Akay suspirou e encarou a porta de madeira. Era toda trabalhada com desenhos celtas de elfos e criaturas tão antigas que já deviam estar extintas. Ela encarou a enorme árvore que estava em cima dela. “Como alguém pode viver dentro de uma árvore?” Ela pensou. “Ele é um elfo, Akay. É claro que ele mora em uma árvore”. Ela se lembrou e então parou para pensar. “Todos os elfos moram em árvores?”. Alguns minutos depois, ela balançou a cabeça e encarou Gorny, que levantou a cabeça e fungou.

– Vamos, Akay. Ele não morde. – Gorny mostrou seus dentes. – Mas eu sim. E vou te morder se não bater nessa porta logo.

Akay recuou ao se lembrar de um episódio que havia acontecido anos atrás, quando os dentes de Gorny ficaram mais afiados. Ela se virou para a porta e bateu. A porta se abriu e um elfo jovem apareceu. No momento que Akay olhou para ele, seu coração começou a bater mais rápido. Ela sentiu seu rosto esquentar e encarou sua bota. O elfo olhou para Akay e levantou uma sobrancelha. Então ele olhou para o dragão e acenou com a cabeça.

– Akay? – Sua voz era calma e baixa, quase que eu sussurro. O coração de Akay bateu mais rápido conforme ela levantava a cabeça e percebia os detalhes na roupa do elfo.

– Yue? – Ela gaguejou. – Yue Ryuu?

– Então você é a Akay! – Ele colocou um frasco verde – que Akay não havia percebido até aquele momento - em uma prateleira e abriu caminho para a garota. – Lilu me falou muito sobre você. Estou feliz por finalmente te conhecer.

– Igualmente. – Akay fez um sinal para Gorny ficar do lado de fora e entrou. A porta se fechou e a luz do sol foi barrada. A casa do elfo era pequena e feita totalmente de madeira, a não ser pela enorme escada que seguia para o segundo andar. A escada era feita de uma espécie de fungo que crescia até ter o tamanho de um bebê de 7 meses, eram extremamente fortes e podiam suportar até 1000 kilos. Por toda a parte havia frascos de cores diferentes e ervas de todos os tipos. Akay não conhecia nem metade delas.

– Desculpe a bagunça, mas não costumo receber visitas. Se tivesse me avisado uns meses mais cedo, poderíamos nos encontrar na minha casa de verão.

– Então você não tem apenas essa casa?

– Claro que não. Ficaria doente se passasse mais de sete meses cercado por tantas substâncias.

– Entendo. – Ela pendurou sua capa no local indicado pelo elfo e se sentou no sofá que ficava mais próximo de uma lareira. – Então você é químico?

– Alquimista. – Ele sentou em uma poltrona de frente para Akay. – E você? Faz o que da vida?

– Basicamente nada. Faço alguns trabalhos como mensageira, mas na maior parte do tempo fico explorando as montanhas e florestas atrás de mais espécies de dragões.

– Uma viajante?

– Gosto mais do termo, Pesquisadora.

– Pesquisadora. – Ele ficou avaliando Akay por um tempo e sorriu. – Venha, vamos tomar um chá. E tenho certeza que você prefere ficar ao ar livre a cercada dessas coisas.

– Seria muito mais agradável.

Os dois se levantaram. Yue liderou o caminho pela enorme escada. Eles passaram da entrada do segundo andar até chegar quase no topo da árvore. Ele abriu uma porta dupla de vidro e madeira. A luz do sol banhou os dois. Akay tampou a luz do sol com a mão para proteger seus olhos. E quando saiu de dentro da árvore, prendeu a respiração. Havia uma mesa de prata com duas cadeiras em cima de um tronco da árvore. As folhas da árvore formavam um telhado natural. A vista era maravilhosa Akay podia ver as montanhas e a floresta, além do céu e o enorme rio que ficava entre duas montanhas. O elfo guiou a jovem até a mesa e a ajudou a se sentar. Um criado serviu chá, bolo, biscoitos e outras guloseimas para eles. Akay comeu com um sorriso no rosto, o que parecia divertir o elfo.

– Você nunca conheceu um elfo?

– Não.

– E o que achou do primeiro elfo da sua vida?

– Interessante.

– Humm... Conte-me mais.

CONTINUA...