Don't you dare steal my territory. escrita por Silent Scream


Capítulo 31
A verdadeira história de Rachel.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem se eu demorei meus amores, mas está aí mais um capítulo pra vcs....
Não esqueçam "My biggest secret is to love you" leiam ;)
Bom cap.



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Quando vi aquilo acontecer, fiquei incrédula, tão pasma que minhas muletas caíram, minha bolsa, meu cérebro, meu pâncreas e eu.

Fiquei de joelhos no chão e comecei a chorar como uma criança de cinco anos. Droga! Minha perna...ai, ai, ai, que dor! Me levantei com muito esforço e fui até ele como um cadeirante que voltou a andar com uma notícia (ta é mentira, eu fui com as muletas mesmo).

– Ok, eu estou sonhando né? Agora vou fechar os olhos, vou abrir e vai ser tudo da minha cabeça. – Fechei e esfreguei os olhos com força, quando abri, vi um Jason com uma cara de confuso querendo rir mas não conseguindo. – Eu não acredito, você acordou mesmo! – Não pude pensar em outra coisa a não ser abraça-lo, chorar, babar, sorrir, gritar, espernear, pular, dançar de tanta felicidade (tire dessa frase apenas as coisas que eu não posso fazer com as pernas).

– Que bom que está aqui comigo. – Colocou sua mão no meu rosto com as forças que tinha e eu a segurei.

– Senti saudades. – Voltei a chorar como um bebê sem dono. Bom, basicamente eu sou isso...

Deitei na cama ao seu lado, e fiquei abraçada nele. Quando ele fez uma careta, vi que devia parar de aperta-lo. Mas é que isso é tão inacreditável!

– Você está bem, precisa de alguma coisa? Água? Suco? Remédio? Chocolate? Pão? Ou médico? Está doendo muito? Não faça movimentos bruscos! Fique aí deitadinho enquanto eu chamo seus pais, uma enfermeira, o batman, o superman, o homem aranha... – Eu estava meio que delirando e Jason me cortou.

– Calma abelhinha, eu estou bem, só um pouco cansado, acho que ainda não será necessário o resto do comboio, apesar de que ter metade dos super-heróis no meu quarto seria legal... – Que fofo, até quase morrendo tem um ótimo humor.

– Tudo bem, apenas chamarei os seus pais então. – Peguei o telefone com as mãos tremendo e impaciente quando os pais dele entraram no quarto. Acho que é transmissão de pensamento, depois dessa não vou dormir à noite.

– Filho, não posso acreditar! Você acordou! Que felicidade! Acho que estou sonhando! – Quase gritou a senhorita Deise (esse é aquele momento “ui metida, chamou ela de senhorita só para ganhar pontinhos?” Não faria muito sentido já que eu estou apenas pensando isso...). Quero biscoito.

– Opa, opa, opa senhorita, nada de chegar perto! Não ultrapasse esta linha. Ele arressem acordou! Muita calma nessa hora, não tem abraços agora! Se afaste pessoa imprudente. – Disse e me posicionei com os braços abertos na sua frente. Ela fez uma cara de brava mas logo suavizou.

– Jason, você arrumou uma namorada muito possessiva, livre-se dela! – Falou Deise olhando para Jason e apontando para mim.

– Acho que a única ciumenta aqui é você amor. – Disse Roger passando o braço em volta de sua cintura.

– EI! – Disse eu e Deise Juntas. Eu olhando para ela, e ela para Roger. Roger e Jason deram uma risadinha.

– Espera, eu tenho um namorado e não sabia? - Perguntei olhando para o teto, porque ele é muito sedutor.

– Como assim querida? Vocês já namoram faz tempo! Ou será que está me escondendo alguma coisa mocinha? – Falou Deise com um olhar vitorioso. Eu fiquei constrangida e comecei a mexer com os dedos freneticamente como se estivessem dançando a dança da enroscadinha.

– Jason, sua mãe está me assustando... – Falei baixinho e ele soltou outra risadinha.

– Mãe, pare de mexer com ela e vá comprar comida pra mim. – Ela apenas assentiu, me fitou com um sorriso malicioso e saiu gargalhando com Roger ao seu lado pelo corredor. Malévola é você?

– Ei, sabe, eu ainda quero que você me conte a SUA história, podia ser agora né? – Disse Jason baixinho e olhando para mim.

– Sério? Mas é muita coisa! Tenha piedade de mim! – Disse eu deixando meu corpo cair sobre a poltrona.

– Sim, sério. Aconteceu tanta coisa e tão rápido que eu fiquei curioso sobre quem realmente é a garota que está na minha frente agora. – Flou ficando com o rosto mais tenso e parecia temeroso quanto a saber de mim. Mas que se dane, se ele quer ouvir a verdade, então que a verdade seja dita.

– Tecnicamente, estou do seu lado, não na sua frente...

– Rachel...

– Tudo bem, só deixa eu pensar em como vou dizer isso. – Suspirei e comecei a encarar o teto para entrar no clima do falshback.

~Flashback modo on~

“Bom, quando eu era pequena, morava com meus pais e meus tios por parte de mãe.

Tecnicamente, eu tinha a família perfeita e eu era a filha perfeita. Eu sempre fui muito desejada pelos meus pais antes de eu nascer, e quando nasci, era mimada e as pessoas ao meu redor me amavam. Nunca brigávamos, sempre éramos unidos e eu adorava brincar com meus pais.

Caroline, era filha dos meus tios. Seu pai não passava de um bêbado e sua mãe de uma drogada. Tecnicamente, meus pais que tinham que lidar com eles, e sempre os tirar de confusões, brigas e pagar suas dívidas por aí. Meu pai nunca concordou com isso, e queria tira-los de lá, mas como minha tia era irmã da minha mãe, e a minha tia sempre a ajudou com a mãe dela, que a batia muito, se sentia na obrigação de cuidar dela (se achou confuso, lê mais umas dez vezes até entender).

Bom, Caroline, nasceu de uma gravidez horrorosa, e seus pais nunca a quiseram, na real, não se sabe se ele era mesmo o pai dela ou se a mãe o traiu com vários outros, mas enfim. Caroline tinha uma vida detestável. Seus pais estavam sempre brigando, o pai dela batia nela, a mãe nunca estava em casa e quando estava, só se ouvia gritos, coisas quebrando...

Morávamos no mesmo terreno, porém em casas diferentes. Toda vez que acontecia alguma coisa, Caroline corria para a minha casa e ficava lá comigo.

Ela era 5 anos mais velha que eu, então enquanto eu tinha 5 anos, ela tinha 10...

Ela sempre pareceu ser minha amiga, apesar de que parecia uma pessoa estranha, quando acontecia as coisas na sua casa, ela não voltava chorando e sim com raiva. Quando chegava na minha casa, sua raiva parecia aumentar, se sentia incomodada com alguma coisa e saia porta a fora.

Eu era uma garota bobinha e ingênua, que ficava brincando de casinha e bonecas enquanto Caroline ficava escrevendo algo em um caderno. Seu olhar era frio, e continha muita raiva. Mas é obvio que eu não ia perceber isso né.

Depois de um tempo, ela começou a me maltratar. Quando brincávamos no jardim, ela me jogava pedras, quando estávamos na casinha da árvore, tentava me derrubar. Eu sempre saia chorando e corria para os meus pais. Mas as famílias perfeitas acham que é tudo perfeito, então quando eu ia chorando e reclamando para os meus pais eles diziam “Chega Katie, pare de fingir que está chorando só para prejudicar a Caroline, ela é uma boa menina, então seja uma também”.

Eu tinha cinco anos de idade, e esses eram os conselhos que recebia dos meus pais.

Meus pais começaram a achar que eu tinha mudado e que tinha virado uma garota ruim. Começaram também a me deixar de castigo no quarto e a brigar comigo. Eu era a má e a Caroline era a boazinha. Eu fazia coisas ruins e ela boas.

Ainda assim, eu amava muito meus pais, e eles também me amavam apesar de eu ser a “garota má”.

Quando eu tinha dez anos e Caroline quinze, que a minha vida mudou por completo.

Era uma noite de verão escaldante, e estávamos eu e meus pais no jardim, comendo melancia e fazendo brincadeirinhas. Meus pais já não me achavam mais a garota má, porque quando as coisas aconteciam, eu não recorria mais a eles, simplesmente ficava quieta no meu canto. Digamos que voltamos a ser a família “feliz” apesar de que eu estava sempre com medo, e eu não era realmente feliz.

Estávamos lá rindo e fazendo brincadeirinhas quando Caroline chegou do meu lado e começou “Ei, será que vocês poderiam comprar um pote de sorvete naquele mercado que eu gosto? É que estou com muita vontade” eles responderam “Claro, você quer ir junto?” e ela respondeu “Não posso ir ao mercado, seria o meu fim. Eles riram porque acharam que ela estava dizendo aquilo porque ela iria morrer do vontade de comprar as coisas no mercado e não aguentaria. Foi então que eu uma garota de DEZ ANOS, tentou impedi-los de sair naquele dia, porque eu estava temerosa. “ Pai, mãe, quero que vocês fiquem aqui comigo, não vá na conversa dela!”. Eles se levantaram, caminharam até mim, e grudaram os dedos na minha cara em um belo tapa “Já estamos cansados do seu ciúme Katie, nós vamos ir você querendo ou não, onde já se viu uma garota de dez anos querendo mandar na gente! Não começa com aquele mimimi de novo, achei que você tinha cansado e desistido, mas eu estava enganada! Vamos querido, comprar o sorvete para Caroline”.

Quando eles pegaram o carro e saíram, Caroline me pegou pelo pescoço e depois se aproximou do meu ouvido e disse “Acabou pra você Katie, quero ver o que vai fazer agora”. Caí de joelhos e fiquei em choque, tudo que eu conseguia fazer era andar de um lado para o outro e chorar desesperadamente.

Corri para dentro de casa, Caroline não estava lá, corri para a casa dela, também não estava lá.

Voltei para o pátio e fiquei esperando eles voltarem, mas nada aconteceu, e ninguém voltou. Ouvi uma sirene e congelei. Quando percebi que havia um carro da polícia na frente da casa entrei em pânico.

Eles vieram até mim com cutela e disseram “Tudo bem querida, você sabe quem os matou?” Agora me diga, isso é coisa que se diga para uma criança? Me diga se for porque eu acho que não! Sussurrei um “Caroline” e eles se entreolharam. Uma mulher perguntou se eu estava bem. Nossa claro, eu estava muito bem sabendo que meus pais haviam sido assassinados. Pois é, foram, uns homens sentaram ao meu lado e me explicaram a situação. Eu só conseguia chorar sem parar e sussurrar “Caroline”. Eles ficavam me perguntando quem era Caroline mas eu não conseguia dizer nada. Outro homem apareceu e disse “vamos revistar a casa, precisamos achar culpados”.

Foi então que o homem saiu da casa e caminhou na minha direção. Perguntou meu nome e eu respondi “Katie”, o homem fez uma cara de surpresa e choque ao mesmo tempo e começou a sussurrar coisas nos ouvidos de outros policiais. Fiquei sem entender nada até que ele mostrou o que tinha nas costas em suas mãos. Um caderno, o de Caroline. E quando ele mostrou o que estava escrito, havia meu nome em todas as páginas e descrições de como eu iria matar meus próprios pais.

A mulher me disse que depois que eu fosse ao enterro de meus pais, eu seria levada a algum lugar. Eu não sabia o que eles queriam dizer com “sanatório” então fiquei sem intender.

Dito e feito, fui ao enterro de meus pais e depois fui levada ao tal sanatório. Aos dez anos de idade fui considerada uma louca psicopata. Claro tudo normal, isso é os EUA não é mesmo?

Quando fui para aquele lugar e descobri o que era, fiquei literalmente louca. Na verdade verdadeira eu ficava isolada no meu quarto e no escuro, as pessoas que trabalhavam lá colocavam minha comida por uma janelinha porque como diziam, eu era “perigosa”.

A raiva começou a tomar conta de mim, dia após dia, e depois de dois anos, eu havia me tornado uma pessoa raivosa, fria e estava decidida a sair daquele lugar. Eu não aguentava mais aquilo. Eu não cresci, não tive uma vida normal, e era considerada uma psicopata injustamente.

Bom, quando esse dia chegou, eu fugi mesmo, não vou dar detalhes porque levaria muito tempo. Eu queria matar os pais de Caroline, sim, eu queria uma vingança por ela ter tirado o que eu mais amava nesse mundo. Aqueles pais imperfeitos que mesmo com seus defeitos me amavam mais do que tudo. Foi então, que quando eu fugi, fui até a minha antiga casa querendo vingança, mesmo não estando preparada pra isso. Porém, quando cheguei e entrei na antiga casa de Caroline, seus pais já haviam sido mortos e estavam jogados no chão. Por mais que eu tivesse mudado, aquilo me chocou, sai correndo e entrei em minha casa. Fiquei um tempo no quarto de meus pais, tinha muitas coisas jogadas no chão. Sentei ao lado da cama deles e fiquei olhando uma foto de minha família, todos juntos. Pelo menos era o que eu achava. Vi que logo ao lado havia uma carta, um pouco amarelada e um pouco antiga. Ali dizia “Suzanne você não pode abandonar seu filho desse jeito, ele não tem culpa da morte de seus pais! Eu não posso ficar com ele pra sempre! Se você não ser uma mãe de verdade e vir busca-lo, eu vou Harry para um orfanato...” Harry? Quem é esse? Eu tenho um irmão e não sabia? O que mais eu não sei dessa droga de família?

Parei na praça da cidade e fiquei lá jogada e chorando. Mas depois de um tempo, umas pessoas apareceram e me levaram em um carro. Eu não saberia o que ia acontecer, mas naquela situação não importava mais nada. Se era pra mim morrer em plenos doze anos, que seja.

Adormeci naquele carro e acordei em um lugar desconhecido, com várias camas e várias crianças envolta. Fiquei sem saber o que havia acontecido, mas logo me liguei que eu havia sido levada a um orfanato.

Quando eu fiz treze anos, fui adotada por um casal de meia idade. Eles tinham um filho chamado David. Era roqueiro, estava sempre com a música alta, ficava tocando guitarra pra me irritar, e definitivamente, eu estar ali o incomodava, ou seja, me odiava. Mas eu estava cansada de pessoas que me odiassem então travamos uma “guerra” e ficávamos fazendo pegadinhas um com o outro, era uma coisa louca. Bom, vocês sabem né, eu virei uma pessoa rebelde, e eu mais do que ninguém estava odiando o fato de ter uma nova família. Não era justo ele se incomodar por eu estar ali, se não foi escolha minha. Eu virei criminosa em meio as nossas competições, fazia corridas ilegais... inclusive foi desse abobrinha que eu consegui aquele carrão. Eu simplesmente não me importava com as consequências dos meus atos. O casal ficava louco com nós dois.

Quando eu fiz catorze anos eu fui obrigada a ir em um acampamento com David, foi aí que começamos a nos entender. Depois disso ficamos cada vez mais próximos, até que eu me apaixonei por ele e as coisas aconteceram. Eu me dava bem com os pais e ele, estava voltando a sentir o amor que eu sentia quando era mais nova. Porém, o que eu não sabia, era que eu estava sendo vigiada, por Caroline.

Ela simplesmente chegou e arrancou novamente as pessoas que eu amava. Tirou de mim a minha primeira paixão e aqueles pais maravilhosos. Conclusão: Voltei ao orfanato. Voltei a me excluir do mundo e voltei a ser a pessoa ruim e sem vida que era. Lá eu praticava luta e as pessoas tinham medo de mim. Eu era finalmente respeitada.

Aquilo também não durou muito tempo, pois fui adotada com quinze anos novamente, pela senhorinha (Tereza), porque ela teve pena de mim, sei lá. Ela me levou pra Nova York e eu decidi que queria um novo começo. Começar tudo do zero novamente. Harry me encontrou e veio morar na casa ao lado. Por mais que eu temesse que Caroline aparecesse de novo, as coisas pareciam ter aliviado.

Bom acho que o resto não será necessário contar né...

Antes que você pergunte : Por que desde o começo você contou como se Tereza fosse sua vó, Harry seu amigo e tudo mais? ... Em minha defesa, eu apenas preferi achar que aquilo era real.”

Acho que não preciso dizer que mudei de nome para me livrar dela né?

Falshback of

– Amanhã eu te conto, apenas descanse... – Terminei de falar e depositei um beijo em sua testa.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado fofinhas, beijão até o próximo cap ;)



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