The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 59
Capítulo 48 - Exame


Notas iniciais do capítulo

Olar pessoas o/
Tudo bem?
Então, primeiro capítulo de 2016!!! Vai parecer um pouco desnecessário no começo, mas saibam que ele é bem importante!
E GENTE, PASSEI DAS 100.000 PALAVRAS NO ANO 2.
AIANSUDBAISBDVA ~ COMO COMEÇAR O ANO BEM -q
Espero que vocês gostem e que tenham tido um bom final de ano!!!

Beijos e boa leitura o/

Nesse capítulo:
Ana é levada a ter um exame com um sábio elfo...



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Devo ter dormido por umas boas horas, até que fosse lá pelas dez da manhã. Antes mesmo que eu percebesse, uma moça entrou no quarto e colocou uma bandeja com comida. Parece que aquele seria o meu desjejum.

Me alimentei na cama mesmo, despreocupada. Não tinha ninguém lá para julgar esse gesto. A comida de lá era realmente muito gostosa, que pena que não pude prová-la no jantar...

Sim, aquele jantar...ainda pensava sobre o que tinha acontecido nele. Todas aquelas lembranças que estavam trancadas tinham sido liberadas. Mas elas não me fariam desistir. Elas estavam ali para me fazer forte.

Depois de comer, me levantei. Não podia ficar dormindo o dia inteiro. Se iria ficar um pouco mais de tempo ali, teria que aproveitar. E também, tinha que descobrir o que Legolas sabia sobre a tal rainha da luz.

Estava pronta para me trocar quando alguém bateu na porta. Sem pensar duas vezes, peguei a túnica longa e a coloquei, para esconder o corpo exposto pela camisola, já dizendo:

–Quem é?

–É Raichon.

–Quem?

–Sou um amigo do príncipe Legolas e um médico. Eu tratei de você quando estava desmaiada, posso entrar?

–Ah, sim...eu acho...

Então o elfo entrou. Ele era incrivelmente alto, provavelmente bem mais alto que Legolas. Seus cabelos eram muito longos e castanhos escuros, como dos elfos de Valfenda. Seus olhos eram cor de avelã. Ele usava uma túnica de vários tons de marrom com detalhes dourados e botas na altura do joelho juntas de uma calça negra. Em suas mãos ele segurava um livro grosso e uma pequena e discreta maleta.

–É um prazer poder finalmente falar com você. – ele disse, fazendo uma reverência. – Infelizmente não tivemos a chance de sermos introduzidos na noite passada. O meu nome é Raichon.

Então, hesitando um pouco, ele estendeu uma mão para mim.

–Eu acredito que vocês humanos apertam mãos quando se conhecem, certo?

–Está certo sim! – afirmei, apertando a mão dele com um sorriso. – Como você já sabe, o meu nome é Ana.

Ele continuou apertando a minha mão, sem saber o que fazer ou dizer. E depois de alguns segundos de silêncio, eu decidi dar uma dica.

–Esse é o momento que você solta a minha mão. – cochichei.

–Ah, claro. Sim. – ele soltou.

–Então, o que traz você aqui?

–Sim, eu vim aqui porque eu gostaria de examinar o seu estado atual. Até onde eu sei o seu corpo reagiu sozinho ao veneno, diferente do príncipe. Então, para prevenir futuros problemas com esse mesmo veneno, eu gostaria de verificar como você se curou. E também checar se está realmente tudo bem como você.

–Ah, acredito que está tudo bem então. O que eu preciso fazer?

–Seria bom se você pudesse retirar a túnica. Eu vou precisar ver o seu corpo.

Legolas já tinha me visto sem a túnica, não achei que Raichon fosse ser um problema (mesmo que, querendo ou não, eu e o loiro fôssemos bem mais próximos), da mesma forma. Então, assim que ele falou, imediatamente comecei a desabotoar a roupa.

Uma vez que estava aberta, a joguei em cima da cama. Agora estava só de camisola. Um pouco envergonhada, mas era um exame. Era que nem ir no médico. Simplesmente um ser que você não conhece olhando para o seu corpo. Mas por uma boa causa, claro.

–Você poderia tirar a camisola também, por favor?

Eu rachei. Completamente.

Aquelas palavras ecoaram na minha cabeça “Você poderia tirar a camisola também, por favor?”.

Tirar a camisola também.

Tirar a camisola.

Tirar. T-I-R-A-R.

Começa com T, termina com r. Um verbo transitivo direto que significa mudar (alguém ou algo) de lugar, fazendo-o sair de onde está ou fica; retirar.

Travei completamente, sem saber como agir. Ele estava querendo o que? Me estuprar? Calma aí!

E ele ainda estava pedindo com educação! Mas achar que um por favor iria fazer eu me sentir melhor, está bem enganado.

–Oi? – foi a única coisa que saiu da minha boca.

–Quando você desmaiou eu notei alterações no seu corpo em partes que estão cobertas pela camisola. Eu preciso examinar essas áreas. Sei que isso provavelmente a deixa desconfortável, mas saiba que não tenho segundas intenções.

–Ah, claro que não, mas...pera aí, como você notou essas alterações?

–Para tentar achar uma cura, nós despimos você.

Travei de novo. Meu mundo quebrou completamente. Então aquela não era a primeira vez que ele iria me ver naquele estado vergonhoso?

Sério, NINGUÉM me vê só de roupa íntima. Nem gente com quem eu era pura intimidade, como a minha mãe ou irmã. Além disso, sou sozinha da vida. Mal tive um ou dois “interesses” românticos na minha vida, então nenhum homem me viu sem roupa. ENTÃO QUE PORRA É ESSA, ELFO?

–Me perdoe por essa ação, mas foi para o seu bem. É terrível para mim expor uma dama assim, seja ela humana ou de qualquer outra raça. – ele disse, fazendo uma reverência.

–Alguém sabe que você está fazendo isso?

–O príncipe Legolas me deu permissão, tanto naquela hora como agora.

–Ele também me viu assim? – perguntei, em pânico.

–Não. Além de mim, só as curandeiras, elfas, te viram assim. – ele fez questão de enfatizar o elfas.

–Menos mal. – comentei.

Legolas, aquele maldito. Por acaso isso era vingança por eu ter visto ele sem camisa nas visões? Hein? Tá, Ana, calma. Ele não é uma pessoa má ao ponto de pensar nisso. Mas quem foi que deixou ele ter o direito de permitir uma coisa dessas? O corpo é meu! Eu que decido! Bem que eu não estava exatamente disponível naquela vez...

–Ok, acho que não tenho tanta escolha. – disse, tirando a camisola.

Se eu fiquei vermelha? Que nada, já devia estar com um tom vinho. Depois de hesitar, estendi os braços, para ele poder examinar tudo. Mas fechei os olhos, tentando esquecer que estava passando por aquela situação. Assim, nem percebi quando ele colocou um par de luvas.

–Interessante. – senti ele tocar na minha barriga. – Não há vestígio nenhum da mancha que você tinha aqui.

–Uma mancha?

–Sim, quando estava desmaiada tinha uma mancha negra nessa região e que estava lentamente se espalhando. Era realmente estranha.

–E não tem mais nada dela agora?

–Parece que não. O que é isso?

–O que? – espiei com um dos olhos. – Ah, é uma marca de nascença.

–Não tinha nem percebido.

Ele continuou analisando o meu corpo. E eu de olhos fechados, tentando superar aquilo. Está tudo bem Ana, ele só está te examinando!

–É um tanto fascinante.

–O que?

–Como cada raça consegue ser tão diferente uma da outra. É a primeira vez que examino o corpo de uma humana. É incrível como o seu corpo é tão diferente do de uma elfa.

–São tão diferentes assim?

–Sim. Digo, eles se parecem, mas ao mesmo tempo...são tão diferentes.

–Que?

–Assim, tanto as elfas quanto as humanas tem as mesmas partes no corpo. Porém, as distribuições dos seus corpos são bem diferentes. As elfas geralmente são realmente finas, enquanto a maioria das humanas parece ser mais corpulenta. Como nos seios, por exemplo, a proporção é totalmente diferente.

Não precisa me lembrar disso, sério.

–Pra falar a verdade, isso varia de mulher pra mulher.

–Vocês também têm muito mais curvas, tem traços levemente menos delicados. A textura do cabelo e da pele são completamente divergentes. E claro, tem as orelhas que não são pontudas.

–Como você percebe isso tudo?

–Muito estudo. E um bom par de olhos.

–Poxa, eu nunca pararia para perceber essas coisas todas.

–Não? Você parece ter me analisado bastante quando eu entrei. Não pense que pode me enganar tão facilmente.

–Então além de bons olhos parece que você também tem uma língua afiada.

–Para uma profissão como a minha, é sempre bom.

–Como assim?

–Se não tivesse uma língua afiada, eu poderia não ter te convencido.

–É um bom argumento. - ele só deu um sorriso.

–Então, o que pode dizer sobre mim, Lady Ana?

–Bem, posso cuspir tudo?

–Cuspir? Quer dizer, falar todas as suas suposições?

–Exatamente.

–Venha com tudo.

–Bem, começando. Você é diferente. Pelo menos, é diferente da maioria dos elfos que vivem aqui. Você é o tipo de pessoa que quer inovar, do tipo que não tem medo de mudanças.

Ele lentamente andou para trás, receoso. Mas eu não via medo nos seus olhos, e sim curiosidade.

–Você é aquela pessoa que se surgir uma nova suposição na sua mente, algum tipo de ideia, e ela parecer autêntica o bastante você está disposto a mudar tudo o que conhece por ela, desistir de toda a sua realidade, até mesmo das suas crenças mais profundas.

A cada passo que ele dava eu conseguia sentir que minhas suposições estavam mais certas. Então, eu comecei a andar na sua direção, lentamente, dizendo cada frase pausadamente.

–Mas ao mesmo tempo você teme, teme que as pessoas em volta de você não o vejam com os mesmos olhos, e que deixem de te ver como um semelhante e comecem a rejeitar você, por isso você vai devagar. Você não corre cegamente atrás dos seus sonhos, você vai com um pé de cada vez, para não cair e desviar de qualquer obstáculo com cautela.

Até que ele finalmente parou e eu rapidamente toquei seu torso com o meu dedo indicador.

–Bang! Errei alguma coisa?

–Eu estou realmente impressionado. Você é bem mais do que aparenta.

–Bom saber.

Então: silêncio constrangedor! Sim, eu não sabia o que dizer (não tinha o que dizer, na verdade), sem contar que eu estava só de roupa íntima e bem próxima dele –e só me dei conta disso uma vez que nossas bocas se calaram-.

–Essa situação está ficando um pouco estranha. – ele comentou.

–É verdade. – eu concordei.

–É melhor você colocar alguma coisa agora, não?

–Com certeza. Então está tudo bem?

–Parece que sim, eu não encontrei nada de estranho.

–Está bem, então.

Fui na direção da camisola, mas –tonta do jeito que eu sou- tropecei em alguma coisa, escorreguei, sei lá (aconteceu tão rápido que eu nem entendi o que foi). Rapidamente Raichon se colocou na minha frente e me segurou (os elfos ninjas atacam novamente!). Então, em alguns segundos, eu me vi caída com a cara no abdômen do elfo e ele segurando o meu braço.

Um pouquinho constrangedor, não?

–Ah! Me desculpe!

–Não foi nada, aqui. – ele me disse, entregando a camisola.

Eu a vesti instantaneamente e logo em seguida fui atrás da túnica, já a colocando.

–Então, alguma ideia sobre aquele veneno?

–O que eu posso supor até agora é que ele afeta humanos e elfos de forma diferente. E você, milagrosamente conseguiu salvar-se.

Ele olhou para o chão, pensativo. Era como se ele tivesse reparado em algo naquele momento. O que seria? E será que ele faria alguma pergunta? Eu teria que ter cuidado.

–Ana, qual foi a última coisa que você viu antes de desmaiar? Algum tipo de alucinação e você logo depois apagou...ou foi algo mais direto?

–Bem...eu estava na mesa com o banquete, então tudo simplesmente escureceu.

Sim, era isso que eu diria. Pelo visto, Legolas não tinha contado a sua “interferência” no meu sonho, o que me salvou, então tudo parecia um milagre. Eu não podia me abrir a contar a verdade para ninguém. Mal sabia que mistérios eram esses que me cercavam, não podia dar aberturas a ninguém.

–Um tempo depois eu estava na ala médica com Legolas. Isso é tudo.

–Bom saber. Acredito que eu deva me retirar agora.

Raichon estava indo na direção da porta quando alguém bateu nela. O médico abriu um pouco, checando quem era.

–Ó, é você. Acabei o exame, estou de saída. – o elfo falou, saindo.

–Ana! Já está melhor?

Então, o príncipe Legolas atravessou a porta, adentrando um pouco o quarto.

–Acredito que sim. – respondi.

–Ótimo! É que o meu pai está de volta e ele gostaria de conhecer você.

–...agora?

–Bem...daqui a pouco, acredito. Ele chegou tem algumas horas, mas ainda está descansando da viagem. Porém ele disse que queria falar com você.

–Tudo bem. Onde vamos conversar?

–Ele estará na sala do trono.

–Tá, vou me trocar.

–Sim.

–É...Legolas, tem como você arranjar alguém para trazer água quente?

–O que?

–Para eu me banhar... – estava com uma vergonha terrível de dizer isso, mas foi necessário.

–Ah, claro. Sim, vou trazer alguém. Imediatamente. – ele disse, um tanto atrapalhado e eu dei uma risadinha, para descontrair.

–Obrigada. – disse, fechando a porta.

Então, fui decidir que roupa iria usar. Mal tinha parado para pensar. Eu estava indo finalmente conhecer o rei Thranduil!

Como será que ele era?


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam?
Comentários sempre bem vindos o/
Vejo vocês nos próximos capítulos!
Continua no Capítulo 49 - Rei Thranduil



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