A guerra havia durado tempo demais. Todos sabiam disso, mas enquanto os demônios de Hemillion não fossem detidos, a guerra continuaria. Akay e os outros domadores de dragões atacavam pelo céu com chuvas de fogo. Yue e o exército de elfos estavam na vanguarda, Kuro e os humanos ficavam na retaguarda. As outras criaturas mágicas estavam espalhadas pelo exército preenchendo buracos.

O rei rezava por sua filha, Shya, que estava no meio do parto. Foram longos meses de guerra e até mesmo Shya havia entrado nela, tentando parar os dois exércitos. Seu coração estava dividido, o que faria com o bebê? Entregaria á Hemillion? Á igreja, que provavelmente mataria a criança? Ao pai, que rezava todos os dias pela sua alma? Lágrimas escorriam pelo seu rosto enquanto as contrações iam e vinham.

Yue arrancou a cabeça de outro demônio e observou os dragões voando no céu. Reconheceu Gorny e fez uma pequena reza em sua cabeça para que Akay não sofresse nenhum mal. Haviam se casados dias antes de a guerra começar e eles serem chamados para o exército. Akay estava grávida.

Akay acariciou a barriga pensando em Yue e depois se inclinou, gritando ordens para os outros homens do exército de domadores de dragões. Olhou para o exército e imaginou Yue. Rezou na língua dos dragões para que todos os demônios pagassem com suas vidas.

Lilu sorriu para a barraca de feridos, onde Kuro estava sendo tratado. Estavam noivos. Lilu rezou para que Kuro nunca voltasse para o exército e encarou Akay, que rezava também. “Provavelmente para Yue...”.

Mika encarou com raiva as barras de ferro. Tentou se levantar, mas a falta de energia realmente fazia falta. Estava presa após a tentativa de assassinar Akay em seu próprio casamento. Yue que a prendeu, com fogo nos olhos e nunca mais voltou.

Heiwa encarou Taiyo e Momoi. Eles se ajoelharam diante da nova rainha. Momoi e Taiyo com fogo nos olhos perderam a chance serem reis juntos e os direitos dos nobres. Heiwa era a nova rainha.

Yukie observou a guerra. A neve a seguia por onde ia. Abriu os braços e apontou com as duas mãos para o campo de batalha.

– O inverno cairá sobre aqueles que perturbam a ordem da natureza. A guerra sem fim acabará!

Uma tsunami de neve caiu sobre o campo de batalha.