Na casa(enorme) da Lau...

–Mããããae cheguei!- Lau gritou.

–Os salgadinhos e os refrigerantes já está no seu quarto.- A mãe da Lau apareceu em uma das várias portas que tinha por ali. Ela se chamava Cláudia. O pai de Lau se separou de Cláudia quando Lau tinha 5 anos. A mãe da Lau disse que eles se separaram por simplesmente não haver amor... mas nem a Lau nem eu acredito nisso...

–Tá.- Lau foi até sua mãe e deu um beijo na bochecha dela.- Vamos meninas?-

–Sim...- Falei.- Ainda estou me perguntando: Por que o K não pode vir?- Começamos a subir as escadas.

–Ele é um garoto... você já viu um garoto numa festa do pijama com meninas?-

–É... faz sentido...- Chegamos no quarto(enorme) da Lau.

–Pode colocar as mochilas atrás da porta.- Eu e a Bia colocamos as mochilas.

–Então? O que fazemos primeiro?- Perguntei colocando as mãos na cintura.

–Falar... sobre o... O-li-ver.- Elas disseram separando as sílabas.

–N-não.-

–Nós queremos saber a história de você! Você só nos contou que Oliver era o nome do garoto que você gostava.- Ela colocou a mão no canto da boca, como se estivesse contando um segredo pra Bia.- Ou ainda gosta.- Ela e Bia começaram a segurar a risada.

–Eu ouvi. Você não é nada discreta Lau!-

–Fazer o que?- Elas vieram correndo até mim.- Vai! Por favor conta. Conta. Conta. Conta. Conta. Conta. Conta.-

–AI! Parem! Eu conto...-

–Dancinha da vitória... tuts, tuts, tuts.-

–Mas você não venceu nada.- Fiz cara de quem não estava entendendo.

–Eu. Venci. Você.- E de novo ela fez a dancinha da vitória.

–Faz 3 anos. Era dia dos namorados. E como todo dia dos namorados, as meninas colocavam cartinhas no armário dos meninos que gostavam. Eu mandei uma cartinha pro Oliver...-

–O que estava escrito?!- Os olhos delas brilharam.

–Eu não lembro muito bem... só lembro que como assinatura eu coloquei ‘’Garota que no ano que vem terá cabelos rosa’’. Só que... nesse provável ‘’próximo ano’’ eu tive que sair da escola.- Lau me interrompeu.

–Então é por isso que você sempre fica pintando o cabelo de rosa.-

–É... vi que valeu a pena... vai que ele se lembra...-

–Hum hum... histórinha sem graça...- Lau colocou o dedo polegar e o indicador a baixo do queixo, como se estivesse pensando.

–O QUÊ?!-

–Brincadeira, brincadeira...-

–Bom mesmo... E agora? O que vamos fazer?-

–Podemos ir na pracinha ali, enquanto a noite não vai...-

–Tá. Mas... de uniforme? Você só falou pra gente trazer os pijamas...-

–Hum... que número você usa?-

–18... ou P.- Falei.

–Eu tenho um número P aqui... toma.- Ela procurou mais a fundo na gaveta.- E toma um short meu aqui...-

–Obrigada...- Fiquei parada.

–Que foi? Não vai se trocar?-

–É que...-

–Tá com vergonha? Somos mulheres...-

–Tá...- Virei de costas pra elas e me troquei.

–Foi tão ruim assim? Somos mulheres... não precisa fazer esse drama todo.-

–Ainda desconfio se vocês tiraram foto...-

–Por que tiraríamos uma foto de você?-

–Não sei... vai saber...- Eu e as meninas descemos saímos da casa e fomos em direção a pracinha.

Na Pracinha...

–Vamos comprar sorvete!?- Bia sugeriu.

–Vamoooos!-

Na sorveteria...

–Eu quero de morango com chocolate.- Bia escolheu

–Quero de chocolate, baunilha e caramelo.- Lau disse em seguida.

–Quero de menta com doce de leite.-

–Menta!!!??-

–É bom... tem gosto de bala de menta, mesma coisa.-

–Cada gosto estranho que você tem.-

–Pelo menos não sou gulosa, a pedir 3 sabores.-

–Hunf.- Pegamos os sorvetes, e só pelo o que eu falei, a Lau pegou 2 sabores. Sentamos na grama e comemos nossos sorvetes. Até que ouvimos uma voz.

–Hey Alexya!- Olhei pro lado e vi o Oliver. Olhei pro outro lado, e vi Lau fazendo cara maliciosa.

–O-oi Oliver...-

–Posso ficar aqui com vocês?-

–P-pode...- Ele se sentou na grama logo depois.

–Quer saber? Eu e a Bia precisamos... ir no banheiro...-

–Não, vocês não precisam!-

–Calma extressadinha... só vamos no banheiro...- Elas levantaram e sentaram no banco da sorveteria.

–...-

–Então... preparado pra estudar nessa escola?- Perguntei.

–Na verdade não... mas já me sinto confortável, tendo alguém pra conversar, em vez de ficar no fundo da sala, desenhando na última folha do caderno.-

–Eu também faço isso!- Ele me olhou.- Q-quando... meus amigos faltam...- Deitei na grama.

–Você tá nessa escola há quanto tempo?-

–H-há, 3 anos...-

–Vou ficar aqui até meu pai terminar o trabalho... mas, daqui a pouco eu tenho 18 anos, e vou frequentar a faculdade quando esse ano terminar... vou ser um adulto.- Ele se deitou na grama.- Posso ter uma casa aqui, um emprego... esse lugar é mais legal do que de onde eu vim...-

–V-você se lembra?-

–De quê?-

–Deixa...- Disse meio desanimada

–Acho que lembro... me corrija se estiver errado: ‘’Garota que no ano que vem terá cabelos rosa.’’- Ele. Se. Lembra. Como que eu devo reagir? O que eu tenho que falar?!

–V-você...-

–Eu sabia que era você Alexya... sua letra, eu conheço sua letra.- Eu e Oliver éramos da mesma sala, era o meu dia do ajudante, e então a professora mandou eu escrever o cabeçalho na lousa...

–Por que... por que não falou que sabia que era eu enquanto eu ainda estava lá? Eu passei 3 anos só chorando, porque você não teve a oportunidade de me ver no próximo ano!- Ele colocou sua mão na minha boca e foi até meu ouvido e cochichou.

–Eu... também gosto de você.- Eu arregalei os olhos. E logo em seguida ele tirou sua mão da minha boca.

–O-oliver...-

–... Eu também escrevi uma cartinha pra você no dia dos namorados... mas não tive coragem de te dar.- Ele colocou a mão no bolso e tirou um papel.

Feliz dia dos namorados, eu vou falar tudo bem rápido, porque não sou bom nessas coisas de poema e tal. Eu gosto de você Alex.

Ass: Oliver.

–...-

–Já tá escrito que não sou bom nessas coisas de poema.-

–Oliver... você... não está brincando comigo não né?-

–Não.- Ele me olhou, muito... muito... perto do meu rosto.- Não estou namorando faz 3 anos só porque gosto de você.- Comecei a chorar.- E-ei.-

–O que vai acontecer agora? Vamos ficar sem se falar? Vamos nem se quer nos olhar?- Ele me interrompeu.

–Vamos namorar?-

–Q-que?-

–Tô esperando uma resposta.-

–É... eu... eu preciso pensar.- Levantei da grama e fui correndo até a sorveteria, de onde tirei as duas e saí correndo.

–E-ei!? Por que estamos correndo?- Lau me perguntou.

–Porque o Oliver me pediu em namoro.- Continuamos a correr, quando Lau me parou.

–P-peraí. Ele o que?!-

–Me pediu em namoro, ele se lembra. E disse que também gosta de mim.-

–E. Por que. Você. Tá. Fugindo?-

–Porque é culpa dele eu chorar por esses 3 anos. Ele sabia que a cartinha era minha, e nem pra me avisar ele me avisou.-

–Não. Você não vai ficar aqui. Sem fazer alguma coisa. Vai lá e diz sim.- Ela ficou me empurrando até onde Oliver ainda estava sentado.

–Ai, me solta!-

–Diz. Sim.- Elas correram novamente pra sorveteria.

–É... am... s-sim.- sussurrei.

–Que?-

–Sim.- Fiquei olhando pros meus pés, envergonhada. Ele se levantou. E levantou minha cabeça.

–Ainda bem... não iria conseguir nada sem você.-

–Q-quê?- O. Oliver. Me. Beijou. Deu pra ouvir gritos do outro lado da rua.

–Isso aê Alex! Uhuuuuuuuuuul.– Era Lau. E Bia estava chorando.

Meus olhos estavam abertos, mas estavam se fechando cada vez mais. Depois de no mínimo 15 segundos eu soltei ele... Não consegui falar nada, o que se fala depois que você é beijada?

–...-

–... Eu beijo muito mal assim?- Ele riu.

–N-não! É que... eu não sei o que falar depois de ser beijada...- Olhei pros meus pés novamente.

–Hum...-

–E-eu tenho que ir...-

–Vai pra onde?-

–F-festa do pijama...-

–Com quem?-

–Lau e Bia... porquê?

–Só um pouquinho de ciúme... nada de mais...- Eu ri.

–É... então thau.- Virei de costas e Oliver segurou minha mão.

–Cadê. Meu. Beijo?-

–Am?-

–Meu beijo de despedida.-

–T-tá.- Fiquei na ponta dos pés e beijei ele.

–Isso aê Alex! Uhuuuuuuuuuuul!–

–Então thau Oliver.-

–Thau.

Oliver PVO on

Eu. Estou. Namorando. A. Alexya! Tem coisa melhor que isso!?

A Alexya foi pro outro lado da rua. E foi andando até desaparecer da minha vista (ela ficou batendo na Laura.)

Alexya PVO on

Na casa(Enorme) da Lau

–E aí? Ele beija bem?- Lau me perguntou.

–Q-quê!?-

–Ele. Beija. Bem? Tá pensando em coisas pervertidas que irão fazer futuramente?-

–N-não! Eu só...-

–Você ainda gosta dele Alex?- Bia me perguntou.

–Gosto... se não gostasse teria dito não.- Disse melancólica.- Que horas são?- perguntei

–São... 20:30.- Bia comentou

–Vamos pro quarto. Festa do pijama meninas!- Lau ficou dançando no caminho do quarto.

–Uhuuuuuul.- Eu e Bia gritamos.

–Silêncio meninas!- A mãe da Lau mandou.

–Desculpa...- Subimos em silêncio. Entramos no quarto, fechamos a porta.

–Uhuuuuuuuuuuuuuuuul.- Todas nós gritamos.

Depois de um dia.

–Meninas! Aula daqui a 2 horas. Eu já vou voltar pra casa tá?-

–Tá... bom dia.-

Fui pra casa. Me arrumei e fui pra escola.