convencida de que estava errada, ela debochou de si própria, levantando um dos braços como se fosse maestro de uma orquestra, esperando a deixa para Castiel começar a rir novamente.
Mas não aconteceu.
— Mas que diabos, como você é teimosa. — o ruivo aproximou-se rapidamente e ajoelhou-se ao lado dela, retirando sua perna do buraco com uma delicadeza que nunca a menina imaginaria que viria dele. Depois, pegou-a pela cintura e a ajudou a se levantar, apoiando um dos braços dela em sua nuca, enquanto passava o seu pela cintura dela de modo a guia-la até a cabana onde todos esperavam-nos.
***
Armin estava sentado na cadeira da bancada da cozinha que mais parecia um bar com bancos/cadeiras altos e a bancada de mármore escuro, quase preto sobre os tijolos pintados de cor de barro mais escuro. Os olhos azuis estavam fixos na imagem através da janela da cozinha, ele tomava café puro, apesar de odiar, mas tinha que fazer algo para acabar com aquela ressaca. O pior do que lembrar que Natsumin saiu com o ruivo à noite é perceber que já era manhã e eles não voltaram. Armin não queria nem mesmo imaginar o que ele poderia ter feito à ela durante toda a noite. E uma Natsumin bêbada ainda.
— Nats já está em casa? — Alexy acordou, desenrolando-se dos cobertores que armara no chão e soltando um leve bocejo que contagiou o irmão e o fez bocejar também.
— Não voltou ainda. — Armin tinha a voz baixa, cansada e preocupada. Ansiava por ver os cabelos negros dela em algum lugar acima da areia do lado de fora.
— Ah, não fica assim, irmão, quer um abraço? — Alexy levantou-se e caminhou em direção ao irmão. Tinha um largo sorriso no rosto e Armin jurava que queria tirar aquele sorriso com um soco. — A gente conhece a Nat. Ela nunca iria fazer nada com o ruivo.
— Quando eu a beijei no colégio, na segunda vez, o ruivo viu. — Armin pronunciou com a voz triste.
— E? — Alexy não entendia a ligação daquilo com a situação. Levantou as sobrancelhas e arregalou os olhos, como uma criança ansiando o final da história.
— E então ela correu atrás dele. — Armin levantou o rosto para ver a mudança de expressão do irmão, que desfez o sorriso no rosto.
— Tenho uma coisa muito especial para te fazer feliz. — Alexy ressaltou, sentando-se no banco ao lado de Armin.
— Se for um abraço, nem vem. — o menino indagava-se onde havia colocado seu psp, mas lembrou-se que a droga da bateria tinha acabado.
— Não é um abraço. — Alexy falou como se a resposta fosse óbvia.
— O que é então? — Armin finalmente mostrou-se curioso. Poderia ser algo relacionado a Natsumin, ou, quem sabe, um jogo novo. Que não fosse futebol, é claro. Ele preferia outros tipos de jogos.
— Um Super abraço! — Alexy abraçou-o mesmo contra sua vontade.
***
Ainda sinto seu cheiro
Na malha macia.
Ainda lembro teu rosto
Sob o luar.
Mulher de alma fraquejada
E coração dolorido
Queria por uma noite
Ter aproveitado o ocorrido.
Antes de deixa-la partir
Para o horizonte.
Lysandre encarou o poema por alguns segundos. Levantou o rosto para a janela, procurando por algum sinal que ele saberia que não viria. Era tolice, afinal. Pensar demais em alguém que viu uma única vez na vida. Era uma lembrança e nada mais. E aquele poema não significava nada além de sua experiência nesse verão. Aquela noite que valeu por muitas outras. Sabia que havia cometido um erro. O de não correr atrás dela. Mas Lysandre não podia sustentar uma ilusão que adquirira em tão pouco tempo.
Levantou-se do sofá de couro da sala, onde dormira, ou melhor, fingiu dormir. Fechou o bloco de anotações, agora com dez novas poesias que escrevera durante a noite. Com essa em sua mão, onze. Encontrou, perdida em seus bolsos, a música que escrevera antes de tudo acontecer por ontem. Colocou-a dentro do bloco e subiu as escadas em direção à área onde estava sua mala. Iriam embora hoje e Lysandre já queria arrumar tudo logo. Sabia que a maioria deixaria tudo para cima da hora, portanto deixou bilhetes em cada porta. No quarto das garotas, no quarto de Ambre com as amigas e distribuiu mais alguns pela sala, onde dormiam os rapazes. O motorista chegaria logo depois do almoço e não esperaria. Se não fosse rápidos, seriam deixados para trás.
***
— A órfãzinha ainda está lá fora com o Castiel. — Ambre comprimia os lábios enquanto grudava o rosto na janela do quarto. Cruzou os braços e sentou-se na cama, esperando que alguém a completasse, ou, quem sabe, elogiasse seu comentário. Mas as três idiotas a ignoraram. — Eu disse...
— A gente te ouviu, Ambre. — Iris levantou as sobrancelhas naturalmente ruivas e olhou para a garota com reprovação, enquanto guardava suas roupas na mala. — Só não aceitamos que chame a Natsumin disso. — a menina sentiu receio depois do que falou. Não era bom desafiar Ambre. Nunca.
— Você concorda, Melody? — Ambre deu seu melhor sorriso de cobra, olhando a mala cor de rosa já feita sobre a cama e depois, finalmente encarando as órbitas azuis de Melody.
— Hm? O-oque? — Melody não entendia aonde a garota queria chegar. Não faria como Iris, contrastando-a, porque além de ter medo de Ambre, a menina era irmã de Nathaniel e ela precisava conquistar a futura cunhada.
— Concorda ou não? — Ambre estava decidida.
— P-porque a pergunta, Ambre? — Melody indagou e terminou de fechar a mala. Estava pronta para partir.
— Porque você deveria concordar. — Ambre tinha as órbitas verdes como duas grandes bolas de gude opacas e sinistras. Olhos de cobra. — Afinal, não sei se percebeu, mas meu irmão tem uma quedinha por ela.
Melody deixou a mala cair, ainda entreaberta.
Ambre sorriu.
— É mentira, Melody. — Iris contrastou-a novamente e após fechar sua mala, começou a catar as roupas de Melody que caíram no chão. — Nathaniel beijou você ontem, não ela.
Na verdade, Melody o beijou Violette pensou consigo, enquanto terminava de arrumar sua mala quieta. Abriu a porta, tentando fugir daquela confusão e desceu as escadas. Ela havia visto tudo, mas não aprovou muito a ideia de Melody aproveitar o fato de Nathaniel estar bêbado para beija-lo.
Iris terminou sua mala e fez o mesmo que Violette. Melody fechou a sua, e ia fazer o mesmo, mas Ambre segurou seu braço.
— Castiel, Nathaniel... Não acha que essa Natsumin está querendo todos os garotos? — ela sorriu novamente e cruzou as pernas. — Sei que também há algo entre ela e Armin, ou ela e senhor óculos fundo de garrafa. Ainda vou descobrir, mas abre o olho, menininha certinha. Ela é uma cobra e já já vai dar o bote em meu irmão.
Melody franziu o cenho e deu de ombros. Algo em seu interior dizia que Ambre não estava totalmente errada.
***
— Natsumin? — Nathaniel observou a silhueta da menina sendo carregada pelo ruivo aproximar-se da casa. O dia de ontem fora um dia incomum para todos. Ele nunca havia saído dos limites daquela maneira. Mesmo quando fazia muitas besteiras quando mais novo. Ele se lembrou de Iris empurrando Melody para cima dele no corredor e a menina selando os lábios nos seus. Um beijo ingrato, de fato. Melody já havia se declarado várias vezes, havia, inclusive o pedido em namoro, mas ele negou todas as vezes. Não gostava de Melody. Não gostava de seu jeito forçada, da maneira como ela queria sempre parecer certinha para ele, da maneira como sempre quis ser outra pessoa apenas para agradá-lo. Mas, depois que viu Natsumin, todos aqueles pensamentos desapareceram e o fato de ela estar com o ruivo o intrigou seriamente.
— Oi, Nathaniel. — ela deu um sorriso pequeno, mas natural. Não se envergonhava do que fizera na noite anterior. Quando era rebelde fazia coisas piores e simplesmente não ligava para o que iam pensar dela. Ninguém tinha nada a ver com sua vida e mesmo que ela respeitasse Nathaniel e o fato de ele ser o representante de sua turma, não fazia questão de agradá-lo.
Na verdade, não fazia questão de agradar a ninguém. Os únicos a quem ela deveria ter agradado estavam mortos. E ela não tinha como voltar atrás. O fato de pensar neles a trouxe uma angústia, mas Natsumin não se preocupou com a possibilidade de chorar. Sabia que não aconteceria. O coração frio não a permitia chorar.
— Está bem, quer que eu te carregue? — Nathaniel se aproximou da menina, disposto a retirar o braço dela da nuca de Castiel, mas o ruivo foi mais rápido e puxou a garota contra si.
— Ela já está sendo carregada, idiota. — Castiel retrucou com os olhos opacos e, estranhamente em fúria. O que diabos aquele representantezinho medíocre pensava que era?
— Natsumin! — Armin atravessou a porta como um raio e abraçou-a de imediato. Natsumin abraçou-o com um braço apenas, visto que o outro se apoiava em Castiel. — O que você fez com o ruivo?
— Não me chame assim, seu...! — Castiel cerrou o punho, mas Natsumin olhou-o com reprovação.
— Não houve nada, Armin. — ela soltou uma risada, entendendo muito bem o que o menino queria dizer. Reparou que naquele momento Nathaniel corou e Kentin apareceu na porta, abraçando-a rapidamente assim como Armin o tinha feito. — Nossa, meninos, eu só sumi por uma noite! — ela riu e brincou com a situação após Alexy abraça-la também. Só que ele a abraçou e puxou-a dos braços de Castiel, rodopiando Natsumin no ar, fazendo com que seus pés não mais tocassem o chão. Castiel apenas cerrou os punhos, cruzou os braços e calou-se. O olhar negro ficava mais opaco a cada olhar de um garoto à Natsumin. Mas, principalmente, quando Armin ou Nathaniel a olhavam. Armin porque já a beijara e Nathaniel porque era Nathaniel e o fato de ele respirar já o incomodava.
***
A noite chegou rapidamente e ainda não havia nenhum sinal dos motoristas que alugaram. Lysandre andava em círculos, preocupado ao celular, mas, ainda assim, paciente. Castiel fazia juras de morte ao maldito que aparecesse com o carro, afinal estava mais do que atrasado. Meio dia não era meia-noite! Armin mostrava a Natsumin o jogo novo que pretendia comprar pela internet no celular que, só tinha sinal naquele lugar, abaixo do pequeno coqueiro. O rapaz havia guardado aquele lugar com carinho desde que descobrira tal façanha. Alexy revirava as órbitas azuis não aguentando mais ouvir falar em Metal Gear e outros. Não sabia como Natsumin aguentava.
Quando dois pares de faróis apareceram na estrada, todos suspiraram aliviados.
— Tragam as malas e distribuam-se. — Lysandre pediu com calma. — E um de cada vez. — Parecia um grande pai orientando os filhos desorganizados. Melody, Iris e Violette decidiram ir juntas. Chamaram Natsumin, mas ela já havia prometido ir com Armin e Alexy. Nathaniel foi com Ambre no carro das garotas, disposto a se assegurar de que Melody não falaria nada a respeito da noite anterior. Castiel foi o primeiro a entrar no segundo carro, seguido de Lysandre, Kentin, Alexy e Armin.
Miauuuuu
Natsumin havia posto um dos pés para dentro do carro, mas parou assim que ouviu o miado. O filhotinho de gato preto e olhos azuis correu em sua direção, acariciando suas pernas nuas. A menina agachou-se e pegou-o. Percebeu que havia uma fitinha vermelha em seu pescoço e um cartão. Abriu-o.
Eu menti. Ele não era meu. 
A garota voltou os olhos pela escuridão, tentando focalizá-los além da casa de madeira, além dos coqueiros, depois além do mar e da mata. Mas nada. Não havia encontrado nada.
— Vou considerar um pedido de desculpas. — murmurou para si mesma, sorrindo e acariciando o pequeno filhotinho que agora era seu.


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Notas finais do capítulo

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