Diamante Bruto escrita por Natsumin


Capítulo 24
Capítulo Vinte e três - O Vencedor


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/550248/chapter/24

“Talvez você seja um Diamante.
Sei que é inlapidável, é um Diamante Bruto.
Mas por que não consigo te tirar da minha cabeça?
Por que lembrar o seu sorriso também me faz feliz?
Sim você é um Diamante Bruto. O meu Diamante Bruto. E eu gosto de você assim.”

      Natsumin amassou o pedaço de papel e jogou-o na lixeira do quarto.  Eram seis horas da manhã e o céu ainda estava um pouco escuro.  Mas ela não conseguia dormir. Sua cabeça explodia e seu cérebro teimava em bombardeá-la com lembranças de um certo ruivo ignorante.  Ela não acreditava no que via. Não era possível. Ele era o seu Diamante Bruto. Sim, Castiel. Castiel era inlapidável. E ela não conseguia parar de pensar nele desde o aniversário da Melody. Por que em um momento Castiel parecia estar tão longe, enquanto estava tão perto fisicamente? E por que pareceu estar tão perto quando estava, na verdade, partindo?
      Sempre que Natsumin pensava demais em algo, ela escrevia uma canção. E, agora, mesmo cedo, ela precisava disso. Precisava escrever. Era uma música doce, que ela mesma gostava de cantar para si— mesmo que bem baixinho— antes de dormir. Era uma canção sobre... Castiel.
     Natsumin agachou-se do lado da lixeira e pegou novamente a folha amassada. Desamassou-a e leu novamente o pequeno trecho, cantando-o. Ela não gostava de Castiel. Havia prometido a si mesma que não amaria e não se deixaria ser amada. Mas, agora, mesmo que por uma fração de segundo, ela pensou se, realmente, fechar-se para o amor valeria a pena.
     Natsumin pensou que sim. E ela não voltaria atrás. Ela amassou novamente o papel e jogou-o na lixeira. Ela não gostava de Castiel. Não mesmo. Tinha que parar de se indagar esse tipo de coisa. Ele era um arrogante e traidor que sabia muito bem como magoar as pessoas.
      Natsumin deixou-se cair ao pé da cama, sentando-se no carpete lilás do quarto.
      Mas Castiel não era uma pessoa má. Ela podia ver isso no fundo dos olhos negros dele. Eram olhos sinceros. E, se Castiel fosse tão ruim quanto falavam, não a teria ajudado tantas vezes.
      Toc.
      Natsumin virou-se para trás de supetão. Haviam atirado uma pedra na janela dela. Ela agachou-se, engatinhando até a janela, procurando não ser atingida. Embora a pedra batesse na janela fechada, a outra estava aberta.
      Toc. Toc. Toc. Toc... 
      A pessoa parecia impaciente. Natsumin levantou-se e abriu o vidro da janela, apoiando o busto na janela e colocando a cabeça para fora.
      Seus olhos azuis congelaram na imagem de um ruivo.
      Natsumin sem querer arquejou. 
      Castiel estava sério e tinha as mãos nos bolsos da calça jeans escura. Ele usava tênis converse de couro preto e uma regata preta lisa. Ele cruzou os braços, demonstrando estar impaciente.
      — Feliz em me ver? — ele disse e abriu seu tradicional sorriso de raposa-coiote. Se bem que esse era bem traiçoeiro, então era de raposa.
      — Natsumiiiiiiiin! — Natsumin levou um susto quando a tia gritou do primeiro andar da casa. Raramente sua tia gritava com ela, então era uma notícia muito boa ou muito ruim.
      Ela não respondeu Castiel, descendo correndo as escadas, buscando a tia, que estava na cozinha. Ou... pelo menos deveria estar...
      — Tia? — a garota andou vagarosamente, explorando cada cômodo da casa. Até que encontrou sua madrinha. — O que houve, tia?
      Sua tia, que tinha os cabelos rosados enrolados em um rabo de cavalo alto, estampava um sorriso largo no rosto.
      — Tem um rapaz na porta, Natsumin. — sua tia se encolheu atrás da janela da sala, apontando para um rapaz forte de regata preta. — E... Meu Deus, que rapaz lindo. — a tia colocou a mão nos lábios, que estava separados, formando um “o” que demonstrava sua surpresa.
      Oh. Não.
      Natsumin levantou os olhos, confirmando o que a tia dizia. O mesmo rapaz que a tia achara lindo era o que metralhava sua janela com pedras.   
      — Vai, Natsumin, vai!!! — a tia abriu a porta da frente e empurrou Natsumin porta a fora, fazendo com que ela e Castiel parassem frente a frente. — Oh se eu tivesse dezesseis anos! — Natsumin ruborizou, envergonhada com as palavras da tia. Castiel havia ouvido. Com certeza.
      Ela observou seu sorriso de raposa transformar-se num sorriso satisfeito de coiote. Um sorriso insaciável. Sim. Ele havia ouvido.
      — Só vim aqui para te dizer que você perdeu. — Castiel estava frio como gelo e suas palavras soavam de forma rude. Ele ainda estava com raiva dela.
      — Só terei certeza se Lysandre confirmar. — Natsumin afirmou, tão fria quanto ele.
      — Não acredita na minha palavra? — Castiel parecia ainda mais irritado. Ele odiava quando duvidavam da palavra dele.
      — Acredito. — Natsumin disse com convicção, ainda fria. — Mas quero confirmar com Lysandre. Foi ele quem ficou de olho em você.
      — Você falou para Lysandre ficar de olho em mim? — Castiel parecia realmente surpreso e não havia um sinal sequer de sorriso em seu rosto. Ele passou as duas mãos pela cabeça rubra, balançando os fios lisos. Estava tremendamente irritado.       
      — Sim. — Natsumin continuou.
       — Oiiito horas! — Sua tia cantarolou, de dentro da casa. — Pode deixar o namoro para a escola?
       — Ele não é meu namorado!
       — Não sou o namorado dela.   
       Natsumin e Castiel falaram juntos. Em seguida, um silêncio surgiu e olhos azuis se chocavam com os olhos negros do ruivo. A tensão era inegável.
       — Te encontro na saída, Castiel. — Natsumin afirmou, direcionando-se à porta. — Se Lysandre confirmar, eu preparo as malas.
       Castiel não respondeu. Simplesmente deu de ombros e andou em direção à rua.
                                                              ***                                                             
       — Lysandre? — Natsumin pôs a mão no ombro do rapaz de cabelos brancos e sorriu quando ele se virou para ela. — Eu vim falar com você.
       — Eu sei. — Lysandre abriu um sorriso pequeno, sem mostrar os dentes. — Afinal, não teria e chamado se não tivesse nada para falar comigo.
       — Até que faz sentido. — Natsumin sorriu. — Sabe por que estou aqui?
       — Para a escola.
       Natsumin ia sorrir, mas quando viu que o rapaz estava sério, engoliu o riso.
       — Não se lembra do que falei com você?
       — Eu me esqueci. — Lysandre passou a mão pelo cabelo prateado.
       — Não o observou? — Natsumin indagou.
       — Visto que me esqueci, assim como já falei... Sim, não o observei. Não em lugares em que não estivesse presente com ele. — Lysandre direcionou os belos olhos bicolores para ela. — Me desculpe.             
        — Não, tudo bem. — Natsumin aceitou. Ela já desconfiava que Lysandre era um pouco cabeça de vento. — Mas enquanto você estava perto, não houve nada demais?
       — Não. — ele disse com convicção, abrindo mais uma vez um sorriso sem mostrar os dentes.
       Droga. Natsumin não conseguiu conter a careta que fazia naquele momento. Ela poderia jurar que Castiel iria estourar em algum momento. Então era por isso que ele estava frio demais. Deveria estar contendo toda a raiva que estava sentindo. Por isso só vivia de mau humor.
       — Está fazendo uma cara bem engraçada, Natsumin, tenho que admitir. — Lysandre mostrou agora um pouco dos dentes brancos enquanto sorria.
       Natsumin nem havia percebido, mas sua expressão congelara em um biquinho de desaprovação e suas sobrancelhas estavam arqueadas, praticamente se juntando. E ela estava de braços cruzados.
       — Me desculpe. — Natsumin pronunciou, enquanto descruzava os braços.
        — Tudo bem. — Lysandre sorriu novamente. — Eu até que gostei.
        Natsumin ruborizou e sorriu.
        — Vou procura-lo. — ela pronunciou, apontando para trás.
        Lysandre não disse mais nada.
        Assim que virou para trás a fim de procurar o ruivo, Natsumin bateu com o nariz em um peito forte e rígido. Como que por reflexo, suas mãos encontravam-se apoiadas em um abdômen bem definido.
        — Está com tanta pressa assim para me ver? — Castiel tinha o sorriso de coiote faminto no rosto. — Vamos, a aula acabou. E minha casa está a sua espera.
        — Espera. — Natsumin pediu, enquanto se colocava na frente dele, a fim de observar seus olhos. — Você mora sozinho?
        Castiel abriu novamente o sorriso de coiote.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, recomendem, favoritem e deixem seu comentário! É muito importante! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diamante Bruto" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.