—Estou surpreso por não fazer nenhum escândalo até agora- Shou puxou a cadeira para ela sentar- Mas essa personagem não me engana, assim como as outras-sussurrando em seu ouvido

—Será?- Kyoko o encarou- Será que sou um personagem? Ou será que te superei?- sorrindo ironicamente- Não vai sentar?

—Só se parar de perguntar- sentando na cadeira- Pode pedir o que quiser, hoje é por minha conta.

—Vou pedi o prato mais caro então- abrindo o cardápio e fechando em seguida- Não, quero saber o que você quer de mim que teve que trazer até o brutamontes.

—O Steve é um amigo, ele só deu uma de motorista hoje- abrindo o cardápio- Vou fazer o nosso pedido depois conversamos- chamando o garçom com a mão- “Queremos a lagosta com arroz integral e o vinho tinto”

—“Para a sobremesa o que vão querer?”- anotando tudo no tablet

—“Quero um sonho de caramelo”- Kyoko olhou a primeira sobremesa do cardápio- “Ele um pudim”- ele anotou e seguiu para a próxima mesa

—Ainda se lembra?-ele pôs o guardanapo no colo- Podia ter pedido a mais cara, não esqueça que posso bancar

—Não ligo para o seu dinheiro, se ligasse já teria te processado ou te chantageado. Me fala logo o quer para acabarmos com essa farsa.

—Você está estressada demais, porque não sou eu que vivo em uma farsa, encobrindo uma mentira- o garçom voltou com o vinho- “Obrigado e pode ir”- se afastando em seguida

—Mas não uso as pessoas para o meu bem próprio. Respeito cada uma delas como gosto de ser respeitada- vendo-o abrir a garrafa

—E aquela foto é de uma garota de respeito? Quantas vezes você já fez com aquele homem? – servindo o vinho nas duas taças.

—Não te interessa- pegando a taça- Minha vida nunca te interessou- dando um gole- Por que agora? Só porque estou com outro- revirando os olhos- Mimado, que quer tudo sobre o seu controle.

—Só o que me pertence tem que estar sobre o meu controle- encarando-a- O que sua okasan iria pensar se descobrisse? Sabia que ela ligou para a casa dos meus pais, acho que sentiu remorso por ter te abandonado mas e agora?

—E agora o que? Nem tente me ameaçar, aquela mulher me abandonou nunca veio nos meus aniversários e o que tenho que resolver com ela, vou resolver, mas isso é um assunto de mulheres.

—Então a imprensa que vai gostar da historia do Ren, quero falar o do Kuon. Os Hizuri podem ter uma grande influencia mas do New York Times, eles não possuem e aposto que do meu ponto de vista eles vão gostar da historia porem sem a parte implícita para menores de idade.

—Se continuarmos a falar assim perderei a fome- pegando um pão da cesta em cima da mesa- Foi por esse motivo que me convidou- mordiscando o pão- Chantagem.

—Que palavra forte, só vai ser uma troca de favores. Aonde aprendeu a beber?- botando a taça pela metade.

—Você já deve saber com quem aprendi- encarando-o

—“A lagosta com arroz integral, bom apetite para o casal”- o garçom serviu os dois com um sorriso simpático

—“Não somos um casal”- Kyoko sorriu de volta para o garçom- “Você parece feliz”

—“Acabei de saber por mensagem que passei num concurso que fiz mas fico com dor por sair desse emprego”- terminando de servir

—“Por pagarem bem aposto”- Shou virou o rosto- “Não queremos saber da sua vida, pode se reti..”

—“Irá sentir falta dos seus colegas?”- Kyoko cortou Shou-“Aposto que sim pelo o seu rosto”

—“Além de pagarem bem”- olhou para Shou.-” Nesse restaurante viramos uma família, é difícil dizer adeus”- voltando a olhar Kyoko-“Com licença, preciso atender os outros”

—“Tudo bem, pode ir”- Kyoko acenou com a cabeça- Espero que a comida desça

—Flertando com o garçom? Que baixo nível- segurando os talheres- Bom apetite, querida.

—Quanta ironia, só fui educada. Ele deve trabalhar por horas e antes mesmo de receber a mensagem, ele estava com um sorriso no rosto para os clientes sentirem confortáveis. As vezes compartilhar as coisas faz bem.- comendo o arroz- Esqueci que você não sabe o que significa ser simpático e ter compaixão.

—A comida não vai descer assim- tomando o vinho- Quero que escute algo- tirando do bolso da calça um iphod- Opinião sincera- passando para ela

—Tanto faz- colocando os fones

Fomos o sonho um do outro

Passamos por muita coisa

Para desistirmos assim

Você é o meu paraíso, paraíso...

Vou te fazer sentir o que já sentimos

Deixe-me te sentir em mim, sentir seus lábios

Como você vai sentir os meus pelo o seu corpo

Te mostrar que podemos voltar a ser o que éramos

Você é o meu paraíso, paraíso

—O que achou?- parando de comer- Está na hora de acabar com a fase de adolescente e ir para um caminho um pouco diferente.

—A Shoko que te deu essa ideia- tirando os fones- Vai usar a eletrônica como pano de fundo?-afirmando mais que perguntado- Talvez aumente a faixa etária dos seus fãs. Use mais a segunda batida no refrão, anima mais a musica.

—A Shoko voltou para o Japão-engolindo em seco- Teve uns problemas pessoais para resolver e valeu pela a dica.- piscando e rindo

—Me usou de novo- Kyoko bateu os pulsos na mesa- Vou ao banheiro- jogando o guardanapo na mesa.

***

—“Ele continua o mesmo de sempre mas sei lá parece que tem algo estranho com ele, está difícil aguentar mas se algo der errado vamos seguir do meu jeito. Fale isso para eles. Conto com você”- Kyoko desligou o celular e notou uma presença no banheiro.

—“Desculpe interrompe-la”- uma negra com os cabelos longos falou-“Vim ajeitar a maquiagem”- colocando sua bolsa em cima da mesa-“É natural?”

—“O que?”- Kyoko perguntou confusa e notando o olhar para o seu cabelo-“O meu cabelo?- ela acenou passando o batom nos lábios-“O comprimento é um aplique e pintei meu cabelo de ruivo. Era da cor do seu”

—“Não consigo imaginar você com cabelo preto”- colocando rímel-“Você parece uma boneca, seu cabelo está até aonde agora?”

—“O natural está nos ombros mas a cada dia está crescendo além. Você é hábil com a maquiagem”- vendo que ela estava terminando

—“Muitos anos de pratica e tenho que segurar o meu homem”- oferecendo um gloss da bolsa dela- “Passe para o seu namorado”

—“Ele não é meu namorado. Só viemos para conversarmos”- recusando o gloss

—“Então passe para se sentir mais bonita”- abrindo-o-“Quer que eu passe em você?”

—“Não, obrigada”- pegando da mão dela-“Tenho que me acostumar a passar”- virando-se para o espelho.

—“Tem um pequeno volume nas suas costas”- ela se aproximou de Kyoko-“ Faço uma massagem ótima”- segurando os ombros dela

—“Sabe, não se preocupe”- Kyoko tentou se desvencilhar, virando de frente-“Agradeço pelo o gloss”

—“Tarde demais”- ela apertou o ombro de Kyoko

—“O que você fez...”- tentando falar ao perder os sentidos, sendo segurada por ela

—“Me perdoe”- tirando o celular do decote da blusa-“Vai para o carro, ela tava grampeada”- guardando na bolsa e saindo com Kyoko no ombro.

—“Senhorita eu posso ajudar?”- um garçom falou ao saírem do banheiro

—“Minha amiga bebeu demais, vou leva-la para o carro. O namorado que estava com ela na mesa, foi busca-lo”

—“Me ajudee”- Kyoko ainda tinha algum sentido da fala

—“Viu como você bebeu? Deixe te levar para o carro”- ela acenou para o garçom sair da frente-“Obrigada e a comida estava ótima”- caminhando com ela.

—“Voltem sempre”- o garçom continuou com o seu trabalho.

***

—“O que vai fazer agora? Não era para vir de bem para cá? Cacete Britney”- vozes estavam sussurrando.

—“Ela estava grampeada, e se fosse para o policia? Iam achar a gente, meu amor”

—“Você agiu certo. No restaurante acharam que ela bebeu demais e agora vai querer ficar aqui por bem”

—“Está acordando”- ouve-se uma porta batendo com força.

—A onde eu estou Shoutaro?- ela tinha reconhecido a voz dele –Por que mandou aquela mulher atrás de mim?-sentando na cama.

—Bem vinda ao meu apartamento e ao seu quarto- ele sentou na beirada da cama- Lembra que você me disse que ainda cumpre sua palavra?

—Lembro- balançando a cabeça- Mas o que isso tem haver de você me sequestrar?

—Não te sequestrei- pegando o celular do bolso- Já que a minha empregada deve morar com o patrão. Que no caso sou eu- clicando na tela- Escute.

—Empregada?- ele colocou o celular em seu ouvido.

/Eu te amo, Ren/ Te amo mais ainda, meu amor/

—Reconhece as vozes? Acho que é a sua e daquele desgraçado- repetindo o áudio mais uma vez- Temos certeza agora

—ME FALA O QUE VOCÊ QUER LOGO- ficando de joelhos e batendo em Shou- QUANDO GRAVOU ISSO!- batendo mais forte agitada.

—Sei a posição que vocês estavam também- segurando os pulsos dela- Você deitada ao lado dele no chão- empurrando-a na cama- Depois dele gozar fora- ficando por cima dela.

—Seu nojento- cuspindo na cara dele- Está doente e nem enxerga isso- tentando se soltar- Gastou o seu dinheiro para vê isso, seu depravado. Vai procurar outra mulher.

—Ainda não entende que a única que quero é você- focando nos olhos dela- Caso você se apaixonasse de novo, viraria a minha escrava. Ou esqueceu das suas palavras?

—Isso foi a dois anos-rígida ao responder- Vai tentar me prender com isso? Cresça Shoutaro.

—A única a me chamar assim- fazendo pressão nos pulsos- Se não vai cumprir a sua promessa, o que acha deu colocar aquele vídeo na internet?

—O filme vai estrear daqui a 6 meses, você não teria coragem- assustando-se com o olhar frio dele- As suas musicas estarão no filme, você se queimaria também.

—Qualquer um poderia ter gravado vocês dois e postar no Youtube. Meu nome aparece nos créditos.- prendendo as pernas delas com as suas- Você será a principal e certeza que o diretor não vai gostar da sua estrela, estrelando um pornô caseiro.

—Doente, desgraçado, depravado, babaca- tentando se debater sem deixar as lágrimas caírem.

— Pode me xingar a vontade- Kyoko mordeu o braço dele- Desgraçada- sentando em cima dela- Alem disso tenho o dossiê contra ele. Pense bem na sua decisão.

—Por quê?- ela o olhou com ódio- Porque você não me esquece-virando o rosto

—Vou te deixar a vontade- levantando-se- Mas amanhã, vou querer o meu café da manhã, tenho certeza que você não esqueceu dos meus gostos- saindo da cama- Peguei o seu celular e o gravador.

—Já tinha percebido isso- virando o corpo para o lado- Não creio que está fazendo isso.

—Aceite sua condição e cumpra a sua palavra- saindo do quarto- Boa noite- trancando a porta.

—MONSTROOOO!!!- Kyoko pegou o abajur do lado da cama, jogando contra a porta.

            *Nasci para ser infeliz!!!! Toda vez que estou feliz, me saindo bem, algo acontece. Ahh Shou, você me paga!! Seu depravado de merda que manda me espionar. Nunca imaginei que chegaria tão longe por causa de uma promessa ridícula, como fui prometer algo assim? Aquele garoto por quem me apaixonei não pode ter morrido, impossível me enganar tão feio com uma pessoa. Tudo bem minha okasan não me amava e desprezou meu amor de filha. No entanto algo como isso, nojento*

—“Licença”- a negra dos cabelos negros entrou-“Vim trazer a toalha e um leite com açúcar para você”

—“Não quero nada vindo de você, Britney”- enxugando as lagrimas de ódio-“Pode ter um sonífero no leite”

—“Só apliquei um golpe para perder os sentidos”- deixando o copo na cômoda ao lado da cama –“Não mexo com remédios e acho melhor você tomar uma ducha, relaxa o corpo e esfria a cabeça”

—“Acha que um banho vai me acalmar agora? Você não entendo em que situação, vocês me colocaram”- pegando a toalha da mão dela

—“Ele mandou comprar roupas novas, o armário está cheio e essa cômoda também. Não te faltara nada”- fazendo um carinho na cabeça de Kyoko-“Você não está sozinha”- surrando perto de seu rosto

—“Vai tentar me consolar?”- tirando a mão dela de sua cabeça-“Me deixa em paz”

—“Como quiser”- saindo do quarto, trancando a porta.

—É agora ou nunca- suspirando ao tirar a roupa para tomar uma ducha no banheiro do quarto.

Continua...