The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 35
Capítulo 29 - A Trilha nas Montanhas


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei. Quase duas semanas sem postar. Po favor, não me matem. Realmente anda difícil escrever aqui. Mas calma, hoje ainda tem mais capítulo vindo (assim espero). Mas vocês também tem que colaborar. Um comentário sempre ajuda ;)
Espero que gostem e boa leitura!

Nesse capítulo:
Ana segue para as Montanhas Sombrias.



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–Essa escuridão...não devemos contar isso para ela ainda.

–Contar o que?

Os três indivíduos que estavam no salão me olharam ao ouvir a minha voz.

Agora, eu já tinha acordado. E já estava melhor. Mas não, não podia arriscar que alguma coisa daquelas acontecesse novamente. Eu tinha que ir enquanto ainda tinha tempo.

Agora, invés de estar usando o vestido azul eu já estava com a minha roupa de saída. Uma roupa de viagem.

Usava uma calça preta, acompanhada por um par de botas altas de mesma cor. Uma blusa azul-marinho de mangas, coberta por uma túnica curta e negra que possuía um capuz embutido. Meu traje incluía também um colete metálico, para me proteger de ataques. Não me permiti usar mais do que aquilo pois pesava demais e retardava o meu andar. E para completar, uma capa negra, que ia até um pouco acima dos calcanhares.

Já tinha todas as armas acopladas ao meu corpo. As adagas, o punhal, a espada e o arco, tudo em seu devido lugar. Eu também tinha, agora, um equipamento de escalar “improvisado” que Kryn havia me dado. Era basicamente uma corda com um gancho na ponta.

–Eu não sabia que pessoas usavam esse tipo de coisa na Terra – Média.

–Para falar a verdade, eles não usam. Mas eu posso fazer uma exceção para você.

–Claro.

As bolsas, já estavam em seus devidos lugares, assim como a pedra mágica, o colar mágico e etc. Meu cabelo estava preso em uma trança embutida. Eu estava pronta.

–Eu perguntei uma coisa. Contar o que?

Os três se levantaram, me olhando.

–Nada, Lady Ana. Não devia ter entrado sem pedir permissão. – advertiu Elrond.

Na sala, além de Elrond, estava Lady Galadriel e Gandalf. O que eles estavam fazendo em Rivendell? Com certeza tinham chegado depois de eu desmaiar.

–Onde planeja ir? – o mago perguntou.

–Esses são meus negócios, não seus. Assim como são suas conversas. Não deveria ter intrometido.

–Não há problema. – falou Elrond. – Mas me parece que está partindo.

–Sim, estou. Eu vou para o leste, mas não quero ser seguida por nenhum de vocês. Estou clara? – os três assentiram. - Eu só quero mais uma coisa. Eu preciso que me ajudem sobre que caminho tomar para atravessar as Montanhas Solitárias.

–Coisas perigosas habitam além daquelas montanhas.

–Eu sei. Mas não estou com medo de encontra-las, afinal já as encontrei aqui.

–Coisas ainda piores do que orcs.

–Não há problema. Não pedi que me alertasse sobre isso. Eu só quero saber o caminho. Se puder me ajudar com isso, eu estaria mais que agradecida.

–Você tem um mapa?

***

Uma vez que Elrond e Gandalf me explicaram exatamente o caminho que devia seguir, eu finalmente tinha todos os meus assuntos em Valfenda resolvidos.

–A manhã se aproxima e eu tenho que ir. Eu vou ver se consigo retornar ainda esse ano se tiver alguma resposta, mas se não, ainda sei que nos encontraremos novamente.

–Espero que sim.

–Diga a Elrohir que a visita foi ótima e que eu gostaria de me despedir, mas que não tive tempo. E leve meus agradecimentos a mestre Glorfindel, Elladan e Aearan. E não se esqueça de Estel...estou esquecendo de alguém? Ah, claro. Agradeça a Lindir também e...quer saber? Agradeça todo mundo logo.

–Eu irei. – o lorde élfico riu-se.

–Obrigada por tudo. Adeus.

E assim, eu me virei, saindo pelo alto e grande arco que marcava a saída do vale, deixando o lorde de Imladris, a senhora de Lórien e o mago cinza para trás.

***

Já faziam dias que eu tinha deixado a Última Casa Amiga, no vale, mas mesmo assim, continuava subindo. A trilha era difícil, solitária e comprida. Lá era frio e possuía ventos consideravelmente irritantes. Às vezes grandes pedras despencavam pelas encostas das montanhas, libertadas do gelo pelo sol do meio-dia, e as vezes passavam pelas minhas laterais (o que era uma sorte divina), mas outras, insistiam em passar sobre minha cabeça (o que era terrivelmente assustador e me fazia pensar que iria ser esmagada por uma a qualquer segundo).

As noites eram desconfortáveis (conseguiam ser piores que aquelas antes de eu chegar no vale) e terrivelmente frias. Era um silêncio total, somente interrompido pelo barulho da água, pelo gemido do vento e pelo trincar das pedras.

Mas o pior de tudo foi a neve. Pelos meus conhecimentos, eu sabia que as montanhas já eram geladas independentemente da época do ano. Mas estávamos em pelo inverno. Era mais frio que o normal! Era congelante! Não é à toa que em uma parte da trilha eu fui obrigada a colocar um casaco para me aquecer. Era um casaco de peles, que tinha um formato parecido com o da túnica. Além disso também coloquei um pano no rosto, cobrindo a minha boca e boa parte do meu nariz.

Bom, eu achava que o pior de tudo tinha sido a neve. E foi o pior...até aquele ponto. O ponto onde toda a trilha pareceu mais uma missão suicida do que uma simples passagem.

Primeiro vi uma luz descendo dos céus e ouvi um trovão ensurdecedor. Depois, gotas de chuva começaram a cair sobre minha cabeça. Ótimo, uma tempestade. Que maravilha!

E para piorar a minha situação (que já estava terrível), o terreno se tornou extremamente íngreme. Possuía um grande vão na minha frente, o que indicava que estava em um desfiladeiro. Tinha que me segurar na parede, mas o vento e a chuva não colaboravam.

Então, sentindo que aquele seria o bendito momento que a vida passa correndo pelos seus olhos e você quase morre, escorreguei. Escorreguei, segurando a borda e rezando para que esta continuasse estável e que eu não escorregasse novamente, já que ela estava molhada e escorregadia. É, não deu muito certo.

Parece que o Kryn tinha previsto aquele momento porque, assim que a minha mão se soltou da pedra ensopada, eu peguei a corda e a joguei para cima. O gancho voo até ficar preso na pedra. Uma vez que meu corpo parou de cair, eu voei para frente, levando uma bela pancada do paredão rochoso que se encontrava na minha frente. Era quase como se ele fosse vivo e quisesse revidar a “ganchada” que eu dei nele.

Comecei a subir o mais rápido que podia. Na minha situação, qualquer coisa podia ser considerada possível. Qualquer coisa. Uma vez que cheguei novamente na borda, subi, rezando para que aquilo não acontecesse novamente.

Continuei o caminho, ainda com dificuldade. Tentava ser mais forte que a tempestade, mas era realmente difícil. Parecia que ela não queria que eu continuasse e isso ficou bastante claro quando um relâmpago acertou o meu caminho, impedindo que continuasse.

Mas eu tinha que ser corajosa, tinha que ser forte. Não me intimidando pelo clima e esquecendo o medo, pulei para a beirada do outro lado do desfiladeiro. Assim, continuei andando.

Uma vez que tinha passado a área de impacto daquele relâmpago, voltei ao outro lado. Não dava mais, era realmente muito arriscado e eu podia escorregar novamente e não ter tanta sorte como da última vez. E, além disso tudo, estava escuro, dificultando ainda mais a minha passagem.

Foi então que avistei uma caverna. Um pequeno e profundo ponto perdido naquele rochedo imenso. Seria aquilo a minha salvação?

Entrei no lugar, agradecendo por estar seco. Peguei a lamparina que tinha na bolsa e a acendi.

Não era um lugar muito aquecido, mas seria um ótimo abrigo considerando o clima exterior. Tentei ver o fundo da caverna, mas nada achei.

Me sentei em um canto. Não era seguro acender uma fogueira em um lugar daqueles, então me contentei com a lamparina. Me encolhi toda, na tentativa de me aquecer. Agora a única coisa que me restava era esperar a tempestade passar. E, claro, esperar ter a sorte imensa de que a caverna não fosse uma armadilha orc, como no caso de Bilbo e a companhia, que deram com uma daquelas. Se isso acontecesse comigo...estaria perdida.

Tentei fechar os olhos por alguns segundos. Estava tão cansada que logo esses segundos se tornaram minutos, e logo a seguir já podia estar adormecida a horas.

Despertei de meu sono quando senti uma sensação estranha. Aquele mau pressentimento que sempre sentimos antes de algo dar terrivelmente errado. Observei o ambiente, sem encontrar nada diferente de quando tinha adormecido.

Fui voltar a dormir quando senti uma movimentação no ambiente. Alguma coisa estava se mexendo.

Olhei para baixo e percebi que era o chão que se movimentava. Ele tremia e logo placas dele começaram a cair.

–Ah, Santa-

E nesse momento, uma placa logo embaixo de mim se abriu e eu comecei a cair.

A única coisa que conseguia pensar era o que me esperava quando a queda acabasse. Orcs? Ou algo pior?

Qualquer coisa que me veio à mente naquele momento não se comparava ao que eu realmente encontraria uma vez que atingisse o chão.


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