Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 41
Capítulo Quarenta - O Tigre Branco e a Pantera Negra


Notas iniciais do capítulo

Olá, meninas, ainda aqui? Que bom ^^
Bom, como prometido, cheguei ao fim da maratona de capítulos até o fim da primeira temporada.
Farei um pequeno Hiatus até voltar e postar a segunda, tenho uma boa programação para ela.
Agradeço à todos que leram até aqui, um autor sem seus leitores não é nada. Espero de todo coração que gostem, essa maratona foi feita com carinho.
Gostaria também que considerassem os capítulos iniciais da primeira temporada que se foi (pequenos, palavras simples e afins). Confesso que quando voltou e os leio, tenho uma ânsia forte de ajusta-los (eu e meu perfeccionismo). Mas não o farei porque sei o valor que tem aquelas palavras, foram feitas com muito carinho em 2012 (ô época boa!)
Boa leitura a todas e muito obrigada! ♥
Até breve!



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Natsumin estava ofegante. Seu peito arfava, sem saber o que realmente havia acontecido.  Bem, saber ela sabia que aquilo havia sido um quase beijo. Sim, quase. Os lábios de Castiel não haviam tocado os dela totalmente. Apenas o canto de sua boca. Um canto que, agora, formigava e ela não sabia dizer por quê. Não deveria estar sentindo aquilo.  Não deveria estar olhando para a porta do quarto dele, como se esperasse que ele a abrisse e viesse terminar o que havia começado. Aquilo era errado, muito errado. E... perigoso.
                                                ***
           Tum tum. Tum tum. Tum tum.
           Castiel havia acabado de fechar a porta do quarto. Ele sentia o coração disparar sob o peito nu. O ruivo se jogou na cama de costas, posicionando ambas as mãos abaixo da nuca. Sua expressão era muito séria, ele mesmo podia sentir as rugas se formarem entre as sobrancelhas arqueadas. Ele não podia acreditar. Não sabia o que havia sido aquilo para Natsumin, mas para ele chegava perto de um beijo. Apesar de não ter sido um.
           Ele sentou-se na cama, passando a mão pelo cabelo ruivo. Ele estava com uma vontade ainda maior de tocar sua composição. Aquela que havia feito para Natsumin. Sem objetivo, é claro, ou sentimento. Foi feita apenas por... para passar o tempo. Isso. Era isso.
           Droga a quem ele estava enganando!?
           Que droga de desejo era aquele que o fazia compor para ela? Não... Calma aí... Quando Natsumin falou da música, ela havia falado do.. .Não! Não podia ser possível! Que diabos aquela garota estava pensando? E como ela ouviu a música?             
           Castiel se sentia ainda mais irritado com Natsumin e consigo mesmo. Ele abriu a porta do quarto, mal sabendo que amor e ódio andavam lado a lado.
                                               ***     
           Natsumin ainda estava no corredor, agora, sentada no chão, observando a porta de Castiel. Sabia que aquilo era perigoso, mas ao mesmo tempo, sabia que ele não abriria a porta e voltaria. E.... por que ela estava pensando aquilo? Castiel era apenas um sínico nato que sabia muito bem como enganar algumas garotas. Nada mais.           
           Quando ela se levantou para entrar novamente no quarto de Guitarras, a porta atrás de si se abriu.
           Natsumin virou a cabeça para trás, arregalando os olhos ao ver a figura de Castiel às suas costas. Pela sua expressão ela podia ver que estava tremendamente irritado com algo. E, olhando para aquele olhar furioso, logo abaixo das sobrancelhas fortemente arqueadas, Natsumin tinha que confessar que não queria nem saber o que era.
           O ruivo aproximou-se rapidamente e Natsumin virou o rosto para direcionar a mão direita à maçaneta. Mas, Castiel foi mais rápido, segurando-a pelo pulso e empurrando-a contra a porta.
            — Qual composição minha você escutou? — o tom de voz dele era alto e ríspido. Natsumin franziu o cenho, irritada com as mudanças de humor repentinas dele. Mas, agora já estava começando a ficar boa naquele jogo de ironias. Apesar da ironia do ruivo ter sido completamente substituída pela ira iminente.
            — A que você tocava esses dias. — Natsumin respondeu de pronto, puxando seu pulso para si, retirando-o do meio dos dedos fortes do ruivo.           
            — Sabe muito bem que toco muitas músicas todos os dias. — o ruivo pressionou a testa contra a dela, prendendo a cabeça de Natsumin entre a porta e ele. A menina não podia se mexer estava se irritando ainda mais por causa disso. Mas, ainda não queria perder o jogo.
            — E pela sua cara, acho que nem preciso responder qual é. — Natsumin pôde perceber que já era tarde demais. Empolgada com o jogo de ironias, a rebelde dentro de Natsumin havia sido cautelosa ao se despertar aos poucos. Mas agora, domada pelo sarcasmo e ironias e com Castiel assim tão próximo, Natsumin sabia muito bem que a rebelde não perderia o momento da aproximação brusca.
             E ainda o aproveitaria.
             — Cante-a. — Castiel ordenou, focalizando os olhos negros nos dela.
             — Me obrigue. — Natsumin empurrou-o para trás, irritada com aquele ruivo sem vergonha e aproveitador. Em seguida, tentou fugir dele pela brecha entre seus braços.
             Mas, Castiel foi mais rápido e cercou-a com os braços fortes, apoiando-os na porta, um em cada lateral dos ombros de Natsumin.
             — Cante-a. — ele repetiu, ainda mais irritado.
             — Não sei cantar. — Natsumin mentiu. Apesar de a rebelde estar se libertando e do fato de Castiel já tê-la visto cantar, ela não estava pronta para liberar aquele talento ingrato. Essa dor, que agora ela sentia no peito, era a dor que a lembrava de seu passado. A dor que a prendia agora, a prendeu no passado e a prenderá para sempre.
             Castiel observou os olhos azuis de Natsumin começarem a lacrimejar. Suas sobrancelhas amenizaram a expressão, afastando-se aos poucos. Sua boca ainda formava uma linha retilínea de seriedade, mas seu olhar já não era mais tão severo.
             Natsumin estava prendendo as lágrimas, mas elas eram incessáveis. Ela não sabia porque, talvez a pressão de Castiel sobre ela, talvez tudo o que estava acontecendo de forma tão repentina...     
             Mas ela sabia que tinha que parecer forte. Ela não conseguiu conter os olhos que começavam a lacrimejar, mas não deixou que uma lágrima sequer ultrapassasse suas órbitas azuladas.
            Natsumin era forte. Castiel podia ver isso agora. Ele não havia pretendido pressioná-la e, apesar de ter parecido desse modo, ela não se abalava. Apesar dos olhos estarem lacrimejando, Natsumin havia acabado de arquear as sobrancelhas, fitando-o nos olhos, como se pudesse mata-lo a qualquer momento. Castiel sentiu um riso formar-se em sua garganta, mas ele não sorriu. Prendeu-o ali. 
            Os dois ficaram se olhando daquele jeito, até que o olhar fissurador de Natsumin, conseguiu fazer o ruivo desviar suas órbitas negras, deixando a cabeça rubra tombar na porta e, exatamente ao lado da cabeça da menina. Natsumin ficou ali, parada, olhando para o teto, enquanto os braços de Castiel estavam posicionados para frente, retos e um pouco acima da cabeça da menina, as mãos ainda apoiadas, uma em cada lado do rosto de Natsumin.

And if you should ever leave me I will crumble
That's just the way I am,

           

            Natsumin sentiu um aperto no peito. Não podia acreditar em seus olhos e seus ouvidos. Castiel estava começando a cantar a música. Os lábios do ruivo estavam voltados pra baixo e Natsumin o via apenas de perfil, visto que a cabeça do ruivo estava tombada com a testa grudada na porta.
   
I hope you never leave me
That is just say

           
             Natsumin deixou-se cantar junto com ele. O ruivo sentiu o coração disparar quando a voz fina, mas ao mesmo tempo aveludada de Natsumin fundiu-se à voz ligeiramente rouca e aveludada dele. A menina sentiu-se da mesma maneira. Não sabia o que estava acontecendo, talvez era a maldita rebelde lembrando-a do que ela era antes. Do que ela fazia, de tudo o que ela mais amava. Natsumin não chorou, apesar de ter sentido vontade.

And if you should ever leave me I will crumble
That's just the way I am,
I hope you never leave me
That is just say


               Os dois cantaram o refrão novamente. Natsumin sentia-se grata por ter compartilhado aquele momento com o ruivo, mas, ao mesmo tempo, diferente. Faltava tão pouco tempo para ela ir embora dali.  Nove dias. Quase uma semana.  A melodia ecoava pelos ouvidos das duas únicas pessoas naquela casa.  Dois corações tinham os batimentos acelerados, a pulsação firme explodindo. Castiel tinha que admitir, pelo menos a si mesmo que a queria. Não sabia de que forma, mas queria.
               Bem como Natsumin, que agora virava o rosto para ele, observando o belo perfil de expressões firmes de Castiel. Os olhos negros eram profundos e alucinantes. A Natsumin rebelde gritava nos ouvidos da menina e ainda dançava para ela, fazendo coraçãozinho com a mão e mandando beijinhos descarados. Mas Natsumin não podia negar que ela estava certa. Não para si mesma.
              — É uma bela música Castiel. — Natsumin murmurou, aproximando o rosto do dele. Castiel levantou a cabeça tombada, pressionando novamente a testa contra a dela.                       
                — Obrigado. — o ruivo murmurou, seu hálito de hortelã acariciava o rosto de Natsumin.
               — Bravo, novato. — Natsumin murmurou, sorrindo, fazendo menção à primeira vez que ela e Castiel se falaram em Sweet Amoris, na sala proibida. Castiel soltou um sorriso baixo, de canto de boca, mas Natsumin pôde ver que seu olhar ainda era sério demais.                         
                 Castiel sabia muito bem o que precisava e queria fazer.
                 Castiel inclinou um pouco a testa, que ainda estava pressionada contra a da menina.  Natsumin sentia o cheiro dele, aquele cheiro do Castiel de sorriso de coiote, o Castiel sarcástico e irônico, incrivelmente bonito, imprevisível e... Bipolar. Um Castiel que a fazia se sentir bem, mesmo quando gritava com ela. Mas, era um Castiel que se preocupava com ela, apesar de tudo. Um Castiel que, apesar de não aparentar, conseguia ser gentil — quando queria, é obvio. Ou melhor, um Castiel que era gentil com ela. Um Castiel que a tirou da chuva, que a levou nos braços, a despiu de suas roupas molhadas, mas que também era teimoso, orgulhoso e, principalmente arrogante. Um arrogante que a salvou no vestiário, a salvou da chuva, gritou com ela quando achava que ela estava errada, não hesitava ao falar a verdade na sua cara. Um arrogante que dançou “slow dancing in a burning room” com ela, que a pôs em seus braços fortes tantas vezes, fazendo-a se sentir mais forte, mais diferente. Um arrogante que, apesar de toda sua algidez e dureza, a fazia se sentir bem quando abria o sorriso de raposa, coiote, tubarão ou qualquer bicho que seja. Um arrogante que parecia sentir ciúme quando a via com outra pessoa, que a viu beijando Armin e, curiosamente, ficou mais frio depois disso. Um arrogante que venceu a maldita aposta e a trouxe para sua casa, que cantava belas músicas e tocava como ninguém. Um arrogante enigmático, repleto de segredos que ninguém conseguiria descobrir. Um arrogante que era um verdadeiro DIAMANTE BRUTO.  Inquebrável, forte, resistente. Um diamante precioso que não podia ser lapidado.
                E não precisava.
                Sua preciosidade estava em sua algidez, sua arrogância, suas voz ríspida, suas mudanças de humor constantes, seu toque...
                Castiel passou a mão pela nuca de Natsumin, puxando o rosto dela para si. Ele pressionou os lábios nos dela— dessa vez, inteiramente— e deixou-os ali. O ruivo fechou os olhos, esperando a resposta da menina que também fechou as órbitas azuis.
                Natsumin sentiu Castiel tocar seus lábios com os dele. Não eram lábios doces. Nem mesmo arrogantes como o dono. Eram lábios simplesmente... Diferentes. Lábios que pareciam sedentos. Mas, Natsumin também estava. A rebelde em si começava a preparar os fogos de artifício.
                Castiel estava mais sério do que nunca. Ela fez um leve movimento nos lábios, abrindo-os e fechando-os levemente sobre os de Natsumin. A menina parecia estatizada, mas deixou os lábios moles para acompanhar os movimentos dos dele. Castiel sentiu que ela havia cedido e que, finalmente era a hora. Ele deslizou a mão que estava na nuca da menina por suas costas, fazendo Natsumin se arrepiar por inteiro. Ele nunca havia sentido algo assim. Esse tipo de desejo parecia insaciável.
                Castiel puxou o corpo de Natsumin para si e a menina deixou-se ser levada por aqueles braços fortes. A rebelde em seu interior começou a berrar de alegria quando a menina passou os braços para cima da nuca de Castiel, deixando-os ali, a acariciar aquele cabelo rubro magnífico.
                Castiel pressionou os lábios nos dela, agora mais profundamente, separando os lábios sobre os dela, agora com um espaço maior. Ele sentiu Natsumin separando os dela também e puxou-a ainda mais para si, de forma que o corpo da menina estivesse inteiramente sobre o seu. Ele cruzou os braços por trás da cintura fina da menina, fechando os lábios lentamente sobre os dela, num beijo lento e apaixonante. Natsumin sentia-se em outra dimensão, domada por sentimentos inexplicáveis, sensações indescritíveis.
                Castiel agora apressava aquele beijo, abrindo novamente os lábios e deixando a língua entrar na boca da menina, encontrar a dela. Natsumin correspondia, sentindo uma necessidade insana de ser explorada por ele. Castiel sentia a necessidade insana de explorá-la. Ele apressou o beijo, apertando ligeiramente os dedos sobre a pele da cintura dela, querendo trazê-la cada vez mais para si. Ele fechou novamente os lábios, suas línguas brincava de esconde-esconde, e ele estava a procura-la. Castiel domava-a aos poucos, Natsumin era como um tigre branco com aqueles olhos azuis. Ele era uma pantera negra.
                Castiel estava rápido, seus lábios se apressavam por ela, queriam alcança-la, apesar de já terem conseguido. Natsumin era tão imprevisível, que Castiel tinha medo de soltá-la e vê-la correr chorando, assim como fez com Armin.
                Armin. Droga.
                Castiel começou a sentir os músculos se tencionarem. Só de pensar naquele moleque, ele sentia ódio. Ela parou o beijo, deixando os lábios em cima dos de Natsumin. Ele abriu os olhos e observou a menina com os olhos fechados. O busto dela subia e descia tão rapidamente quanto o dele, mostrando o nervosimsmo de ambos.
                Que se dane Armin.
                Castiel pensou consigo mesmo, puxando-a novamente, dessa vez mais forte. Ele estava com pegadas bem menos leves e agora, mais rudes, mas, ao mesmo tempo, apaixonantes. Apesar de ter andado com muitos garotos enquanto era rebelde, Natsumin tinha certeza de que nenhum deles se comparava à Castiel.  O ruivo sarcástico tinha um toque inigualável. Natsumin sentia-se bem nos braços dele.
                Eles continuaram a se beijar por um longo tempo. Natsumin acariciava o cabelo do ruivo, cravava os dedos brancos em seu couro cabeludo, enquanto ele a beijava profundamente, como ninguém a havia beijado antes. O beijo durou quase uns dez minutos, sem parar. Um recorde para Natsumin, apesar de não ter sido para o ruivo.   
                Foi Natsumin quem finalizou o beijo, fechando os lábios lentamente sobre os dele. Castiel parecia insaciável, mas Natsumin estava cansada, apesar de não querer sair dos braços dele. Ela podia ouvir os fogos de artifício que a Natsumin rebelde soltava dentro de si e sorriu. Castiel abriu um sorriso, diferente de todos os sorrisos que ele havia dado antes. Natsumin agarrou a nuca dele, puxando-o para um abraço demorado. Ela tinha que confessar que estava com um pouco de medo de olhar nos olhos negros dele. O que havia sido aquilo? Aquele beijo? Seus lábios estavam doloridos, mas a Natsumin rebelde era tão insaciável quanto o ruivo. Beija, beija, beija mais! Ela gritava no ouvido de Natsumin.                         
That's just the way I am,
I hope you never leave me
                Natsumin cantarolou no ouvido do ruivo. Ele acariciou a bochecha dele com a sua, que estava quente e ruborizada. Não sabia o que dizer, por isso havia cantado. O ruivo a abraçou forte, cruzando os braços sobre sua coluna. Natsumin estava feliz. Pelo menos por dez minutos.
                — Castiel... — Natsumin pronunciou no ouvido dele, fazendo o coração do ruivo saltar do peito, ansiando por mais um beijo.
                O ruivo ficou em silêncio, esperando-a falar.
                — Você é um Diamante Bruto. — ela murmurou, sorrindo.
                Castiel não pôde se conter. Ele continuou abraçado com ela, mas apertou-a ainda mais, afastando a cabeça para trás, a fim de poder incliná-la para a dela. Seus lábios se inclinaram sobre os dela, prontos para explorá-la pela segunda vez.
                Mas, o celular tocou no bolso de Castiel.
                Irritado, o ruivo retirou o aparelho do bolso da calça de moletom. Estava pronto para desliga-lo, quando viu que o nome na tela era de Lysandre.
                — Fala. — Castiel murmurou, irritado. Natsumin deixou escapar um sorriso nervoso, deixando a cabeça tombar sobre o peito dele.
                — Ela voltou. — Lysandre murmurou do outro lado da linha. — E está à sua procura.
                Castiel soltou o celular de suas mãos. Seus olhos tornaram-se opacos e a boca, que sorria, formou uma linha retilínea e monótona. A noite havia sido longa o suficiente. Aquilo não podia ser verdade.


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Notas finais do capítulo

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