AUTUMN
“And I'll wait for you in the dark

Arms out stretched comforting lover

My bones may be falling apart

But I'll wait for you come the summer” Jamie Campbell Bower, Waiting

Pode se dizer que eu não penso em muita coisa, que eu penso merda pra caramba, mas a verdade desta verdade que eu acabei de falar é:eu penso em coisa com coisa, que vira coisa com nada, que é nada com nada, ou seja, eu penso em muita merda.

Já fazia um mês que eu não via Isaac.

Um mês que eu não falava com ninguém.

Um mês que eu não comia ou bebia nada.

Um mês que eu só pensava em suas palavras.

Elas não foram nada simpáticas, percebo isso agora, eu sei que não era ele, Quíron mandou um grupo de pessoas em busca dele, e é claro que a "queridinha" Autumn Elizabeth Rose. Ele também falou algo sobre falarem com Rachel, eu nunca tive vontade de saber o que descobriram.

Eu sentei na minha cama, olhando para o espelho que uma de minhas irmãs, Ashley, tem na frente de sua cama, apenas pensei como seriam os meus olhos se estivessem sendo possuídos, como eu sei como é o de Isaac, mas nunca contei esse detalhe dessa briga para ninguém, não contei da briga pra ninguém.
Eu também só saia mesmo daquele chalé para as harpias da limpeza limparem, para que elas não me matem, é óbvio
Essa seria a primeira vez que os semideuses do Acampamento Meio-Sangue sairiam para algo, desde a morte de Connor. Lydia estava organizando algo. Mas... e Jane? Como ela estava se sentido em relação a isso? Traída? Insegura? Ainda sem vontade de conversar com alguém?
– Você vai sair daqui, - falei para mim mesma na frente do espelho.- Você vai tomar um banho, escovar esses dentes e essa coisa escrota que você chama de cabelo... Você vai... vai... - eu continuei me olhando no espelho. - Encontrar a Jane. Depois a Lydia.
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ISAAC
“Every night, I dream you're still here
The ghost by my side, so perfectly clear
When I awake, you disappear
Back to the shadows
With all I hold, dear
With all I hold, dear
I dream you're still here”
A garota que tentou me enforcar foi levada para um tal de Octavian, eu não entendi muito o motivo, ela se desculpou mil vezes depois saiu correndo. Reyna não fez muita coisa, só mandou todos voltarem para as suas coortes, e que conversaria comigo no próximo dia.
Um tal de Frank ofereceu para eu ficar na coorte cinco, que não era nada muito luxuoso, mas era muita coisa para alguém que dormia em um esconderijo de lobo.
Frank falava demais, falava sobre uma tal de Hazel, como ele pensou que alguém estava imitando Percy, quem eu também não fazia a mínima ideia que era esse Percy nem essa Hazel, mas os olhos dele brilhava quando falava sobre a garota, para ele, como ele comentou, ela era uma pessoa com um bom coração mesmo tendo origens diferentes, o perguntei se ele gostava dela, ele falou que ela é tudo para ela, falando isso ele parecia determinado e firme a suas palavras, ele realmente gostava dela. Enquanto a Percy, ele ria umas horas falando como era burro mas ficava sério quando falava que ele era um ótimo amigo e determinado a ajudar os seus amigos, salvou a vida de vários várias vezes.
Eu acabei caindo no sono enquanto Frank ainda falava, mas eu acho que ele não ficaria muito bravo, ele era uma pessoa muito amigável e compreensiva, deve saber que andar por diversos dias sem alimento ou água dá muito sono. Mais um de seus pesadelos começou
– Isaac. – sussurrou uma voz doce, mas estranha feminina. – Isaac? – ela quase ria quando falava o nome do garoto, ela sentia prazer em fazer isso. – Eu amo esse nome: Isaac. Ele é tão... diferente. O meu tem que ser esquisito mesmo... E o da Nina? Ni-na. Acho que ela não vai muito com a minha cara, acho que me acha estranha, você não me acha estranha, não é, Isaac? Mesmo assim, não posso a culpar, a primeira impressão é tudo que as pessoas precisam para tomar a conclusão de alguém ou algo. Normalmente não sabem que todos têm uma história... – Ela parou e se deitou em um lugar esquisito, parecendo ser grama.
Ela começou a se desesperar, a se debater, a gritar, parecendo se sufocar com as próprias palavras.
A grama se dissolvia os poucos virando uma água escura e negra ao seu redor.
– Isaac! Isaac! – ela exclamava, enquanto a água entrava por sua boca a sufocando e a deixando sem ar, sua voz secou e saiu meio engasgada – eu... n-n-ão sei... nadar.
Falando isso ela finalmente caiu na deixou a água tomar conta dela, sem falar mais nada ou fazer alguma expressão, eu pulei para dentro da água, me aproximando perto da garota, mais perto, mais perto.
Os olhos dela se abriram rapidamente, um estava um preto perfeito, ao todo o seu redor, o outro estava o a sua cor normal, sua boca sangrava, e o sangue flutuava quando abriu a boca lentamente para falar.
– Isaac... meu querido... olhe nos meus – ela falava perfeitamente, eu obedeci suas ordens. – Você está vendo isso? – ela colocou o meu rosto mais próximo dela.
– Vendo o quê? – perguntei.
– Os meus demônios, querido, os meus lindos e perfeitos demônios. – e deu um último sorriso, voltando a se afogar, como se nada tivesse ocorrido.
Eu me acordei em desespero, suava mais do que nunca, parecia mesmo que eu tinha me afogado, pois eu não respirava, a garota não estava lá, ao meu redor eu via pessoas ainda dormindo, no final do dormitório duas pessoas conversavam silenciosamente. Olharam para mim uma deu um sorriso simpático mas a outra me olhou como se eu tivesse algum problema.
A simpática veio lentamente até mim, e se sentou na minha cama, eu me afastei um pouco para lhe dar um espaço.
– Pesadelo? – sussurrou ela.
–Mais ou menos. – respondi também num tom baixo. – E você?
– Insônia. – respondeu sorrindo. – Desculpe pela Ashley, ela normalmente é assim mesmo, gosta de parecer malvada, mas ela é um amor de pessoa.
A garota era baixinha, e definitivamente mais nova do que eu, não parecia ter mais que treze anos. Ela tinha olhos enormes azuis e cabelos claros, ela tinha uma aparência angelical.
– Com essa idade? – questionei, sem saber se fiz o certo.
Ela abaixou os olhos.
– É... A dor afeta a todos.
Eu não sei o porquê, mas eu a abracei por um tempo até ela conseguir pegar no sono, quando ela pegou, eu a peguei no colo e a coloquei lentamente em sua cama, cobrindo a menor.
– Boa noite. – sussurrei para ela.