A História de uma Filha de Hermes escrita por Queen of Stories


Capítulo 5
Pizza


Notas iniciais do capítulo

Oie! Pontualmente, na terça feira. Espero que gostem!



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No dia seguinte, Will nos acordou com algumas batidas na porta, lá pelas 8h da manhã, e disse que era melhor nos arrumarmos ou perderíamos o café. Arrumamos o sótão rapidinho, enchendo várias sacolas de lixo no processo. As pessoas se surpreendem com a bagunça que algumas adolescentes juntas conseguem fazer, sendo que uma delas é uma filha de Apolo maníaca por organização e outra é uma filha de Afrodite que tem um armário só para bolsas Prada e outro só para Chanel. Vai entender.

Ao chegar no refeitório, nos separamos e fomos para nossas respectivas mesas.

A tarde, fui falar com Quíron sobre a viagem com meu pai e ele disse que Argos me levaria até o Empire State. Arrumei minhas coisas na mochila mágica que havia ganhado de meu pai, calcei minhas botas e fui para a colina, me despedindo das meninas no caminho.

Apesar de Argos ser "caladão", a viagem até que foi divertida. Eu falava coisas bestas só para vê-lo revirar os olhos. Sério, é muito legal.

Logo ele estacionou em frente ao Empire State e acenou enquanto eu descia.

– Com licença.- chamei o porteiro.

– Sim?- perguntou o homem, tirando os olhos do que estava fazendo.

Ele era grande, de ombros largos. Tinha a pele cor de oliva, era careca e usava óculos escuros.

– Eu vim ver meu pai.

– Visitas são permitidas apenas com hora marcada.- respondeu secamente, voltando os olhos para a tela do computador.

–Acho que pode ajudar se você souber que meu pai é Hermes.

Ele não disse nada.

– Agora, eu quero ir até o 600º andar falar com meu pai. Posso?- questionei, ficando na ponta dos pés e encarando ele.

– Certo, coloque isso no elevador e suba sozinha, ok?- falou ele, entregando-me uma chavezinha.

– Eu sei que preciso estar sozinha, não sou burra. E para a sua informação, eu poderia simplesmente ter roubado isso.- disse, pegando a chave e virando de costas para ele e ignorando seu olhar zangado.

Subi ouvindo uma musica dos anos 60, até que as portas se abriram, fazendo ding.

Andei até a praça principal e acenei para as ninfas. Peguei um sorvete em uma barraquinha e sentei num banco, afinal, eram 14h e 30 minutos. Meu pai provavelmente estava fazendo entregas.

Tão logo terminei o sorvete, ouvi reclamações e gritos. Assim que me levantei para ver o que estava acontecendo, quase fui atropelada por uma garota , que corria desesperadamente, como se todos os monstros do Tártaro estivessem atrás dela.

– COM LICENÇA, SAI DA FRENTE!- gritava, fazendo com que algumas pessoas caíssem e outras derrubassem suas coisas no chão.

– PESTINHA! VOCÊ VAI VER!- gritou uma ninfa, que havia caído na fonte.

Ajudei alguns espíritos da natureza a se levantar e fui para o templo de meu pai, pois o relógio já marcava 15h. Bati na porta.

Ninguém abriu.

Bati de novo.

Nada.

Imaginei que ele não estava no templo, então abri a porta e entrei, sentando-me em uma poltrona giratória no canto da sala e ficando virada para a janela. Depois de algum tempo, ouvi a porta se abrir e me virei.

– Está atrasado, pai.- falei, cruzando as pernas.

– Por Hades Izzy! Não me assuste assim.- exclamou, recuperando a compostura e largando o casaco no chão. Realmente, ele é praticamente o deus da bagunça, como querem que eu seja organizada?

– Devia estar aqui a 30 min.

– Sou um deus ocupado, certo?

– Aham....- falei, erguendo uma sobrancelha.

– Eu trouxe pizza.

– Oba!- comemorei, pulando da cadeira.

– Deixe suas coisas no seu quarto e desça para comer.- falou Hermes, colocando 3 caixas de pizza em cima da mesa.

Subi as escadas correndo e caminhei pelo corredor, parando na porta branca que dizia "Isabelle" em letras prateadas. Sim, eu sou uma filha muito especial. Mentira, papai mima cada um de nós de maneiras diferentes.

O quarto estava exatamente igual desde a última vez em que vim aqui: Uma parede azul escura, com as outras brancas, uma cama de casal encostada na parede, com uma colcha multi colorida, um tapete cinza felpudo cobrindo todo o chão e uma parede sem mobília, cheia de fotos minhas com minhas amigas, com meu pai e algumas com minha mãe.

Mamãe. Eu sentia tanta falta de chamá-la assim... Enxuguei rapidamente uma lágrima solitária que escorria pelo meu rosto, joguei minha jaqueta e minha mochila em cima da cama e saí do quarto. Corri pelo corredor e desci a escada pelo corrimão, porque descer como gente civilizada, usando os degraus é para os fracos.

Meu pai estava sentado no sofá da sala assistindo algo na Tv. Na mesa de centro, haviam 3 caixas de pizza de sabores diferentes e algumas latas de refrigerante.

– Tá vendo o que?- indaguei, sentando-me a seu lado e abrindo uma das caixas de pizza.

– Nada em particular. Só passando os canais mesmo.- disse ele, pegando uma fatia de pizza.

Não achamos nada de interessante na tv, então Hermes ligou a internet e assistimos " Os Vingadores". Tá, eu já vi esse filme trilhões de vezes, mas é muito legal.

Depois que o filme acabou, fomos jogar as caixas e latas vazias no lixo. Como estávamos em silêncio, decidi fazer uma pergunta.

– Pai, hoje na praça tinha uma menina correndo e derrubando todo mundo.... Quem era ela?

– Hum? Ah sim. Deve ser a Melinda. Ela é filha de Deméter, e viva aqui desde os 8 anos.- respondeu, dando de ombros.

– Por que aqui e não no acampamento?- questionei.

– Na real Izzy, eu não faço ideia.- falou, pensando um pouco.

– E por que ela estava correndo?- continuei.

– Devia estar fugindo da Deméter. Ela obriga a filha a comer Froot Loops.

– Mas é bom, poxa.

– Eu sei, mas tenta explicar isso para a Mel. Ela diz que parece cocô de unicórnio.- ele deu de ombros novamente.- Mas em fim, quer fazer o que? Podemos sair para tomar sorvete, podemos visitar alguém, ou talvez colocar almofadas de pum na biblioteca da Atena.

– Podemos ir jogar pôquer com a Tique?- sugeri, pensando na possibilidade, mas meu pai negou com a cabeça.

– Não, não. Ela foi viajar.

– Para onde?- indaguei.

– Las Vegas.- falou como se fosse óbvio. Mas na verdade era. Tique era deusa da sorte e da fortuna, e que lugar melhor para ela do que os cassinos de Vegas? Eu não consigo imaginar nenhum.- Mas ela te deixou um presente. Aqui.

Era um pacote pequeno, azul claro. Dentro havia um dado verde, de esmeralda.

–É um daqueles dados mágicos de sim ou não, né?- questionei, colocando o dado na palma da mão em quanto meu pai assentia.- Sabe o que isso me lembra? As férias de verão, quando Tique nos levou a um cassino. Foi muito louco.

– Tirando quando você começou uma guerra de fichas no meio do jogo de pôquer.- ele apontou.

Estávamos todos jogando, Tique, Hermes, eu e outras pessoas, aí, por algum motivo desconhecido até mesmo por mim, eu simplesmente comecei a atirar fichas nos outros. Aí eu fui banida do cassino.

– Então vamos tomar sorvete mesmo... a não ser é claro que o sorveteiro tenho morrido desde as 14h 30min.

–Não , na verdade ele está bem vivo.- ele respondeu, bagunçando meu cabelo.

–Ótimo, vamos.

Ficamos sentados na praça, ouvindo as ninfas cantarem e saboreando o doce sorvete de chocolate olimpiano.

– O que faremos nessa viagem?- perguntei, brincando com as pontinhas do cabelo.

– Bom, primeiro vamos pegar carona com o Apolo até o Texas, assistir a 6ª etapa das corridas de carro. Então vamos ir naquele parque de diversões que você adora, vamos para Quebec entregar uma encomenda para Quione e voltamos para cá. - falou, contando tudo nos dedos.

– Vamos visitar a tia Quione?- perguntei, chamando-a acidentalmente de tia, o que fez meu pai rir.

–Sim, a tia Quione, mas não a chame assim quando ela estiver perto. Vai ficar zangada.- avisou ele, em tom de brincadeira.

– Pode deixar. Então, voltamos para casa em três dias?- perguntei, para confirmar.

–Sim, talvez mais, se surgirem mais planos pelo caminho. Agora, se pretendemos acordar cedo amanhã....Ei não faça essa cara. Eu também detesto acordar cedo, mas é necessário, a menos é claro que você não queira pegar carona com o Apolo...

– Ok, ok. Você venceu. Eu gosto muito daquele carro para deixar a oportunidade passar. Vamos para casa.
Estávamos nos levantando para ir, quando parei.

– O que foi, Izzy?- questionou Hermes, parando também.

– Será que Apolo me deixa dirigir?- perguntei.

– Talvez.- riu ele, bagunçando meu cabelo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Quero reviews u.u
Kisses



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