The Inter - Worlds (Parte 1): As Aventuras - Ano 2 escrita por Ana Katz


Capítulo 14
Capítulo 12 - Um Novo Companheiro


Notas iniciais do capítulo

NA: Desculpa pelo atraso, mas o tamanho desse capítulo acho que recompensa! Maior capítulo até agora!

Ana e Déniel acham um novo companheiro nos Jogos...

Música: Learning The Skills
Link:http://www.youtube.com/watch?v=SDYy2LEsu7E&index=9&



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–Tirando nós, só faltam Hartel e Tarno. - disse Déniel.

–Temos que eliminá – los. Não podemos perder nenhuma chance. E temos que fazer isso logo, antes que eles façam com a gente.

–Exatamente. Mas algo me diz que eles mesmo vão se eliminar.

–Talvez. Principalmente agora que são eles dois. Hartel é uma pessoa muito autoritária e ele está certo que vai ganhar os Jogos; Já eu duvido, gente orgulhosa sempre acaba morrendo antes do final.

–Assim espero.

Continuamos o nosso caminho. Ficamos caçando o que podíamos, e nos reabastecendo de outros recursos, como água.

No caminho, tive a brilhante ideia que tiveram comigo, tipo umas três vezes. Veneno. Sim, as ameixas. Eu iria envenenar as flechas. Achei as frutas e banhei as pontas das flechas em seu líquido.

Depois disso continuamos a caminhar. No meio, comecei a refletir, o que resultou em uma conversa profunda, bem profunda.

Quando...digo, se matarmos eles, o que vai ser depois? Vamos ter que lutar entre nós mesmos?

–Não. Eu não iria te matar por causa desse jogo estúpido. Mas acredito que eles vão tentar matar um de nós, isso se a arena não nos matar sozinha.

–Pode ser.

–É, pode.

Uma vez que começou a escurecer, antes do devido, paramos para acampar.

–É impressão minha ou está escurecendo mais cedo?

–Acho que é mais do que impressão.

–Eles parecem estar com pressa.

–O fim dos jogos está chegando, é óbvio que estão com pressa, e não são os únicos.

–Estou começando a ficar cansada. – comentei.

–Durma um pouco, eu faço a primeira vigia.

–Tá, qualquer coisa me acorde. – disse, já me deitando.

***

Era uma floresta, na primeira luz da manhã. Um cervo estava caído no chão, mas eu não ligava para ele, e sim para a mata selvagem que se estendia na minha frente, para onde eu apontava uma flecha, com Déniel do meu lado segurando seu facão.

Da mata saiu Tarno, em quem eu rapidamente atirei, sem sucesso. Assim, Déniel se aproximou desse e cortou – lhe a cabeça fora com alguns golpes. Depois de ouvir o canhão, olhando para todos os lados eu procurava encontrar Hartel. Este do nada pulou em cima de mim, mas eu rapidamente tirei uma flecha da aljava e acertei seu pescoço com ela. Ouvimos o canhão.

Eu me levantei e fiquei encarando Déniel. Era só eu e ele agora.

Ele se aproximou de mim com uma das mãos levemente escondida.

–Déniel, está tudo bem?

–Claro que está. – ele respondeu, de uma forma estranha.

–Você está me assustando. – disse, ao notar um leve sorrisinho no rosto dele, e olhos tremendamente assassinos.

De repente ele me empurrou contra uma árvore e colocou seu braço no me pescoço. Tocou na minha calça, deixando uma parte do meu quadril a mostra. Mostrou a mão escondida segurando uma faca, e fez um corte na região, me mostrando o sangue. Levantou minha camisa logo acima da área, enquanto eu tentava inutilmente revidar. Pegou a faca e começou a me acertar repetidamente no local.

–Você realmente achava que nós éramos amigos? Você não sabe de nada, inocente. Eu nunca tive nada por você, no máximo alguma atração para ficar com você, mas nada sério. Mas é isso que acontece com vad!as como você.

Lágrimas escorriam do meu rosto incontrolavelmente, e ele não parava:

–E você realmente se acha parte do distrito 5, eu nunca tinha visto você antes. Você não é de lá e tenho até medo de descobrir da onde você veio. Mas, o que importa agora é que eu vou ganhar.

Ele enfiou a faca no meu ombro direito, e assim abriu o zíper da minha cabeça, até a região do coração.

–Hora de morrer.

Antes que ele pudesse retirar a faca e me matar, juntando todas as minhas forças, dei – lhe um chute, fazendo – o recuar. Tirei a faca do ombro e me joguei em cima de Déniel, enfiando a faca no meio de sua garganta.

Eu chorava, sem cansar. Da dor, da traição...de tudo. E, enquanto isso, meu sangue se espalhava pelo chão.

De repente, como uma pessoa saí da água quando está sem ar, eu acordei. Me levantei vendo um Déniel desesperado achando que eu estava tendo uma convulsão. Era um sonho. Ótimo. Tinha sido só um sonho...mas e se aquele sonho tivesse sido uma visão?

***

–Temos que cobrir isso. - comentou Déniel, enquanto eu apagava a fogueira.

–Ok.

Comecei a pisar na fogueira, para acabar de apagá – la. Com a ajuda de Déniel, cobri a fogueira com terra e plantas, cobrindo o nosso rastro. Tínhamos que ser cuidadosos, uma pista poderia significar nossa morte.

–Estamos no final, temos que tomar cuidado para que não nos achem.

–Precisamente. - afirmei.

O curto dia (curto porque os programadores estavam com pressa e por isso faziam com que anoitecesse mais cedo e amanhecesse mais rápido) se estendeu com caminhadas e pequenas caças. Caçávamos um pássaro ou outro, mas nada muito grande e que realmente pudesse nos alimentar.

A arena era algo muito complexo. Em algumas partes era um pântano, mas em outras era uma floresta, anexada às áreas inundadas.

Na manhã seguinte, ainda estávamos na procura de comida (comida descente, o que eu já estava desanimando de tentar achar), além de tentar achar Hartel e Tarno, que estavam em algum lugar sem deixar nenhuma pista ou rastro para nós. Foi na primeira luz da manhã, que atravessou as copas das árvores da floresta, que vimos um pequeno cervo perambulando pela grama. Na verdade, eu vi o cervo.

–Olhe. - sussurrei, apontando para o cervo. - Cuidado, não faça barulhos.

Mirei uma flecha no cervo. Eu não queria ter que matá – lo, mas era necessário. Dei o tiro, acertando a traseira dele, fazendo com que ele começasse a mancar, tentando fugir.

–Me desculpa. - murmurei, enquanto atirava a outra flecha.

O bicho caiu no chão, ainda respirando. Me aproximei dele e, procurando terminar sua dor, peguei a flecha que estava presa em seu corpo e fiz um corte vertical, tirando o último resquício de forças vitais que ele tinha.

Estava morto. Agora poderíamos comê – lo. Porém, não foi isso que aconteceu.

Escutei um barulho, mas me parecia que Déniel não o tinha escutado. Senti aquela sensação estranha, aquele gritar interior que tentava me dizer alguma coisa, só que, dessa vez, eu decidi escutá – lo.

Peguei uma flecha da aljava e disse, determinada:

–Tem alguém vindo.

–Da onde?

Eu só mirei na direção da mata que se estendia perto do local onde tinha matado o animal. Déniel me olhou e rapidamente pegou suas armas.

Estávamos em posição de ataque, em alerta máximo, talvez seria lá o grande final? O último massacre, o vida ou morte? A decisão final, o momento final?

Era idêntico ao momento do sonho. Comecei a ficar nervosa. E se tudo aquilo acontecesse? E se acabasse assim? Não, não podia ser. Tinha que haver outro jeito.

Podíamos ouvir passos rápidos e sons de uma respiração atropelada e, de repente, vimos Tarno saindo do meio da mata.

Então, ele parou, apoiou as mãos nos joelhos e começou a respirar, se acalmando. Assim que levantou a cabeça e nos notou, ele levantou as mãos.

Ao invés de eu atirar nele, como no sonho, eu segurei a flecha, insegura. Eu não podia fazer o que eu tinha feito na visão.

–Por favor, não me matem. - dizia, com a voz um pouco trêmula.

–Me dê uma razão para não atirar uma flecha no meio da sua cabeça. - disse. - Uma razão boa, de preferência.

–Eu sei que você não quer fazer isso, ninguém quer. Por favor, tenha piedade. Eu não estou aqui para matar vocês.

Eu o olhei nos olhos, quase que atravessando a sua alma, e ele parecia sentir isso. E eu não poderia atirar nele, seria muito arriscado e poderia fazer o meu sonho acontecer. Ele realmente não tinha más intenções, mas tínhamos que saber porque ele estava lá, e foi isso que eu perguntei em seguida.

–Foi Hartel. Ele tentou me matar de noite, mas eu fui mais rápido. Nós tivemos uma pequena luta...- eu olhei para ele, estava com alguns cortes, que justificavam os argumentos. -...e eu tive que escapar antes que ele cortasse a minha cabeça fora.

Eu abaixei o arco, recebendo um olhar confuso de Déniel, respondido por uma expressão minha de “Calma, está tudo bem.”, feita com um movimento de cabeça.

Assim que guardei a flecha na aljava, levantei o indicador para Tarno, afirmando:

–Eu vou te dar uma chance, mas se você tentar encostar um dedo sequer na gente, eu vou matar você antes que tenha tempo de dizer fim de jogo.

Ele assentiu positivamente com a cabeça.

–Qual de vocês está disposto a levar o cervo até algum lugar que possamos acampar?

–Eu posso. - disse Tarno, sinceramente.

–Ok. - respondi.

Andamos até acharmos uma clareira, onde montamos um acampamento, com uma pequena fogueira onde assamos os pedaços do cervo. Do nada, começou a escurecer. Já? Que isso gente, só tinha passado umas duas horas naquele dia todo!

Aquilo podia ser um sinal...um sinal de que Hartel se aproximava, e os programadores queriam um final...dramático.

A refeição foi silenciosa e, depois dela, fomos descansar um pouco.

Tarno ficou sentado na frente do acampamento, observando o horizonte, esperando que algo divergente aparecesse.

Eu estava mais atrás, apoiada em uma árvore que marcava a borda da clareira. Déniel estava em pé andando de um lado para o outro. Eu sussurrava uma música de uma das minha bandas favoritas, Tears for Fears:

A waking world of innocence
So grave those first born cries
When life begins with needles and pins
It ends with Swords and Knives

–Você está cantando? - perguntou Déniel, parando para me olhar e me interrompendo.

–Cantando? Eu? Claro que não. Puff.

–Eu acho que eu ouvi alguém cantando sim.

–Ok, eu estava cantando sim, ok? Eu não posso cantar não?

–Pode, eu até gostaria que a senhora continuasse com a melodia.

–Há há, vai sonhando que faz bem.

Ele se aproximou e, estendendo a mão, ele disse:

–Já que esses são na certa os meus últimos dias de vida se importa de dançar comigo?

–O que? O que colocaram na sua água?

–É sério, eu gosto de dançar.

–Eu nunca dancei com alguém, não sou do tipo festeira, então não, temo que não posso ajudar você. E, sério, você está bem das ideias?

Ele me puxou, fazendo com que nossos corpos se encostassem.

–Quem disse que precisa ser festeira para se dançar? – um pausa, uma troca de olhares - Que tal: você canta e nós dançamos?

–Por que você não canta? - perguntei.

–Ok, eu canto um pouco e depois você canta.

–Parece justo.

–Uma vez a minha mãe me mostrou uma fita de músicas antigas que pertencia ao meu...tataravô, eu acho, dado para ele por alguém que veio ainda antes, alguma coisa do tipo. Que estava na família há um bom tempo, uma parada dessas. E que tinham guardado por ter sido uma das poucas coisas que sobreviveu quando o mundo quase acabou. Lá tinha uma música assim:

Love of my life, you've hurt me
You've broken my heart
And now you leave me
Love of my life, can't you see?

Fiquei desconcertada ao ouvir que ele estava cantando Love of my Life, do Queen (outra das minhas bandas favoritas). Sem contar que era uma música linda, por que será que ele tinha escolhido cantar aquela?! E também vale adicionar que a voz dele era muito bonita. Eu, involuntariamente, continuei a música:

Bring it back, bring it back
Don't take it away from me
Because you don't know
What it means to me

–Então você conhece essa música?

–Sim, digamos que eu sou uma fã de músicas...mais antigas. – respondi.

Depois, continuei a contar, enquanto fazíamos uma dança lenta.

Love of my life, don't leave me
You've taken my love
And now desert me
Love of my life, can't you see?

Depois, ele suavemente finalizou, quando paramos de nos mexer:

Bring it back, bring it back
Don't take it away from me
Because you don't know
What it means to me

Depois, eu me sentei novamente perto da árvore, e ele se sentou do meu lado.

–Minha mãe sempre dizia que meu avô era apaixonado por essas músicas. Lembravam ele do mundo como ele era antes, sabe?

–Entendo. – disse, sorrindo para mim mesma

Fez – se uma pausa, e ninguém disse nada. Eu quebrei o silêncio, dizendo:

–Eu tenho medo.

–Do que? - ele me perfurou com o seu olhar.

–Do que vai acontecer depois.

–Como assim?

–Do que está acontecendo aqui, nem um de nós pode escapar, mas e o depois? Tudo isso está me deixando louca. É muito difícil de explicar.

–Eu entendo.

–Não, você não entende, Déniel. Infelizmente você não entende, e por isso eu não tenho com quem desabafar. Eu sou só uma pessoa sozinha. É muito além dos Jogos, muito além disso. - dizia, de braços cruzados.

Quando virei para ele de novo que foi quando eu parei para reparar melhor nele. Tive um tempo para finalmente o observar. Eu mal tinha reparado nele antes, e nunca tinha realmente percebido a pessoa que ele era. Ele era bonito, tinha que admitir. Era alto, devia ter quase 1,80. Seus olhos eram sinceros e profundos, o rosto era totalmente bem formado, sem nenhum defeito. Eu sentia algo estranho com ele. Sei lá. Ninguém nunca tinha sido tão bom comigo como ele foi. Mesmo sabendo que poderia me deixar para morrer e ganhar tudo sozinho, ele me ajudou. Será que ele tinha alguma intenção por trás disso? Ganhar minha ajuda para matar todo mundo, e no final me matar? Será que3 seria algo como a visão? Não, eu podia sentir que não. Eu sentia que ele também tinha algo comigo. Não era amor, eu NÃO estava apaixonada! Eu não fico apaixonada, nunca fiquei, e não ficaria assim tão fácil. Seria preciso mais do que ele. Estava em um devaneio, olhando para ele, e só voltei à situação ao ouvir ele dizendo:

–Ana? Está me ouvindo?

–O que?

–Vai dar tudo certo com você depois dos Jogos.

–E com você? - ele me encarou. - Hein?

–Você realmente acha que eu vou sobreviver esses jogos?

–O que quer dizer?

–Até que isso acabe, pelo menos um de nós vai ter que estar morto. Pelo menos um. E eu realmente acho que você tem muito mais chance do que eu.

–Não diga isso, deixe de ser pessimista. - eu segurei o braço dele e o olhei nos olhos. - Eu não vou deixar você morrer aqui, eu vou arranjar um jeito.

Eu não recebi resposta. Ele só me olhava e eu olhava ele. Era um momento intenso, um silêncio mortal nos rondava. Aos poucos nos aproximávamos mais. Porém, poucos segundos antes que nossos lábios se tocassem e nossos narizes se encostassem, eu virei a cara.

Eu não podia me deixar apaixonar. Ele estava certo, um de nós não iria sobreviver. Eu não poderia dar – lhe a dor de viver com um amor por alguém morto, e eu não suportaria que o meu amor estivesse morto.

–Me desculpa, eu não posso. - comentei.

Ele me olhou, e sua mão tocou meu rosto, indo para o meu ombro.

–Está tudo bem. Eu que fui muito precipitado. - eu me virei.

–Você n-

Nossa conversa foi interrompida por um grito, seguido de um canhão. Olhamos para o horizonte e não vimos nada, nos entreolhamos e falamos, simultaneamente:

–Tarno.


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Notas finais do capítulo

OBS: As músicas cantadas são Tears for Fears - Swords and Knives e Love of myy life, do Queen



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