Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 48
Capítulo Seis - Como incomodar um ruivo contrariado.


Notas iniciais do capítulo

Maratona!♥



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As órbitas azuis de Natsumin pareciam saltar de seu rosto. O coração da menina disparava e ela se esforçava ao máximo para conter o que estava sentindo. Ela não sabia e nem podia definir o que era. Mas sabia que era em relação ao ruivo enigmático que aos poucos se afastava das sombras. A luz da luz iluminou aquele belo rosto, que parecia ter sido esculpido. Castiel era lindo. Estúpido e arrogante. Mas ainda assim...
Não, Não! Ela estava ficando maluca? Como havia se permitido pensar nele daquela maneira?
Natsumin percebeu a distração de Dake. O rapaz havia afrouxado os braços que anteriormente apertavam a menina e, agora, apertava os olhos para tentar distinguir a figura de Castiel que se apresentava à luz das estrelas.
Natsumin estreitou os olhos e focalizou-os nas mãos do ruivo. Ele segurava seu caderno com suas composições. A garota não pôde conter a adrenalina que se espalhava em seu corpo. Castiel? Castiel estava com suas composições? Será que ele as leu?
Ela preferia morrer a ver Castiel lendo tudo o que ela sentia.
Rapidamente, Natsumin aproveitou-se da distração de Dake e, antes que Castiel chegasse ao encontro dos dois, ela livrou-se dos braços do rapaz com toda a força que tinha, em seguida chutou com força a canela bronzeada dele.
—Au! — Dake gritou, agachando-se enquanto segurava a canela dolorida entre os braços.
Natsumin ignorou Dake e abaixou-se séria, pegando a bolsa de couro que havia caído na areia. Em seguida, direcionou-se à Castiel para recuperar suas composições.
Quando esteve próxima o bastante para ver seu rosto, percebeu o olhar mortal do ruivo.
— Quem você pensa que é? — Dake a interrompeu, antes que a garota pudesse confrontar Castiel. E, antes que Natsumin pudesse perceber, o australiano já estava às suas costas.
— Alguém que detesta pessoas como você. — Natsumin respondeu, focalizando sem temor os olhos azuis nas órbitas verdes de Dake.
— E quem você pensa que é para falar com ela desse jeito? — Castiel pôs-se à frente de Natsumin, posicionando-se entre a garota e Dake. Iria impedi-lo de tocar um dedo sequer nela. E, se ele o fizesse, Castiel não hesitaria em estragar aquele rosto bronzeado dele. As sobrancelhas fortemente arqueadas e os punhos fechados denunciavam sua fúria.
— Eu sei me defender sozinha. — Natsumin puxou Castiel para trás, posicionando-se novamente à frente do ruivo e de frente para Dake.
— Eu estava falando com você, ruivo. — Dake abriu seu melhor sorriso de tubarão. Queria mostrar para aquele ruivo que não se importava com a presença dele ali. — Por que está se metendo?
— Porque você está precisando levar um belo soco na cara. — Castiel respondeu rispidamente e Natsumin pôde perceber seus olhos negros tornarem-se opacos em meio à fúria. O ruivo deu um passo à frente, apertando com força os dedos dentro do punho fechado.
— Nossa, um ruivo nada educado. — Dake provocou. — Por um acaso ele é seu namorado? — indagou, concentrando novamente os olhos em Natsumin.
— Sim.
— Não.
Castiel e Natsumin responderam juntos, respectivamente.
— Acho que você perdeu, ruivo. — Dake provocou novamente. — Ela disse que não. — o loiro puxou Natsumin pela cintura, juntando o corpo dela ao dele. Natsumin observou os dedos de Castiel pressionarem com força a capa de seu caderno, a ponto de ficarem vermelhos.
— Já falei para me soltar. — Natsumin empurrou Dake para trás. — Não sou namorada dele, mas ele é meu amigo. — ela respondeu, observando a tensão no ruivo diminuir.
— Se encostar nela mais uma vez, eu acabo com você. — Castiel ameaçou, puxando Natsumin pelo pulso para mais perto dele.
Natsumin deu de ombros e segurou com a mão livre, a outra mão de Castiel, a que não segurava seu pulso. Em seguida, direcionou-se à mata, puxando o ruivo e deixando Dake para trás.
— Prefere ficar com esse cara de cabelo vermelho do que comigo? — Dake, insistente, puxou novamente Natsumin pela cintura.
— Não ouviu o que eu disse? — Castiel rapidamente largou o pulso de Natsumin e segurou com uma das mãos o pescoço de Dake. A outra, ainda segurava as composições de Natsumin.
— Solte-o, Castiel. — Natsumin pediu com o olhar sério.
Dake direcionou os olhos verdes para ela. Estava ficando sem ar, o ruivo pressionava com força seu pescoço.
Pela primeira vez, Castiel ouviu Natsumin com convicção. Em seguida, deu de ombros juntando-se à garota em direção à mata.
***
— Você por um acaso é idiota? — Castiel indagou com a voz baixa e tremendamente séria. Era a primeira vez que realmente conversava com Natsumin depois do... Depois do erro que ele havia cometido naquele beijo.
— O QUE? — Natsumin indagou, furiosa. —O único idiota aqui é você e... — ela olhou suas composições na mão dele. — Dá para me dar isso?
Castiel levantou o braço acima de sua cabeça, impedindo a garota de alcançar suas anotações. Ele não conseguia acreditar. Natsumin havia sido tão... Tão burra! Como ela conseguia ser assim? Deixar que aquele otário pusesse as mãos nela, beijasse aqueles lábios pequenos e dóceis dela, os mesmos lábios que um dia também foram beijados por ele...
Castiel se sentia um completo otário. Não tanto quanto o idiota de pele bronzeada e cabelo loiro. Mas, ainda assim, otário. Otário por não entender porque ainda insistia em ajudar Natsumin, se a garota não significava absolutamente nada para ele? Era óbvio que ela não significava. Natsumin não era diferente, droga! Ela era como as outras garotas. Era linda e talentosa, mas ainda assim, como as outras. Não haveria outra pessoa além de Debrah que pudesse mexer com ele novamente. Ele nunca se permitiu se apaixonar novamente. E não deixaria que isso acontecesse com Natsumin. Ela não o faria se apaixonar. E o que era paixão? Essa droga não existia mais para ele!
E nem precisava. Ele não sentia nada por ela. Nada!
— Toma. — Castiel estendeu o braço, entregando o caderno à menina.
— Nem mesmo quero saber se as leu. — a menina pronunciou, revirando as páginas com letras borradas. Ela sabia que estavam daquela maneira por causa de suas lágrimas estúpidas. Mas Natsumin sabia que havia merecido aquilo. Hoje não era um dia para se comemorar ou compor. Pelo contrário, era o pior dia do ano, depois do dia do acidente. E tudo o que ela deveria estar fazendo era se culpando. E sem chorar. Ela tinha que deixar de ser fraca; Tinha que lidar com aquilo. Com a sua culpa!
Castiel ficou calado. Pelo pouco que conhecia de Natsumin, sabia que a garota pronunciava aquelas palavras mais para si do que para ele.
***
— Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh! Hahahahahahhaha!
Natsumin gritava e ria muito alto. Alexy tinha o sorriso largo no rosto e girava a garota rapidamente. Tão rapidamente que chegou a... Chegou a...
— Alexy?! — Natsumin não sabia se ria ou ajudava o amigo. O garoto tinha as órbitas rosadas perdidas, os cabelos azuis caíam sobre o rosto e seu corpo em questão de segundos já estava jogado em cima da areia. — Seu bobo! — Natsumin havia caído em cima dele. O grota havia ficado tonto rapidamente e, como não era tão forte como os outros garotos, havia perdido o equilíbrio e a noção, segundo Natsumin.
— Não acrediiiito! — Armin tinha as duas mãos sobre o estômago, segurando a risada alta.
— Não ria dele, Armin. — Natsumin prendia o riso, enquanto segurava o rosto de Alexy com as duas mãos. — Está bem, Alexy? — ela indagou, preocupada.
— Você parecia um zumbi de Resident evil! — Armin pronunciou, não contendo o riso. Em seguida, agachou-se ao lado de Natsumin na areia.
— Espera eu ficar melhor... — Alexy confrontou Armin com a voz fraca.
— Vou te trazer água. — Natsumin ofereceu.
— Não precisa, Nats. — Alexy pronunciou, aceitando a ajuda do irmão para se levantar.
— Está melhor? — Natsumin indagou, agora sorrindo novamente.
— To sim. — Alexy respondeu, esfregando os dedos na cabeça azul.
— Natsumin te deu um mortal, Alexy! — Armin sorriu, pondo uma das mãos no ombro da menina.
***
— É interessante. — Lysandre pronunciou, observando ao longe Natsumin com Armin e Alexy. A praia estava calma pela manhã. O vento fraco batia contra as palmeiras, o mar parecia uma piscina, com suas águas cristalinas, de um azul profundo e imenso. O sol iluminava a areia, provocando pequeninas luzes nos cristais que vinham do mar com as conchas e ficavam pela areia branca. Lysandre tinha a mente perdida naquele paraíso tropical. Ele perdia-se rapidamente em seu mundo, podia enxergar uma realidade aleatória, algo que apenas ele conseguia perceber. O rapaz sequer percebeu que havia falado consigo mesmo.
Castiel virou os olhos negros para o amigo de olhos bicolores. Lysandre tinha uma das mãos sob o queixo e o cotovelo apoiado no outro braço, cruzado sobre seu abdômen. Ele conhecia Lysandre o bastante para perceber que o rapaz estava tendo alguma inspiração. Castiel permaneceu calado, sabia que inspirações como aquelas rendiam a Lysandre ótimas composições para a banda.
— Falo com você. — Lysandre ainda tinha os olhos em Natsumin e nos gêmeos e não precisou virá-los para Castiel para o ruivo saber que estava falando com ele.
— O que acha interessante? — Castiel indagou, direcionando os olhos para Natsumin, Armin e Alexy.
— O fato da chegada dela estar mudando você. — Lysandre pronunciou com sinceridade.
— Sou o mesmo. — Castiel pronunciou ríspido.
— Sei que é. — Lysandre pronunciou, dando de ombros. — Viu meu bloco de Notas? — o garoto de cabelos prateados indagou. — Acabei de ter uma inspiração.
— Está na casa. — Castiel murmurou impaciente, sem retirar os olhos de Natsumin. Ele não havia mudado. Havia? Lysandre estava errado desta vez. Debrah nunca o mudaria novamente. Castiel apenas estava ansioso por sua chegada. Pelo telefone, Debrah o havia confiado uma proposta séria. E Castiel precisava agir com maturidade e aceitar. Não podia deixar seu passado com Debrah atrapalhar a carreira que ele teria pela frente. Era um guitarrista. E estava precisando de oportunidades como aquela. Nem Debrah ou Natsumin mudariam sua decisão.
***
— Quem está aí?
Natsumin havia acabado de tomar banho. A menina enxugava as madeixas negras, esfregando a toalha branca com força. A casa estava vazia. Alexy havia saído para comprar biscoitos juntamente com Iris e Brita. Armin e, provavelmente Castiel e Lysandre ainda estavam na praia, juntamente com Nathaniel. E Melody, é claro, provavelmente estava atrás de Nathaniel.
Mas Ambre...
Natsumin franziu o cenho e sorriu. Que Ambre estivesse no inferno. Ela pouco se importava.
Tum pa.
Natsumin parou de mexer nos cabelos, deixando a toalha molhada cair sobre a cama. Havia ouvido passos.


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Notas finais do capítulo

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