A História de uma Filha de Hermes escrita por Queen of Stories
Notas iniciais do capítulo
Oie! Pontualmente, na terça feira. Espero que gostem!
No dia seguinte, Will nos acordou com algumas batidas na porta, lá pelas 8h da manhã, e disse que era melhor nos arrumarmos ou perderíamos o café. Arrumamos o sótão rapidinho, enchendo várias sacolas de lixo no processo. As pessoas se surpreendem com a bagunça que algumas adolescentes juntas conseguem fazer, sendo que uma delas é uma filha de Apolo maníaca por organização e outra é uma filha de Afrodite que tem um armário só para bolsas Prada e outro só para Chanel. Vai entender.
Ao chegar no refeitório, nos separamos e fomos para nossas respectivas mesas.
A tarde, fui falar com Quíron sobre a viagem com meu pai e ele disse que Argos me levaria até o Empire State. Arrumei minhas coisas na mochila mágica que havia ganhado de meu pai, calcei minhas botas e fui para a colina, me despedindo das meninas no caminho.
Apesar de Argos ser "caladão", a viagem até que foi divertida. Eu falava coisas bestas só para vê-lo revirar os olhos. Sério, é muito legal.
Logo ele estacionou em frente ao Empire State e acenou enquanto eu descia.
– Com licença.- chamei o porteiro.
– Sim?- perguntou o homem, tirando os olhos do que estava fazendo.
Ele era grande, de ombros largos. Tinha a pele cor de oliva, era careca e usava óculos escuros.
– Eu vim ver meu pai.
– Visitas são permitidas apenas com hora marcada.- respondeu secamente, voltando os olhos para a tela do computador.
–Acho que pode ajudar se você souber que meu pai é Hermes.
Ele não disse nada.
– Agora, eu quero ir até o 600º andar falar com meu pai. Posso?- questionei, ficando na ponta dos pés e encarando ele.
– Certo, coloque isso no elevador e suba sozinha, ok?- falou ele, entregando-me uma chavezinha.
– Eu sei que preciso estar sozinha, não sou burra. E para a sua informação, eu poderia simplesmente ter roubado isso.- disse, pegando a chave e virando de costas para ele e ignorando seu olhar zangado.
Subi ouvindo uma musica dos anos 60, até que as portas se abriram, fazendo ding.
Andei até a praça principal e acenei para as ninfas. Peguei um sorvete em uma barraquinha e sentei num banco, afinal, eram 14h e 30 minutos. Meu pai provavelmente estava fazendo entregas.
Tão logo terminei o sorvete, ouvi reclamações e gritos. Assim que me levantei para ver o que estava acontecendo, quase fui atropelada por uma garota , que corria desesperadamente, como se todos os monstros do Tártaro estivessem atrás dela.
– COM LICENÇA, SAI DA FRENTE!- gritava, fazendo com que algumas pessoas caíssem e outras derrubassem suas coisas no chão.
– PESTINHA! VOCÊ VAI VER!- gritou uma ninfa, que havia caído na fonte.
Ajudei alguns espíritos da natureza a se levantar e fui para o templo de meu pai, pois o relógio já marcava 15h. Bati na porta.
Ninguém abriu.
Bati de novo.
Nada.
Imaginei que ele não estava no templo, então abri a porta e entrei, sentando-me em uma poltrona giratória no canto da sala e ficando virada para a janela. Depois de algum tempo, ouvi a porta se abrir e me virei.
– Está atrasado, pai.- falei, cruzando as pernas.
– Por Hades Izzy! Não me assuste assim.- exclamou, recuperando a compostura e largando o casaco no chão. Realmente, ele é praticamente o deus da bagunça, como querem que eu seja organizada?
– Devia estar aqui a 30 min.
– Sou um deus ocupado, certo?
– Aham....- falei, erguendo uma sobrancelha.
– Eu trouxe pizza.
– Oba!- comemorei, pulando da cadeira.
– Deixe suas coisas no seu quarto e desça para comer.- falou Hermes, colocando 3 caixas de pizza em cima da mesa.
Subi as escadas correndo e caminhei pelo corredor, parando na porta branca que dizia "Isabelle" em letras prateadas. Sim, eu sou uma filha muito especial. Mentira, papai mima cada um de nós de maneiras diferentes.
O quarto estava exatamente igual desde a última vez em que vim aqui: Uma parede azul escura, com as outras brancas, uma cama de casal encostada na parede, com uma colcha multi colorida, um tapete cinza felpudo cobrindo todo o chão e uma parede sem mobília, cheia de fotos minhas com minhas amigas, com meu pai e algumas com minha mãe.
Mamãe. Eu sentia tanta falta de chamá-la assim... Enxuguei rapidamente uma lágrima solitária que escorria pelo meu rosto, joguei minha jaqueta e minha mochila em cima da cama e saí do quarto. Corri pelo corredor e desci a escada pelo corrimão, porque descer como gente civilizada, usando os degraus é para os fracos.
Meu pai estava sentado no sofá da sala assistindo algo na Tv. Na mesa de centro, haviam 3 caixas de pizza de sabores diferentes e algumas latas de refrigerante.
– Tá vendo o que?- indaguei, sentando-me a seu lado e abrindo uma das caixas de pizza.
– Nada em particular. Só passando os canais mesmo.- disse ele, pegando uma fatia de pizza.
Não achamos nada de interessante na tv, então Hermes ligou a internet e assistimos " Os Vingadores". Tá, eu já vi esse filme trilhões de vezes, mas é muito legal.
Depois que o filme acabou, fomos jogar as caixas e latas vazias no lixo. Como estávamos em silêncio, decidi fazer uma pergunta.
– Pai, hoje na praça tinha uma menina correndo e derrubando todo mundo.... Quem era ela?
– Hum? Ah sim. Deve ser a Melinda. Ela é filha de Deméter, e viva aqui desde os 8 anos.- respondeu, dando de ombros.
– Por que aqui e não no acampamento?- questionei.
– Na real Izzy, eu não faço ideia.- falou, pensando um pouco.
– E por que ela estava correndo?- continuei.
– Devia estar fugindo da Deméter. Ela obriga a filha a comer Froot Loops.
– Mas é bom, poxa.
– Eu sei, mas tenta explicar isso para a Mel. Ela diz que parece cocô de unicórnio.- ele deu de ombros novamente.- Mas em fim, quer fazer o que? Podemos sair para tomar sorvete, podemos visitar alguém, ou talvez colocar almofadas de pum na biblioteca da Atena.
– Podemos ir jogar pôquer com a Tique?- sugeri, pensando na possibilidade, mas meu pai negou com a cabeça.
– Não, não. Ela foi viajar.
– Para onde?- indaguei.
– Las Vegas.- falou como se fosse óbvio. Mas na verdade era. Tique era deusa da sorte e da fortuna, e que lugar melhor para ela do que os cassinos de Vegas? Eu não consigo imaginar nenhum.- Mas ela te deixou um presente. Aqui.
Era um pacote pequeno, azul claro. Dentro havia um dado verde, de esmeralda.
–É um daqueles dados mágicos de sim ou não, né?- questionei, colocando o dado na palma da mão em quanto meu pai assentia.- Sabe o que isso me lembra? As férias de verão, quando Tique nos levou a um cassino. Foi muito louco.
– Tirando quando você começou uma guerra de fichas no meio do jogo de pôquer.- ele apontou.
Estávamos todos jogando, Tique, Hermes, eu e outras pessoas, aí, por algum motivo desconhecido até mesmo por mim, eu simplesmente comecei a atirar fichas nos outros. Aí eu fui banida do cassino.
– Então vamos tomar sorvete mesmo... a não ser é claro que o sorveteiro tenho morrido desde as 14h 30min.
–Não , na verdade ele está bem vivo.- ele respondeu, bagunçando meu cabelo.
–Ótimo, vamos.
Ficamos sentados na praça, ouvindo as ninfas cantarem e saboreando o doce sorvete de chocolate olimpiano.
– O que faremos nessa viagem?- perguntei, brincando com as pontinhas do cabelo.
– Bom, primeiro vamos pegar carona com o Apolo até o Texas, assistir a 6ª etapa das corridas de carro. Então vamos ir naquele parque de diversões que você adora, vamos para Quebec entregar uma encomenda para Quione e voltamos para cá. - falou, contando tudo nos dedos.
– Vamos visitar a tia Quione?- perguntei, chamando-a acidentalmente de tia, o que fez meu pai rir.
–Sim, a tia Quione, mas não a chame assim quando ela estiver perto. Vai ficar zangada.- avisou ele, em tom de brincadeira.
– Pode deixar. Então, voltamos para casa em três dias?- perguntei, para confirmar.
–Sim, talvez mais, se surgirem mais planos pelo caminho. Agora, se pretendemos acordar cedo amanhã....Ei não faça essa cara. Eu também detesto acordar cedo, mas é necessário, a menos é claro que você não queira pegar carona com o Apolo...
– Ok, ok. Você venceu. Eu gosto muito daquele carro para deixar a oportunidade passar. Vamos para casa.
Estávamos nos levantando para ir, quando parei.
– O que foi, Izzy?- questionou Hermes, parando também.
– Será que Apolo me deixa dirigir?- perguntei.
– Talvez.- riu ele, bagunçando meu cabelo.
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