Autumn Leaves escrita por Alasca


Capítulo 6
Can't Pretend - Nina & Autumn


Notas iniciais do capítulo

Oii, voltei!!! Esse cap eu amei escrever, eu quase chorei escrevendo, eu posso fazer isso comigo mesma??
Pessoas!! Sorriam!! Pela minha linda, fabulosa, criativíssima!!! Ela é bem especial, sorrir nos ajuda muito!! Sorriam!!
Esse capítulo é dedicado a ela e vocês, assim como próximos!!
Eu amo muito vocês!
Beijos,
Alasca :D



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Nina

"Love, I have wounds
Only you can mend
You can mend
I guess that's love
I can't pretend
I can't pretend.

(Amor, eu tenho feridas
Apenas você pode curar
Você pode curar
Acho que isso é amor
Não consigo fingir
Não consigo fingir)" - Can't Pretend, Tom Odell.

Meus olhos ajustaram a minha vista como uma câmera se foca em apenas em algum objeto, primeiro tudo é um borrão onde só se ver cores, eu via apenas cinza, depois ajusta você apenas ver os objetos.

Eu estava jogada no chão, um dos meus braços estava jogado por baixo da minha cabeça e o outro estava à minha frente com a mão entrelaçada com uma espada.

Segurei a espada com mais força ainda, com a pouca força que ainda sobrara de mim conseguiu me levantar, me forcei para não cair no chão, mas minha vontade de viver era maior.

Girei lentamente para ver o estado do Acampamento, ele estava completamente em ruínas, nenhum dos chalés estava mais em pé, apenas havia sobrado um pouco da Casa Grande. Corpos de campistas deitavam no chão enquanto alguns já estavam sem uma alma habitante e outros ainda clamando por socorro.

Maioria dos campistas estavam reunidos em um canto acolhendo os abatidos, que era grande parte das pessoas, havia poucos filhos de Apolo com disponibilidade para salvar todos eles, alguns teriam de ser sacrificados, aquilo encolheu o meu coração.

Nico.

Eu precisava.

Encontra-lo.

Eu me arrastava e esquiava de todas aquelas armadilhas que o Acampamento tinha criado com toda aquela batalha, eu mal via as pessoas que eu conhecia, Jane estava ajudando uma pessoa a relaxar, ela não era nada boa nesse tipo de situação, ela obrigava-o a ficar calmo, você tinha a opção de ou se acalmar (pelo menos fingir) ou morrer.

Uma voz abafada gritou pelo meu nome, me fazendo girar para ver o dono da voz que eu já conhecia.

Deixei a arma cair com os olhos arregalados para ele.

O garoto correu e me deixou desmoronar em seus braços, ele pressionava as mãos fortemente em minhas costas, eu deixava as minhas enroladas em seu pescoço enquanto meus pés pendiam no ar.

– Onde você esteve? - Nico falou deixando a sua voz falhar no ar áspero da sua voz eu percebi que ele realmente estava preocupado, por quanto tempo eu devia ter apagado? Não mais de uma hora, mesmo uma hora parecer pouco, para uma batalha significa que você está morto.

Eu forcei o meu melhor riso, que o fez dar aquele riso esquisito que apenas ele tem e sabe fazer, o que me faz sorrir, se você tem força para sorrir você tem força para tudo, nós dois tínhamos acabado de provar a nossa força.

– Não importa, estou aqui agora. - disse ao meio de inspirações profundas pela falta de ar que eu tinha toda vez que eu apagava. - Nico, eu- eu própria cortei a minha fala, saindo do abraço.

Eu corri até aquela cena horrenda que eu tinha percebido, eu a conhecia, ela era aquela garota amiga do Isaac.

A garota estava rolada para o outro lado, estava de cara no chão, eu me ajoelhei do seu lado e a virei para a encarar, seus olhos estavam fechados e seu rosto completamente ferido, seu nariz escorria sangue. Eu em um ato de pânico arranquei uma parte da minha camiseta para limpa-la.

Nico veio logo atrás de mim.

– Ela está viva. - disse se ajoelhando ao meu lado. - Vai sobreviver.

Eu mal o escutei, já estava gritando para alguém vim ajudar Autumn.

Eu segurei o seu rosto.

– Autumn? Você está me ouvindo?! Autumn!

Ela murmurou algo incompreensível inúmeras vezes até eu entender o que ela dizia, ela chamava por Isaac.

Autumn

Flashback

– Autumn! - Isaac me chamava pelas as minhas costas, virei para ele com um sorriso abobado no rosto.

Me aproximei dele tentando fingir que eu estava séria, fingindo que eu era séria mesma.

– A quem eu devo a honra? - perguntei, me curvando para cumprimentar o garoto.

Isaac tinha aquele tipo de beleza esquisita, seus cabelos eram levemente castanhos bagunçados, você percebia que eles eram bem mal cuidados, nem por ter caspa mostrando, o que não tinha, mas era bem cuidado, esse é o meu ponto. Seus olhos eram cinza nebuloso, aquele cinza que o lápis faz quando você o deixa escorregar pelo papel, em volta de sua íris havia uma camada levemente vermelha... Isaac tinha os olhos mais lindos que eu já tinha visto.

– A Isaac. - ele respondeu, dando o seu melhor sorriso tentando imitar o meu acho que ele nunca conseguira fazê-lo.

– Eu demorei anos de prática para apenas sorrir assim, meu querido, você nunca aprenderá a minha técnica secreta.

– Por que nunca?

– Porque é secreta.

Ele riu de mim talvez da sua própria pergunta por ser muito besta mesmo.

Eu fui correndo na frente, com o sol se pondo atrás de mim, me virei para Isaac com um frio na barriga apenas por olhar em seus olhos, eu amava aquele frio na barriga e eu queria mais dele para mim.

– Vamos, o lusco fusco já vai começar.

Ele se juntou a correr ao meu lado até a colina, não estávamos no mesmo ritmo, Isaac não era um grande corredor, ele não era muito grandioso nas coisas apenas em tocar piano e saber tudo sobre o astronomia.

Nós dois caímos de costas na grama macia da colina. Quando fazíamos isso caíamos em um transe no ar gélido que se formava na atmosfera apenas algo quebrava aquele silêncio: algum assunto que eles nunca compartilhariam com ninguém sem ser os dois.

– Eu já tentei me matar. - comentei, senti Isaac virar o olhar para minha cara, eu suspirei e continuei. - Só queria que você soubesse por mim, não por algum rumor. As pessoas aqui são muito cruéis, acho que é o ego de ser o filho de um deus, alguns são salvos dessa "maldição", como eu e você. Meu sátiro foi morto quando tínhamos quase atravessado a barreira, ele era o meu melhor amigo de todos os tempos. - dei mais uma respiração profunda. - meu pai era alcóolatra, ele nunca tratou eu e minha meia-irmã como deveria, ele nos batia, ele tinha tentado enforca-la por ela ter revidado, não sei se isso foi apenas uma vez porque eu fugi, eu havia a deixado sozinha, eu sou uma vadia egoísta.

– Autumn... - eu o interrompi antes dele completar.

– Eu ainda não terminei, Isaac, eu fugi por muito tempo, dormi várias vezes na rua,-minha voz falhava- Isaac, eu fui abusada - murmurei.- Eu sempre carreguei uma faca comigo desde que eu aprendi que tinha que me salvar do meu pai, eu peguei a faca e a enfeie na sua garganta, ele morreu. Por minha sorte Bell, meu sátiro me achou alguns dias depois, ele cuidou de mim como uma irmã caçula. Meses depois que eu já estava no Acampamento e você já tinha chegado, apenas quatro pessoas conheciam o meu nome, não que eu falasse com elas, as pessoas aqui não me tratavam muito bem, mas eles me conheciam.Eu tive uns ataques de pânicos várias vezes e as pessoas se afastavam de mim por me acharem esquisita. No dia de Natal, eu enchi uma banheira e entrei nela. No próximo dia acordei na enfermaria. Apenas um filho de Apolo veio me ver, para me checar, ninguém veio me ver.

Eu me sentei, sentindo as lágrimas escorrer pelo meu rosto. Senti Isaac se aproximar de mim lentamente.

– Era como ninguém se importa.

Isaac agarrou a minha mão em êxtase eu a apertei de volta enquanto ele acariciava a minha mão com o seu dedão, se aproximou mais perto e beijou a minha bochecha e murmurou.

– Eu me importo.

Eu acordei da memoria me sentando contra uma árvore, Nina e Nico estavam a minha frente, os dois estavam me observando com os olhos arregalados, eu devia estar falando enquanto dormia mais uma vez, os dois sem uma palavra para falar.

Nina segurava um balde com água e um pano úmido coberto de sangue. Nico já segurava bandagens, olhei para os meus braços eles estavam bandejados.

Eu abracei as minhas pernas, fiquei um tempo olhando para eles segurando as lágrimas. Nina veio até mim e me abraçou de lado. Nico seguiu a deixa e colocou a mão em meu ombro.

– Tudo bem chorar, até os mais fortes não conseguem segurar.

Eu cai aos prantos, eles me acolheram como se eu tivesse em casa, o que eles me fizeram sentir, era um sentimento estranho mas reconfortante.

Apenas um pensamento passava pela a minha cabeça naquele momento: Eu precisava encontrar Isaac eu mesma, só ele pode me reconstruir.


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Notas finais do capítulo

E aí??? O que acharam?? Juro que chorei, também né, eu tava escrevendo enquanto ouvia Tom Odell, quem faz isso consigo mesma, te destrói, viu??
Comentem o que acharem!
Fiz esse cap com amor!!!
Beijos,
Alasca :D



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