Possible Dream escrita por Thayy


Capítulo 3
Desvendando o Mistério


Notas iniciais do capítulo

Desculpa por ter só postado hoje, não tive tempo hoje... Espero que gostem desse cap



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(Alice Narrando)

3 dias depois, sem falar com Charlie...

Acordei com muita dor de cabeça, então fui logo tomar água. Cheguei lá e encontrei minha mãe sentada em uma cadeira, soluçando.

– Mãe? – Chamei cautelosamente.

– Alice! – Pulou da cadeira. – O que você está fazendo aqui a essa hora?

– Porque seu olho está vermelho? Porque estava chorando?

–Eu não estava chorando, Alice! Vá pro seu quarto, AGORA! – Berrou comigo.

– EU NÃO VOU PRO MEU QUARTO MERDA NENHUMA! EU VOU FICAR AQUI E VOCÊ VAI ME DIZER O QUE ESTÁ ACONTECENDO. – Gritei de volta.

– Não está acontecendo nada, vai para o seu quarto agora. – Falou, tentando ser calma.

– Não vou! Vou ficar aqui até você me contar.

– Alice, você vai agora! – Falou irritada.

– Sabe o que mais, mãe? Você vai acabar perdendo sua filha também! Você perdeu seu marido e está por pouco de perder sua filha, se continuar assim. Você vai me perder mãe, escuta o que eu to dizendo. Porque eu to de saco cheio dessa casa, do seu jeito estranho, eu estou cansada e não aguento mais. – Falei e logo voltei pro quarto. Peguei meu celular e disquei o número de Charlie depois de 3 dias sem falar com ele, não sei porque, mas ele era meu único refúgio.

– Alô?

– Charlie! – Chamei baixinho. – Eu não estou bem.

– O que aconteceu? – Falou com a voz preocupada.

– Tudo, Charlie. Eu não consigo...

Na hora ele desligou. Não sabia o que estava acontecendo, talvez ele não quisesse nem mais saber de mim. Passou cinco minutos e ouvi minha mãe gritar.

– QUEM É VOCÊ? – Minha mãe estava de frente pra Charlie com uma faca na mão. A cena estava engraçada se não fosse Charlie que estivesse ali.

– Calma, senhora, eu só vim falar com Alice. – Ele falou, e depois percebeu que eu estava presente. Minha mãe olhou pra mim.

– Você conhece esse cara?

– Mãe, esse é o Charlie, não machuca ele! – Falei, e arranquei a faca da mão dela.

Se minha mãe não estivesse ali seria um ótimo momento pra nos abraçar.

– Então é você! – Falou com raiva. – ALICE EU FALEI QUE VOCÊ NÃO PODIA MAIS FALAR COM ELE!

– Mãe, calma! – Falei, já chorando. – Charlie, o que você está fazendo aqui?

– Eu vim te ver, não aguentei ficar lá parado ouvindo você falar que estava mal.

– Você ligou pra ele? – Minha mãe interrompeu.

– Mãe, Charlie é a única pessoa que me tem feito bem, por favor, deixa ele ficar.

– Só hoje! – Falou e foi pro quarto.

Abracei ele forte, e chorei. Ele ficava acariciando meu cabelo, enquanto isso.

– Vai ficar tudo bem, calma. – Sussurrou.

– Eu só queria morrer.

Shhh. Nunca fale isso, ta bom? Eu estou aqui.

Olhei pro rosto dele. Ele estava preocupado, e estava mais lindo ainda. Aqueles olhos lindos encarando os meus. Sorri, pela primeira vez e ele logo abriu um sorriso também. Eu era uma menina de sorte, de conhecer esse menino tão perfeito. Então ele beijou minha testa, o que demonstrava: Preocupação, carinho e amor. Não tinha melhor coisa pra se fazer do que ele fez.

– Vamos pra escola? Eu te levo.

– De carro?

– Tenho 15 anos ainda. – Sorriu. – Vamos a pé.

– Ahh. – Ri. – Pode ficar aí assistindo TV enquanto eu me arrumo.

Fui pro quarto, coloquei meu uniforme e calcei meu tênis. Depois fui ao banheiro, escovei os dentes e penteei o cabelo. Me encarei no espelho. Estava vermelha, e horrível. Meu olho estava inchado e minha boca toda seca. Mas resolvi nem tentar me arrumar muito.

– Vamos? – Falei, chegando na sala.

(Charlie Narrando)

Quando vi aquela figura, falei a mim mesmo que era um cara de sorte. Alice era tão, mais tão linda. Ela era diferente das outras meninas, ela não se importava com a própria aparência, era uma menina simples que levava uma vida difícil.

– Claro. – Falei me levantando do sofá. Ela pegou a mochila dela e eu peguei a minha, e fomos andando.

– A escola é longe. – Resmungou.

– E daí? Pelo menos você tem boa companhia. – Falei sorrindo.

– Se acha, né? – Riu.

Olhei pro lado e vi um grupinho de meninos olhando pra Alice e rindo. Eu sabia do que eles estavam falando e sobre o que estavam falando. Coisas do tipo “Olha que menina gostosa” e tal.

– EI! – Gritei e eles olharam pra mim. – Qual é? Tirem o olho dela.

Eles começaram a correr, e eu ri.

– Babacas. – Falei.

– Porque você fez isso?

– Porque você não pode ficar dando mole para aqueles moleques idiotas, to aqui pra te defender.

– Acho que eu tenho um amigo ciumento, hein? – Ela sorriu. Meu deus, que sorriso lindo. Eu não podia deixar que alguém olhasse pra ela, porque em instantes eu podia perdê-la e eu não queria isso.

– Não sou ciumento nada. Sou só um amigo super-protetor.

– Então obrigada por me proteger daqueles babacas. – Sorriu.

– De nada, mocinha indefesa. – Ri. Ela mostrou a língua pra mim e eu mostrei a minha pra ela, rimos a toa.

– Então, porque deixou de falar comigo por 3 dias?

– Minha mãe... Ela me proibiu.

– Mas por quê?

– Também não sei... Que tem coisa aí tem.

– É... Mas a primeira coisa que temos que fazer é descobrir isso.

– Descobrir como?

– Vamos começar checando o e-mail dela.

– Checar o e-mail dela? Tá louco? Pra quê?

– Não sei, vai que tenha alguma coisa lá.

– Ai meu deus, hoje de tarde minha mãe vai estar trabalhando, então você vai lá em casa.

– Claro. – Falei. Paramos na frente da escola.

– Nos vemos depois? – Perguntou.

– Com certeza. – Falei sorrindo, e ela sorriu também. Como eu tive vontade de beijá-la. Mas éramos só amigos, certo? E eu não poderia estragar isso.

– Tchau, Charlie. – Se despediu, dando um beijo em minha bochecha. Fiquei observando-a até ela sair de minha vista. Então andei até minha sala, e vi que a aula já tinha começado. Entrei discreto, e sentei na última carteira. Peguei meu caderno, e comecei a escrever para Alice. Acabei escrevendo uma música da Clarice Falcão...

“E se eu tiver coragem de dizer que eu meio gosto de você

Você vai fugir a pé?

E se eu falar que você é tudo que eu sempre quis pra ser feliz

Você vai pro lado oposto ao que eu estiver?

Eu queria tanto que você não fugisse de mim

Mas se fosse eu, eu fugia”

Escrevi aquele trecho da música e tive uma vontade enorme de mostrar pra ela. Tive vontade de cantar essa música pra ela, mas e se desse tudo errado? Eu não poderia estragar uma amizade assim. Arranquei a página e guardei dentro da mochila, baixei a cabeça e fiquei ali, rezando pra que o tempo passasse rápido. Depois de algumas horas o sinal tocou, peguei minha mochila e fui correndo pra sala de Alice. Esperaria ela, claro. Até que eu vi uma menina linda, vindo em minha direção.

– Porque você está aqui? – Perguntou Alice.

– Vim te esperar. – Sorri.

– Você está com a cara péssima.

– Eu sempre estou com a cara péssima. – Ri.

Shh que você é lindo.

– A beleza está nos olhos de quem vê. – Sorri. – Então, vamos? Vou levar você até na sua casa.

Vi que na hora ela baixou a cabeça.

– Charlie... – Falou com a voz triste colocando a cabeça no meu ombro. – Eu não quero voltar pra casa e ter que encarar minha mãe.

– Então você vai lá em casa.

– Sério?

– Claro. – Falei. – Mas liga pra sua mãe, e avisa.

– Ta bom. – Falou. Pegou o celular e discou o número da mãe.

– Mãe? Oi, eu vou ter que almoçar na casa do Charlie... Porque não?... Por favor, mãe eu to implorando... Só hoje!... Ta, tchau. – Então ela desligou o celular. Depois sorriu. – Ela deixou.

Então saímos e fomos andando pra minha casa. Decidi não chamar o motorista. Até lá conversamos bastante e assim parecia que eu já conhecia aquela menina linda há muito, muito tempo. Nós entramos na minha casa e fomos pro meu quarto.

– Coloca sua mochila aí em cima e vamos almoçar, porque a comida já deve estar pronta. – Ela o fez e depois descemos juntos.

(Alice Narrando)

Eu me sentia mal na casa de Charlie, porque lá era tudo tão luxuoso... Quando fomos almoçar vi que os pais dele não estavam ali.

– Onde está sua mãe?

– No trabalho... Ela só volta as onze horas da noite então nós nem nos vemos.

– Sério? Que bad.

– Pois é. Então vamos comer?

Nós almoçamos e descansamos um pouco. Lá pelas duas horas da tarde, o motorista de Charlie veio nos chamar para irmos na minha casa. Quando chegamos estava tudo fechado, e a chave como sempre ficava dentro de um vasinho. Fui até lá, peguei e abri.

– Bom, você já conhece né... Nada de luxo. – Falei e ele riu.

– Vamos começar as “investigações”? – Falou indo diretamente ao ponto.

– Claro... Claro. Vem cá, vou ligar o computador. – Esperei um século até ele ligar, então falei pra Charlie se virar com ele.

– Isso foi mais fácil do que eu pensei. A senha da sua mãe já estava gravada aqui então é só entrar e ver. Ele abriu o e-mail dela, e logo já demos de cara com uma mensagem.

Sra. Roswell.

Peço que pare de rodear sua casa de magia para não conseguirmos levar Alice, pois de um jeito ou de outro nós vamos conseguir. Queremos o bem dela, e até agora não a levamos conosco porque o Ministro da Magia pediu que fosse assim. Daqui a dois dias nós iremos até aí, e se você não nos deixar passar por bem, vai ser por mal.

Atenciosamente

Diretora Charlotte.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Xoxo ♥