A Protetora escrita por Swimmer


Capítulo 6
Conheço o Acampamento Meio-Sangue


Notas iniciais do capítulo

Contando que eu abri o nyah exatamente 23:59, vou me considerar apenas um dia atrasada. Espero que gostem. Boa leitura.



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Conheço o Acampamento Meio-Sangue

P.O.V. Jenn

Eu caminhava pela rua escura quando ouvi um barulho. Me virei rapidamente e puxei o colar do meu pescoço, que na mesma hora se transformou na espada de lâmina reluzente. Mesmo esperando por isso me assustei.

Me encostei numa árvore brandindo a espada.

–Quem está aí? – perguntei para ninguém em específico.

De qualquer forma eu não via ninguém, a luz da rua era muito fraca e a única luminosidade ao meu redor era a lâmina.

–Vai a algum lugar? – perguntou uma voz conhecida atrás de mim.

Virei rapidamente apontando a espada.

–Você quase me matou de susto! – falei baixando a espada.

–Isso não aconteceria se você tivesse ficado em casa e em segurança – disse Nico.

Eu havia esperado todos pegarem no sono, arrumado uma mochila com umas poucas roupas e alguma comida e saído sorrateiramente pouco antes da meia noite. Eu precisava esfriar a cabeça.

–Primeiro: não te devo satisfação do que eu faço ou deixo de fazer. Segundo: o que está fazendo aqui?

Ele apontou a espada em minha mão.

–Não deveria andar por aí com uma espada, não faria nada com os mortais. Lhe devo tantas satisfações do que estou fazendo aqui quanto você, mas vou falar porque sou um cara legal. Estava indo pro acampamento meio-sangue, uma pequena viagem nas sombras, quando me deparo com minha mais adorada recém-descoberta irmãzinha andando por aí sozinha à meia noite.

Desejei que a espada se comprimisse de volta a um colar e assim aconteceu.

–Legal, mas não sou sua irmã, tchau – falei me virando de costas e caminhando.

–Espero que esteja indo pra casa – falou Nico sem sair do lugar.

–Eu com certeza não estou.

–Legal – disse ele vindo atrás de mim – vou com você.

–O que? – parei de andar.

Nico parou ao meu lado.

–Se você vai andar por aí à noite, como irmão mais velho, é meu dever protegê-la.

–Quantas vezes vou ter que dizer que não sou sua irmã? Eu mal conheço você.

–Que seja. Vou com você – ele tirou uma lanterna do bolso e começou a caminhar – Você não vem?

Revirei os olhos e caminhamos pela rua, apenas com a lanterna iluminando o caminho.

Após a primeira quadra eu desisti.

–Tudo bem, o que você que para sair do meu pé?

–Não vou te deixar andar sozinha a essa hora, quantas vezes vou ter que repetir?

–Essa frase é minha! E se é por causa do lance de irmãos de novo esquece, não vou acreditar nisso nunca.

Nico virou a cabeça pra cima como se esperando uma resposta do porque de eu ser tão irritante.

–Vamos fazer um acordo, ok? Já que você diz que não acredita em mim vamos pro acampamento, passamos a noite lá e de manhã saímos, já que não quer voltar pra casa, quero lhe apresentar uma pessoa.

–Quem? – perguntei trocando o peso de pé.

–Hades.

–Você é louco mas – analisei minhas opções – ok, vou com você, então fica provado que você é definitivamente louco. Onde fica o tal acampamento?

–Long Island.

–Não dá para ir pra lá andando!

Um sorriso maligno se formou no rosto de Nico.

–Exatamente.

–Acho que não gosto disso – falei recuando um passo.

Nico revirou os olhos.

–Pare de ser tão medrosa, já que tenho que te treinar vamos começar pela viagem nas sombras. E não pergunte, não estou com paciência para explicar.

–Não sou medrosa.

–Ok – ele desligou a lanterna – Me dê sua mão, você precisa se concentrar nas sombras e no lugar pra que quer ir, podemos fazer isso porque somos filhos de Hades.

–Tenho oitenta por cento de certeza que não vai funcionar – falei levantando minha mão e segurando a dele.

–Pense num lugar seguro e deixe as sombras te levarem. Feche os olhos. Espero que não tenha medo do escuro.

Eu não tinha medo do escuro mas talvez passasse a ter. Não abri os olhos mas ouvi gritos desesperados, podia sentir a escuridão ao meu redor e um frio tomou conta de mim.

–Já pode abrir os olhos – Nico falou ao meu lado soltando a minha mão.

Abri os olhos e vi que estávamos no topo de uma colina, havia um pinheiro e um... dragão, além de um cara cochilando encostado no pinheiro que eu não conseguia ver dinheiro. Descendo a colina havia uma casa.

–Você está bem? – perguntou Nico.

Nesse momento senti que minhas pernas tinham virado gelatina e certamente teria caído se Nico não tivesse segurado meu braço.

–Ótima, melhor impossível – me forcei a ficar de pé, mas minha cabeça doía.

Nico tirou um pedaço de ambrosia do bolso e me entregou.

–Fique aqui, volto em um segundo.

Sentei na grama enquanto o observava conversar com o cara da árvore.

–Pronto. Vamos? – ele estendeu a mão.

–Vamos... onde? – perguntei levantando.

–Vou te mostrar o acampamento.

Andamos pelo acampamento por algum tempo. Nico me mostrou a casa grande e os chalés. Disse que o preto, número 13, era o nosso. Chalé de Hades. Nico olhava para os lados constantemente.

–O que você tem? Fica procurando alguma coisa.

–As harpias. Se nos pegarem aqui vão, anh... nos transformar no lanchinho da madrugada.

–Tá brincando, né?

Ele apenas fez um sinal para que eu o seguisse e andamos em direção ao chalé de Hades.

Entramos e eu comecei a rir.

–Tá explicado porque você é tão magricela. Tá em falta de sangue?

–O que?

–Essas camas parecem caixões! E qual é a dos lençóis? – joguei minha mochila num dos beliches e me sentei.

–Não reclama comigo, não escolhi a decoração. Quanto aos lençóis é coisa da Hazel, aliás ela também é sua irmã.

Revirei os olhos.

–Então, o que vamos fazer?

–Não está com sono? – perguntou se jogando no seu beliche.

–Nem um pouco.

–Depois eu sou o vampiro... vamos treinar então.

A arena era grande, tinha alguns bonecos, de palha, eu acho. Passamos pelo menos duas horas lutando, claro perdi a maioria das vezes. Exceto uma em que Nico pensou ter visto uma harpia.

–Chega, agora eu estou com sono – falei me apoiando no punho na espada. Eu estava realmente cansada.

–Você até foi bem. Pra uma primeira vez – ele sorriu e guardou a espada na bainha.

Voltamos andando pro chalé.

–Crianças fora dos chalés de madrugada? Isso é bom – disse uma mulher com asas que se parecia com uma galinha. Uma harpia, presumi.

–É agora que a gente corre? – perguntei sussurrando.

–É – Nico sacou novamente a espada e corremos até o chalé.

Quando cheguei a porta olhei pra trás e vi Nico ferir a harpia no braço. Então ele correu.

–Tá esperando o que? Abre a porta!

Fiz o que Nico disse e fechei a porta após ele entrar.

–Você encontra essas lindas criaturas todo dia?

–Quando você for visitar o lugar de onde elas surgem a gente conversa, ok?

–Onde?

–Esquece. Boa noite Jenn.

Joguei a mochila no beliche de cima e me deitei no de baixo.

Não tive nenhum sonho diferente, exceto uma imagem rápida de Perséfone e Hades discutindo.

Fui acordada por gritos. Muitos gritos. Me sentei rapidamente e constatei que Nico já estava de pé abrindo a janela do chalé. Havia algumas pessoas entre os 11 e 20 anos empunhando armas e usando armaduras por cima de pijamas.

–Mas o que...? – falei me levantando.

Os campistas pareciam confusos e a maioria parecia achar não precisar das armas. Saquei minha espada e segui Nico até a porta do chalé.

Não vi nada, então olhei os outros campistas. Eles olhavam pro alto. Quase caí de costas quando vi cinco águias voando a menos de dez metros do chão.

–Tá, são só pássaros, por que estão todos tão...

A filha de Hades. Onde está a filha de Hades?

Aquilo sem dúvida não foi inglês... uma língua antiga, talvez... grego? Não conseguia explicar como eu havia entendido.

Achei que estava ficando louca mas quando olhei para os outros parados na frente dos outros chalés vi que eles também entenderam, pois olharam para chalé de Hades e, consequentemente, pra mim.

–Isso não é bom – disse Nico vasculhando a multidão com os olhos. Ele pareceu encontrar alguém e assentiu.

Segui seu olhar e me deparei com um... como era o mesmo o nome? Um centauro, parado olhando para nós.

–Venha, temos que ir. Quíron está esperando.

Caminhei atrás de Nico até a casa grande.

Descobri que Quíron era o centauro, que nos deu uma bronca por entrar no acampamento à noite sem avisar ninguém.

–Anh, desculpe? Isso significa que aquelas águias falantes estavam atrás de mim? – perguntei interrompendo.

–Sim, senhoria Edwards... – disse Quíron me encarando como se tentasse ler meus pensamentos pelos olhos.

–Jenn.

–...E não eram águias falantes. Eram águias enviadas por Zeus. Eu deveria ter previsto isso. Zeus não está nada contente com sua chegada Jenn. – Ele se virou para Nico – ele pensa que Hades pode estar tramando alguma coisa. Vocês devem partir agora.

–Partir... partir pra onde? – perguntei me levantando.

–Jenn, é hora de conhecer o nosso pai. Vamos pro palácio de Hades – disse Nico também se levantando e trocando um olhar com Quíron.


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Notas finais do capítulo

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