Later escrita por Bibs Elric


Capítulo 1
Capítulo único - Me declarando




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/548399/chapter/1

O céu ainda estava escuro quando Thomas acordou, ou melhor, foi acordado. Abrindo os olhos, encontrou os cabelos loiros conhecidos e um par de olhos que o encaravam brilhantes. Se algum dia antes duvidara, naquele momento tinha certeza: os olhos de Newt eram capazes de iluminar tudo que viam.

- Newt? – chamou ainda sonolento. O loiro fez um sinal para que ele se aquietasse e apontou para o lado, onde Chuck ainda dormia. Thomas acenou com a cabeça, indicando que ficaria quieto, e se levantou. O clareano pegou sua mão e guiou-o para um canto da Clareira. O moreno não se lembrou de ter estado ali antes.

- Newt, que lugar é este? – indagou ele, percebendo que o mais velho não lhe diria nada. Infelizmente, também não respondeu sua pergunta. Quando pararam, estavam no fundo da Clareira, atrás do bosque.

- Ninguém pode nos ver aqui. Por algum motivo, os besouros mecânicos também não vêm aqui durante a noite – falou Newt finalmente.

O primeiro pensamento foi como o amigo sabia aquele fato sobre os besouros mecânicos. O segundo foi o porquê de Newt precisar de um local escondido. O terceiro foi que o amigo – ou pelo menos, era o que achava – estava pronto para seguir as ideias de Gally e assassiná-lo ali, onde o achariam com mais dificuldade. Recuou um passo e Newt franziu o cenho.

- Não vou fazer nada de mal com você, seu mértila – resmungou o clareano, encostando-se a uma árvore, como se dissesse que não tinha perigo. Thomas resolveu que era melhor se acalmar.

- Que lugar é este? – perguntou outra vez, vendo Newt sorrir.

- Não sabemos, e achamos melhor não tentar descobrir. É outra parte da Clareira, apenas. Pensamos em colocar algo aqui, mas como os besouros parecem não virem aqui, achamos melhor que ficasse escondido para não chamar a atenção deles.

- Já trouxe mais alguém aqui? – a curiosidade havia apagado qualquer resquício de medo que Thomas ainda sentia. Newt abaixou a cabeça e começou a caminhar até ele.

- Apenas Minho, bem no começo. Foi dele a sugestão de manter o lugar escondido. – por algum motivo, o moreno sentiu raiva. Como se o clareano não devesse ter levado ninguém além dele para o local.

- E por que me trouxe aqui?

Quando conseguiu captar o olhar do loiro, notou com espanto que ele estava corado. Sorriu de leve, porque tinha certeza de que jamais conseguiria ver uma cena daquelas. Ou Newt não vira seu sorriso ou preferiu ignorá-lo, e Thomas esperava que fosse a primeira opção.

- Queria te contar uma coisa – começou o loiro – ou mostrar, porque não sei se vou conseguir falar. Mas não sei como você vai reagir, mas como você e Minho parecem ter achado uma saída, acho que não preciso me preocupar muito com isso, afinal...

- Newt – ele interrompeu o loiro, que parecia estar prestes a ter um surto. – Apenas fale. Ou mostre, tanto faz.

O outro assentiu, e antes que Thomas tivesse entendido o que estava acontecendo, estava no chão, com Newt por cima dele, beijando-o com voracidade.

Fechou os olhos e se permitiu aproveitar o momento. Pelo que lembrava das histórias e filmes, gostaria de dizer que aquele era o melhor beijo de sua vida, que Newt tinha gosto de hortelã e que tudo se resumia a aquele momento.

Infelizmente, não era verdade.

Suas costas doíam por ter batido no chão quando o loiro o derrubara, e o beijo do mesmo não tinha gosto de hortelã – e sim da comida do Caçarola. Além disso, estava preocupado com os besouros e até mesmo com os outros clareanos.

- O que estamos fazendo? – murmurou Thomas, sentindo o outro sorrir por entre o beijo.

- Você eu não sei, mas eu estou me declarando – murmurou o loiro em resposta. Em sua mente, Thomas apenas deu de ombros e continuou ali, sem desejar nem por um instante que Newt se afastasse.

Sentiu o clareano levantar sua blusa, mas não se importou de verdade. Estava absorto nas palavras do outro, feliz ao perceber que talvez fosse esse o motivo de andar agindo tão estranho. Gostava de Newt, por isso não conseguia se afastar.

- Hm-hm.

Newt se levantou em um pulo, saindo de cima do amigo. Thomas então fez o mesmo, dando de cara com Minho logo mais atrás.

- Não vou pedir desculpar por interromper. Pelo menos, não sinceras – acrescentou o asiático. – Mas precisamos ir. Aconteceu uma coisa. E por mais que não tenham sentido falta de vocês ainda, logo vão sentir. Andem logo.

O clareano se virou e foi andando, e Thomas não foi capaz de segurar um riso baixo. Newt o olhou com descrença e saiu andando atrás de Minho, aparentemente furioso. Thomas correu atrás dele.

- Hey, calma – segurou a mão do loiro e beijou-o na bochecha, vendo seu rosto ficar vermelho outra vez. – Acho que também estou me declarando.

Foi impossível não notar o sorriso no rosto de Newt. Os dois então seguiram de mãos dadas até chegarem novamente à Sede. Se preocupariam com os Verdugos, os muros e até mesmo com os outros clareanos mais tarde.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Later" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.