O Ofício do Dragão - Dramione escrita por Letael


Capítulo 8
Episkey


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, boa leitura!!



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RONALD

– Hermione? Vamos? - Eu disse, assim que meu feitiço pareceu terminar. Malfoy me olhava estupefato, sem reação nenhuma.

– Rony... hm, estou com dor de cabeça. O QUE ACONTECEU POR AQUI? - Mione estava estarrecida, dominada pela dúvida.

– Você só desmaiou, está tudo bem agora. - Eu mentia, mas meu corpo esquentava de prazer cada vez mais.

– Não, isso é mentira... - Malfoy começou, mas Hermione apenas deu um olhar superior em sua direção. Olhar de desprezo, o qual ela sempre nutriu por ele nos primeiros anos de Hogwarts. Tudo estava bem, afinal.

Mal feito, feito. - Apontei para a parede, que voltou ao normal, assim como a bagunça do quarto.

– Mione, você precisa se arrumar para o baile de hoje a noite, assim como eu. Vamos juntos, certo? - Sorri calorosamente.

– Claro. O baile do torneio tribruxo, certo. Vou pra torre das meninas, nos vemos mais tarde. - Ela também sorriu.

Gelei. O feitiço havia ido longe demais.

**

DRACO

O Weasley era um sonso. Devia estar se gabando com a Granger nos corredores, mas isso não ficaria assim. Ninguém mexeria na minha propriedade dessa maneira e sairia impune por isso.

Se é guerra que ele quer, é guerra que ele terá.

Abri meu criado mudo em busca da minha varinha, que achei sem dificuldades. Rodeei-a no ar, abrindo um canal de comunicação com a minha mãe. Eu sabia que era feitiço das trevas, avançado, e que muitos bruxos nem sonhavam que ele existia. Era tão ilegal quanto uma maldição imperdoável.

Canalsmordre Narcisa Malfoy! – As palavras saíram sussurradas como ofidioglossia. O rosto de minha mãe apareceu como névoa no ar, rígido e duro.

– Draco, você não devia usar esses feitiços em Hogwarts... Você sabe o perigo de mexer com o espaço temporal, você sabe que pode ir para Azkaban por isso! O que custava ter usado a rede de Flu? O que custava? Se continuar mexendo com o espaço assim... Vão te rastrear como Comensal da Morte mais uma vez e eu não suportarei você e seu pai longes de mim...

– MÃE! - Tive que interrompê-la. Sabia que a ausência de meu pai fazia mal a ela, e viver com uma irmã inferi não fazia bem a ela. - Chame a tia Bella, por favor.

– Draco, ela é um inferi! Não está forte para andar, ainda. - Ciça se espantou.

– Mãe, é importante. - Insisti, cético.

Ela moveu o nosso canal pela mansão, e chegou até o quarto escuro em que Bellatrix Lestrange estava. Após ser atacada por Molly Weasley durante a Batalha de Hogwarts, minha tia fora rebaixada a um inferi, uma morta-viva. Um nada.

Mas eu sabia que agora, ela teria a chance de se reerguer mais uma vez. Voldemort não era burro. Sempre soube que Potter o derrotaria. E assim, precisava de uma sucessora. E a criou. Bellatrix Lestrange, uma inferi em um corpo ínfimo, com uma Horcrux perdida no fundo do Lago Negro. Uma Horcrux, e tudo voltaria ao normal.

Mas agora, tudo o que eu queria, era derrotar Weasley.

– Dr-dr-a-cc-o, querido. - Tia Bella gaguejou, fraca.

– Olá, tia. Preciso de sua ajuda. - Dei meu sorriso de lado e metidinho, que eu sabia que todos cediam.

– Cl-a-r-ro, querido. - Ela ergueu o dedo seco para mim.

– Hoje acontecerá um baile aqui em Hogwarts. E Weasley passou dos limites. Sim, tia, um Weasley. - Os olhos dela se arregalaram, e eu podia jurar que seu rosto enrugado como uma uva passa havia se acendido. - Já sabe o que fazer, certo?

Bellatrix sorriu, e eu encerrei o nosso contato, me despindo para um banho quente.

O baile seria inesquecível.

Assim como eram as lembranças de Granger.

**

RONALD

Me encontrei com Mione na hora marcada, ao lado de fora das portas do Salão Principal. Subimos as escadas juntos, e entramos pelo tapete vermelho. Ela sorria radiante, com um vestido lilás que realçava seus seios avolumados pela idade.

Vi Harry e Gina ao longe, parecia que estavam resolvidos afinal. Dino observava tudo de longe. Seguimos até a mesa deles, e nos sentamos. As mesas estavam separadas hoje.

– Uau, eu odeio Adivinhação, vocês não? - Hermione comentou para Harry e Gina, que se entreolharam confusos. Mione havia acabado essa matéria no quarto ano. Apenas sorri, e ela bebeu. Bebeu muito.

De repente, um som de espanto coletivo ecoou pelo salão. Malfoy estava entrando, em um fraque negro, com detalhes esmeraldas na calda. Radiante, as meninas corriam até ele, mas seco, dispensava todas. Mione sorriu, descompromissada, e eu me esquentei por dentro, mais uma vez.

Já ia empunhar minha varinha mais uma vez, quando tudo ficou frio. A felicidade sumiu, assim como as cores.

Dois dementadores entravam pelas portas duplas de madeira, e vinham em minha direção. Kingsley vinha atrás, com uma Minerva preocupada em seu encalço.

– RONALD WEASLEY, APROXIME-SE. - Ele gritou, e eu tremi, mas fui em direção a eles, sentindo o ar gélido em meu rosto.

– Dementadores estavam de passagem pelo castelo, e sentiram um forte índice de magia das trevas sendo realizada aqui. Eles, claro, foram atraídos para cá, e desejam levar o infrator para Azkaban. A primeira suspeita recaiu sobre você, e vários dos seus colegas confirmam que você atacou um aluno com um feitiço proibido recentemente. Por favor, nos mostre sua varinha. - O ministro disse, apesar de McGonagall tentar, sem sucesso intervir várias vezes.

– Estou sem ela, senhor. - Olhei para os meus pés.

– Então, permita-me. - Ele colocou suas mãos sobre minha cabeça. - Legilimens!

Senti sua presença em minha cabeça, lendo tudo o que se passava por ela, minhas lembranças, pensamentos íntimos, nada mais era privado. Quando ele finalmente saiu, meus joelhos viraram gelatina.

– Ronald Weasley, o senhor está preso por ataque convicto e íntegro ao senhor Malfoy, destruição de propriedade pública de Hogwarts, ataque a intimidade e memórias da senhorita Granger e claro pensamento homicida ao sentir vontade de utilizar maldição da morte há poucos minutos. Senhores, podem levar. - Ele fez uma negação com a cabeça, desapontado. Ao longe, Harry, Gina e Hermione me olhavam como se eu fosse a pior pessoa do mundo.

Os braços frios dos dementadores me tocaram, e eu, fui flutuando rumo a uma escuridão sem fim.

**

HERMIONE

– Exijo que me contem tudo o que eu não lembro. Por favor. - Eu pedi a Harry e Gina, enquanto Ronald era carregado salão afora pelos dementadores.

Eles começaram a narrativa e, enquanto isso, senti um aquecimento acolhedor na parte de trás da minha nuca. Poucas memórias voltavam a tona.

**

DRACO

O sentimento de justiça tomou conta de mim ao ver Ronald Weasley ser carregado pelos dementadores. Tia Bella havia cumprido com sua parte do tratado, e todos achavam que os dementadores estavam apenas patrulhando. O ministério nunca aprenderia que as criaturas são inteiramente pertencentes as trevas. Hilário.

Vi Hermione confusa no final do salão, e lembrei da minha aula de Feitiços. Será que o Episkey funcionaria? Desfaria o feitiço da memória? Não custava tentar.

Apontei minha varinha para ela, e sussurrei silenciosamente o encantamento. Senti júbilo.

**

HARRY

Eu não conseguia acreditar como Rony tinha virado aquele tipo de babaca possessivo. Enquanto Gina contava a uma Hermione indignada tudo o que havia acontecido desde o quarto ano, ela dizia do que já se lembrava e do que não.

Sua memória parecia estar retornando em flashes, mas nada além da Batalha de Hogwarts.

– Harry Potter, Hermione Granger e Gina Weasley, me acompanhem por favor. - A voz de Minerva nos paralisou, e nós a seguimos para o lado de fora do Salão Principal, abaixo das escadarias, perante a porta de entrada de Hogwarts, onde Kingsley aguardava ao lado dos dois dementadores que seguravam Rony, já pálido.

– Senhores, soltem-no por um minuto. - O ministro disse, e os dementadores obedeceram. - Vocês tem três minutos para falarem com o amigo de vocês.

Eu o abracei, enquanto sussurrava para ele o quão idiota ele era. Mas, Rony não ligava, e ainda estava fora de si.

– Por quê, Rony? - Hermione disse, sem olhar para ele.

**

HERMIONE

Eu sentia nojo de Ronald. Mas precisava saber o porque de tudo isso, precisava entender a razão. E ele apenas me disse que a razão de tudo isso era a Sonserina. Duvidei.

– A razão disso tudo é Draco Malfoy. - Ele estava do meu lado agora, olhando para mim, enquanto eu encarava Harry, que estava com Gina a minha frente.

O som de seu nome, aqueceu minhas entranhas.

– MAS EU AMO ELE! - As palavras saíram da minha boca sem razão aparente, espantando até a mim mesma.

Ele fez aquela cara agressiva mais uma vez, e então os dementadores interviram mais uma vez, o levando para fora, acompanhados de Minerva e Kingsley.

Harry e Gina vinham em minha direção.

Mas eu corri.

Corri para o meu quarto no final do corredor da Sonserina. Me lembrava disso agora. Minha alma parecia se lembrar de tudo, mas meu corpo não conseguia se conectar a ela de maneira apropriada.

Me afoguei na cama e chorei como se não houvesse um amanhã, esperando que o próximo dia começasse e que aquela noite martirizante acabasse logo.


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Notas finais do capítulo

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