Capítulo 2 – Willow Motel

A lua já subia no céu, dividindo seu espaço com os últimos raios solares, quando Dean e Sam chegaram ao Willow Motel, aparentemente o único da cidade. Encontraram seu proprietário trancando a porta da frente ao estacionarem o Impala.

“Com licença, senhor”, apressou-se Sam, “gostaríamos de um quarto para passar a noite...”

“Pois vocês deveriam é sair daqui!”, o homem recrutou. “Não sabem que dia é hoje?”

“Sei”, Dean piscou para o irmão, “o dia em que chovem sapos, não é?”

“Se vocês sabem, então por que ainda estão parados aqui?”

Dean engoliu, tentando se controlar para não dar um murro na cara do homem. Já estava cansado daquela piada municipal.

“Veja bem, senhor. Eu e meu irmão viemos de muito longe e estamos cansados. Só queremos alugar um quarto e descansar um pouco. Você vai nos deixar fazer isso ou teremos que obrigá-lo?”

Sam cutucou-o, achando que tinha sido muito duro com o homem. Porém, a leve agressão do irmão tinha funcionado, pois o homem parou e os encarou, incrédulo.

“Qual o seu nome, filho?”

“Dean. E este é meu irmão Sam.”

“OK. Posso ver que vocês não são da cidade. Meu nome é Patrick Lore e sou dono deste motel há mais de vinte anos. Porém, sempre que chega esta noite, tranco tudo e vou me esconder, longe daqui.”

Dean ia voltar a protestar, mas ele continuou.

“Se vocês quiserem mesmo passar a noite no motel, posso deixar a chave com vocês e volto para pegá-la amanhã de manhã.”

Sam sorriu. Adorava o espírito caridoso dos habitantes de cidades pequenas.

“Puxa, muito obrigado, senhor Lore.”

“Mas me escutem”, ele advertiu, separando uma chave grande, meio enferrujada, do chaveiro, que devia conter pelo menos dez chaves penduradas. “Esta é a chave do porão. Se tem certeza de que vão ficar por aqui, sugiro que passem a noite lá dentro. Não é o melhor dos lugares, mas é um pouco mais seguro.”

Dean pegou a chave e segurou-a na frente do rosto, com um sorriso irônico.

“Pode deixar, senhor!”

Patrick continuou encarando-os, porém não havia outro jeito. Se aqueles jovens queriam arriscar suas vidas, bem, paciência. Não havia nada que ele pudesse fazer além de fugir. Voltaria no dia seguinte para consertar o motel e enterrar seus corpos.

Entrou em seu carro e partiu, deixando os irmãos Winchester e seu motel para trás. Sam acenou enquanto o carro se afastava, fazendo uma pergunta ao irmão em voz baixa, quase um sussuro.

“Ei, Dean. Você ainda acha que isso é uma brincadeira?”

Ele franziu o cenho, ponderando a pergunta, repassando em sua mente tudo que haviam ouvido dos moradores da cidade.

“Talvez, mas também não vou arriscar. Ajude-me a pegar as armas no porta-malas do carro.”