White Rose - (Rosa Branca) escrita por Kaah Morganna


Capítulo 12
Capítulo 12 - Lembranças da Dor


Notas iniciais do capítulo

Segue o POV's de Marcos...
Desejo uma boa leitura a todos...
Beijo, Beijo Jersyka Morganna

Música tema do capitulo:

http://www.youtube.com/watch?v=8SbUC-UaAxE




Gente Cliquem apenas nas palavras "Mãe" e "Mansão"



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Música tema do capitulo:

http://www.youtube.com/watch?v=8SbUC-UaAxE




Eu sabia exatamente o que me esperava, então, não pensei duas vezes em entrar pelas portas do fundo, subia as escadas em passos quase silenciosos. Entrei no meu quarto e enfim estava a salvo, tirei a roupa e joguei em cima da cama. Liguei o chuveiro e fiquei embaixo dele por um tempo, sem me mexer,apenas pensando, teria que achar outro lugar para me refugiar, já imaginou os novos moradores da casa chamarem a policia, por ter um estranho com o carro estacionado em frente a casa deles. Não queria nem imaginar o que meu pai diria ao pagar a fiança, ‘ Onde já se viu Marcos? Um Coimbra preso?’ estou pouco me importando com essa droga de nome. Mesmo assim não gostaria de ouvir sermão, principalmente dele...

Terminei de tomar meu banho, meu quarto era uma suite, assim como todos os outros 32 quartos, ‘pra que tudo isso?!’, eu já sabia que ela estaria ali, me esperando, com uma cara não muito boa.

– Bom dia, menino Marcos? – ela disse se virando e separando uma roupa pra mim.

– Bom dia mãe Janice... – disse com um sorriso verdadeiro, quem me conhece sabe que isso é raro.

– Meu filho, você sabe como fico feliz por você me considerar uma mãe, mas a Dianna, sua mãe, ficaria triste demais por ouvir isso... – ela disse colocando as roupas já escolhidas, em cima da cama.

– Quem disse que eu me importo? – alcancei a Box e a vesti por baixo da toalha, ao terminar me livrei da toalha, jogando-a contra a parede.

– Menino Marcos, não magoe sua mãe dessa forma, ela sofre muito com isso...

– Verdade?! Engraçado, quando eu era criança também sofria muito, quando tentava abraça-la e ela me afastava dizendo que eu iria amassar sua roupa ou despentear seu cabelo. – disse já gritando com Janice. Olhei as roupas em cima da cama. – Droga Janice, que roupas são essas? Lembre-me de nunca deixar você mexer em meu guarda roupas...

– Vou preparar seu café, passe na cozinha. – ela saiu sorrindo, por me ver vestindo as roupas que ela escolheu. Já vestia o casaco quando ouvi batidas na porta, sabia quem era.

– Pode entrar...

– Filho?! Onde você dormiu meu filho? Estava tão preocupada... – ele se aproximou em menção de me abraçar.

– Por aí... – disse me afastando. – Eu tenho que ir, o Alberto não vai me deixar entrar, se eu me atrasar.

Desci a escada segurando minha mochila com força, entrei na cozinha e fui inundado pelo cheiro forte do café de Janice. Sentei a mesa que comecei a tomar meu café. É claro que eu me sentia péssimo quando tratava minha mãe daquele jeito, mas não conseguia ser diferente, a lembrança e a dor que está me trazia ainda eram presentes. As feridas, as brigas, as rejeições eu aprendi com cada uma delas.

Poderia ter sido uma criança feliz se o dinheiro não estivesse envolvido. Ah o dinheiro, não podia ser hipócrita ao ponto de dizer que não me era útil, ao contrario, me proporcionou vários prazeres, no entanto, sem duvida alguma viveria sem cada um deles, sem a mansão, o carro, tudo, só pedia de volta pais que me amassem. Chega! Pensei jogando no prato a fatia de pão que me faltava acabar. Não ia ser hoje que Marcos Azevedo Castro Coimbra iria baixar guarda, e se deixar levar por... Como é mesmo que meu pai falava? Ah lembrei “Sentimentos infantis”.

#FlashbackON

– Papai, papai... A mamãe estava chorando? – perguntei ao senhor que estava sentado em sua confortável poltrona, segurando com uma mão o jornal e a outra um copo de uísque.

– O que achas Marcos, não seja inconveniente, sim?! Não está vendo que seu pai lê? – ele respondeu sem sequer tirar os olhos do jornal.

– Desculpa Papai, mas será que se eu a abraçar, ela parará de chorar? – perguntei e ele tirou o jornal da sua frente para me olhar.

– Marcos não se deve dá importância às infantilidades de sua mãe, nunca se deve levar em conta esses sentimentos infantis das mulheres, aprenda. E pare de ficar gritando para lá e para cá ‘papai’ e mamãe’, mais parece uma garotinha, me entendeu? – perguntou arqueando a sobrancelhas.

–Sim... Desculpe-me pai. – sai correndo com lagrimas nos olhos, ainda o ouvi falar a respeito de correr como um delinquente.

Entrei no grande quarto da minha mãe, sua beleza era rara de certa forma, ela estava encostada a cabeceira da cama, seus olhos azuis estavam cristalinos, as lagrimas encharcavam seu belo rosto. Subi em cima da cama e a busquei em um abraço, fui imediatamente afastado. Seus olhos ainda marejados me olhavam com o que parecia ser rancor.

– Não se aproxime de mim, vai me desarrumar toda... – ela tentava se recompor.

– Mamãe... Vim pedir para a senhora não chorar, por que eu te amo, muito. – ele me olhou, e um nó se amarrou a minha garganta.

– Nunca mais diga isso Marcos, nunca mais... Não sabe que tolice é dizer isso a alguém, eu sei, jamais repita isso a alguém, sabe o que te dão em troca? – ela gritava, fiz que não com a cabeça para que ela continuasse – Dor, é isso que te dão em troca... Agora sai do meu quarto, quero ficar sozinha, e... Eu... Te proíbo a entrar nesse quarto sem ser chamado... Agora vá, estou perdendo minha paciência.

Corri assustado em direção à sala de jantar, sentei em baixo da grande mesa que havia ali. Deixem os soluços aparecerem lavados por lagrimas. Escondi meu rosto quando ouvi os passos se aproximar de meu esconderijo.

– Olá meu querido... Por que choras? – a doce voz de Janice me fez abrir os olhos.

– Minha mãe não gosta de mim... – minha voz saiu embargada pelo choro.

– Meu amor, não diga isso... – ela me tomou no colo – venha irei te fazer um chocolate quente, está tão frio lá fora. – segui até a cozinha. Já bebia meu chocolate quente quando pensei em falar algo.

– Janice, eu te... – não, eu não queria a dor que minha mãe falara.

– O que foi meu amor?

– Nada...

#FlashbackOFF

Sai da cozinha, já estava muito atrasado. Corri até meu carro, me surpreendi ao ver meu pai encostado ao meu land rover preto.

– Onde você passou a noite Marcos?

– E isso te importa desde quando? – coloquei as mãos no bolso, sabia que não sairia nem tão cedo.

– Não me responda assim seu moleque, viu sua mãe? O estado que ela estava? Agora me responda, onde esteve?

– Por aí, já disse, acho que estava tão bêbado que mal sabia onde estava... – ri comigo mesmo, por saber que era mentira. Ele se aproximou de mim.

– Seu moleque irresponsável... – o estalo da sua mão em minha face, magoou a ferida que me tinha restado, de lembrança da festa de ontem. Contorci de dor, sua mão era pesada.

– A dose diária já foi dada, posso ir agora? – sorri irônico.

– Escute, se for dormir fora e deixar a todos preocupados, como por exemplo, sua mãe, faça-nos um favor, suma de uma vez.

– Com todo o prazer, papai. – vomitei a ultima palavra.

Dirigi feito um louco à escola, estava tremulo, a dor que crescia em meu peito era irracional. Meu celular vibrou, Leandro.

– Fala... – disse desanimado.

– Brow que desanimo, liguei pra te avisar que vai ter uma festa hoje lá na casa do André.

– Hoje eu não vou, não estou no clima...

– Ah Brow... então tá, mais se mudar de ideia já sabe...

Desliguei o celular e estacionei o carro. A escola estava silenciosa, as aulas já haviam começado, droga, o Alberto não vai me deixar entrar. Entrei sem pedir licença, ouvi murmúrios.

– Bom dia senhor, Coimbra? –Alberto falou.

– Bom dia, Alberto. Como vai sua filha? – respondi, a meu ver, no mesmo tom de voz que ele.

– Bem obrigado. – Alberto pareceu se irritar com meu comentário. – Marcos, quantas vezes tenho que repetir? Você tem que chegar mais cedo!

– Falou professor, na próxima prometo que chego mais cedo. – na próxima prometo fazer meu pai não me dar um tapa.

– Eu já ouvi isso antes... Bem, sente-se, sim?!

Olhei para a minha carteira e quase pulo pra trás quando vejo a invasora, sentada no meu lugar. Não pude deixar de lembrar a noite anterior, tão bela, tão inocente, pena que estava no meu lugar. Infelizmente a lembrança da minha infância, a dor sobre minha pele, somada a ela está sentada no lugar, que ninguém teria coragem de sentar por motivos obvies, me ascendeu à ira. A única coisa que queria era está em paz, e nem isso teria mais. Parei ao seu lado, claramente hesitante a menina me olhou.

– Este é meu lugar! – falei num tom dominador.

– Não há seu nome aqui, há?! – responde em uma voz baixa e forte, que quase me fizeram sorrir. Apontei o dedo a meu nome nas duas carteiras.

– Você pode sentar-se ao meu lado, se quiser... – ela tentou me persuadir. Abaixei-me até meus olhos ficarem na altura dos seus, e falei num sussurro.

– Este é o meu lugar!

– Sinto muito, mas não vou sair... – ela me olhou tentando parecer forte o suficiente para me enfrentar, em uma voz baixa e forte me respondeu. – Há muitos lugares vazios.

– Sente-se, Marcos! – gritou o professor Alberto.

– Se você quiser pode sen...

– Que saco! – a interrompi, bufando e sentando-se ao seu lado. Ficamos sentados em todas as aulas em silencio, houve um momento que não aguentei e a olhei, seus traços delicados eram tão angelicais, percebi que ela me olhava de cato de olho. Imediatamente desviei o olhar. Nossos olhares se encontraram algumas vezes, mas a raiva ainda era presente e ela deve ter notado em minha expressão, pois evitou me olhar durante algum tempo. O sino tocou anunciando o fim das aulas.

Vaguei pela cidade sem rumo, já eram 19:00 da noite quando Leandro me ligou.

– Cara, você não vem? – mal atendi o celular, e lá estava Leandro, histérico.

– Cara, já disse não estou no clima...

– Certo, onde você tá agora?

– Na entrada da cidade, por que?

– Nada cara, só queria saber mesmo... Então eu vou desligar, to me aprontando pra ir.

– Tá, tchau... – Desliguei o celular e apaguei. A luz forte do farol de um carro me acordou. Uma pessoa saia do carro, e vinha em direção ao meu carro. Era uma mulher, Mãe? Ela bateu na janela do carro.

– Filho, abri, por favor... – estava chovendo, e ela já parecia tão fraca. Fiz sinal para ela ir para o outro lado, abri a porta do carro e ela entrou.

– O que você está fazendo aqui? – perguntei assustado. – Leandro...

– Filho, por favor, não se zangue com ele. Eu não queria que dormi-se fora outra noite, venha comigo por favor. – senti algo no meu coração que não me deixou dizer não.

– Eu te sigo. – foi à única coisa que consegui falar. A segui de carro, entrei na mansão, vi meu pai na sala perto da escada.

– Conseguiu encontra-lo enfim.

– Sim, venha filho. – ela me puxou pela mão – Janice lhe preparou algo. – ela sorria, o sorriso era frágil, assim como ela.

– Marcos... – ouvi meu pai me chamar – Você não a deixou preocupada, parabéns. – se afastou.

***

Todos os outros dias eram da mesma forma tediosa, não dormi fora durante todo esse tempo. Isso parecia deixar minha mãe em paz. Estava difícil esse dias para ela, a depressão estava ficando cada vez mais forte.

A escola me animava um pouco, apesar de ter feito a garota, que agora sei se chamar Akyra, se sentar longe de mim, podia vê-la e eu estranhamente gostava disso.

Um dia passava pela rua de sua casa, quando vi uma ambulância, ele estava estacionado em frente a sua casa. Meu coração apertou, tentei ignorar, quando vi Akyra deitada em uma maca comum, inconsciente. Estacionei o carro e sai de dentro a olhando, estava mortificada, não havia um sinal de consciência sequer. Aproximei-me de um homem, que estava abraçava uma mulher loira que chorava, devia ser sua mãe.

– O que houve? – perguntei ao que pensei ser o pai, mas tarde soube que era o namorado da mãe, e que seu pai falecera.

– Ela caiu da escada... Estávamos na sala quando ouvimos um forte barulho e ela estava lá, caída no chão.

O aperto em meu peito aumentou, entrei no carro e segui a ambulância, a mãe já estava lá, impaciente. Fiquei durante um tempo, até ter a coragem de subornar uma enfermeira por uma visita, estava ficando louco. A visitei umas cinco vezes, e na ultima... Bom foi a ultima, ela acordou, me deixando surpreso e assustado, e praticamente me enxotou de lá. Fez menção até daquele otário do Caio, logo dele, meu sangue ferveu... Ciúmes... Era isso que eu sentia? Seja lá o que for não quero descobrir.


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Notas finais do capítulo

Dei Cara aos personagens, então se estiverem a fim de verem como Akyra, Caio, Marcos, aquele senhor estranho, entre outros são....
Copiem e colem este link numa nova Guia :


http://jersykamorganna-official.blogspot.com.br/



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