A Maldição de Pandora escrita por Ana


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oie *u*


♥ Espero que gostem do capítulo ♥



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Dianne Green

Estava sentada em uma poltrona de couro, no escritório de Quíron.

Agora tudo aquilo fazia sentido. Deuses, pais ausentes, ataques, confusões que me metia com frequência nas escolas. Até o meu TDAH estava explicado.

– Reflexos de batalha. Quem diria – falei.

Quíron sorriu em aprovação.

– A Srta. está aceitando tudo muito bem. Alguns campistas tem dificuldade de compreender.

Apesar de tudo, não era tão difícil de acreditar. Eu apenas estava somando os fatos. Por exemplo, quando estava embaixo da árvore que ficava no pátio do colégio Arcade High School. Um raio caiu bem ao meu lado, sem me ferir, enquanto uma garota discutia comigo para pegar o dinheiro do meu lanche, e eu recusara á lhe dar. Todos se apavoraram com o barulho, e saíram de perto de mim pelo resto do ano letivo. Bem, pelo menos era o final do ano escolar. Depois disso, mudei de escola umas 3 vezes. Esses ocorridos pareciam não ter fim. Isso me fez lembrar minha mãe, como ela era paciente em explicar que tudo era apenas um mal entendido. Sentia sua falta, e sei que Sue sente também.

Quíron estava com as mãos atrás das costas, observando fotos em seu mural. Enquanto o centauro mantinha-se concentrado observando as fotografias, notei o quanto estava imunda. Me sentei na poltrona que provavelmente estava limpa. Estava, pensei. Não notei o quanto estava exausta até realmente notar que o pior já passou. Peguei com cuidado meu celular, que mentinha dentro da minha bota, nas meias. Não era lá grandes coisas, mas dava pro gasto. Sua cor preta estava descascada devido ao uso. Perdi os fones em uma excursão á um museu de história natural, então não podia ouvir música se não estivesse em casa.

Quíron me olhou, e passou a observar meu celular.

– Srta. Green – disse ele com uma voz suave – Semideuses não podem portar nenhum tipo de aparelho eletrônico.

Franzi o cenho, e o centauro sorriu.

– Não me compreenda mal. É que os monstros podem te rastrear. Sendo isso um aviso de onde você se localiza.

Larguei rapidamente o meu celular na mesa de madeira repleta de folhas de ofício. Não queria mais problemas.

– Quíron – uma voz feminina ecoou na porta da sala.

Uma garota loira que deveria ter uns 18 anos passou pela porta. Seus olhos cinza tempestuosos fitavam uma pequena garotinha ruiva.

– Sue! – falei.

Corri até a mesma, abraçando-a. Tomei Sue no colo e fiquei entre a menina loira e Quíron.

– Annabeth, o que houve? – disse o centauro.

A menina se aproximou de Quíron, ficando do seu lado. Acompanhei seu passo, tomando cuidado para que Sue não caísse, já que estava se mexendo freneticamente.

Às vezes Sue tinha crises de agitação, o que me preocupava, de certo modo. Nossa mãe diria que deveria acalmá-la, que tudo isso iria passar.

– Sue foi reclamada na frente do chalé de Apolo há pouco tempo. Achei que você gostaria de saber. – disse Annabeth, com suavidade.

–Acho impossível, mas há pouco tempo, Dianne foi reclamada também. Deve ter sido na mesma hora. Zeus tem duas proles. Irmãs. De idades diferentes.

– Fascinante- disse a menina loira para Quíron. Sua expressão pareceu mudar, e seus olhos cinza se fixaram em mim – Isso só aconteceu uma vez. Com Jason e... Thalia.

Quíron pareceu entender o raciocínio de Annabeth. Os dois se entreolharam, e sussurraram a mesma palavra:

– Hera.

– He o que? – falei.

– Hera – indagou Annabeth com amargura em sua voz – a Rainha do Olimpo. Tecnicamente, sua madrasta.

Eu quase sorri pela “madrasta”, se aquilo não estivesse fazendo sentido para mim também. Hera... Aquele nome... Foi então que me toquei.

– Ela abomina os filhos de seu marido. Não se conformaria de que seu marido tivesse filhas da mesma mãe. Com idades diferentes.

Todos fixaram o olhar em mim. Até mesmo Sue, que achei que tivesse adormecido em meus braços entorpecidos devido ao seu peso, me olhou. Annabeth sorriu como se eu estivesse dançando conforme a música. Quíron havia se interessado também.

Vejo que as aulas de história valeram a pena, pensei.

– Muito bem – disse Annabeth – você está entendendo. Eu gostaria de te falar que Hera é totalmente imprevisível. Ela consegue ser tão...

– Annabeth – interrompeu Quíron – cuidado com o que você fala. – o centauro se voltou para mim – Ela quer dizer que nós devemos tomar cuidado com os deuses. Eles podem nos ajudar quase sempre.

A garota assentiu, cruzando os braços. Aquele quase ecoou em minha cabeça.

– Srta. Green, aposto que queira ir para seu chalé. Se Annabeth não se importar...

– Claro – interrompi Quíron – Mas, eu poderia falar um pouco com você? Sabe...

Annabeth me olhou e assentiu, saindo do escritório. Sue adormecera, então não vi necessidade dela ouvir a conversa.

– Não sei se já te falei, mas as vozes, o jarro, Pandora. Isso está me deixando maluca. – falo

Dizer aquelas palavras me deixaram tão aliviadas que quase tive vontade de chorar. Expliquei a Quíron a situação em que me encontrava. Uma semideusa, filha de Zeus e portadora de uma maldição. Realmente, precisava desabafar. Senti a minha blusa vermelha grudar nas costas e minha bota de couro pesar a cada passo. A calça jeans que antes eram largas, agora me incomodava.

Quíron prestava atenção nos mínimos detalhes.

– Interessante – murmurou o centauro – Eu avaliarei isso mais tarde, não se preocupe Dianne. Aqui você não sofrerá perigo.

Eu podia sentir insegurança em sua voz. Mas mesmo assim, assenti e agradeci por me ouvir, e sai da Casa Grande. Achei que Annabeth me esperaria do lado de fora, mas não a encontrei em lugar algum.

Minha tutora sumiu, pensei.

Sem problemas. Caminhei devagar até o chalé 1, com Sue nos braços.

Dianne Green

O chalé era realmente grande. Havia apenas uma cama quase escondida no canto da enorme construção. Pus Sue com cuidado na cama, e observei seu rosto angelical adormecido. Olhei em volta, e notei uma pintura de Zeus na parede do chalé. Para onde quer que eu andasse, os olhos penetrante de meu pai me olhavam.

– Entendi porque a cama esta aqui. - falei.

Ela fica longe dos olhos do podrosos deus dos céus.

Me sentei na beirada do móvel, quando ouvi passos na porta. Batidas faziam eco dentro do chalé quase vazio.

Caminhei até a porta, e vi Annabeth com uma peça de roupas dobradas e um livro em seus braços.

– Achei que fosse gostar. – disse ela, gentilmente.

Dei passagem para que entrasse, e nos sentamos em uma bancada baixa, semelhante a uma extensa cadeira.

– Desculpe não ter te trazido até o chalé. É que me chamaram no meu chalé, e tive que ir.

– Não se desculpe. Eu compreendo. – respondi.

Ela sorriu e me explicou com eram as coias mais importantes no acampamento. Regras, horários, aulas, etc.

Depois, ela me entregou uma blusa laranja igual á sua, uma bermuda jeans e disse que poderia me arrumar, para que fosse apresentada na fogueira, à noite.

– Achei que tivéssemos o mesmo tamanho, espero que sirva – disse Annabeth.

– Ah, obrigada – peguei as roupas e pus em meu colo. - Espera. Apresentada? – gaguejei

Annabeth riu e depois disse que não era nada de mais. Senti minha fobia de palco tomar conta de mim. Odiava quando me apresentava nas peças ridículas da escola. Já me envergonharam em público. Depois disso, nunca mais consegui encarar uma multidão novamente.

– Não se preocupe. Eu ficarei com Quíron na hora de apresentarem você.

Agradeci á Annabeth.

Vi que a garota saia do chalé, então tomei um curto banho, me vesti e sentei-me no chão para ler.

O livro era curiosamente interessante. Enquanto lia, não pude conter a vontade de cochilar. Estava encostada em uma das paredes de mármore, com as pernas cruzadas. A brisa fria que tinha dentro do chalé me embalava, quase como se compreendesse que estava cansada. Me despertei com a entrada de alguém no chalé. Jason.

– Dianne? – disse Jason, olhando para mim.

– Oi – sorri, piscando para que o sono fosse embora. – então, acho que dividiremos o chalé.

Jason Grace

Não que não quisesse que Dianne fosse minha irmã, mas levei um pequeno susto ao encontra-la em meu chalé.

Sorri de volta e a ajudei a se levantar.

– O que tem achado do acampamento? – falei. – Filha de Zeus, então?

– É muito melhor que os colégios que já estive – respondeu a garota. – E sim. Acho que somos...

– Meio – irmãos? Sim. – falei.

Fomos até Sue, que dormia em minha cama.

– Desculpa, é que ela estava cansada, e já havia dormido. – disse Dianne.

– Sem problemas. Vamos arrumar outra cama depois da fogueira. Ou talvez demore um pouco mais, já que teremos um evento hoje.

A garota pareceu confusa.

– Ninguém deve ter lhe contado. Temos captura da bandeira.


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Notas finais do capítulo

Que os comentarios sejam bem - vindos *u* Até a próxima *u*



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