The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 45
Capítulo 39 - Além de Uma Visão


Notas iniciais do capítulo

Oi gentiney! Tudo bem?
Então, desculpa meus lindos T^T por ter ficado quase um mês fora. Nas minhas últimas semanas de férias não deu para escrever quase nada já que estava com as minhas primas aqui e já estou tendo aulas novamente *chora internamente*
Dia 30 a fic fez dois anos, que emossaum :')
E aqui está o tão esperado capítulo 100! Gastei todos os meus poderes fazendo ele, espero que gostem. Maior capítulo que eu já escrevi desde que comecei a escrever fics. Em nenhuma história já tinha chegado nos 5000 -mesmo que eu tenha enrolado um pouquinho nesse cap hehe-! (E esse aqui tem 5.989, quase 6000, só por 11 palavrinhas que não).
Momentos muito bombásticos nesse capítulo (um que tava todo mundo esperando, if you know what I mean).
Espero que gostem :D
Boa leitura

Nesse capítulo:
Ana tem um encontro inesperado, um encontro que vai além de uma visão...



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Eu não conseguia acreditar. Nosso encontro aconteceu tão repentinamente, de uma forma tão inesperada. Ele era a última pessoa que eu esperava encontrar naquele momento.

Estava realmente admirada. Algo nele me fazia sentir diferente, só de estar no mesmo lugar que ele. Fiquei observando por um bom tempo, sem dizer nada. Era um silêncio completo, eu o analisava e ele permanecia totalmente parado.

De repente, ele, que estava ajoelhado, se levantou, e pude perceber que não era só um palpite, ele era realmente alto. Ao se levantar, ficou mais alto que eu. Devíamos ter pelo menos uns dez centímetros de diferença.

–Obrigado. – ele disse.

–De nada. – respondi, tentando soar o mais natural possível.

Ele me olhava meio torto, por alguma razão. Então, decidi me observar, para tentar entender o porquê. Assim, percebi que, enquanto ele continuava intacto, eu estava terrível. Primeiro eu estava encharcada. Segundo, eu estava coberta de lama. E terceiro, eu estava com a pele cheia de marcas de mordida de um animal que eu não conseguia identificar.

Olhei para ele de novo, o clima estava tenso. Já que não tínhamos intimidade nenhuma, não nos conhecíamos (tecnicamente), não sabíamos do que falar.

Mas aquele silêncio estava começando a me dar nos nervos. Por isso, me atrevi a começar uma conversa com ele. Afinal, eu também precisava descobrir exatamente quem ele era.

–Olá. Eu sou Ana. – comecei, esticando a minha mão.

–Olá. - falou o elfo, vagarosamente esticando a mão de volta, tomando cuidado para não sujar muito a sua mão. - Meu nome é Legolas.

Gelei. Gelei totalmente. Aquele elfo na minha frente era realmente o Legolas Verde Folha! A suspeita de Elrond não estava errada. Então eu realmente tinha sonhado com ele!

Acidentalmente me lembrei do último sonho que tinha tido com ele e involuntariamente corei. Rapidamente mexi a cabeça tentando afastar esses pensamentos. Não podia levantar suspeitas!

–Então...isso significa que você é o filho do rei...filho de Thranduil... - falei.

–Exatamente.

–Então você é o príncipe.

–Sim... - falou Legolas, desconfiadamente.

–Eu já ouvi sobre você antes, só não sabia que era...tipo...você. – expliquei.

–Entendo. Quem é você, Ana? O que está fazendo nessas terras?

–Só...passando.

–Não tente enganar ninguém.

–É sério. Só estou de passagem. Quero chegar na Cidade do Lago.

–E o que planeja fazer lá?

–Eu planejo...planejo...

Não sabia o que responder. Assim, mesmo ele sendo o Legolas, um elfo do bem e sabendo tudo o que sabia sobre ele, era difícil saber se devia ou não contar o que planejava na Cidade do Lago, afinal, ainda teria o pai dele como um obstáculo, para o qual Legolas provavelmente contaria os meus planos.

–Eu planejo...Por que eu tenho que te contar isso? Não é invasão de privacidade querer saber os motivos de uma dama?

–Não, considerando onde você está. Você está atravessando terras élficas sem permissão. É meu dever saber suas razões e assim decidir se deve continuar ou não.

–Eu salvei sua vida.

–Nem todas boas ações tem boas intenções.

–As minhas tem, obrigada por perceber. Eu planejo encontrar um parente na Cidade do Lago.

Sim, eu menti. Bem, eu ia encontrar alguém, mas não um parente. O bom era que dava para enganar por eu ser humana.

–Agora chega de apresentações! Vamos ao que importa.

Nesse momento, ele me olhou com um olhar curioso. Eu quase perguntei o que ele pensou ao ouvir “o que importa”.

–Quem eram aqueles caras?

–Não sei, mas você deixou algum deles escaparem.

–Eram eles ou você.

–Que razões você tinha para me deixar vivo? Você nem sabia quem eu era.

–Mesmo não sabendo quem você era eu impedi uma guerra do seu rei caçando humanos por aí. Mas, sem contar com isso, eu precisava de alguém para me ajudar a chegar do outro lado da floresta, e nada melhor que um elfo para isso.

Também eu achava que você pudesse ter alguma informação obre quem eram aqueles bastardos.

–Então você esperava poder me interrogar?

–Não exatamente. Mas, além disso, o inimigo do meu inimigo é meu amigo. Eles estavam te mantendo preso que nem eu, eu não poderia deixar mais ninguém morrer.

–Eu não esperava encontrar um humano com pensamentos assim.

–Digamos que eu seja um pouco diferente de outros humanos. – dei uma piscadela.

–Para entrar sozinha nessa Floresta, você é realmente bem “diferente”, mesmo.

–Sou sim...

Então, percebi que ele observava o ambiente. Em seus olhos, havia uma certa tristeza. Então ele disse:

Hiro hyn hîdh ab 'wanath.

Ah, sim. Ele estava triste por seus companheiros que haviam sido mortos pelos bandidos.

–Que eles descansem em paz. – comentei, de cabeça baixa.

Ele me olhou, percebendo que eu entendia o que ele falava e também que me sentia mal pelas mortes que tinham acontecido.

–Eles estão em algum lugar melhor agora... - comecei. – É melhor irmos, não é?

Ele assentiu positivamente com a cabeça.

–Então, como vamos passar pelo rio? Parece que o único barco aqui está do outro lado da margem.

–Isso não é um problema. Quase nunca usamos o barco.

–Então como você planeja passar?

–Assim.

Então ele foi na direção de alguns cipós, que se colocavam sobre o rio. Rapidamente e desafiando as leis da gravidade, ele passou pelos cipós. Fez aquilo totalmente de forma natural, como se estivesse andando em uma ponte firme de pedra.

–Viu? É só fazer isso. – ele comentou.

–Você realmente espera que eu faça isso?

–Sim. Por que?

–Você não poderia simplesmente mandar o barco para cá?

–É fácil! Vem.

–Fácil para um elfo né...- comentei.

Então, me atrevi a tentar atravessar pelos cipós. Se seria aquilo que me impediria de seguir em frente, era melhor desistir. Mas não desistiria, não naquele momento, quando pensava estar tão próxima de meu destino.

Os cipós eram grossos, longos e escuros. Tinha visto outros daquele tipo antes, pois estavam espalhados por toda a floresta.

Peguei em um primeiramente. Coloquei o meu pé em outro, e coube perfeitamente. Segurei um com a outra mão. Andei cuidadosamente para frente e estiquei minha mão para outro. Porém, minha mão escorregou e tive que incorporar um ninja naquele momento, pois se não tivesse, teria caído na água.

Tendo me equilibrado, segui em frente, agora pegando corretamente no cipó.

Pulei para o cipó da frente, me segurando rapidamente em outro, pois o qual estava em cima era muito fino para segurar todo o meu peso, e começou a descer assim que tivemos contato.

Girei em torno do qual estava segurando, subindo em mais um. Passei por mais dois e finalmente dei um longo pulo, chegando na outra margem.

Uma vez aterrissando em terra firme, fiquei alguns minutos sentada, recuperando o fôlego.

–Isso não foi nada legal. – disse. – Eu definitivamente nunca mais vou fazer uma coisa dessas.

–Estava achando que não viria. – ele comentou, estendendo a mão.

A agarrei, e ele me ajudou a levantar. Respirei mais um pouquinho, apoiando as mãos nas pernas. Estava realmente cansada. Mas bem que o tempo que aqueles bandidos tinham me deixado dopada tinha sido bem útil. Pelo menos tinha descansado um pouquinho.

–Falta muito para chegar no final da floresta?

–Um pouco ainda, sim. Conseguimos chegar na fortaleza provavelmente no máximo de sete ou oito dias, eu acho.

–Fortaleza?

–Sim, a fortaleza da Floresta. Do Rei Thranduil, meu pai.

–Ah, sim. Sei qual é. Então acho que é melhor irmos logo.

Então, começamos nossa caminhada até o reinado do rei élfico.

Depois de um silêncio fúnebre, decidi começar uma conversa para quebrar o clima de tensão.

–Assim...a floresta vai ficar desse jeito até o final ou alguma coisa muda no meio do percurso? Porque tudo parece igual até agora.

–Quando estivermos chegando perto da fortaleza a floresta tem árvores mais esparsas e a luz do sol penetra melhor.

–Bom saber.

Só um pouco depois, parei para comer. Ele permaneceu em silêncio. Mesmo quando o ofereci algo ele simplesmente negou.

Não muito depois, estava me coçando bastante, meu corpo todo parecia formigar. Estava sentindo que ia morrer. Ao perceber isso, o elfo me olhou e perguntou o que estava acontecendo.

–Eu devo ter sido picada por algum bicho. Mosquitos talvez. Meu corpo não para de coçar.

–Você caiu no lago, não é?

–Sim.

–Deve ser isso. Até onde eu sei, existem criaturas nas águas que podem fazer isso. Chamam eles de gersenios. São criaturas que podem causar grandes e inchadas mordidas na pele, e que, se não tomar cuidado podem ficar para sempre.

–Acho que isso explica bastante...

De noite, paramos um pouco para que eu pudesse descansar. Aleluia! Poderia dormir em paz! Consegui finalmente adormecer, tranquila pois Legolas disse que ficaria de guarda.

Acordei cedo na manhã seguinte, ansiosa por continuar e sair logo daquele lugar. Aquele dia foi praticamente igual ao anterior. Andamos bastante, não conversamos nada que valha muito a pena comentar, parei para comer e no fim do dia dormi tranquila.

E assim também foi o terceiro dia.

Ao chegar do quarto dia, chegamos em uma região onde a maioria das árvores eram faias. Não havia vegetação rasteira e a sombra não era mais tão densa, o que levantou um pouquinho o meu astral. Ao nosso redor havia uma luz esverdeada, e em alguns trechos conseguia enxergar até certa distância dos dois lados da trilha. Sim, a trilha. Ela estava conectada à ponte, então estava nela novamente. Ótimo, não?

Mesmo assim, a luz me mostrava apenas fileiras incontáveis de troncos cinzentos e retos. Havia um sopro de ar e barulho de vento, mas o som era triste. Meus pés afundavam nas folhas mortas, provavelmente vindas de vários outonos passados (já que o outono daquele ano ainda não tinha chegado), trazidas pelo vento dos espessos tapetes rubros da floresta para as margens da trilha.

A cada segundo que passava, eu me apressava com todas as forças que tinha, pois queria deixar aquela região o mais rápido possível.

Ao chegar do quinto dia, observando, percebi que Legolas estava meio estranho. Parecia com menos fôlego que o normal, como se estivesse meio tonto. Será que o ar estranho da floresta também estava o afetando? Mas ele era um elfo e ele vivia naquele lugar! Bobagem, uma coisa dessas nunca aconteceria.

–Você está bem? – perguntei.

–Sim. – ele respondeu.

Bom, se ele estava bem ou não parou de importar por alguns momentos, pois eu comecei a ficar meio tonta também. Precisava de ar fresco e não conseguia me aguentar na dúvida de quando a floresta acabaria.

–Legolas! – ele se virou. – Espere aqui um minutinho. Volto rapidinho. – avisei.

Fui na direção de uma árvore, lembrando do que acontecia no livro. Escalei a árvore, com um pouquinho de dificuldade, mas chegando com sucesso no topo.

Chegando lá, atravessando a copa da árvore com a cabeça, pude sentir uma brisa fresca vindo no meu rosto.

Bem, primeiramente tive que ficar meia hora em uma guerra para tentar abrir os olhos, pois tanta luz quase me deixou cega. O sol parecia brilhar muito, pelo menos se comparado à dentro da floresta, então demorei um longo tempo até que conseguisse suportá-lo.

Finalmente com os olhos abertos, comecei a observar o horizonte. A tarde se aproximava, então o sol se preparava para descer na distância. Era uma paisagem incrível.

Meu cabelo voava ao vento fresco e várias borboletas me rodeavam. Eram borboletas negras, como já esperava que fossem. Elas eram os “imperadores negros”, como os que Bilbo encontraria no ano que vem.

Senti algo rastejar na minha pele e instintivamente empurrei seja lá o que fosse para longe. Acabei percebendo que eram aranhas, mas pelo menos não eram as grandes. Eram aranhas de tamanho comum, pequenininhas, caçando as borboletas.

De lá conseguia avistar um longo rio e logo a frente uma pequenina cidade (pelo menos era minúscula daquela distância), que deveria ser a Cidade do Lago. E logo após, uma grande montanha. Aquela deveria ser a Montanha Solitária. Era algo tão belo de se ver. Mal dava para acreditar que era dominada por um dragão, ainda mais um dragão como Smaug.

Porém, bem em minha volta estava aquele mar verde-escuro. Eram tantas árvores que fazia parecer que ainda demoraria uma quantidade considerável de tempo para atravessar o resto da floresta.

Mas, se parasse para pensar, talvez eu não estivesse enxergando tudo direito. Se não estava enganada, o mesmo acontecera com Bilbo. Mesmo quando estava perto da borda da floresta ele não conseguia ver o fim.

Depois de respirar mais um pouco, desci. Ao chegar no solo da floresta, senti algo próximo. Meus instintos de sobrevivência gritavam para mim, algo ou alguém se aproximava. Olhei para os lados e nada vi. Devia ser só uma impressão errada. Então, senti que algumas aranhas ainda estavam na minha roupa. Devia ser aquilo. As afastei rapidamente, se tem uma coisa que eu odeio são insetos, ainda mais aranhas, se é que vocês me entendem.

Ao me ver novamente, Legolas não perguntou nada. Seria estranho se fosse um qualquer, mas ele era um elfo. Elfos são diferentes mesmo. Não tenho como esperar dele o mesmo comportamento de uma pessoa humana.

Então, continuamos a nossa caminhada.

No sexto dia, minha paciência começou a diminuir. Já estava mais que perturbada com a situação. E também, minha comida estava acabando.

–Já estamos chegando? – perguntei, impaciente.

–Devemos chegar em breve.

Foi naquele mesmo dia que senti algumas poucas gotas pesadas caírem no chão. Devia estar chovendo lá fora, mas do jeito que aquela floresta era, dificilmente cairia muita coisa lá dentro.

Provavelmente quando já estava de noite, pois podia perceber que estava ainda mais escuro que o normal, quando tivemos que parar para que eu descansasse (porque, de acordo com Legolas, ele já estava acostumado com a escuridão da floresta e por causa de seus sentidos mais aguçados, não teria dificuldade de avançar), juro que escutei o barulho de alguém tossindo. Será que era Legolas? Não conseguia ver porque era escuro demais, mas quem estaria tossindo se não era ele? Mas por que ele estaria tossindo?

Tentei ignorar aquilo, devia estar alucinando. Então fui descansar, calmamente.

E foi naquela noite que, depois de um bom tempo, o meu pior pesadelo não foi a floresta.

Correntes. Correntes grossas e pesadas. Grilhões envolvendo pulsos. Pulsos delicados, mas marcados por dor e sofrimento. Pulsos de uma pele suja. Suja não só por sangue e outras coisas do ambiente, mas também maculada. Havia falta de dignidade naquele corpo. Uma dor interminável. Um sentimento onde até a morte seria algo mais agradável. Tudo sentido naquele corpo...

Os joelhos ralados encostavam o chão distorcido. Lágrimas os acompanhavam vindo de um rosto oculto por leves fios de uma negritude completa.

Tudo aquilo naquele corpo...

O sangue manchava o chão. Vinha de todos os lugares. A dor parecia tão imensa que aquele ser não conseguia nem gritar. Nem gritar queria, mesmo naquela situação.

Tudo vindo daquele corpo...

Seus trajes estavam completamente rasgados. Não eram nem mais trajes, eram trapos. Eram o máximo que conseguia para tampar sua desonra, seu sofrimento.

Tudo sobre aquele corpo.

Aquele corpo...o meu corpo.

Mesmo que não quisesse admitir que parecia com o meu corpo, não podia ser de outra pessoa. Mesmo que negasse com todas as minhas forças, ao levantar sua cabeça era o mesmo rosto que o meu. Tudo aquilo estava em mim, no meu corpo. Era pior do que qualquer tipo de sofrimento. Eu parecia que ia enlouquecer.

De repente abri meus olhos, ao ouvir um chamado. Legolas me olhava profundamente, chamando o meu nome. Será que eu tinha gritado algo? Isso não seria nada bom.

–O que houve?

–Você começou a contorcer enquanto dormia. Achei estranho então decidi te acordar.

–Eu só me contorci? Ou fiz algo além como gritar?

–Não, só se contorceu mesmo. Está tudo bem?

–Sim, só tive alguns...pensamentos ruins. Mas já estou melhor agora. – dei o melhor sorriso falso que pude.

Nos minutos seguintes, eu tentei adormecer novamente, mas não consegui. Então, só fingi que estava dormindo, caso Legolas pudesse me ver. No fundo, tinha medo de que aquilo me voltasse a mente. Não seria nada bom. Por sorte eu não tinha gritado, mas gritar naquela floresta poderia atrair coisas estranhas.

Mas aquilo não era o meu maior medo. E se aquele pesadelo tinha sido mais do que o meu medo interior agindo? E se aquilo tinha sido uma visão? O que seria de mim? Por que eu estava daquele jeito?

E então, veio o sétimo dia.

O dia veio com um silêncio profundo. O elfo não me perguntou nada sobre os tais “pensamentos” que eu tinha mencionado. Foi um silêncio macabro. Quase nada o interrompia.

Ouvi um barulho estranho. Um barulho que naquele silêncio ecoava na floresta inteira. Talvez fosse algum bichinho se mexendo por aí? Mas se fosse algum bicho mortal se mexendo por aí e se aproximando de nós? Nada bom, nada bom mesmo.

–Legolas, você ouviu isso?

–Não ouvi nada.

Como assim ele não tinha ouvido nada? Até onde eu sei elfos escutam melhor que humanos, e eu era meio surda as vezes e nem sempre percebia essas coisas. Se eu tinha escutado, como ele não tinha? Impossível. Devia estar alucinando de novo então.

Continuamos o caminho. Ouvi o barulho novamente. Não é possível. Eu tinha certeza que estava ouvindo!

–Ouviu esse barulho?

–Não.

Algo estava muito errado! Não era possível que só eu escutasse o barulho!

Logo em seguida ouvi novamente. Pareciam coisas se movimentando. Pedi que Legolas fizesse silêncio para que eu pudesse escutar melhor. Parecia que algo se aproximava. Mas o som era diferente dos outros animais que eu tinha visto na floresta. Aquele por alguma razão me incomodava e transmitia a sensação de perigo. Estranhamente, eu podia sentir.

–Nós deveríamos continuar, estamos quase chegando.

–Shii. – disse, colocando o dedo na boca.

Tinha certeza de que havia algo errado, meus instintos me diziam isso. Eu sabia, não podia estar errada!

Armei o arco rapidamente. O primeiro ser que ousasse se aproximar demais levaria uma flechada. Não podia estar alucinando, não estava. Não estava! Tinha certeza disso. Mas como o elfo não podia ouvir os malditos dos sons? Estava surdo? Eu tinha que confiar em meus instintos, eles não mentem.

Talvez aquilo fosse algum tipo de alerta? Ou talvez aqueles momentos insanos onde só uma pessoa pode ver ou escutar algo por que alguém a quer conduzir sozinha a algum lugar. Não, não pense besteiras, Ana! Você está no meio da Floresta das Trevas, quem vai se arriscar indo lá dentro só para te meter terror ou passar alguma mensagem? Pare de surtar.

Fiquei mirando o arco para diversas direções diferentes, procurando que algo aparecesse. Sem ter sucesso nisso, abaixei a arma e guardei a flecha na aljava. Tinha que manter o foco, se aquilo era uma alucinação, logo logo iria parar. Se não era bem, logo eu iria perceber e estaria pronta para isso. Só precisava ficar em alerta.

–Não deve ser nada, vamos continuar. – disse.

Ele provavelmente deve achar que eu sou uma surtada paranoica e estranha, sério. De cinco em cinco minutos perguntando se tinha ouvido uma coisa que ele não tinha ouvido, perguntando se ele estava bem quando ele dizia estar tendo chiliques no meio da noite e sempre querendo saber se estávamos chegando (sim, eu vivia perguntando isso para ele, pelo menos umas cinco vezes por dia). Onde a minha reputação estava indo?

Bem, eu precisava descontrair, antes que tivesse um treco dentro daquele lugar. Então comecei a pensar sobre coisas aleatórias. Coisas que eram preocupações quando eu era somente uma garota inocente no meio do planeta Terra.

Ai ai, saudades daquele tempo onde escolher uma roupa era um problema, uma unha quebrada era um crime e se algum garoto bonito te notava era motivo de festa. Bem que eu não era exatamente assim, era mais fácil eu fazer um sorteio e pegar a primeira roupa que desse, ficar com a unha quebrada mesmo se ela decidisse quebrar (problema é dela, eu pensava, mas se é problema dela, também é seu, gênia). E se algum garoto me notasse? Era mais fácil eu nem perceber isso. E se percebesse bem, acho que isso nunca aconteceu. Ou deve ter acontecido, uma vez ou outra. Mas eu não era muito do tipo que ligava para isso. Personagens de livros eram mais interessantes no momento. Humanos eram simplesmente criaturas inúteis que só me faziam ficar triste, quando os personagens faziam o máximo para nunca me decepcionar com suas façanhas fantásticas.

Então, comecei a pensar no que era uma preocupação no passado e continuava sendo naquele momento. Só que em um nível de mil vezes pior, dada a situação em que me encontrava.

Se algo era certo, era que eu precisava de um banho. Tipo, muito sério. Continuava com o cheiro fedorento vindo do lago, e minha roupa pinicava, mesmo depois de tantos dias. Acho que, já que a floresta não recebia muito sol, a roupa tinha dificuldades para secar (muitas dificuldades), e por isso continuava naquele estado horrível. Se bobear teria que queimar aquilo depois, porque estava uma tragédia. E na Terra-Média não tinham lavanderias para ajudar na situação.

Meu cabelo, sem comentários. Estava podre. Todo embaraçado. O que era uma trança na semana passada (sim, já estava mais que semana naquele lugar, se bobear já estava passando de um mês) já era um bolo de fios tão complexo que eu até desistira de ajeitar. Enquanto isso, o cabelo do elfo parecia sob algum feitiço, pois não importava se ele se molhasse ou sujasse, continuava perfeito. PERFEITO! O que esses elfos fazem para ter cabelos assim? Pacto?

Minha pele devia estar destruída depois de tudo que tinha passado. A primeira coisa que faria ao chegar na Cidade do Lago seria exigir um banho. Com tudo que tenha direito! Porque estava precisando. Mal eu sabia que aquela não seria a minha próxima parada...

Sem contar com isso, só de pensar que estava um mês inteiro sem me depilar senti um arrepio. Não era do tipo paranoica com essas coisas, mas as vezes me dava nervoso ver aqueles pelinhos brotando em tudo quanto é lugar. E o pior é que meus pelos são escuros, sorte que não crescem muito. Acho que é por causa que vivo em um lugar frio. Deve ser isso.

Estava com vontade de comer doce. Sim, eu comecei a pensar em doces, me julgue. Era quase um mês se alimentando de pão de viajem, frutas, mel, aveia e coisas do gênero, você quer que eu pense em o que? Sentia falta de um bolo de chocolate, um potinho de doce de leite...Ai que delícia...Qual será que eram os doces da Terra-Média? Esperava poder ver isso também. Aquele mundo tinha de certo uma culinária diferente da nossa em certos lugares. E digamos que eu seja fã de fazer uma boquinha.

Mas o pior de tudo, daquilo tudo mesmo, eram as dores. Minhas costas estavam me matando e meus pés estavam quase ficando dormentes de tanto andar. Sentia tudo doer e só de fazer um movimento tudo estalava. Daria meu mundo por uma massagem. Era o que eu mais precisava, seria ótimo para relaxar...E também tinham as dores de cólica, porque ser mulher as vezes é uma coisa triste. Só esperava não ficar meio alucinada por causa disso e Legolas achar que eu estava morrendo. Que bom que já tinha parado nessa parte da viajem.

BAM!

Ouvi um galho sendo pisado. Fiquei aliviada ao ver que tinha sido eu mesma. Vish, me dando sustos.

Então, parei para pensar em como era insano tudo o que estava acontecendo. Até que eu tinha aceitado tudo bem facilmente, para tão louco que era. Talvez isso fosse um sinal de que fosse um sonho? Em sonhos conseguimos fazer muitas coisas, algumas impossíveis e outras que provavelmente não faríamos na vida real, mesmo se dada a chance. Tipo matar pessoas, sabe?

É mesmo, eu tinha matado gente.

Eu. Tinha. Matado. Gente.

Foi aquilo que repeti em minha mente lentamente. Eu tinha matado gente, instintivamente até, como no caso do lago, sem pensar duas vezes. No que eu estava me transformando? Em algum tipo de monstro? Eu não queria ser como aqueles terroristas do mundo real, matar tão quanto eles. Bem que na maioria dos casos eu não tinha tido escolha, mas...não, sempre há uma escolha! Eu podia ter escolhido morrer invés de matar, não deixa de ser uma escolha. Não, eu não podia. Mesmo que aquele fosse o pior dos piores pecados, eu precisava descobrir a verdade, e não podia deixar que aquilo me parasse, não importa o quão grave fosse.

Mas também não podia aceitar aquilo. Se aceitasse seria somente um sinal de quão terrível estava me tornando. Um sinal de que, aos poucos, minha mente estava sendo corrompida por tudo aquilo.

Mas eu não podia negar. Daquele jeito o mundo parecia ficar bem pior do que eu pensava que ele era. Bem mais tenebroso. Tendo experimentado a sensação de fazer aquilo, aquele trauma e sabendo que há pessoas que fazem aquilo só por fazer ou porque é seu trabalho...é algo horrível.

Ouvi um barulho novamente. Mas dessa vez não era o mesmo. Era o barulho de alguém caindo no chão. E quem estava caindo? O Legolas. Sabia que tinha algo de muito errado acontecendo com ele.

Corri rapidamente na direção dele, apoiando se braço no meu pescoço para que ele pudesse levantar. Aquilo foi tão automático que nem parei para perceber como estava próxima dele, até como se fôssemos íntimos. E na minha inocência continuei lá, mas ele pareceu não se importar.

–O que houve? – perguntei.

–Não sei. Algo não está certo.

Sério gênio? Não tinha percebido. Ah, pera. Eu tinha sim. E VOCÊ NEGOU!

–O que é?

–Sinto como se algo invadisse o meu corpo. Estou ficando meio tonto e aos poucos sinto que meu corpo está parando.

–Tonto e corpo parando...deve ser algum tipo de droga. Os homens da floresta! Eles devem ter colocado algo em você. Mas por que demoraria tanto para fazer efeito? – raciocinava, em voz alta.

–Não sei. – ele respondeu, não percebendo que eu estava falando comigo mesma.

–Tem sentido algum sintoma estranho nos últimos dias?

–Um pouco.

–E você insistiu em dizer que estava bem. Ótimo. Agora que o problema está sério você decide se manifestar. Ai, vocês elfos. Mas vamos focar aqui. Por qual razão eles colocariam uma droga que demoraria tanto para funcionar?

–Talvez o efeito em elfos é diferente e eles não sabiam?

–Não, tem algo a mais. Como você foi capturado?

–Até onde eu consigo lembrar eu estava com um grupo caçando na floresta, mas de repente apaguei completamente.

–Apagou completamente?! Eu também apaguei assim que fui capturada, mas foi porque levei um golpe na nuca. Algo está muito estranho...

Parei para pensar. Óbvio que um golpe bem desferido podia colocar qualquer um dormindo, mas estávamos falando de um príncipe élfico guerreiro. Se só um golpezinho podia apagar ele completamente ele seria um inútil em uma guerra, e eu sei que isso não era verdade. Ele era muito útil em uma guerra. Lembrei que quando estava acordando depois de ser capturada estava me sentindo meio tonta também. Talvez o corpo dele realmente reagira diferente a droga e achara um jeito de resistir por ela durante um tempo mais longo? Mas não fazia sentido ainda como ele tinha apagado do nada.

–Deixa eu ver uma coisa.

Olhei o pescoço dele, não havia marca alguma. Se ele tivesse recebido um golpe poderoso o bastante para apaga-lo, devia ter sido algo forte o bastante para deixar algum rastro, não? Pense, Ana, pense!

–Tive uma ideia! E se eles aplicaram duas drogas? Uma para nos apagar naquele momento e para que pudessem nos capturar e outra para nos apagar depois, se fosse o caso da primeira não funcionar? Ou até, se fosse o caso de algum de nós fugir? Mas pera aí...

Então pensei. Se aquela droga era uma garantia de que eles dariam conta de nós se fugíssemos...aquela coisa devia ser mortal! Eles não tinham como ter certeza que achariam um fugitivo, mesmo com a droga, então ela provavelmente mataria o usuário.

–Droga! Seja lá o que usaram em você, deve ser mortal. Não podemos perder tempo. Os elfos devem ter uma cura para isso.

–Como você sabe?

–Raciocínio lógico. Provavelmente aplicaram uma droga com sintomas diferentes da primeira. Uma droga que iria aos poucos nos afetando, até que caíssemos para nossa própria morte. Assim, se algum de nós fugisse deles eles teriam a garantia de que essa pessoa uma hora ou outra morreria. Temos que ir!

Ajudei ele a se levantar, e continuamos avançando lentamente. Ouvi o maldito do barulho estranho novamente. Agora não havia nenhuma garantia que era eu alucinando, afinal, já que Legolas estava drogado era bem possível que seus sentidos não estivessem bons como eram naturalmente, incluindo a audição.

Ótimo, estava eu lá, no meio da Floresta das Trevas, com o meu guia, o príncipe Legolas Verde – Folha, drogado e apoiado em mim, sem saber o que fazer e ouvindo um barulho totalmente suspeito. O que poderia dar errado?

O que era mais lindo daquilo tudo que o corpo do Legolas era pesado, afinal ele era bem mais alto que eu e era um homem. Estava quase caindo com ele depositando quase todo o seu peso em mim, já que estava perdendo todas as suas forças.

Aquilo não daria certo. Tinha que pensar em algum meio de nos locomover naquela bagunça.

A primeira coisa que me veio à cabeça foi a palavrinha mágica: Fênix! Sim, a égua. Com ela seria muito mais fácil de avançar. Como diabos eu não tinha pensado nela desde o início...pera, como eu iria explicar para ele que um cavalo apareceu do nada sem expor os meus poderes? No momento ele provavelmente não ligaria para isso, mas depois sim. E sem contar com isso, seria difícil ir direto com ela considerando a irregularidade do terreno da floresta, ainda mais os lugares super íngremes dela. A minha única ideia tinha ido embora como num passe de mágica.

Pense, pense! Você é inteligente, você consegue. Isso, mágica! Não era uma curandeira mestra, mas podia tentar usar magia de cura nele. Mas que garantia aquilo traria de que ele estava a salvo? E aquilo me deixaria exposta novamente e meus inimigos poderiam me sentir. Outra ideia foi jogada ao vento.

Talvez a única opção mesmo era continuar, ir em frente.

–Falta quanto para chegar?

–No máximo e na pior das hipóteses, um dia.

–Nós estamos na pior das hipóteses. – murmurei.

Com dificuldade, avançamos. Andávamos muito devagar, o que era um problema. Um grande problema.

Ouvi o barulho mais uma vez. Ele parecia sempre mais próximo. O que eu iria fazer?

Abaixei Legolas, ajudando ele a ficar apoiado em uma árvore.

–Algo está se aproximando.

–Devem ser as...

Estava tão atenta aos barulhos e o elfo falava tão baixo que eu nem prestei atenção quando ele me disse quem seriam os meus possíveis inimigos. Só sei que instintivamente armei o arco e revistei o terreno a nossa volta com meus olhos.

–Ainda não estão tão próximos, é melhor continuarmos...- me virei.

E foi aí que uma sensação de terror percorreu todo o meu corpo. Onde ele estava?

Ele não estava no lugar que eu o tinha deixado. Meu coração começou a acelerar. Não, não era possível. Como assim ele tinha sumido? Onde estava?

Comecei a suar. Estava nervosa. Sozinha. Se tinha sido um inimigo que conseguiu retirar o elfo de lá sem que eu mesmo notasse...o que seria de mim?

Olhei os arredores, procurando pegadas ou qualquer outra coisa que me mostrasse para onde tinham ido. Sem encontrar nada, olhei para cima, vendo movimentos na distância. Não conseguia identificar o que era, pois estava escondido na escuridão das copas das árvores.

Então, deixando o medo de lado, comecei a escalar a árvore.

Depois de um tempo, cheguei perto do topo e procurei encontrar aquilo que estava se mexendo. O ruim era que estava muito escuro para enxergar alguma coisa, então tive que apertar bastante os olhos naquela escuridão toda.

–Maldição. – murmurei.

Então, ouvi um som vindo atrás de mim. Me virei e então vi algo assustador.

Uma aranha, só que gigante. Maior do que eu. Tinha longas e peludas pernas, vários olhos e várias presas dentro da boca (e algumas fora também).

Involuntariamente dei o maior grito que já tinha dado na minha vida. Se tinha alguma coisa que me dava arrepios eram aranhas, mas as que já tinha encontrado na minha vida não me faziam surtar. Porém aquela era uma aranha gigante!

Saquei a espada, o que foi inútil, pois ela a empurrou com força, fazendo-a voar para longe.

Então, a aranha rapidamente me deu um chute com sua enorme pata, fazendo com que eu caísse para trás. Meu corpo bateu em vários galhos antes que eu desse com uma grande teia, onde meu corpo ficou preso.

Me remexia loucamente, querendo escapar. Mas aquilo era mais grudento que cola, e minhas tentativas de fugir foram totalmente em vão. Então, a monstra se aproximou e me envolveu na sua teia grossa.

Me arrastou para longe, quando eu bati a minha cabeça em alguma coisa. Então fiquei inconsciente...

Depois de alguns minutos, acordei novamente. Estava de cabeça para baixo. Mesmo que não desce para ver muito bem, eu podia sentir. Por sorte, não tinha muita teia antes do meu pescoço, permitindo que eu respirasse e enxergasse (mesmo que pouco) o ambiente que me cercava.

Tinha que sair dali. Era só isso que pensava naquele momento. Comecei a pensar. Como sairia daquela situação?

Vi, não muito longe de mim, algo brilhando. Me esforcei para descobrir o que era, percebendo que era a minha espada. Ela estava fincada em um galho grosso de uma árvore.

Eu poderia usar ela para cortar a teia! Claro!

Mas então eu percebi que meus braços também estavam envolvidos pela teia. Aquilo era um problema, dos grandes.

Um dele estava menos preso que o outro, por isso comecei a mexer ele na tentativa inútil de soltá-lo.

Não obtendo sucesso, lembrei das adagas, que deviam estar próximas dos braços. Consegui pegar uma com o braço e rasquei parte da teia. Um braço já estava livre, mas era logo o esquerdo, e eu sou destra.

Por isso, abri a teia do lado direito também, soltando o outro braço. Mas, ainda precisava da espada, já que não conseguia alcançar meus pés só com a adaga. E também, se saísse dali, precisaria da espada lá embaixo.

Então, comecei a remexer o meu corpo de um lado para o outro, balançando a teia de lá para cá.

Aos poucos, conseguia ficar mais perto da espada. A cada balançada, ficava mais próxima. Estendia a minha mão para pegá-la, mas sempre, por pouco, não conseguia.

Então, consegui segurar no cabo. Não podia soltar. Se simplesmente cortasse a teia iria cair feio. Tinha que cortar ali e me segurar em um galho.

Segurei em um pedaço da árvore e peguei a espada. Depois de tanto mutilar a teia, esta finalmente se partiu. Segurei rapidamente com as duas mãos no galho, para que meu corpo não caísse. Mas quem disse que funcionou?

Comecei a cair, batendo em tudo quanto é coisa possível. O bom era que não estava tão longe do solo, então não morri com aquela queda demoníaca.

Mas a minha cabeça doeu muito ao atingir o chão, assim como o meu corpo. Engraçado eu ainda estar inteira.

Mas não podia parar ali, ainda não estava segura. Me levantei o mais rápido que pude, segurando a espada com as duas mãos.

Meu arco e minha aljava já tinham ido para o espaço, esperava poder encontrar com eles novamente.

Aos poucos e de todas as brechas possíveis, via as aranhas se aproximarem.

Agora começaria uma nova batalha.

Palavras/frases em Sindarin:

Hiro hyn hîdh ab 'wanath = Que eles achem paz após a morte.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
LEGOLAS NA ÁREA POARRR!
Agora sim as tretas vão começar hihihi e.e
Epero que tenham gostado, vou postar assim que puder (mas isso talvez demore).
Beijos de morango para vocês, lindos (づ ̄ ³ ̄)づ