The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 27
Capítulo 23 - Orcs e Wargs


Notas iniciais do capítulo

Nesse capítulo:
Ana é obrigada a enfrentar uma grande ameaça.

Música: To Glory [Porque essa música é diva]
Link: https://www.youtube.com/watch?v=d2hRTLdvdnk



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Os orcs se aproximavam, enquanto eu recuava lentamente, procurando a proteção de pedras caso alguém atirasse. Fênix já havia sumido, para a minha infelicidade. Armei o arco, para se alguém tentasse se aproximar. Eu estava sozinha, mas não podia desistir agora, eu tinha que conseguir continuar o meu caminho e não seriam aqueles orcs que me impediriam.

–Se afastem!

[Língua negra]: [Ela acha que vamos recuar!] – ele riu, maldosamente. – [Mande uma mensagem para o mestre, diga que achamos a garota. Fale para chamar o grupo principal para cá. E também diga que em breve retornaremos a Dol Guldur, uma vez que ela for capturada.]

Então, um deles saiu correndo em disparada em seu warg, para entregar a mensagem. De alguma forma, mesmo ainda não sendo fluente nas línguas da Terra – Média (muito menos língua negra e outros idiomas orcs, que só tive chance de ver em um dos livros que Kryn me deu), eu entendia o que aqueles orcs falavam.

E, mesmo que não entendesse, naquele momento, o grupo de orcs avançou na minha direção, e eu procurei atirar neles, mas mal daria tempo de acertar um na velocidade que se mexiam.

Atirei no primeiro que atreveu se aproximar. Ele caiu morto no chão, mas ainda havia a montaria dele, a qual eu fiz o favor de atirar também ao chão. Antes que morresse, o animal rugiu de dor, assim como seu montador.

O primeiro dos quinze havia caído, mas algo me dizia que não seria assim tão fácil com os outros quartoze .

Reagindo, um dos orcs me deu um tiro com uma flecha que, naquela escuridão, parecia se misturar com o céu porém, eu fui ágil o bastante para que ela somente passasse de raspão, causando um leve corte na minha bochecha. De qualquer forma eu virei o rosto e cambaleei para trás, me ajoelhando no chão e vendo que a ferida já deixava algum sangue cair.

– [Não deve matá-la! Temos que levá-la para o mestre!] – gritou o líder do grupo.

Antes que se aproximassem mais, eu vi um vulto se entrar no ambiente, acertando um dos orcs ferozmente, assim como sua montaria. Ao ver o vulto se virar ligeiramente, notei que era Thorin, novamente.

Ele se aproximou de mim e segurou o meu braço, me ajudando a levantar e rapidamente direcionando os olhos para a situação.

–Me parece que você está tendo problemas aqui. E depois ainda vem me dizer que sabe se defender! – ele exclamou, só recebendo uma expressão frustrada de mim.

Ele foi correndo novamente para lutar e naquele momento, não pude parar para pensar no fato que ele vivia surgindo todas as horas que eu precisava. Naquele momento eu estava focada em derrotar os orcs.

Após transpassar o arco novamente pelo corpo, desembainhei a espada élfica dourada e a segurei com as duas mãos. Enquanto isso, o khuzd feria mais um dos lobos gigantes com sua espada.

– [Peguem a garota! Peguem ela! Matem o anão!] – gritava o líder.

Assim que a espada estava em minhas mãos, um dos orcs pulou com seu warg na minha direção e eu, quase que involuntariamente, acertei a cabeça do animal, que tentou se jogar sobre mim.

Mesmo com a montaria morta, o orc ainda atacava em cima dele, procurando me acertar em algum ponto fraco. Eu desviava de todos os modos possíveis, o que não era tão difícil naquela posição. Percebendo isso, o orc decidiu descer do warg, me dando tempo para tentar puxar a espada para fora do crânio do lobo gigante.

A espada parecia ter travado dentro do animal e eu não tinha força o bastante para tirá-la. Por isso, quando vi o orc tentando se aproximar, saquei as duas adagas encarando o orc com um olhar diferente.

Naquele momento, eu esqueci todo o medo, eu tentava não ficar assustada e encarar aquilo como um teste, um teste que eu tinha que passar se quisesse chegar a Cidade do Lago, pois algo me dizia que eu enfrentaria coisas muito piores nos locais selvagens da Terra – Média. Se eu realmente queria minhas respostas, eu teria que provar isso.

Rapidamente, de um jeito que nem parecia meu, eu rodei a mão esquerda na direção do orc, cortando sua garganta o que o fez cair no chão, sem reação. Imediatamente virei, indo enfrentar outro orc que se aproximava de mim já sem o warg (o qual provavelmente havia sido morto por Thorin), fazendo a mesma coisa, só que com a mão direita.

O terceiro que veio levou um chute no joelho e uma apunhalada na cabeça com o cabo da adaga, o que o fez cambalear para trás e abaixar a cabeça, facilitando a minha finalização: um golpe certeiro na cabeça.

Aproveitando o momento em que nenhum deles me atacava, voltei ao warg morto para tentar retirar a espada novamente. Guardei as adagas nos coldres presos às pernas e logo depois peguei o cabo da espada com ambas as mãos. Puxei com ainda mais força, obtendo sucesso. A espada saiu, cheia de sangue.

Olhei aos arredores procurando o anão, pelo que percebi, pelo menos cinco orcs já tinham sido mortos, assim como seus wargs. Quando meus olhos procuravam no meio da mata escura (o que estava dificultando bastante a nossa luta, de certa forma) encontrei um anão um pouco ferido jogado ao chão, com um dos maiores wargs do bando em cima e com um orc apontando-lhe a espada.

Ao ver aquela cena, toda a segurança que sentia foi pelos ares, agora eu estava por mim mesma e tinha que salvar Thorin, custe o que custar.

Tirando o líder e aquele que já estava cuidando de Thorin, todos os orcs se aproximaram de mim, lentamente como um predador avança para atacar a presa. Eu recuei, ainda com a longa espada na mão.

– [Não tem para onde fugir. Eu posso sentir o seu medo.]

O pior de tudo que eu realmente não tinha como fugir. Os orcs me atingiriam com os wargs facilmente se tentasse. Eu era nada além do que uma presa naquele cenário. Sozinha e amedrontada.

Deixando o medo invadir o meu corpo, não tive reação quando um dos wargs se jogou sobre mim, fazendo com que a minha espada caísse para o lado e me jogando no chão.

Eu tentei recuar para trás, mas a pata gigante do animal foi pressionada contra o meu abdômen, me impedindo de sair daquela posição.

Enquanto isso, o anão já xingava de todos os jeitos possíveis e em todas as línguas que conhecia. Ele amaldiçoava o fato de ter voltado atrás para me ajudar, amaldiçoava os orcs...tudo.

–Por que eu fui voltar para a minha própria morte?! – ele parecia totalmente revoltado.

– [Prendam ela!] – gritou o líder, avançando um pouco.

Um orc desceu de sua montaria e se aproximou de mim, com correntes em suas mãos e uma espada enorme.

Enquanto isso, o líder (que era o maior e mais sinistro deles) se aproximou de Thorin olhando-o, curioso, e dizendo:

– [Ora, ora. Eu não esperava encontrar você aqui. Deveria mata-lo aqui mesmo ou dar essa honra para o mestre?]

Enquanto ouvia o barulho das correntes sendo arrastadas no chão, senti aquela mesma sensação estranha que sempre sentia em momentos de perigo. Aquele alerta máximo que preparava o meu corpo para fazer qualquer coisa para se salvar. A mesma sensação que tive quando matei Hartel e Tesha nos Jogos...a mesma sensação de quando bebi o vinho envenenado...quando matei Nimueh...eu sentia aquilo na minha alma e tinha que aprender a usar a meu favor: quando eu quisesse.

Depois disso, tudo aconteceu em uma questão de segundos. Virei para o lado, esticando o braço e, usando minha magia, fiz com que a espada viesse até mim. Imediatamente acertei a lâmina no pescoço do animal, fazendo com que ele parasse de se pressionar contra mim com tanta força, o que me deu liberdade o bastante para chutá-lo para cima e rolar para o lado, golpeando-o o profundo causando sua morte.

Ao retirar a espada, levantei mais rápido do que nunca e acertei aquele que o montava, matando-o instantaneamente. Pulei por cima do warg indo na direção do orc das correntes, cortando sua cabeça com um único golpe e dando uma cambalhota ao cair no chão. Logo em seguida, empurrando o meu corpo, escorreguei por baixo do warg deste último, finalizando-o com um corte longo pela barriga, abrindo-o como um peixe.

Levantei novamente acertando mais dois que corriam na minha direção. O primeiro perdeu a cabeça e o segundo levou um golpe tão forte na nuca que sua cabeça abaixou tanto ao ponto de a espada acertar o warg também.

Retirando a espada, enfiei a lâmina no corpo do outro o warg cujo o dono já jazia morto.

Só nesse movimento rápido eu já havia eliminado quatro daqueles que tentavam me matar. Agora só faltavam seis, contando com o líder.

Os orcs restantes pareciam assustados, mas o líder tentava incentivá-los a continuar. E eu não parei por aí.

Já com a espada guardada, armei o arco e acertei o orc que estava de olho no khuzd, fazendo-o cair no chão, dando a abertura que Thorin precisava para pegar a espada novamente e golpear o warg.

Depois que o lobo gigante caiu ao chão, ele também se levantou, pronto para voltar a luta, só tendo um ou dois arranhões no rosto.

Durante isso, eu já aniquilava mais orcs. Com as duas adagas armadas, arremessei uma na cabeça de um deles. Correndo em sua direção, acertei a outra lâmina na cabeça do warg e, dando um pulo incrível, passei por cima do warg, retirando a arma branca da testa do orc e enfiando-a na do warg, que corria uivando de dor, tirando qualquer vida que ele ainda tinha, o que o fez parar.

Ao descer do animal, rodei com as lâminas golpeando seguidamente mais um dos wargs até que morresse, em seguida desarmando o cavaleiro deste e matando-o.

Também lutando estava Thorin, que nesse meio tempo já havia matado mais um deles.

Um deles apareceu inesperadamente ao meu lado, me empurrando, o que fez com que eu derrubasse as adagas no chão. Era o líder. Perto dele estavam os outros dois restantes. Um deles partiu ferozmente para Thorin, e os dois se distanciaram do resto para uma luta perigosa.

O líder se aproximava, se preparando para seu último ataque. Ele achava que eu não teria tempo de sacar a espada, não podendo revidar, mas eu tinha uma carta na manga, eu não acertaria ele com a espada.

Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, eu me concentrei, aproximando as duas mãos e de olhos fechados. Ao abrir o par de olhos vi uma luz verde sendo produzida no espaço de uma mão para a outra e, dando um último olhar mortal para o líder, direcionei uma das mãos para ele, transformando a luz em um gigantesco raio que o acertou no pescoço, fazendo com que ele gritasse de dor.

De longe eu mal pude notar um Thorin assustado, que, já tendo derrotado seu adversário, observava o meu golpe.

–Eu estive treinando. – disse.

Nesse momento, puxei a mão para trás, fazendo que, como uma corda, o raio puxasse o líder para perto de mim, tirando-o de sua montaria. Trazendo a adaga para perto por meio de meus poderes, o finalizei com um único golpe, uma vez que ele se encontrava perto de mim.

Assim, só lancei as adagas, que já se encontravam novamente em minhas mãos, em um golpe único, matando seu warg.

Depois disso, ao puxar as adagas de volta com a magia e girando-as nas minhas mãos, só olhei o único orc que restava, que parecia morrendo de medo. Antes que tivesse a chance de lhe dar um final, ele já havia corrido para o meio das florestas, fugindo.

–Idiota. – falei, guardando as lâminas nas bainhas.

Thorin continuava parado, não acreditando no que via. Enquanto ele tinha seu momento de choque eu pude notar alguma coisa estranha no corpo do orc. Ao me aproximar vi um tipo de pergaminho em um bolso de sua armadura.

O pergaminho estava em alguma língua que não entendia direito. Devia ser língua negra, mas era bem difícil de ler. Discretamente usei minha magia novamente e as palavras foram mudando até aparecerem frases em Westron.

Era uma missão de sequestro. Uma missão de sequestrar uma garota de aparência humana, com cabelos e olhos negros e pele clara, com menos ferimentos o possível.

Não vou entrar em grandes detalhes, mas pude notar uma assinatura um tanto familiar. Não tinha mencionado isso antes, mas também tinha visto aquela mesma assinatura no pergaminho que Lorde Elrond havia me mostrado daquela vez em Rivendell. Seja lá quem fosse, estava me procurando já fazia tempo. A tradução Westron da assinatura só me mostrava a letra A. Não tinha um nome, só uma letra.

Mas, ao perceber que o anão se aproximava, guardei o pergaminho na bolsa, me levantando e encarando-o.

–Por que um grupo de orcs estava te caçando? – ele quase gritou.

–Quem disse que eles estava me caçando? Eles podiam só estar passando por aqui...

–Por que eles estavam te caçando? – ele aumentou o tom.

–Eu não sei!

–Você vai deixar ele fugir? – perguntou, apontando na direção em que o orc havia fugido. - Vai chamar outros...

–Um deles já foi embora a muito tempo com uma mensagem. Mais um não vai fazer tanta diferença. E eu é que não vou perder eu tempo caçando ele.

–Se um deles já foi levar uma mensagem e um deles vai correndo para eles, essas florestas em breve estarão cheias de orcs, se eles se atreverem ao bastante para isso.

–Eu não preciso mais da sua ajuda! Eu consigo continuar sozinha! Você já viu o que consigo fazer por mim mesma.

–Onde está seu cavalo?

–Eu posso ir a pé. Eu realmente consigo fazer isso. Você tem seus assuntos, eu tenho os meus! Obrigada por tudo que fez mas vá enquanto ainda pode.

–Se é assim que quer, quem sou eu para impedir. Adeus... – ele deu um aceno de mão indo para longe, sumindo no escuro.

Olhando para frente e encarando a floresta, eu respirei fundo. Depois, determinada, adentrei a Mata dos Trolls.

Palavras em Khuzdul

Khuzd = Anão


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