Lake

– O que é isso? – perguntei. Enquanto o terrível diretor se transformava em algo que eu nunca vi

– Essa não – exclamou Nancy

– Eu sabia – Brian disse mas estranhamente não surpreso como nós

– Vamos correr – Disse Connor

E foi o que nós fizemos, mas escutei ele em nosso encalço e derrubei um monte de lixeiras e galões nele, em um momento joguei uma lata de lixo de ferro em sua boca o fazendo parar para tirar o gosto de lixo. Entramos em uma sala branca com porta dupla e sem saída.

– Pegue o machadinho naquela caixa de emergência do lado do extintor-apontei para Brian e o fez me entregando – Connor me ajude a bloquear as maçanetas com o cabo- com isso nos trancamos na sala.

Ficamos uns dois minutos tentando nos acalmar, tentando processar o que acontecera e Nancy chorava, então quebrei o silencio que nos pairava.

– Certo, agora como assim você sabia Brian? – Perguntei sério e indignado.

– Também não entendi – Disse Connor ofegante.

– O que você fez Brian!? – Perguntou Nancy, em meio ao choro

– Eu fui enviado para aqui com a missão de encontrar vocês e protege-los-Disse Brian iniciando o discurso mais estranho que já tinha ouvido – E Negliglibe também porém ele foi enviado por outra pessoa e com o objetivo de matar vocês.

– é ele deixou isso bem claro lá atrás – Falei

– Agora fala, quem enviou você? – Perguntou Connor

– Eu fui enviado pelo Acampamento Meio-Sangue, - Disse Brian

– Meio... oque? – Perguntei

– Meio-Sangue! – Confirmou acenando a cabeça – Um acampamento para a sobrevivência de semideuses

– Semideuses, como nas histórias? Você cheirou alguma coisa meio... branca? – Perguntou Connor

– Sim e nãooo... – Disse Brian

– E o que isso tem a ver com a gente – Perguntei

– Tudo, vocês têm tudo haver com isso – Ele respondeu

– Está dizendo que somos semideuses?! – Perguntei

– Exato... Vocês nunca perceberam o quanto são diferentes dos outros? Ou coisa estranhas acontecendo com vocês

Com isso me lembrei dos acontecimentos que ocorreram no passado que sempre tentava esquecer, e assenti. – No caso de vocês três terem, dislexia, déficit de atenção e hiperatividade. Esses são os “sintomas” de um semideus. Lake, você tem uma força incrível, Connor, você é ágil e tem uma pontaria descomunal (não era pra menos, Connor era capitão do time de basquete do colégio) e Nancy, você é a garota mais parruda que já conheci – Com essas simples palavras, Brian recebeu um lindo tapa em sua cabeça, fazendo cair sua querida toca do Knicks, revelando algo que um adolescente de 15 anos não deveria ter... CHIFREEEES!!!

– AAAAAAH!!! – Os três gritaram

– Que merda é essa na sua cabeça – Connor disse dando um rolamento alá Daiana dos Santos

– Puta merda... – Falei, logo puxando meu canivete que sempre levava no bolso da calça

– Calma, calma – Disse Brian assustado – Eu sou um sátiro, o protetor de vocês o protetor dos semideuses

Então ele explicou tudo sobre os sátiros e latinhas... como assim?!.

– Tá, então o que faremos com o Manticore – Falei

– Temos que tentar nos proteger dele, até pelo menos o pessoal do acampamento chegar, já mandei um pedido de resgate... Mais não podemos ficar aqui, temos que tentar nos armar com alguma coisa

– Na estufa da plantação de milho, vi uma foice no canto... podemos tentar chegar lá e pega-la – Disse Connor

– O negócio é... como chegaremos lá sem ser comidos vivos?! – Falei

– Talvez podemos usar isto...

Nancy encontrou um armário com algumas pás, vassouras e carrinhos de limpeza

– Serio? Como não vimos isso aqui? – Disse Connor frustrado

– Isso parece promissor – Falei

– Perfeito... poderemos distrai-lo com essas ferramentas enquanto o resgate não chega – Brian disse esperançoso

Nesse momento escutamos um grande barulho vindo da porta. O diretor gengibre nos encontrou e não estava feliz com nosso reencontro, ele socava a porta, dava cabeçada e até rabada na porta.

–Que comece a batalha.

Connor

Ele estava na porta, furioso, enlouquecido, louco para comer três semideuses no jantar e um sátiro pra sobremesa.

– Se separem... Brian e Nancy distraio, eu e Lake iremos preparar nossa fuga.

Com isso, Brian e Nancy pegaram algumas ferramentas e foi disça-lo, enquanto que eu e Lake preparava os carrinhos de limpeza como se fosse um carro á remo. Pegamos alguns esfregões e algumas ferramentas

Nos armamos da melhor forma possível, eu com duas chaves de fenda, Nancy com uma pá e um escudo de tampa de lata de lixo que Lake amassou para caber o braço dela, Lake estava com uma enxada parecia muito perigoso com ela nas mãos, estou particularmente feliz por sermos aliados.

– E você Brian? – Perguntou Lake.

–Isso – Ele juntou suas duas muletas que se transformaram em um bastão como de galhos de árvore

– Ótimo – Disse – Bom, hora da ação

Subimos todos no carrinho e nos atiramos pela porta atingindo o Negliglibe de cara fazendo-o voar na parede arremessado, arrancamos o mais rápido o possível remando no chão usando os esfregões como remos e lemes de barco. Ele estava em nosso encalço.

– Vai tomar um banho – Disse Lake jogando um balde cheio de água e sabão nele e no chão, fazendo-o escorregar e cair, mas logo se levantou e estava nos alcançando de novo – Mas que droga ele não para – Ele jogou o balde na cara do ex-diretor apenas enfurecendo-o mais ainda.

– Piso molhado seu mané – Disse Nancy batendo com a plaquinha de piso molhado na cara dele

O diretor novamente estava em nossa cola, não podia deixar que ele nos pegue, então pulei do carrinho em cima dele. Foi a pior sensação que já tive, seu pelo era como espinhos penetrando em meu corpo, parecia que tinha caído em uma plantação de cactos.

– Connoor!! – Gritou Lake – Seu imbecil – Então Lake pulou de seu carrinho em seguida.

Peguei as duas chaves de fenda de meu bolso e cravei em suas costas, fazendo-o cair por alguns segundos.

– Lake volte!! – Gritei

– Jamais... não deixarei ninguém para trás

Pela primeira vez percebi que alguém se importava comigo, alguém que nunca conversei e nunca convivi acabou virando um amigo? Quem sabe. Com esses pensamentos acabei me distraindo, dando a chance do Sr. Negliglibe me lançar para o outro lado do corredor.

– Maldito – Gritou Lake avançando para cima do Negliglibe com uma pá acertado bem na sua cabeça.

Não podia ficar ali caído que nem um covarde, tinha que ajudar meus amigos. Olhei para o lado e vi a tal estufa dos milhos e lá estava a foice que tinha visto antes. Corri meio mancando para a estufa enquanto Lake lutava contra o Negliglibe na mão, já que sua pá tinha virado poeira. Percebi que ele não aguentaria mais do que dois minutos ali.

Cheguei na estufa, mas fiquei desapontado a lâmina da foice estava completamente cega na parte superior e a parte inferior estava um pouco desgastada mas a ponta estava perfeita, e sabia que a lâmina quebraria assim que atingisse o osso, e que as partes danificadas tornariam a foice mais pesada tornando o golpe mais poderoso ainda, contudo eu só conseguiria dar um golpe e então a foice seria inútil.

Peguei a foice e corri para ajudar Lake que ainda estava na mão com o monstro com Brian e Nancy o dando cobertura. Os dois rolavam um em cima do outro enquanto brigavam era soco contra garra, Negliglibe tinha a cara inteira roxa e Lake tinha o canto do rosto escorrendo sangue e com o tórax todo arranhado pelas garras, os dois lutavam como leões disputando território Lake parecia fora de si estava parecendo um animal, mas mesmo assim ele não aguentaria muito tempo.

Ele me viu e sorriu ao ver a foice, e com apenas com uma trocada de olhar sabíamos o que fazer, ele pegou seu canivete e.. Um facão de cortar carne?.. Serio isso? E então avançou contra Negliglibe que começou a tomar cuidado para não ser acertado pelas lâminas e chutes que Lake dava, fui com cuidado sem fazer barulho um pouco atrás de Negliglibe, Brian bateu na perna traseira direita dele com o bastão e Nancy arremessou o escudo improvisado na outra perna e atingiu com a pá na mesma.Com isso dando a Lake uma brecha, ele enfiou o canivete e o facão nos dois ombros de Negliglibe e entendi, ele estava me dando a chance que precisava, pulei o mais alto que pude e cravei a foice no meio de suas costas, o fazendo gritar de dor, frustração, agonia e raiva e então caiu no chão quase em cima de Lake que rolou no susto para não ser acertado.

O Manticore berrou de dor, mais não acabará assim, mesmo com um canivete, um facão de carne (ainda não me acostumei com essa ideia), duas chaves de fenda e uma foice cravada nele, ele ainda não estava derrotado, o que mais eu poderia fazer? Fizemos tudo o que podia para detê-lo, não havia mais escapatória, foi quando vi um extintor de incêndio, não era a melhor arma para aquela situação, mais era a única coisa que restava. Então peguei o extintor esvaziando todo em cima do Manticore, deixando-o sem visão de nada, logo após ter esvaziado o extintor todo no diretor fiquei pensando no que fazer, Lake estava acabado no chão depois de sua luta intensa conta o monstro, Nancy desesperada e Brian só rezava para os Deuses nos abençoar, foi logo que pensei, já que o Manticore está sem visão aproveitei e subi em suas costas.

– Ei diretor gengibre – sorri – Vamos ver se você é bom mesmo de pontaria às cegas.

Nesse exato momento o diretor investiu com seu rabo em minha direção, pulei para o lado caindo em cima de Lake, foi quando o feitiço virou-se contra o feiticeiro. O Manticore se perfurou com o próprio rabo na parte central das costas, fazendo desmoronar.

Logo após isso, um grupo de quatro adolescentes entrou no corredor, percebi que eles eram a tal ajuda que Brian havia falado (um pouco atrasado). Os quatro estavam com uma camisa laranja escrito “Acampamento Meio-Sangue”. Um dos garotos tinha cabelos pretos, olhos verde mar e carregava uma espada. A outra garota era loira, olhos cinza e carregava uma adaga. O outro era um sátiro parecido com Brian e carregava um bastão tipo o de Brian. E a outra garota, tinha cabelo preto (curto), olhos azuis elétricos, carregava um arco e flecha e no seu cinto havia duas adagas. Um dos garotos disse:

– O que ouvi aqui? – Disse o garoto

– Nós apenas quase fomos devorados por um leão/escorpião mutante – Falei dando um sorriso bem sarcástico.

Do nada nós ouvimos uma risada, era o Manticore ainda vivo

– Hehehe... Isso está longe de acabar, apenas começou, mais virão atrás de vocês garotos, e é melhor vocês estarem preparados, a guerra ainda não acabou, e vocês... irão... PERDEEER!!! (E morreu)

– Pode até ser, mais a sua vida acaba aqui. – Disse o garoto desferindo um ataque contra o Manticore.

– Agora a gente pode ir para uma lanchonete?! Estou morrendo de fome – Disse Lake

– Aah claro, uma “droga” de lanchonete – Disse uma das garotas rindo (Ba dum tss).