A primeira ação que veio à mente de Sacha foi abraçá-la, mas se lembrou do ódio mortal dela por sua mãe. Ela olha sua aljava, que ao contrário de muitos, ficava na cintura, lembrou que ela estava vazia e se lamentou dizendo: _logo hoje que ela aparece, minha aljava está vazia?!

_Samanta?_ pergunta a Viúva Negra confusa.

Sacha cospe perto de Natasha e diz com um tom forte de sarcasmo e ignorância: _Oi mamãe. Não nos vemos há muito tempo, não acha?

_Mas o que foi isso?!_ reclamou Natasha.

_Sorte. Poderia ter sido uma flecha.

_É como me recebe depois de tantos anos?!

_Sabe... É quase isso. É como te recebo depois de ter me abandonado! Me deixado sofrer por anos de minha vida, mentido pra mim e escondido seu passado e do papai de mim! Sua filha!_ ela diz furiosa.

_Samanta, tudo o que fiz foi para protegê-los!

Sacha dá uma risada sarcástica e diz: _Perdi a conta das vezes que vi isso em filmes. Não me enche! Volte amanhã e realize meu sonho: deixe-me acabar com você.

Nat ficou angustiada com as palavras dela e perguntou: _Como assim?! O que quer dizer com...

_Você me ouviu bem. Não te amo como antes. Nem te amo mais! Eu te odeio.

Sacha deu as costas e saiu do barco em direção a sua moto, uma Kawasaki Ninja vermelha. Quando está a caminho de sua casa, uma frase dita por ela acabou a deixando pensativa: “Eu não gosto de te ver triste, mamãe!”. As duas chegaram em casa quase juntas. Sacha chegou primeiro e deixou sua moto na garagem. Ela sai da garagem revoltada em direção à porta reclamando com a mãe, que estava logo atrás. Ela cuspiu e apertou a campainha da porta.

_Achei que seu pai não soubesse._ disse Natasha.

_Não sabe. Mas você vai contar pra ele de qualquer jeito! O que eu tenho a perder?

Quando Clint abriu a porta, Sacha estava com uma roupa estranha, seu arco e, além disso, posando de durona. Ela disse: _Eu posso explicar.

_Ela cuspiu em mim._ disse Natasha.

Clint não gostou nada e puxou o braço de Sacha para dentro. Natasha achou que sua filha mereceu e foi com eles até a sala, calmamente, fechando a porta. Minutos depois, Natasha estava sentada na poltrona observando a bronca e a montanha de perguntas, Clint em pé cheio de raiva em uma discussão complicada e Sacha apenas sentada no sofá, comendo uma maça e ouvindo tudo.

_Se queria ser uma heroína, era só me falar! Você se esqueceu de quem eu fui?!

_Não estou afim de ser vingadora. Eles tem muitas regras._ ela diz com muita tranquilidade, logo mordendo a maçã.

_Seria bom pra você.

_Ó quem fala!_ interrompeu Natasha _Você era assim também, Clint.

_Mãe, não se mete!_ reclama Sacha.

_Amor, você não está ajudando._ diz Clint.

Natasha revirou os olhos indignada.

_Você cuspiu mesmo nela?!_ Clint voltou ao assunto.

_Sim._ as duas disseram juntas.

_E ela teve sorte de não ser uma flecha._ disse Sacha.

_Samanta Romanoff Barton! Você não vai ferir sua mãe!_ Clint protestou.

_Pai, você sabe muito bem que quero isso já há anos._ ela diz se levantando.

_E você sabe que eu te proibi de usar o arco.

_Como você mesmo disse: sou uma garota rebelde.

_E se orgulha disso?!_ perguntou Clint indignado.

_Eu não diria “orgulho”._ ela morde a maçã e diz de boca cheia (algumas vezes ela é bem mal educada) _Está mais para “reconhecimento”.

_Reconhecimento?

_Tá!_ gritou Sacha _Que se dane! Eu sou a Red Arrow e você descobriu!_ ela, enfim, engole o pedaço de maçã e diz:_ Isso vai mudar alguma coisa?!

_Claro que vai._ Sacha se coloca de pé e cruza os braços (a chamada “postura de durona”). Clint diz: _Essa noite foi a última aparição da Red Arrow.

Sacha se aproxima e diz: _Acho que não._ dá as costas e sai. Mas ao chegar no quarto, gritou: _QUEM FOI O FILHO DA MÃE QUE ARROMBOU A PORTA DO MEU QUARTO?!

_Fui eu!_ gritou Clint.

_Clint, não precisa mentir._ disse Natasha.

_Acredite: eu conheço nossa filha. É melhor eu assumir a culpa.