The New Continent. escrita por Martinato


Capítulo 17
O ressurgimento dos lendários.




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A batalha que parecia perdida agora tomava outras proporções. Os lacaios da Team Universe ficaram boquiabertos no momento em que os reforços chegaram, e assim que notaram que seus Pokémons controlados à força cediam as técnicas dos treinadores, imediatamente começaram a armar seus fuzis presos nos helicópteros. De imediato não pude notar tal comportamento daquela quadrilha, já que travava minha própria batalha contra o Sneasel, mas felizmente, depois de dois movimentos Electabuzz o nocauteou, e com sua imensa força, partiu a coleira negra causadora de tantos infortúnios para aqueles Pokémons.

O que tornara o movimento deles inútil vinha do fato de termos muitos mais olhos no ambiente do que só nas batalhas. Assim que as primeiras munições foram encaixadas nos armamentos, Sabrina liberou seu poderoso Onix, protegendo todos os presentes contra os tiros, já que sua camada de rochas era muito mais densa que os projéteis lançados. —— Acham mesmo que vou deixar que ataquem desse modo covarde? ——  Ponderou a ruiva. Thalles aproveitou a deixa e rapidamente lançou sua Ball para cima, mas antes de seu Pokémon emergir da esfera bicolor, o mancebo olhou para Growlithe e rapidamente para Mapa, calculando uma estratégia de imediato. —— Mapa, use Sunny Day! —— Gritou ele, e a garota olhou para trás, após derrotar o Pokémon que ameaçava seu fire type. —— Entendido! —— Ela assentiu e pediu rapidamente para Growlithe usufruir do movimento, e o canino não tardou em executá-lo.

O dia já estava ensolarado, contudo, algumas nuvens ainda passavam na frente, impedindo que a estrela brilhasse com bastante intensidade no gramado amplo. Growlithe sem hesitar, olhou para cima e proliferou uma esfera avermelhada que atingiu o céu rapidamente, e assim, as nuvens se dissiparam no mesmo instante, tornando o clima mais quente e agradável, já que estávamos num ambiente florestal.

Imediatamente, a orbe de Thalles, depois de rodopiar algumas vezes, liberou um feixe esbranquiçado, dando a imagem de um Pokémon grass, graças a sua imensa folha posta na cabeça. Bayleef saltou no solo e ergueu seu pescoço, sorrindo para os presentes. —— Bey, bey! —— Ela disse, empolgada e pronta para qualquer comando, o obviamente não delongou. —— Bayleef, rápido! Solarbeam nesses helicópteros! —— A Pokémon assentiu e sem tardar, um imenso raio esverdeado emanou em sua boca, e suas folhas também assumiram uma coloração mais chamativa.

Os homens ainda ateavam fogo ineficaz nas costas de Onix. Ele parecia não sentir muito incomodo, mas tanto chumbo direto e simultaneamente uma hora começaria a doer. Felizmente, não prolongariam mais. Bayleef aproveitou uma brecha do imenso corpo rochoso de Onix e assim que achou um espaço para mirar, longe das potentes balas, disparou seu raio em dois dos quatro transportes aéreos. A explosão assustou os Pokémons que estavam outrora a mercê das coleiras, mas todos os treinadores presentes acalmaram-nos, junto de seus parceiros.

A queda dos dois foram rápidas, mas por ironia do destino, antes que o segundo colidisse contra o chão, girando desgovernado, a hélice traseira raspou na hélice principal do terceiro, partindo em dois pedaços, tornando impossível o controle manual ou automático. Sendo assim, mais um caíra de encontro com o solo. —— Boa! —— Exclamou Yash.

Vendo que seus parceiros estavam derrotados, o ultimo e ainda intacto Helicóptero, deu meia volta, sobrevoando para a imensa aeronave da qual ele provavelmente deveria ter saído. Todos comemoramos, mas sabíamos que não poderíamos continuar ali por muito tempo, pois logo viriam mais reforços e consequentemente, mais problemas. —— Vamos dar o fora daqui logo. —— Sugeri. —— Concordo. —— Fredini disse, e agarrando com firmeza, porém, de extremo cuidado, ele apanhou sua bolsa no chão e deixou confortável Mew em seu colo. Todos iam recolher seus Pokémons, quando Honchkrow e Sodowoodo, mesmo machucados, vieram de encontro a nós. Eles queriam nos ajudar, como agradecimento, estava nítido em seus olhos. Tudo por uma boa causa, já que nenhum Pokémon desconhecia a existência de Mew, o que praticamente deu à luz a todos os outros no planeta.

Aceitei a oferta e retornei Electabuzz para sua PokéBall, ele merecia um ótimo descanso. Mapa, Yash e Fredini fizeram o mesmo. Yokota estava prestes a fazer o ato rotineiro, quando percebeu que seu Shinx faiscava ferozmente ainda. Assustado por achar que havia algum problema, ele correu até seu Pokémon, mas Yash segurou seu ombro. —— Calma, apenas olhe a mágica acontecer. —— Sem entender, o asiático mordiscou o lábio um tanto nervoso. —— Que mágica? Ele parece mal... —— Dizia, até se deparar com outro brilho intenso vindo de seu corpo. Seus olhos imediatamente arregalaram, e Shinx aos poucos aumentava de tamanho e dissipava mais correntes elétricas, mas nenhuma ia ou tentava acertar ninguém, apenas emanavam do seu corpo, como se aquilo energizasse-o.

A luz cessou e Shinx agora tinha uma nova aparência. Seu semblante era mais confiante e sério, patas maiores e firmes. A calda estava mais longa, assim como seu tronco. Agora não jazia mais o pequeno Shinx ali, mas sim um forte e renovado Luxio, pronto para qualquer aventura ou desventura. —— Ah, que demais! —— Berrou seu dono, completamente feliz e correu para um abraço. O electric type apenas sorriu e se aconchegou no ombro de seu treinador. Mesmo que suas energias estivessem intactas, Yokota achou melhor que ele descansasse um pouco e, caso necessitasse de ajuda de novo, prometeu que ele seria o primeiro a ser chamado, portanto, não houve protestos do Pokémon.

Fredini além de cuidar de Mew, aplicou um pouco de Super Potion nas feridas de Sodowoodo neste meio tempo, e o Rock type alegrou-se demasiadamente vendo a eficácia daquele remédio. Quando partimos, notamos que ambos tinham se aproximado bastante, e provavelmente um não desgrudaria do outro. Afinal, já tinha visto aquele filme.

[...]

Caminhamos por volta de duas horas até chegarmos na grande cidade 3 de novo, lá, muitos policiais estavam preparados para qualquer ataque daqueles malfeitores, entretanto, sabíamos que eram inteligentes e estratégicos, as probabilidades de atacarem com tudo com tantos defeitos em seus sistemas, seria quase nula, por isso, relaxamos no restaurante do Gym Leader, com comes e bebes a vontade e completamente de graça, já que a felicidade de ter seu Altaria de volta era a mais predominante no recinto.

Mesas foram colocadas e agrupadas no meio do salão. Torres de deliciosos aperitivos, pratos e doces sempre eram renovadas. As bebidas estavam frescas e extremamente gostosas. Ríamos e liberávamos todos os Pokémons que tivessem a capacidade de se instalar dentro do salão, mas para a alegria do Onix de Sabrina, o local dispunha de uma área aberta com muito espaço, e um belo jardim repleto de flores e provavelmente temperos que o chef gostaria de cultivar. O Rock type momento algum estragou a plantação, pois havia muito terreno, mas com certeza deu um bom trabalho com os pratos de ração especial, fora uma boa loção de medicamentos em suas costas, regenerando rapidamente quaisquer perfurações que tivessem ainda.

O único que não se mostrou muito sociável foi Fredini, ele ainda tinha Mew em seus braços e todos nós concordamos que seria melhor não falar nada para ninguém. Quanto menos informações sobre o pequeno a cidade tivesse, melhor seria para sua segurança. No fim das contas, Sodowoodo decidiu ficar junto com ele, o que já esperava, mas a maior surpresa foi que Honchkrow se adequou muito ao aspirante a ambientalista, Thalles, ficando também com o treinador. Apesar dos apesares, o dia trouxe mais alegrias do que imaginávamos.

Estava sentado junto com Chameleon, Electabuzz, Haunter e Vibrava. Comíamos tudo que nossos estômagos aguentassem. O Pokémon Dragon aparentou ser bem dócil e amigável, bem diferente da experiencia com Mareep. Cogitava em minha mente como ela estaria agora. Provavelmente bem, já que ela se deu muito bem com o Dan. Pensei. Tive um aperto leve no coração, por mais que ela não gostasse de mim, ainda sentia falta por tê-la capturado, mas ao olhar Electabuzz, lembrei de como ambos ficaram felizes com a troca, e isso sessou toda angústia repentina.

Em meio aos pensamentos, não notei que alguém se aproximava, até sua mão tocar meu ombro. —— Ei. —— Disse a pessoa, me tirando do devaneio. —— Opa, e ai! Desculpa, estava distraído, me chamou? —— Me expliquei, já virando e tomando cuidado para não derrubar nada que ainda estava em meu prato. Percebi que era um dos treinadores novos, que ainda não tivera o prazer de conversar. —— Tá tranquilo. Notei que você tem habilidades interessantes, estaria disposto a uma batalha? —— Ninguém tinha sido tão direto assim comigo, com exceção de um garoto que eu dei uma surra numa das florestas, por ser tão confiante. Mas ele me pareceu mais convidativo e nem um pouco arrogante, até o momento. —— Hãn... Claro. Seria uma boa. Mas, agora, é... Qual seu nome mesmo? —— Ele riu brevemente. —— Não, agora não. Eu ainda tenho que comer muito das inúmeras coisas que tem aqui! Podemos assim que terminarmos a digestão, que tal? E o meu nome é Mesquita. O seu é Marti, né? O pessoal falou bastante de você. —— Ri pelo comentário da comida, e de fato, ainda queria comer bem mais. —— Com certeza, será o momento perfeito. E sim, eu mesmo. E espero que ninguém tenha falado o que não sou. Mas que seja, acho que devemos atacar os doces antes que aquele seu amigo de boina coma todos. —— Apontei para o garoto nomeado Everthon. Ele parecia não ter comido há dias. Já estava no seu quarto prato de tudo que ele conseguia colocar e carregar na mão livre.

Nos aproximamos do centro, e lá estavam AnaBe, Lua, Mapa, Yokota, Sabrina, Everthon e Celo. Yash estava averiguando que nada faltasse para nós e sempre ia para a cozinha pedindo que novos pratos fossem preparados. —— Ele acha que vamos conseguir comer tudo isso? —— Perguntou AnaBe, assim que chegamos, usando sua mão esquerda ao lado da boca, para evitar que o Gym Leader visse que ela falasse. —— Olha, eu não tenho problemas com muita comida. —— Celo disse, pegando um brigadeiro do prato da loira e imediatamente o devorando. Heracross riu, assim como sua Misdreavus, Skarmory e Lombre. A treinadora, deparando-se com o furto, virou e socou o braço dele. —— Aaaaai! —— Gritou Celo, e desta vez quem riu além de AnaBe, foram seus Pokémons, Kirlia, Houndour, Eevee e Wobbuffet. —— Apesar de não precisar furtar do prato de ninguém, eu também concordo que muita comida, não é problema! —— Me intrometi e apanhei cinco minis sonho. Comi um e dei os outros quatro para cada um de meus Pokémons. Eles simplesmente adoraram o sabor e a textura do aperitivo.

Charmeleon ergueu os braços para pegar mais um, e sem tardar, já colocou na boca, mastigando. Haunter sobrevoava o lugar, sempre pregando peças em quem estivesse distraído, mas agora tinha achado interessante conversar com o Toxicroak de Everthon, acompanhado também de um Eevee, Ponyta e um Combusken (obviamente atraiu olhares de todos quando foi liberado). —— Às vezes eu acho que os iniciais não são tão raros assim, quase todos os treinadores que eu encontro tem um. —— Disse Yokota. —— Se me lembro bem, não era para ter um também. —— Respondi ironicamente, e ele ergueu as sobrancelhas em deboche. Seu Charmander comia junto de meu Charmeleon a bandeja de sonhos, ambos ainda se davam muito bem, apesar de nós, não. Seu Luxio estava sentado ao seu lado, seu Milotic comia alguns doces especiais para Pokémons um pouco atrás, acompanhado de seu amigo Eevee, que era de Yokota, mas também, jaziam Bayleef, Nidorino, Absol e Honckrow de Thalles, Growlithe, Porygon e Poochyena de Mapa, Meditite, Vaporeon e Roselia de Sabrina. —— Como se isso importasse. Agora eu consegui um, posso dizer que tenho mais sorte! —— Ele se gabou. E alguns riram, quando ele colocou as mãos na cintura e fez uma pose de super-herói. —— Que seja, o que importa é que eu tive desde o começo e o meu está mais forte. —— Provoquei e fui em direção as frutas, virando as costas como se não quisesse mais ouvir. Ele bufou, mas não retrucou, apenas deu atenção a seu Luxio, que pedia para experimentar alguma coisa que não dei atenção.

Mesquita, apesar de estar ao meu lado, se ocupou um pouco com Lua, ambos conversavam da batalha de outrora e seus Pokémons rapidamente vieram socializar. Gabite, Pikachu, Chimchar e Haunter se mantiveram ao seu lado, mas quando o Ghost/Poison type percebeu a presença de um igual, deixou o âmbito da conversa e se juntou ao meu Haunter, que ao vê-lo, imediatamente se deram bem e começaram a cogitar planos e aterrorizar a vida de alguns. —— Realmente, aquilo foi uma covardia. Ainda bem que estávamos a caminho da cidade quando achamos aqueles dois pedindo ajuda. —— Comentou Lua. —— De fato. —— Concordou o garoto de óculos. A Wartortle da menina mastigava uma maçã e conversava com o Gabite de Mesquita, na língua que só eles podiam entender. Seu Pikachu, curioso, investigava as costas do Sandslash dela. Sua Vulpix apenas andava entre as pernas da treinadora, mas sempre olhando Chimchar, que tentava conversar com a fire type. Sua Chansey, por mais que amasse Lua, estava ocupada demais com Fredini, Quilava, Sodowoodo, Eevee e Magneton. Todos, apesar de se revezarem para pegar comida para todos, não paravam de se preocupar com Mew, ainda desacordado, mas com temperatura natural e a respiração de acordo com os padrões.

Everthon percebeu que o assunto estava morrendo e quando terminou de engolir uma coxinha, se juntou ao grupo com seu prato cheio de novo. —— Cara, esses salgados estão uma delícia. —— Alguns mastigavam ainda e concordavam, mas isso não prolongava a conversa, pelo visto a hora agora era de comer, e a concentração estava totalmente naquilo. —— Olha, depois de comer tudo isso e achar um lugar para que eu possa tirar um cochilo, acho que seria legal todos nós irmos para a praça principal daqui. Tem diversas batalhas. —— Sugeriu Sabrina e Thalles apareceu logo depois. —— Eu acho uma ótima ideia, assim posso fazer mais anotações e até mesmo exercitar alguns dos meus Pokémons. —— Yokota deu de ombros. —— Qualquer um será um excelente treino, menos o Marti. —— Provocou o asiático. —— Se me lembro bem, eu venci de você no torneio, não foi? —— Quando disse isso, Thalles riu mais do que alguns, pois ele sabia que aquilo era verdade. —— E isso não vai acontecer de novo. —— Afirmou ele, para que eu não ficasse com a última palavra. —— Eu estou louca para ver onde isso vai dar. —— Mapa ponderou, mas logo começou a comer de novo. —— Amiga, você não é a única. —— Sabrina respondeu, deixando alguns risos no ar.

[...]

Meia hora se passou e nós já estávamos completamente satisfeitos, e a única coisa que parecia cair bem agora, era uma boa soneca até o começo do pôr do sol. Celo se ausentou junto de Mapa, Yokota, Sabrina e Thalles. Todos tinham ido no hotel para trainers mais próximo, registrar o pessoal. Thalles se responsabilizou pela Pokédex de cada um, para que o cadastro fosse bem-sucedido. Ajudamos os empregados de Yash a retirar a mesa e dar uma geral no lugar, afinal, eles tiveram um trabalho árduo para preparar tudo.

Comemoramos quando Yash soltou Altaria. Seu rosto estava bem mais contente e seus ferimentos estava praticamente curado, mas ainda haviam algumas marcas, mas nada que impedisse a boa sensação de treinador e Pokémon unidos novamente.

Já que toda atenção estava no meio do salão para receberem de volta o dragon/flying de Yash, Fredini se levantou cautelosamente, mas era o único agora no canto do salão, por isso, ao perceber, não queria ter atitudes grosseiras. Todavia, ao manter-se de pé, uma explosão de cores cobriu o lugar, e ninguém conseguiu se mexer. A aura rosa predominou o lugar, por sorte todos os empregados já tinham ido embora.

Dos braços de Fredini, Mew ergueu-se, levitando com seus poderes psíquicos. Ele encarou todos com receio e seus olhos transmitiam raiva e incompreensão. Como Fred estava mais próximo, o lendário imediatamente ficou vis-à-vis, invadindo a mente do púbere. Seus olhos ficaram na mesma intensidade que Mew, e seu corpo não movia um milimetro sequer. Assim como os nossos e de todos os Pokémons. O poder realmente estava fora de nossa compreensão. Da voz de Fredini, mas com Mew olhando ao redor, palavras foram soadas, mostrando que Fred estava realmente sobre um controle psíquico. —— Onde estou? —— Perguntou Fred enquanto Mew sobrevoava o lugar, exalando poder a cada segundo. Assim que todos ouvimos a pergunta, a aura permitiu que nossas bocas pudessem responder, mas a maioria travou mediante a surpreendente paralisia. —— Você está na cidade 3 do setor Leste. —— Respondeu AnaBe. Ela foi a única capaz de encaixar as palavras naquela ocasião. —— Entendo. Utilizarei esse garoto por alguns instantes, logo o trarei de volta. Preciso de respostas, e dependendo do que eu tomar conhecimento, talvez nunca mais o vejam. —— Com o fim da frase, Mew e Fredini desapareceram diante dos olhos de todos, assim como a aura, liberando todos os nossos movimentos. —— O. Que. Foi. Isso? —— Pausadamente, Mesquita perguntou, incrédulo.

~Perspectiva de Fred

Por um momento, tudo havia apagado na mente de Fredini, e ele mal conseguia se manter de pé quando recobrou a consciência. Estava num lugar gelado e escuro. Podia ouvir algumas gotas d’água pingando no chão rochoso. A única luz autossuficiente no lugar vinha de uma fonte imensa, que mais atrás formava uma espécie de cachoeira. Sua água tinha um brilho azulado tão intenso, que clareava cada canto daquela caverna, assim deduziu o garoto. —— Que lugar é esse? —— Conseguiu perguntar, mas enquanto falava, tateou seu cinto, e percebeu que suas PokéBalls não estavam ali. Sozinho, um calafrio percorreu a espinha do treinador, principalmente quando aquela aura rosa surgiu do topo do teto.

Repentinamente, uma voz ecoou em sua mente, e isso o assustou inicialmente, mas a voz foi calma e reconfortante, por incrível que pareça. —— Não irei te machucar, Fredini. Eis o seu nome, certo? Consegui essa informação enquanto lia rapidamente sua mente. Preciso de respostas e se você colaborar, não serei forçado a te matar, apesar de ser contra estas práticas, mas os tempos de hoje infelizmente me obrigam a tal pratica. Então, por favor, colabore. —— O rapaz engoliu seco, sua voz travou, então finalmente ele se recompôs, sentou-se com as pernas cruzadas, respirou fundo e olhou para onde o brilho estava. —— Tudo bem. Eu não tenho nada a esconder. Pode pegar o que precisar. —— O brilho desapareceu e somente uma palavra voltou a pairar em seus pensamentos. —— Ótimo. —— E na hora, Mew reapareceu na frente de Fredini, com os olhos inteiramente rosas pelo poder psíquico.

Fredini não sentiu desconforto algum, mas reviveu todos os momentos que esteve com Mew e alguns antes de encontra-lo. Todas as imagens eram lidas em segundos, mas ele sentia como se estivesse vivendo no passado de novo, e em câmera lenta. O que levou apenas um minuto, para ele pareceram todos os anos de sua vida. Mew lia sua mente desde agora, até o dia de seu nascimento, e memórias que ele jamais conseguiria lembrar, vieram à tona, quase o enlouquecendo. Percebendo isso, Mew vetou o excesso de informação, apensas absorvendo para ele mesmo. Isso aliviou suas tensões e sua respiração deixou de ficar ofegante.

—— O mundo sofreu muitas transformações, como eu presumi... —— A voz agora vinha fora de sua cabeça, mas ainda sim, o contato era telepático. A diferença tratava-se de que a mente de Fredini voltara a ser de seu próprio controle e privacidade. —— Bom, não sei muito bem com eram as coisas antes. Desde que nasci o mundo é assim. —— Ele informou o Pokémon lendário. —— Compreendo. Você é apenas uma criança ainda, apesar de já ser considerado adulto pela sua espécie. Mas, infelizmente, alguns costumes ainda se mantêm, de alguns humanos. Arceus achou que isso jamais mudaria, mas agora eu tenho todas as respostas necessárias para mostrar que vocês ainda têm uma salvação, e que as espécies podem coexistir. Humanos e Pokémons. Isso sempre foi e sempre será o meu maior objetivo, desde a criação. —— Fredini não entendeu muito, por isso se levantou lentamente, para que nenhum movimento seu fosse brusco a ponto de ser suspeito. —— O que você quer dizer com isso? Sei que o que fizeram com você foi extremamente cruel, mas por que erradicar a raça humana por culpa de alguns? —— Mew se aproximou na mesma cautela do garoto, agora flutuando em sua frente e com os olhos sem a energia de anteriormente. —— Houve um tempo em que somente a paz predominava. Mas então, alguns homens tiveram conhecimento dos poderes que nós lendários, possuímos. Isso vai além da compreensão de vocês, porém, muitos almejaram ter esse controle em suas mãos e desde então, somos caçados e procurados, para que possam ter registros e estudos, além é claro, do controlar-nos. Apesar de sermos fontes de poderes únicas, ainda partilhamos da ideia de que se formos capturados, de acordo como as coisas são, deveremos participar da vida daquele treinador, até sermos liberados. É uma lei que jamais nenhum Lendário poderá quebrar. Isso já não é tão seguido pelos Pokémons, pois em alguns casos, não são compatíveis. E eles optam por não obedecer ou serem sempre um inconveniente, mas não os culpe. Eles têm o direito de escolherem seus próprios treinadores também, assim como vocês os escolhem quando os acham. Mas a questão não é essa. Depois que alguns humanos tentaram buscar nosso poder, a ambição de alguns levou a patamares impensáveis por nós, provocando a ira de Arceus, o criador. Infelizmente, ele foi enganado pelos homens que até hoje trabalham deste modo cruel, e acabou matando pessoas que tinha ideologias completamente contrarias desses Team Universe. E hoje, depois daquele ataque, vejo que tudo que nós lutamos para manter o equilíbrio e o bem-estar de humanos e Pokémons, teve uma reestrutura muito adequada. Até porque, os Pokémons precisam das batalhas entre eles para sobreviverem e terem uma vida saudável. Obviamente, o excesso pode causar a morte, mas a forma como estão batalhando e pelo que adquiri em suas lembranças é exatamente a sintonia que sempre torci para coexistirmos. E enquanto procurava saber como as coisas se encontravam, depois de alguns anos meditando em meu covil, fui apanhado e felizmente, resgatado por vocês, e por isso, serei eternamente grato. —— Ele curvou sua cabeça em agradecimento e Fred ficou sem reação. —— Não há de quê. —— Suas palavras saíram por impulso e isso fez com que o lendário sorrisse. —— Fredini, você, além de me libertar com a ajuda de seus amigos, também me trouxe a maior prova que eu precisava apresentar ao Criador. Talvez o ciclo de ataques e atitudes temperamentais dos Pokémons esteja próxima de fim, mas a guerra... Está mais próxima, porém, não a tema. Quando finalmente aniquilarmos estes homens, a espécie humana enfim terá a chance que lhe é digna e evitaremos que inocentes sejam sacrificados em prol da ambição de alguns. Irei imediatamente ao encontro com Arceus apresentar estes fatos, pois ele me espera e o tempo para nós é relativo, já que estamos desde o começo aqui. Seja lá quantos anos para vocês tenham passado, para nós isso não faz diferença, desde que tenhamos obtido o resultado esperado. Novamente o agradeço e você será teleportado de volta ao local em que estava. Sem vocês, eu não teria outra opção e talvez nem estaria mais aqui. Adeus, Fredini. Você tem a minha eterna gratidão! —— E antes que conseguisse dizer mais uma palavra, seus olhos cobriram-se num clarão que o obrigou a piscar, e assim que voltou a abrí-los, Fred apareceu no meio de seus Pokémons, que o procuravam em todos os cantos, até nos mais improváveis.

—— Galera... A coisa vai esquentar. —— Essas foram suas palavras, atraindo todos e surpreendendo o grupo pela forma inesperada em que reapareceu.

[...]

Demorou alguns instantes para que todos digerissem as informações passadas pelo jovem. Estavam aflitos e pensavam no quão perigoso poderia ser a tal guerra comentada por Mew. Alguns estavam mais aparente que outros, pois o suor e a face pálida de preocupação dominava em suas feições. Percebendo esse desconforto, Everthon se aproximou de AnaBe. —— Ei, se acalma. Mew disse que não precisávamos nos preocupar. —— Por mais que seus conselhos fossem óbvios, não deixavam de estar corretos. —— Você tá certo. Acho melhor... Apenas respirar fundo. —— A loira comentou e Lua junto de Yash trouxeram um copo com água e imediatamente ofereceram para ela. AnaBe bebeu tranquilamente, e aos poucos foi se recompondo. —— Mesmo que ele tenha dito para não temer, ainda precisamos ficar atentos. Nunca saberemos o que os lendários podem estar tramando, e além disso, ainda lidamos com outros inimigos. Não se esqueçam que a Team Universe é responsabilidade de cada vida humana, pois para os lendários, somos todos iguais. —— Argumentou o Gym Leader. —— Sim, era isso que Mew temia. E por isso ele vasculhou cada canto da minha mente, e disse que as mudanças foram extraordinárias. E isso faria com que Arceus não mantivesse mais a escolhe de nos destruir. —— Mesquita coçou seu queixo, pois ali havia alguns vestígios de barba, entretanto, a ação foi mais pela fato de estar incomodado. —— Olha, eu sei que isso é complicado, mas sinceramente? Acho que não vai adiantar nada ficarmos todos pensando no que fazer quando ainda não se tem nada concreto acontecendo. —— Assenti, assim que ele finalizou. —— Concordo. Acho que devemos tomar nosso afazeres e espairecer um pouco. Acabamos de salvar um Pokémon lendário, a Altaria de Yash e ainda causamos bastantes danos naquele covil. Com certeza a Team Universe vai demorar um pouco para se preparar para atacar. Fora que, como Mew disse, o tempo para eles é relativo... Então, pode ser que demorem dias, como meses ou anos para agirem. —— Dito isso, todos suavizaram seus semblantes. A razão pareceu predominar.

Yash ajustou seu sobretudo, e Altaria voo até seu treinador. —— Bom, está decidido! Vão, guardem suas coisas, se encontrem na praça principal da cidade e treinem! Já eu, vou tomar minhas obrigações de novo. Até porque, ainda sou um Gym Leader! —— Ele riu e acariciando a crina branca de Altaria, se retirou para os fundos. Nós em seguida, saímos pela porta da frente.

[...]

Depois de me ajeitar no quarto do Hotel, o qual dividia com Mapa, pois eles não permitiam um treinador se instalar sozinho, fui até o PokéCenter para dar privacidade a minha amiga. Ela provavelmente tomaria um banho ou coisa do gênero, e não seria bacanar fazer isso comigo lá, mesmo que tivéssemos uma boa intimidade.

Enquanto caminhava, relembrava que não tinha passado para levar meus compamnheiros aos tratamentos rotineiros após a batalha. E sempre fazia isso, independente deles sequer terem tomado um golpe.

Adentrei do estabelecimento, sendo atendindo na porta por uma simpática Chansey. Ela segurou minha mão e me levou rapidamente até a enfermeira, e esta por sua vez sorriu por estar sem nenhum paciente no momento. —— Boa tarde! Está com alguma emergência? —— Perguntou a jovem de madeixas curtas e de coloração negra. Sua pele era morena e seus olhos tinha um brilho castanho. —— Nenhuma, só queria que desser uma olhada nos meus Pokémons antes de irmos para a praça da cidade, quero eles completamente energizados! —— Ela sorriu e indicou que me aproximasse. E assim o fiz. —— Claro, venha. Deixe suas PokéBalls neste compartimento que eu irei averiguar. —— Acenei a cabeça positivamente e uma a uma, fui colocando as esferas aonde ela havia pedido.

Dez minutos depois, a enfermeira retorna com a mesma bandeira onde depositei as orbes antes. —— Seus Pokémons estão bem e não há nenhum ferimento grave. Seu Electabuzz era o que mais parecia cansado, mas agora tenho certeza que está com cem por cento de sua energia. —— Sorri me levantando e recolhendo as PokéBalls. Prendi ao meu cinto e ajustei minha jaqueta. —— Obrigado, enfermeira! Tenha uma excelente tarde. —— Ela assentiu e desejou o mesmo, e assim, parti em direção a praça. Estava na hora de treinar e no dia seguinte, desafiar Yash para uma batalha em busca da terceira insígnea.

[...]

A clima estava fresco. A brisa soprava lentamente e o pôr-do-sol deixara um crepúsculo maravilhoso. O laranja ainda predominava o céu, mas as luzes dos postes acesdiam, fornecendo mais luminosidade na noite que estava por vir.

O lugar eram amplo e o gramado parecia intacto, já que algunas cercas de trinta centímetro impediam que os pedestres atravessassem e destruíssem aquele belo jardim. Todavia, as calçadas eram bastante largas e bem pavimentadas, tinha espaço suficiente para muitos irem e virem sem que trombassem uns nos outros. Mais na frente, a rua se alargava, dando espaço para as quadras esportivas, e mais atrás, os campos de batalhas púlicos com arquibancadas circindadas em sua estrutura. Lá estavam todos de antes. Avistei primeiro Celo, pelo seu tamanho, mas logo percebi que todos estavam sentados nos bancos e assistiam uma luta cujo aparentemente já se iniciara fazia alguns minutos. Sabia disso pelas marcas nos corpos dos Pokémons.

Dentro do campo, havia um garoto bem vestido, usava uma camisa esportiva e um shorts social, coisa que eu jamais pensaria em usar. Ele trajava também alguns sapatos sociais, cinto no shorts e um óculos de grau. Na sua frente, jazia Loudred, erguendo seus braços e mostrando sua boca que cobria quase todo o seu tronco. Os pés estavam inquietos, mas ele ainda esperava que os comandos fossem pronunciados para agir. Do outro lado do campo, estava Everthon, e ele usava sua Ponyta. O equino de fogo estava ofegante e raspava seus cascos no piso de areia, para se acalmar. Mas mais nervoso que ele, apenas seu treinador. Ele parecia estar a ponto de perder a cabeça. —— Ponyta, Flamethrower! —— Berrou o moreno. Ele mantivera uma estratégia de atacar a distância, assim podendo arquitetar algum movimento para surpreender seu oponente. Mas isso não parecia estar funcionando. —— Loudred, Shadow Ball seguido de Hyper Voice! —— Loudred imediatamente produziu uma esfera negra de energia, disparando contra as chamas. O contato ocasionou uma explosão, dissipando todos os ataques e criando uma cortina de areia não muito densa e nem muito alta, mas sequencialmente, Loudred emanou um grito tão potente de sua enorme boca, empurrando toda a cortina que ainda estava planando no ar, em direção de Ponyta. O golpe atingiu seus ouvidos, e ela se contorceu, ficando angustiada. —— Rápido, use Earthquake enquanto ela se recupera! —— Gritou o garoto de óculos que batalhava com Everthon. —— Ah não! Ponyta, use Inferno antes que ele consiga atacar! —— Desesperado, Everthon berrou. Infelizmente, o golpe sonoro deixara os sentidos de audição de Ponyta um tanto prejudicados. Quando ela deu por si do comando, Loudred pisou no solo fortemente, a onda sísmica atingiu o corpo de Ponyta, jogando-a para trás, e nocauteando a equino. Everthon correu até ela e suas chamas tornaram-se inovensivas, como se fossem pelos. —— Droga, você lutou bem, amiga. Agora descanse... —— Ponyta lambeu o rosto de Everthon e foi recolhida para sua esfera, tornando o desconhecido, o vencedor daquela rodada.

O rapaz parabenizou primeiramente seu Pokémon, e depois caminhou até Everthon, apertando sua mão. —— Foi uma ótima batalha, cara! —— Ele disse, agora repousando sua mão na cabeça de seu Pokémon. Loudred sorria de olhos fechados, mas os abria em seguida. —— É... Eu deveria ter me esforçado um pouco mais, pelo menos consegui adquirir uma experiência. —— Disse o moreno, movendo usa boina um pouco para o lado. Ambos se retiravam na arena, indo de encontro ao restante do pessoal, que ainda não tinham notado minha presença. —— Lutaram bem! —— Parabenizou Thalles. —— Sim, mas eu sabia que o Everthon ia perder! —— Satirizou AnaBe. —— Vai se ferrar, garota! —— Gritou o mancebo, cruzando os braços e isso ocasionou risos à todos. —— Quem perde a linha assim, nunca consegue sair de uma situação de desespero numa batalha, ein? —— Disse, me aproximando do grupo. —— Ah, desculpa ai o bonzão. —— Respondeu Everthon, cada vez mais irritado, e isso tornava as coisas mais cômicas.

Após conversar um pouco, descobri que o nome daquele rapaz era Hendrik, e que estava de passagem, para desafiar o Gym Leader da cidade também. Ele era bastante simpático, tinha um bom gosto para roupas, mas algo me dizia que não era lá o seu estilo, parecia usar por obrigação. Decidi não tocar naquele assunto, e me levantei do banco porque odiava ficar muito tempo sentado quando muitas lutas aconteciam ao redor.

Ao ficar de pé, notei que Thalles escrevia algo em um papel. Me aproximei e olhei o conteúdo. —— O que é isso? —— Perguntei, um pouco curioso, de fato. —— É uma tabela de apostas. Estamos vendo quem vence mais hoje, um pequeno mata-mata. E o Everthon se perder a próxima, vai ser eliminado. —— O moreno chutou o chão, irritado. —— Interessante... Tem espaço pra mais um? —— Ele sorriu. —— Eu sabia que ia perguntar isso, por isso assim que o vi, já coloquei seu nome. Você vai lutar depois do Celo e da Lua. E vai ser contra o Mesquita, que fez questão de colocar contra ele. —— Cocei meu queixo e meus olhos encontraram o do garoto. Ele apontou o dedo, me intimidando de maneira amistosa. Desviei o olhar para cima e sorri. —— Que seja. Vai ser legal lutar com pessoas novas. —— Thalles concordou e seu Absol deitou em suas pernas, tirando um pequeno cochilo. —— Realmente. Até eu estou pensando em me encaixar aqui, mas precisaria de mais um... Vou aguardar. —— Toquei seu ombro, mas ainda avistando os campos de batalha à frente. —— Relaxa, você está no meio de diversas arenas! Com certeza mais um pode aceitar aparecer. —— Thalles concordou e voltou a rabiscar no seu papel.

Mantendo meu foco no campo em que ocupamos, percebi que Celo e Lua estavam posicionados e cada um segurando uma PokéBall. —— Ah, cara... Quanto tempo vou ter que esperar? —— Indaguei, bocejando. Charmeleon emergiu de sua Ball sem que eu comandasse, felizmente já tinha me acostumado com esse hábito do reptiliano. —— Chaaaaaaarmeleon! —— Bufou o fire type, esboçando seu rosto entediado. Com uma de suas garras, o Pokémon coçou sua cabeça próximo ao chifre único e deitou na arquibancada, num espaço amplo e vazio. —— Eu sei, amigão. Também odeio esperar. —— Thalles riu. E com isso, atraiu o restante do pessoal.

Nos agrupamos e jogamos conversa fora. Tínhamos muitos assuntos pertinentes, mas evitamos falar sobre Mew pois mal conhecíamos Hendrik, e cautela sobre este acontecimento seria a primordial missão. Dependendo de mim, ninguém mais saberia do equívoco. Os outros pareciam manter a mesma conduta. —— Olha, não sei vocês, mas eu não quero esperar até essa luta acabar! Vou dar uma voltinha. —— Assim que levantei, Charmeleon saltou de sua cama improvisada e rumou até minha direção.

Dando aproximadamente vinte passos, uma mão me alcançou o ombro e me virei, surpreendido. —— Cuidado, ou vai se perder. —— Era Yokota. Suspirei e com o olhar mais sarcástico que conseguir criar, encarei o indivíduo. —— Me perder? Seria difícil, afinal, eu não ando de olhos fechados. —— Findando meus dizeres, sorri, e isso arrancou uma irritação bastante nítida ao treinador. —— Eu não preciso andar com os olhos totalmente aberto porque meu tamanho permite que eu veja tudo que precise. —— Sem dar o gostinho para ele, já tinha me virado. —— Então acho que você consegue achar o caminho onde não me enche o saco! —— Acenei para ele. —— Para seu azar, eu segui a placa que indica “irrite ele hoje”. —— E assim, andamos juntos para uma parte da praça mais arborizada.

—— Você sabe que é o próximo a batalhar, né? Tá com medo de perder pro garoto novo? —— Yokota tentava criar algum assunto, mas sem perder uma oportunidade de me provocar. —— Eu não temo desafio nenhum, confio nas minhas capacidades e nos meus Pokémons. Deveria experimentar isso. —— Sugeri e ele bufou, focando alguns arbustos no caminho. —— Sabe, um dia desses ainda vou fazer você engolir essas suas palavras. —— Balbuciou o asiático. —— Bom, até lá, eu ainda continuo fazendo você engolir a derrota no torneio! —— Com isso, soltei uma imensa gargalhada e o rapaz fechou os punhos. —— AH! Quer saber? Vamos resolver isso agora! —— Sacando uma Ball, Yokota liberou seu Luxio, que ao sair, pisou firmemente no solo e rosnou para cima, ativando sua habilidade contra Charmeleon. Este nem perdeu tempo, mesmo que intimidado, chacoalhou a cabeça e fechou sua mão em punhos, desafiando o electric type. —— Você é bem exaltado para um japonês! Se quer ass... —— Enquanto falava, um barulho nos surpreendeu e isso me interrompeu. Viramos para verificar o ocorrido e nos deparamos com uma dupla de Pokémons se digladiando ferozmente.

Tal batalha fez com que nossos nervos se acalmassem imediatamente, tanto que o garoto me alcançou para conseguir ter uma visão melhor de como os Pokémons se enfrentavam. Um estava levando a melhor pelo seu tipo. Era pequeno, tinha orelhas grandes e aparência canina, embora suas patas se firmassem de modo ereto. Os punhos embora fortes, se fechavam, mostrando uma marca branca no decorrer do antebraço, na parte superior. O rosto aparentava encaixar uma máscara, porém, tratava-se da coloração da sua pelugem. Rapidamente apanhei a PokéDex e mirei no Pokémon, tendo acesso a quem era e qual movimento ele utilizara contra seu adversário. —— Riolu, um Pokémon fight type. Riolu é conhecido pela sua natureza pacifica e aparência sensível. Esse espécime tem a capacidade de controlar um poder oculto chamado Aura, embora não consigam controlá-la com perfeição. Quando irritado, tendem a descarregar essa energia gerando golpes extremamente poderosos, mas não que não sejam capazes de se defenderem sem ela. Habitam geralmente áreas de campo aberto ou montanhosas, quase nunca atraindo perigo para quem se aproxime, pois são bem ágeis e acabam fugindo antes mesmo de serem notados. Riolu é bastante conhecido por utilizarem o Force Palm contra seus inimigos. —— Guardei o aparelho e Charmeleon se aproximou mais alguns passos, mas o impedi até ter certeza que daria para ganharmos terreno.

Luxio e Yokota fizeram o mesmo. Ele por sua vez, pesquisou qual Pokémon Riolu enfrentava, mas já o conhecíamos. Era um Snorunt. Thalles tinha um, só que este era fêmea, por isso forneceu mais algumas características, embora não tivesse me dado o luxo de prestar atenção. Yokota por ora, parecia bastante empolgado com o que ouviu. —— Riooolu! —— Gritou o canino, desferindo o Force Palm no Snorunt bem no meio de seu rosto. O Ice type voou e acabou colidindo com o tronco de uma árvore. Parecia estar em desvantagens, mas conforme ficavam mais amostra, pelos passos aplicados e o deslocamento dos golpes, percebi que a calda de Riolu estava totalmente congelada, tirando muito de seu equilíbrio e velocidade. Aos que assistiam, achariam agora que a vantagem era do Ice Type, mas mudariam rápido de opinião ao ouvirem o tamanho estrondo do choque recebido nas costas de Snorunt.

—— Incrível, mesmo tendo fraqueza contra lutadores, Snorunt tá lutando firme. —— Sussurrei para Yokota e ele, incrivelmente admirado, concordou. —— Pois é. Será que seria muito errado da minha parte captura-lo depois do confronto? —— O treinador parecia realmente decidido em fazer isso. A meu ver, não tinha muita honra, mas nada ilegal. Ele poderia ajudar na recuperação do Pokémon indo ao PokéCenter, mas por outro lado, ser capturado sem que pudesse ter a chance de demonstrar seu poder ao seu futuro treinador, e tendo ciência disso, me parecia errado. Uma decisão difícil, por isso, não soube o que responder.

Naquela altura, a árvore chacoalhou tanto que algumas folhas caíram aos arredores. Mas algo a mais parece ter sido derrubado de propósito, já que o barulho produzido chamou a atenção até dos dois pequenos que se confrontavam. —— Riolu? —— Afastou-se um salto para trás. —— Snorunt? —— A mesma reação produzida pelo Ice Type, mas este saltou pela direita, ficando dois metros de distância do canino azulado. —— Meeeeeeetang! —— Um grupo de Metangs aparentemente tinham se instalado no topo daquela árvore. O golpe dado nela foi tão forte que isso ocasionou um desequilíbrio em seus corpos pesados, os levando de encontro ao chão, e os deixando bem irritados, a julgar pelos seus semblantes. —— Cara, isso é problema! Esses Metangs parecem bem fortes! E eles são Pokémons iniciantes, não vai ser nada fácil e muito menos justo! —— Me exaltei, correndo até os dois pequenos. Yokota me acompanhou, junto de Luxio e Charmeleon.

Os Metangs, confusos, recuaram alguns passos. Mesmo estando em estado de fúria, eles ainda raciocinavam bem diante de futuras ameaças. Os Steel types tinham essa conduta mais estratégica, alguns cientistas diziam que eram mais evoluídos em estratégias do que os demais selvagens, equiparando-se com os psíquicos. Agora, uma mescla dos dois tipos num só Pokémon realmente os fariam ser oponentes demasiadamente acima da média para confrontarem. —— Charmeleon! —— Meu parceiro se manteve em guarda, abrindo seus braços e tentando dialogar com o grupo. Totalizavam 4. Os steel/psychic types fizeram uma formação, ficando numa meia lua entre Snorunt e Riolu, nós e nossos Pokémons. —— Metang! —— Ameaçou o que provavelmente era o líder. Riolu se escondeu atrás da calda de Chameleon, bastante assustado. Luxio saltou e protegeu o corpo de Snorunt com seu tamanho avantajado.

Percebendo que não iriamos ceder, o Metang líder junto com o da ponta emanaram uma aura rosa de seus corpos. Dois Confusions foram lançados em nossos Pokémons, mas Yokota já esperava um movimento do tipo. —— Luxio, Discharge! —— As ondas elétricas emanaram velozmente do corpo de Luxio. As cargas não tinha um alvo específico, apenas rondavam o ar, mas percebia que internamente havia um conflito, pois os Metangs ficavam mais bravos conforme Luxio executava seu movimento, obrigando-os a cessarem o que estavam fazendo. —— Você anulou as correntes psíquicas com elétricas? —— Perguntei e Yokota apenas acenou com o indicador. —— Esperto, minha vez! Charmeleon, aproveite a deixa e use o Smokescreen para dificultar a visão deles! Yokota, faça de novo isso! —— No meio da minha frase, Charmeleon já produzia uma densa fumaça negra, cobrindo a frente dos Metangs. Yokota não questionou e muito menos tentou discutir, o que facilitou a estratégia. A segurança dos Pokémons vinha em primeiro lugar. —— Charge seguido de Discharge! —— Absorvendo bastante energia em proveito da visão prejudicada, Luxio exalava algumas faíscas da ponta de sua calda, mas totalmente ineficazes ao pequeno Snorunt. Os Metangs não esperariam pela eternidade e logo se moveram.

Dois deles se ergueram um pouco graças aos seus poderes psíquicos, mas ainda não era suficiente para enxergarem o nosso grupo. Irritados, a dupla aplicou uma sequência de Aerial Ace rodopiando até o gramado, gerando bastante vento para afastar a fumaça. —— Agora, Luxio! —— Extremamente carregado, Luxio descarregou tudo aquilo que havia armazenado ao ar, criando um campo elétrico e impossibilitando que os golpes psíquicos surtissem efeitos.

Foi tão eficaz que os Metangs até caíram no chão, não conseguindo se manterem flutuando. —— Charmeleon, Fire Blast! —— Os olhos de Yokota, por incrível que pareça, se arregalaram. Ele não tinha visto ainda a real capacidade dos movimentos de meu Charmeleon, e o Fire Blast era uma arma que gostaria de guardar para uma batalha contra ele, especialmente.

O reptiliano imediatamente abriu suas mandíbulas e sua boca exalou tanto fogo que respingou algumas gotículas de saliva que mais pareciam sobras de lava. O corpo de fogo se propagou tão rápido e colidiu tão depressa que mal pode ser apreciado o movimento. E pela proximidade dos Metangs e o tamanho do ataque, todos os corpos foram atingidos, consumindo-os pelas chamas. —— Rápido, peguem eles e vamos sair daqui. Não sei por quanto tempo eles vão continuar atordoados! —— Charmeleon agarrou Riolu com suas mãos. Elas conseguiam agarrar seu corpo facilmente já que a palma fechada segurava seu tronco tranquilamente. Luxio utilizou a calda para fazer Snorunt montar e o manter equilibrado, devido seus pequenos braços não terem tamanha precisão em aguentá-lo sob o dorso do electric type.

Não tardou para que alcançássemos o piso asfaltado. Apesar da praça ser grande e bem movimentada, as áreas mais repletas de vegetação ainda são ótimos covis para muitos Pokémons selvagens, assim como estes dois e os outros quatro cujo encontramos. Por sorte tinha decidido dar uma volta até a batalha dos meus recentes amigos terminarem, e toda essa loucura não tinha levado mais que seis minutos, mesmo parecendo ter prolongado mais. —— Cara, que alívio! Acho que aqui eles não vão vir atacar. São selvagens, poderiam atrair treinadores e separar o bando. —— Analisei uma hipótese bem plausível. Yokota gesticulou algumas palavras inaudíveis, e manteve seus olhos para onde saímos, embora nada tenha se movido por ali. Finalmente ele se ousou relaxar os músculos.

Notamos que Riolu e Snorunt tinham saltado de sua carona improvisada, mesmo agradecidos, ainda eram selvagens. Cada um encarou um de nós, e voltaram a se confrontar com os olhos. Pelo visto, aquela batalha ainda não tinha acabado. —— Sério que ainda vão brigar depois do que criaram ali atrás? —— Perguntei, mas eles não deram ouvidos. —— Ei, tive uma ideia! —— Yokota saltou, atraindo os olhares dos pequenos. —— Que tal Snorunt lutar ao meu lado e o Riolu ao lado desse perdedor ai? —— Riolu não gostou muito de achar que eu seria um perdedor, mas a ideia atraiu Snorunt, assentindo rapidamente. —— Assim evitamos que vocês causem mais problemas contra outros Pokémons da região. —— Não precisava de muito mais para convencer o Ice type. Ela já estava posicionada na frente de Yokota e Luxio, confiante e sorrindo. —— Vai topar, Riolu? —— O canino azulado olhou para mim desconfiado, eu sorri confiante e me levantei calmamente. Charmeleon olhou para Riolu e mostrou em um olhar toda a determinação que adquiria nesse tempo em que passara ao meu lado. Isso trouxe uma onda de inspiração para Riolu, como se ele sentisse uma energia de motivação instalada em nossos seres. O canino posicionou seus braços frente ao peitoral, preparando-se para seguir meus comandos. —— Ótimo... Gosto deste espírito. Vamos ver do que somos capaz juntos, Riolu! —— O encorajei e isso ferveu seu espírito. —— Rioolu! —— Gritou e firmou a ponta de suas patas das quais jaziam a maior parte inclinadas, respirou fundo fechando brevemente os olhos, mas quando os abriu, não era mais o olhar daquele pequeno e assustado Pokémon, mas sim de um que estava pronto para derrotar qualquer adversário capaz ou ousado demais para entrar em seu caminho.

Uma brisa soprou. Folhas jogadas pelo tempo sobrevoaram no meio de nós, e a atenção estava a flor da pele. Apesar da euforia predominar meu corpo, os nervos de Yokota também sentiam a mesma adrenalina. Era pelo que lembrava, a segunda batalha oficial como treinadores que estávamos tendo. Sendo a primeira, concorrendo ao prêmio do torneio. —— Snorunt, Ice Beam! —— Berrou o treinador, cansado daquela tensão. E agradeci por ele ser mais impaciente que eu. Odiava começar ponderando os comandos. Minhas estratégias surtiam melhores efeitos contra-atacando. —— Desvie com Quick Attack e combinando os movimentos use Fosse Palm! —— Riolu forçou um pouco suas patas no piso e com um movimento bem rápido, esquivou do Ice Beam, ganhando bastante terreno até o antagonista. Riolu permaneceu pela esquerda, e assim, com a mão da mesma direção, um brilho dourado invadiu sua palma e imediatamente foi desferido até o rosto de Snorunt, já que a velocidade do meu companheiro sobressaia ao do Ice Type, e ainda combinando com um movimento prioritário, deixou as esquivas dele ainda mais sem chances.

O pequeno foi lançado para trás, raspando seu corpo do chão e levantando algumas folhas e poeira. Caído, eu decidi estrategicamente ganhar vantagem na situação. —— Riolu, Bulk Up, rápido! —— O cachorro lutador olhou para trás e assentiu. Seu corpo inchou de modo abrupto, mostrando um pouco mais de sua massa corporal avantajada, mesmo para seu tamanho. Logo, voltou ao normal. Seus status attack e defense agora tinha subido um estágio, e Snorunt após algumas motivações de Yokota, se levantou e encarou furiosamente seu rival. —— Não desista, vamos nos recuperar. Icy Wind e combine com Toxic em seguida! —— Snorunt não entendia bem como aquilo iria funcionar, mas não cedeu as ordens. Soprou então uma brisa congelante na direção de Riolu e em seguida, como uma corrente de ar havia sido criada pelo movimento, a fumaça do Toxic invadiu o sopro e rumou tão veloz quanto o ataque anterior, combinando a corrente gélida com toxinas, criando assim, uma mistura roxo com leves tons de azuis, devido a coloração do Toxic ser mais predominante.

—— Riolu, Dig! —— Meu novo amigo começou então a cavar, mas havia esquecido de um pequeno detalhe. O chão era asfaltado, por isso, penetrar o solo acabou sendo um pouco mais complicado, forçando então a brisa a atingir uma parte de suas costas até que ele finalmente conseguisse sumir no âmbito. Infelizmente, meus olhos não puderam notar o quão forte o golpe acertou Riolu, nem se as toxinas haviam conseguido se instalar em seu corpo. Yokota sorria por ter conseguido um golpe direto sem muitos esforços. —— Avalie melhor seu campo de batalha, Martinato! Snorunt, preste atenção, ele não vai ficar muito tempo no solo! —— Alertou e assim ficou tão atento quanto o Pokémon. Nem mesmo eu saberia por onde Riolu iria emergir. Era nossa primeira luta e ele sequer era meu Pokémon, por isso seus movimentos poderiam ser desgovernados ou fora de sintonia, assim como da os da outra dupla. —— Riolu, surpreenda-o combinando o Bullet Punch! —— O chão se rompeu com o punho do cachorro. Seu punho agora tinha um brilho prata forte, e a mão se tornou tão sólida quanto o metal, por isso o asfalto cedeu facilmente. —— Protect! —— Por estar antenado, Yokota conseguiu gritar o movimento por muitos milésimos assim que o chão rompeu. Snorunt concentrou-se e criou um campo envolta de seu corpo, felizmente para os dois, aquele movimento era muito mais rápido do que Riolu usava, portanto, seu golpe acabou atingindo a aura protetora.

—— Agora, Blizzard! —— Gritou com todo o ar que havia em seus pulmões. Snorunt sorriu e abriu a boca, desferindo uma rajada três vezes mais forte de outrora. —— Tente sair dai com Quick Attack! —— Berrei pois estava acompanhando tudo atentamente, mas a proximidade dos dois era muito, e eles estavam no ar, portanto, sem a firmeza do solo em suas patas, Riolu não pode ser mais rápido. O golpe o acertou em cheio e bem no peitoral, lançando-o com força para trás. —— Riolu! —— Foram minhas últimas palavras naquela batalha. Riolu estava inconsciente e em seu peito, uma grande quantidade de gelo se formava, fazendo sua temperatura cair bem rápido.

Até mesmo vencendo, Yokota se preocupou com a situação de Riolu. Não era uma vitória tão comemorativa, já que a sintonia e união estava sendo postas em práticas pela primeira vez. —— Leve-o para o PokéCenter, eu aviso o pessoal que você já volta. —— Ele se levantou e começou a caminha, mostrando o polegar direito para Snorunt. O ice type não entendeu bem, mas após alguns segundos, se chacoalhou e começou a correr na direção de Yokota, até seus corpos desaparecerem da minha visão.

Olhando na direção de onde partiram, senti um toque leve em minha mão. Levei meu olhar de encontro ao toque e vi Riolu sorrindo para mim. Uma aura expandiu de seu peito, e isso fez o gelo derreter, mas mesmo assim ele estava cansado, mas nada que uma boa noite não o fizesse melhorar. —— Você quer ir ao PokéCenter? —— Ele fez que não com a cabeça. —— Me capture. —— Uma voz invadiu meus pensamentos assim como Mew tivera feito quando despertou. Se não fosse minha segunda experiência, eu provavelmente teria me assustado muito. Não que meu coração agora não palpitasse fortemente. —— Foi você? —— É claro que deveria ter sido, mas a ingenuidade nessas circunstâncias é aceitável. Riolu fez que sim e esperou que eu fizesse alguma coisa. —— Bom, está certo... Te prometo que na próxima luta, você vai derrotar aquele Snorunt. —— Rilou sorriu confiante e assim, apanhei minha PokéBall. Apertei o botão no seu centro e ela expandiu. Levemente toquei seu corpo e a luz avermelhada cobriu todo seu corpo, o levando para dentro da esfera. Não precisou balançar mais que duas vezes, pois a vontade de Riolu era de se aventurar comigo, portanto, quando as luzes pararam de piscar e a Ball aquietou-se, apertei meu punho e sorri. Havia conseguido mais um parceiro naquela mesma cidade.

[...]


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