Studying... escrita por StardustWink


Capítulo 1
...or not.


Notas iniciais do capítulo

Geeeeeeeeeeeeeeente! Eu tô com essa fic na minha pasta de oneshots faz um tempinho já, e só agora resolvi postar (ówò) Eu tinha escrito ela inicialmente para saciar meu desejo de fluff para esse casal que está bem necessitado (Blood Drive que o diga!), mas nem planejava postar em algum lugar, para ser honesta... Só que bom, eu dei uma relida e achei que ficou fofa o suficiente para ser lida, hehe.

Oh, sim, estejam avisados da dose grande de fluff que virá a seguir. Eu estava precisando mesmo de um fluff de ayushiki (;v;)



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Eles sentavam no chão em lados opostos da mesa, olhos voltados para os cadernos abertos na folha da lição de casa.

Pelo menos ele estava – surpreendentemente – pois Ayumi não conseguia deixar de espiar o garoto loiro de tempos em tempos, analisando o seu rosto sério e um pouco frustrado enquanto ele tentava resolver uma equação.

Tinha sido ideia dela de ir até a casa dele para ajudá-lo a estudar. Desde os incidentes de um ano atrás – os que ela mal conseguia mencionar sem sentir um arrepio na espinha e um peso doloroso no peito – eles dois tinham ficado muito mais próximos; e também, quem não ficaria, quando Yoshiki era um dos únicos que sequer sabia do ocorrido?

Então, aquela ocorrência não era fora do comum. No entanto...

Ela estava um pouco fora do comum, e a causa disso estava bem à sua frente.

Ayumi supôs que seu problema tinha começado já há algum tempo, quando Satoshi e Naomi começaram a namorar. Já estava óbvio fazia alguns meses, e ela realmente não foi pega de surpresa, mas isso não a impediu de chorar durante a tarde inteira em sua cama agarrada a seu travesseiro quando soube. Ela gostava dele fazia mais de um ano, afinal; mas por mais que tentasse, não conseguia se irritar com nenhum dos dois – sabia o quão doloroso fora aquilo tudo, e que se apoiar em alguém para tentar superá-la era necessário.

Mas e ela? Se Satoshi tinha escolhido Naomi, e enquanto a ela?

A resposta viera com o som da campainha, com um garoto loiro e alto parado em frente à sua porta com uma fatia de sua torta favorita e um olhar preocupado no rosto.

Desde então, eles tinham ficado muito mais próximos – tanto por ele estar sempre se preocupando com ela e a levando para casa todos os dias para ter certeza que ela estava bem, quanto por ela mesma incentivando seu desempenho na escola e aceitando cada vez mais sua proteção.

Ele tinha se tornado alguém importante para ela, depois de um tempo, Ayumi não podia negar isso. Só que importante em si não se tornara uma palavra suficiente para descrevê-lo em sua visão – era algo mais, uma sensação inexplicável que tirava o ar de seus pulmões e a deixava com a cabeça leve.

Era estranho e novo e ao mesmo tempo incrivelmente aconchegante.

A garota levou umas semanas de negação para aceitar o fato de que sim, ela talvez tivesse desenvolvido uma queda um tanto grande por Yoshiki. O problema era que agora ela não sabia direito como agir ao redor dele.

Quer dizer, Ayumi acabava sendo rude demais de vez em quando – mesmo que às vezes fosse pelo bem dele, sério – e a familiaridade entre eles com que tinha se acostumado agora a deixava envergonhada e com os nervos à flor da pele. Céus, ela até estava sendo mais irritante que o normal com ele! E a mesma não queria que ele se afastasse dela ou algo assim, mesmo que tivesse prometido – mais de uma vez, para falar a verdade – que sempre ficaria ao seu lado...

Ah.Pensar nisso a deixou com o rosto vermelho novamente. Ayumi tentou se acalmar enquanto se espreguiçava, os ossos de suas costas estalando quando ela se esticou.

– E então? Já terminou? – Ela perguntou, fingindo que tinha feito algo além de ficar pensando nele nos últimos dez minutos.

– Er... Bom, eu... – Yoshiki coçou a cabeça, olhos ainda grudados no caderno. – Talvez precise de ajuda na questão quatro...

– Sério? Mas é a mais fácil! – Ayumi bufou, esquecendo por um momento seus pensamentos para inclinar-se na direção do garoto, tentando entender a conta dele de cabeça para baixo. – O que você não tá conseguindo fazer?

– A equação não tá dando um número inteiro.

– Hah? Você lembrou de trocar o sinal? Por que se for isso, eu juro que-

Ela tinha levantado o rosto para encará-lo enquanto dizia aquilo, mas parou logo que viu a proximidade entre os dois. A garota não percebera, mas tinha se inclinado pela extensão curta da mesinha para olhar direito, e agora o rosto dele estava perto demais e o jeito como ele a encarava estava fazendo coisas estranhas com seu estômago.

– Que? – O garoto perguntou, piscando com o rosto pincelado levemente de vermelho.

– Uh... – A garota murmurou, não sabendo o que fazer. Isso é ruim. Não só ruim, isso é péssimo-

– Shinozaki?

Ela voltou para sua posição anterior, passando uma mão brevemente pelas suas mechas azuis – soltas, como ela deixava de vez em quando – antes de levantar-se sem ainda olhar para a causa de seus problemas à sua frente.

– Eu já volto. – A garota murmurou antes de se dirigir ao corredor, ignorando seu nome sendo chamado outra vez por ele. Deixou seus pés a guiarem pelo pequeno apartamento até o banheiro, fechando a porta e virando-se para o espelho pequeno acima da pia.

Ayumi subiu suas mãos para suas bochechas ainda vermelhas, sentindo sua pele quente. Droga, ela tinha sido pega de surpresa por aquilo – e ver o rosto dele tão perto e também tão vermelho como o dela só a deixava mais nervosa.

Quer dizer... A garota sabia que ele tinha algo por ela. Depois de tudo pelo que passaram, dele ter sempre ficado ao seu lado e dito que a protegeria muitas vezes, tinha conseguido perceber isso, mas...

Mas, mesmo sabendo que o sentimento deles era mútuo, ela não conseguia dar o último passo – acabava mudando de assunto, sendo interrompida por outra pessoa ou saindo de cena correndo como acabara de fazer. E isso era muito, muito frustrante.

– Ayumi, o que você está fazendo...? – Ela murmurou para sua reflexão no espelho, movendo suas mãos para ajeitar seu cabelo.

...Bom, era melhor voltar logo antes que Yoshiki ficasse preocupado. A garota abriu a torneira da pia, lavando o rosto com água fria com a esperança de que isso o fizesse voltar ao normal, e secou-o rapidamente depois, voltando em direção à sala.

Ela encontrou o loiro sentado na mesma posição de antes, encarando um ponto fixo na mesa tão intensamente que só percebeu que ela voltara quando a mesma se sentou.

– Ah! – Ele pulou de sua posição, observando-a com o rosto levemente preocupado. – Você tá bem?

– Sim, sim, só precisava ir no banheiro. – A garota respondeu, tentando parecer o mais calma possível mesmo que seu coração estivesse batendo forte em seu peito. – Mas, uh, no que você precisava de ajuda...?

Ambos continuaram a tentar resolver as equações, Ayumi sempre tomando a dianteira e tendo que ajudar o outro quando ele ficava preso em uma parte. Como a matéria era matemática e eram muitos exercícios, Yoshiki já estava exausto depois de meia hora de estudo – ele realmente odiava exatas.

– Por que essa matéria é tão difícil? – Ele reclamou, deixando a cabeça cair na mesa com um baque surdo. Ayumi suspirou, já acostumada com a imprudência do garoto.

– Talvez você se saísse melhor se não pensasse desse jeito. – Ela comentou, tom levemente repreendedor, observando a cabeça loira dele ainda caída contra a mesa. – O Mochida sempre é otimista quanto a isso e consegue ir bem mesmo não estudando tanto...

Ela parou de falar, piscando ao vê-lo levantar a cabeça sem olhá-la. Droga, ela tinha feito aquilo outra vez – sabia que compará-lo com Satoshi sempre o deixava irritado, mas tinha saído instintivamente de sua boca. Agora o clima descontraído de antes estava completamente arruinado; muito bom, Ayumi.

–... É, eu sei, eu devia ser mais como o Satoshi. – Yoshiki comentou em um tom baixo, e ela engoliu em seco. – Mas infelizmente, Shinozaki, eu não sou.

– Kishinuma, eu... –

– E eu sei que desde que ele e a Nakashima começaram a sair você não consegue passar tanto tempo junto com ele, mas eu não posso agir como um substituto e eu agradeceria se você não ficasse me comparando com ele.

– Kishinuma... – Ela tentou outra vez, mas ele continuava não olhando para ela.

– Eu sei que você gosta dele, mas eu não consigo fazer isso, eu–

Yoshiki! – Ayumi exclamou, finalmente trazendo a atenção do loiro para ela. A mesma tinha se levantado de frustração, o rosto irritado e levemente corado. – Dá para você parar e me ouvir? Eu não gosto mais do Mochida desse jeito. Há algum tempo, até!

– Você não...? – Ele piscou, e ela pôde jurar que viu felicidade em seus olhos acinzentados. – Eu não sabia, uh...

Ela engoliu em seco. Essa provavelmente era a melhor hora para falar, não era? Eles estavam sozinhos, Ayumi tinha acabado de revelar que não gostava mais de Satoshi e ela estava com raiva o suficiente para gritar todos os sentimentos que mantivera guardados para si mesma, ali e naquele momento.

Ela queria fazer isso. Ayumi tinha de fazer isso.

– Para falar a verdade, eu... – A garota hesitou por uns segundos antes de continuar. – Eu gosto de outra pessoa agora.

O loiro a encarou, piscando. Ela esperou que a descoberta iluminasse seus olhos, que ele corasse ou sorrisse ou fizesse alguma coisa, mas ao invés disso só encontrou o olhar triste que ele tinha antes.

–... Ah. – O garoto murmurou por fim, trazendo uma mão para coçar sua nuca, desviando os olhos dela outra vez. – Sério? Isso é... Ótimo, Shinozaki. É alguém lá da sala?

A garota o encarou atônita por alguns segundos.

– Você... – Ayumi começou quando reencontrou sua voz, sentindo-se incrivelmente irritada e frustrada e com a maior vontade de pular em cima daquele estúpido e beijá-lo até ele descobrir de quem exatamente ela gostava. – Você é um idiota.

Hein? – Ele olhou para cima, faíscas de irritação surgindo de seus olhos. – Olha, Shinozaki, eu posso até aceitar que você–!

– Não, você não entendeu nada! Absolutamente nada! – A garota o interrompeu, fechando as mãos em punhos e dando a volta na mesinha para ir até ele. Olhá-lo de cima o deixava consideravelmente melhor e menos intimidador, o que era um bônus, pois ela realmente queria dar uma bronca nele. – Gostar de alguém da sala? Yoshiki, você acha que eu sequer falo com a maioria daquelas pessoas além do necessário? Como eu poderia me aproximar de alguém lá quando ninguém se lembra de nada, de ninguém que desapareceu? Você acha que eu conseguiria?

– Não, mas-! Então quem é? – Ele parecia não ter notado ainda, o que a fez rosnar com a voz baixa. Que garoto denso! Ela teria mesmo que dizer com todas as palavras?

Quem é, Yoshiki? – Ayumi ajoelhou-se para frente dele, encarando-o frustrada. – Quem você acha que poderia ser? Com quem eu passo a maior parte do tempo? Quem ficou do meu lado quando eu mais precisava depois de tudo que aconteceu?

–...! – O garoto arregalou os olhos, incrédulo. A garota esperou ele fazer alguma coisa, qualquer coisa, mas o mesmo ficou só a olhando surpreso por mais uns segundos então ela perdeu finalmente a paciência.

Ayumi enroscou uma mão na nuca dele e colidiu suas bocas num beijo frustrado, engolindo o som de surpresa que o garoto fez em sua garganta. Ela pressionou com força seus lábios contra os dele, tentando arrancar alguma reação, até que o mesmo finalmente pareceu responder – puxando-a para perto.

Ela se assustou um pouco com a força desnecessária, mas resolveu que daria uma bronca nele por isso mais tarde – preferiu envolvê-lo pelo pescoço com o braço livre, estremecendo quando uma das mãos dele subiu para tocar seu rosto. Era engraçado como ele podia ser tão brusco uma hora e tão delicado com ela em outra, mas Ayumi não estava reclamando.

A garota inclinou sua cabeça mais para o lado, movendo seus lábios contra os dele – quentes, e mais macios do que pareciam – e sentindo um calor percorrer seu corpo inteiro com o grunhido que ele deixou escapar em resposta. Yoshiki a trouxe mais para perto, colando completamente seus corpos de modo a sentá-la no colo dele, e conseguindo aprofundar o beijo passando sua língua pela boca dela.

Era inebriante. Yoshiki sempre fora quente ao toque, algo que ela sabia muito bem, mas agora as mãos que passeavam pelas suas costas pareciam a incendiar – ela estava pegando fogo, um que se alastrava de seu peito até a ponta de seus pés e que ela não sabia parar, não queria que parasse. O garoto pressionou-se mais contra ela e a mesma o encontrou sem resistência, não percebendo o que acontecia até que a gravidade a puxou para baixo e ela bateu as costas no chão de madeira, olhos nebulosos e respiração ofegante.

O garoto por cima dela não estava em melhor estado – e observá-lo assim, com as bochechas coradas e boca levemente vermelha fez seu coração bater mais rápido. Ele estava a olhando como se acabasse de ter descoberto algo inacreditável, e ela jurava que nunca vira seus olhos brilharem daquele jeito, antes.

Ele era lindo. Céus, dessa posição ficava ainda mais difícil de não admitir isso.

– Você... Entendeu agora? – Ela murmurou quando achou sua voz, observando-o piscar antes de engolir em seco.

– Então, quer dizer que... – De um modo, ele não parecia conseguir terminar a frase. Parecia algo impossível de ser dito, e ela sentiu a vontade de fazer bico por Yoshiki achar tão improvável a possibilidade de ela gostar dele. Bom, melhor deixar isso claro logo de uma vez.

– É você, idiota. – A garota murmurou, subindo uma das mãos para acariciá-lo na bochecha. Ele instintivamente se aproximou do toque, piscando antes de abrir o que provavelmente fora o sorriso mais ridículo que ela já o vira fazer em toda sua vida.

E, droga, como ele ficava adorável daquele jeito.

Ela foi envolvida por dois braços fortes e trazida para perto do mesmo corpo quente de antes, sentindo quando ele afundou o rosto em seu ombro. A garota piscou ao perceber que ele estava rindo.

– Yoshiki? – Ayumi o chamou com a sobrancelha arqueada.

– Desculpa, é só que... – Ele trouxe seu rosto para encará-la, e sorriu outra vez. É, ele ficava mesmo fofo assim. – Isso é... Eu não esperava ouvir isso. Já tinha imaginado antes, mas não achava que fosse virar verdade.

– Eeeh. – Ela acabou sorrindo também, contagiada pela animação dele. – Você quer que eu te deixe sozinho por uns minutos para reagrupar seus pensamentos? – Ayumi perguntou com um ar de implicância.

– Você tá brincando? – Ele a apertou mais para perto de si mesmo, trazendo-a consigo para sentar de novo no chão. – Não tem a menor possibilidade de eu te soltar em momento algum agora.

– Você sabe que eu vou ter que voltar para casa hoje, não é? – A garota perguntou sorrindo, envolvendo-o com os braços e segurando-o pela parte de trás da camisa.

– Não volta. Fica aqui. – Ele murmurou, escondendo o rosto na dobra do pescoço dela e a fazendo estremecer quando o hálito quente dele entrou em contato com sua pele.

– Eu não posso fazer isso, Yoshiki. – Ela respondeu, subindo uma das mãos para acariciar a cabeça dele. Ah, era mais macio do que ela esperava que fosse! – Disse pra minha mãe que iria estudar na casa de um amigo hoje. Se eu pedir para passar a noite, o que você acha que ela vai pensar?

– Eu não vou fazer nada que você não queira. – A resposta dele foi meio abafada e ela sentiu-se aquecer mais com as implicações daquela frase; pois ela queria fazer algumas coisas, sim. – Além disso, eu sou seu namorado agora, certo?

Ah, namorado. Essa palavra.

– Bom, sim... – Ayumi sentiu-se um pouco tímida de repente, murmurando baixo as próximas palavras. – Se você quiser...

– Ayumi. – Ele se afastou para olhá-la nos olhos – ainda brilhantes – e ela estremeceu com o uso de seu primeiro nome. – Você sabe o quanto eu estive esperando por isso?

– M-mais ou menos, é.

– Então não precisava ter perguntado. Eu te amo, é claro que gostaria de ficar com você.

Amo. Eu te amo. Ela sabia que ele gostava dela, mas essa palavra – amor – da maneira como ele disse, tão suave, a fez aquecer-se por inteira.

– Yoshiki... – Ela sorriu, deixando escapar as próximas palavras em seu momento de felicidade. – Eu também te amo.

Ele não levou um segundo sequer para beijá-la de novo.


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Notas finais do capítulo

/esconde o rosto com as mãos/ EU DISSE QUE TINHA MUITO FLUFF, EU DISSE!!!!! Ai, gente, algum dia eu ainda vou perder a vergonha de escrever cenas de pegação - só que esse dia ainda não será hoje, haha.

Eu ainda pretendo fazer uma fic com um plot mais sólido para esses dois (tô devendo uma fic assim deles desde a primeira vez que vi o Cry jogar Corpse Party, tbh) , então eu devo voltar para essa tag!!!! Um dia. Eu ainda tenho tantas coisas que quero escrever, gosh (;v;)

Enfim, muito obrigada por terem lido e até mais! ♥