Hermione evitava cada vez mais Draco. Desde a noite do baile que ela não falou mais com ele. Nunca o viu tanto na biblioteca quanto nas últimas semanas. Ela evitava também ficar sozinha. O máximo que podia, estava com seus amigos. Se não estava com eles, estava com Viktor, apesar de não conversarem muito, antes ele do que Malfoy. Não queria conversar com Draco sobre o que tinha acontecido, muito menos ter que se explicar ou ouvir explicação. Ela não sabia o que podia acontecer depois disso, por isso, tinha medo.

Outra coisa que ela não sabia, é que tinha deixado Draco furioso, ver a menina constantemente com Krum, fazia seu sangue subir. "Então, ela é assim mesmo ? Não se importa com os sentimentos dos outros, não olha mais na minha cara e ainda tenta fingir que nada aconteceu ? É assim mesmo que ela vai agir ? me ignorando, fingindo que não existo ? Ela não pode, simplesmente não vou deixar ela fazer isso !" Era o que ele sempre pensava, mas, por fim, não fazia absolutamente nada a respeito, Só o que fazia era ficar observando-a, vendo como ria e se divertia com seus amigos e não demonstrava nenhuma falta dele nem vontade de vê-lo ou falar com ele. Isso o destruía ainda mais.

Na segunda prova do Torneio Tribuxo, foi um dia de completo estresse e fúria para Draco. Estresse por não ter visto Mione durante toda a manhã e fúria porque descobriu que ela era o tesouro que Krum deveria resgatar do fundo do Lago Negro.

– Tudo bem com você Draco ?

– Não enche, Crabble.

– Aconteceu alguma coisa ?

– Nada que seja do seu interesse.

– Você não vai me contar o que está acontecendo ? Há muito tempo que você está assim ... Todo estranho, nem parece o mesmo !

– É só impressão !

– Não, não é ! Você anda sumindo, chega tarde quase sempre, não dá explicações, nos deixa sozinhos ... Acredito que tudo isso pode ser por causa de um motivo : Você está ...

– Cala a boca ! Vai ficar vigiando minha vida agora ? Só quero ter um tempo só pra mim !

– Quase todo o tempo ?

– Se for preciso ! Ultimamente, vocês estão tão carentes, tão chatos, nem dá vontade de ficar perto. Vamos para a Sala Comunal agora que a prova já acabou. Achei tudo isso uma grande bobagem. E sempre o Potter ! Sempre tem uma gracinha pra fazer !

– Não é novidade ! Vamos, Draco ! não suporto mais nenhum minuto dessa palhaçada.

– É, nem eu ... - Quando estava saindo, até bateu num garoto que comemorava a vitória de segundo lugar de Harry.

E olhando para baixo, Draco viu Hermione abraçando Harry, o parabenizando pelo segundo lugar na prova. Por que ele ficava tão zangado com essas coisas ? Ele mesmo não sabia explicar, mas verdadeiramente, a menina o tirava do sério.

Queria muito tirar satisfações com a menina, mas toda vez, se lembrava que não tinha nada com ela. Ele queria mais do que tudo, que a história dos dois fossem diferentes. Que ele não fosse tão preconceituoso ou tivesse sido mais simpático quando se conheceram ou que ela tivesse nascido numa família de sangue puro, ou até mesmo não fosse amiga de Harry e Rony. Talvez, tudo desse certo. Talvez, ele poderia tê-la. Isto se tornava cada vez mais impossível. Se amargurava sempre que pensava no beijo, pois pensava que depois dele, as coisas mudariam entre eles, o que acabou não acontecendo. Até mudou, para pior, agora eles nem se olhavam mais, e sua última esperança, sua última salvação, estava se desvanecendo. Ele sabia que teria que enfrentar coisas ruins pela frente, e seu único motivo para dizer "não", não queria ajudá-lo. Ele não queria desistir, mas as circunstâncias o forçava para isso, ele não podia continuar atirando no escuro.

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Hermione não suportava mais olhar Malfoy e ver sua cara de ressentimento. Sabia que tinha que dar um ponto final naquilo tudo. Por mais que não quisesse falar com ele sobre o beijo, tinha a certeza que tinham que falar sobre as questões mal resolvidas dos dois. Estava decidida a não ser amiga dele e não ter nenhum tipo de aproximação, porém, teria que colocar em palavras para que de uma vez por todas, ele entendesse. Não sabia bem quando faria isso, queria esperar o momento certo. Enquanto isso, continuaria a evitar Draco e ficar sozinha. É isso que ela faria, resolveu.

– Mione ?! Pensando em quê ?

– Nas provas, Gina. Ron e Harry, onde foram ?

– Não sei. Nevil estava procurando eles também. Espero que não esteja, aprontando.

– Acredito que não. Pelo menos não sem mim. Eles estariam perdidos ...

– Isso é verdade.

As duas riram. Hermione ficou tensa ao pensar em contar o que passou com Draco para Gina. Afinal, ela também era uma menina, talvez, entendesse melhor que seus outros amigos e até pudesse ajudá-la no que fazer dali em diante. Decidiu, por fim, que era melhor não. Tinha prometido em não dizer nada a ninguém, não era agora que faria isso.

– E você e o Krum, como estão ?

– Como assim, "Como estamos" ? Somos amigos, nada mais.

– É porque as pessoas comentam. E pode ser que eu não saiba de algo. E mesmo que estivesse acontecendo alguma coisa, seria natural, não ?

– É, seria, mas garanto que só somos amigos mesmo.

– Nem preciso dizer o quanto Rony está furioso com isso, né ? Não podemos sequer falar do Krum na perto dele que ele já começa : "Ah ! ele é um grande babaca, um idiota ..." Essas coisas. Isso é ciúme, se quer minha opinião. O pior é que nem ele sabe disfarçar !

– Gina, eu sei que ele é seu irmão, mas eu, como amiga, devo dizer que ele que é um grande idiota. Por que não me chamar primeiro, teve que me deixar como última opção ? Achei tão ridículo da parte dele ! Pode parecer, mas ainda não esqueci totalmente. Ele me magoou muito agindo dessa maneira, então, ele não tem o direito de sentir nada.

– Então, tá bom ...Vamos mudar de assunto ...

– Melhor mesmo ... Nem acredito que está quase acabando mais um ano ... Passou tão rápido !

Foi quando Mione atentou para o que tinha acabado de falar. O ano estava mesmo terminando e suas coisas com Draco teriam que ser logo resolvidas. Não queria levar isso para o ano seguinte. Não queria passar sua s férias pensando em Malfoy e no que poderia ter resolvido. Ela falaria com ele, se tudo desse certo, na última noite no Castelo antes das férias. Assim, pelo menos, não teriam desculpas para se encontrar no ano seguinte. Seria um encontro definitivo e decisivo. Não teria mais questões mal resolvidas ou impasses. Sem dúvidas, eles eram completamente diferentes, tanto que atrapalharia qualquer tentativa de amizade. Cada um para seu lado, era a melhor coisa.

Draco tinha se conformado e aceitado sua derrota. A única coisa que ainda o irritava, era o papel de bobo que havia feito.