Deixe a neve cair escrita por Snow Girl
Notas iniciais do capítulo
Tô **ta com vocês. A minhas notas inicias do capítulo passado estavam bugadas O DIA INTEIRO e ninguém comentou nada comigo? Colé? E a ligação autor-leitor? Fui descobrir 11 horas da noite pq a Lara comentou que parecia desanimada quando todo mundo sabe que eu sou tuts tuts. #Chateada
Esse é o último capítulo propriamente dito e encerra a fic e daqui a pouco tem o epílogo onde geral quer me matar. É, eu sei que vocês vão querer me assassinar daqui a pouco. Esse capítulo aqui é só pra explicar tudo o que aconteceu e tralala depois que o rei bateu com as 10.
Divirtam-se.
No último capítulo de Deixe a neve cair (última vez que vocês verão esse início : ):
"Quando os aliados de Yuri encontraram os empregados, abracei Anya firmemente e nós duas desatamos a chorar como dois bebês.
Eu já estava quase totalmente bem os paramédicos chegaram e admito que pareciam bastante chocados com o que viram.
Eu não quis olhar pela sala e permaneci nos braços de Dimitri por muito tempo.
Aquela foi possivelmente uma das piores noites da minha vida."
Após uma semana da morte do rei, nós estávamos realizando seu velório no mesmíssimo cemitério onde estavam as lápides vazias de Dimitri e Yuri.
Foi estranho e por pedido da família apenas os membros de algumas nações compareceram, não foi nada se comparado ao “enterro” de Dimitri, onde haviam câmeras e muitas pessoas importantes lotando o lugar, esta foi uma cerimônia discreta e formal para a família e nações mais próximas. Sasha não apareceu, embora tenhamos mandado convite para o lugar onde Yuri acreditava que a prima estava.
Meu marido tentava não demonstrar mas seu corpo e rosto sempre o traiam quando ele ficava calado e pensativo, agora seus olhos estavam fixos em um ponto que eu não podia enxergar em algum lugar atrás do palanque montado no cemitério.
Dimitri estava apertando minha mão com força enquanto o mesmo homem que presidira seu "funeral" agora falava sobre o rei Ivan.
— A morte trágica deste que foi um líder nato, que tomou decisões arriscadas sempre seguindo seus instintos e seu coração foi um duro impacto na nação russa, hoje unida em um único propósito que é prestar nossa última homenagem a esse nobre homem que foi Ivan Nikolaiov Serov. Seu filho, príncipe Yuri tem algumas palavras para dizer.
Vi quando Yuri subiu ao palco e fez seu discurso. Ele estava do lado de seu irmão e quando subiu e olhou para a plateia ele tinha a mesma expressão vazia de Dimitri.
Me perguntei se era a mesma expressão de choque, de estar presa em um pesadelo, que eu tinha naquela noite terrível.
— Eu fugi quando era muito jovem, admito que em parte foi porque eu achava que meu pai era um monstro — as suas palavras foram recebidas com certo choque por todos. — Mas eu estava enganado, meu pai era exatamente o mesmo homem que eu conhecia: o mesmo pai que jogava bola comigo no verão e me levava aos festivais de inverno na cidade. Eu fugi por uma acusação falsa plantada em minha mente e durante os últimos seis anos eu perdi a oportunidade de dizer-lhe o quanto eu amo e sou agradecido por ter este homem maravilhoso como pai. Amo, não amei. Porque o que eu sinto por Ivan Nikolaiov Serov vai comigo para o túmulo.
Sua expressão era a mesma de seu irmão, apenas dor e tristeza, mas nada de raiva. Eles sabiam a quem dirigir seu ódio e não desperdiçariam o tempo pensando nisso agora.
Dimitri não falou nada, ele sequer saiu do meu lado ou parecia saber onde estava enquanto meu pai e outros reis subiam ao palanque e discursavam sobre Ivan. Embora eles parecessem conhecer o bom líder, não pareciam conhecer o homem que havia me dito para ser franca com Dimitri e dizer exatamente o que eu sentia por seu filho. Esses reis tinham perdido a melhor parte do rei Ivan, que era o pai maravilhosamente carinhoso e preocupado que ele era.
Depois de dois meses da morte do rei, a vida em Moscou parecia estar entrando em uma rotina para Dimitri e eu como casal. Nós fazíamos projetos, recebíamos visitas e fazíamos coisas que se esperavam de um casal real, nós jantávamos fora e íamos à ópera e ao cinema, às vezes à Casa de Justiça. Nós não brigávamos muito e ele me ajudava em praticamente qualquer coisa.
Quando ocorreu o julgamento de Alexander, Yeva, Demyian e Kira, reencontramos Sasha.
— Oi, Sasha — eu a cumprimentei. Sasha seria testemunha de acusação. Eu não podia imaginar o quanto aquilo iria feri-la, ter que descrever cenas horríveis praticadas pela própria família contra sua própria família.
— Oi — ela abraçou com força a seu primo e em seguida a mim. — Como você está? — perguntou-me. Sasha parecia ainda se sentir culpada pelo meu quase colapso mental durante aquela noite. Ela era a única de sua família que não tinha sido indiciada e ainda assim era a única que parecia ter algum tipo de remorso em especial depois que sua mãe se matou na cadeia se enforcando com as próprias roupas.
— Menos pior — funguei enquanto Dimitri apertava minha mão de forma carinhosa. — Perder o rei Ivan foi a perda de uma pessoa muito querida, ainda mais daquela forma… — Estremeci e Dimitri me abraçou com força contra seu peito. — Mas nós vamos seguir em frente.
Sasha assentiu e nos abraçou outra vez.
— Vejo vocês lá dentro — sussurrou enquanto os flashes incessantes nos cegavam.
Eu ouvia os gritos dos repórteres do lado de fora enquanto viam o casal real russo confraternizando com a única familiar dos réus. Tanto eu quanto Dimitri seguimos mais lentamente enquanto a deixávamos para trás, nossos dedos entrelaçados e eu apertava muito sua mão, tendo quase certeza que estava machucando-o, mas como Dimitri não reclamava eu continuei assim, me agarrando a ele como se disso dependesse minha vida.
De certo modo dependia. Ele era meu porto seguro em meio à todo esse caos.
— Eu não quero — sussurrei quando paramos diante das portas de mogno polido onde aconteceria o julgamento, mesmo que todos praticamente já soubessem qual seria as sentença.
Meus olhos encheram de lágrimas por alguma razão desconhecida.
— Layla — ele disse segurando meus ombros e me olhando seriamente. — Eu também não quero entrar. Nada me daria mais satisfação do que proteger você desse show de horrores lá dentro, mas nós temos que ser fortes, meu amor. Agora respire fundo e acalme-se. Estou aqui, sempre vou estar ao seu lado, eu prometo. Você acredita em mim?
Respirei profundamente e assenti. Dimitri estaria comigo.
Quando entramos, algumas das pessoas do conselho do rei, assim como alguns enviados dos países aliados da Rússia, se levantaram. A única família real que compareceu ao julgamento foi a de Illéa. Meus pais, Robert e Grace, agora oficialmente sua noiva.
Sentamos ao lado deles, nas cadeiras mais altas da sala. Os três réus já estavam ali, com os braços preços às cadeiras e ladeados por enormes homens em roupas pretas.
Kira estava encarando-nos — tudo bem, encarando Dimitri — e isso era assustador. Ela parecia desvairada.
As portas foram fechadas com um som ressonante e muitas pessoas pularam em seus assentos, incluindo eu mesma.
Me encolhi mais junto ao meu marido.
Dimitri abraçou meus ombros e Demyian rosnou um som que chegou até onde estávamos. A última vez em que eu havia o visto, Dimitri e eu tínhamos ido até a prisão informá-lo de que, como meu primeiro marido estava vivo e eu e Demyian não havíamos consumado nosso casamento, ele não tinha validade.
Demyian havia tentado enforcar Dimitri e naquela ocasião ele tinha a mesma expressão assustadora que tinha agora. Louco, letal. Não parecia em nada o adolescente bonito e despreocupado que eu havia conhecido e me assustava o quão facilmente fui enganada pela fachada.
— Estamos hoje aqui reunidos para julgar um ato tão cruel que nunca se teve notícias antes em nosso país — o juiz, um homem que parecia estar por volta dos seus sessenta anos, porém completamente cheio de vigor, disse alta e claramente. — Irmão se voltou contra irmão, primos que destruiriam a vida de seu próprio sangue apenas para conseguir o que queria…! Estamos aqui hoje, para julgar Alexander Nikolaiov Serov, Demyian Alexanderov Serov e Kira Alexanderovna Serovna por conspirarem contra a coroa, cárcere privado e assassinato no caso do senhor Alexander.
Eu nunca fui a favor da pena de morte, sempre lutei por sua abolição tanto em Illéa quanto na Rússia e pela primeira vez eu fiquei furiosa comigo mesma por isso. Eu havia praticamente obrigado Dimitri a convencer o rei Ivan a manter apenas a prisão perpétua. Eu estava furiosa comigo mesma porque os responsáveis pelo que aconteceu ao rei estavam vivos graças àquela lei estúpida. Kira, Alexander e Demyian ainda estavam vivos.
Meu coração bateu forte quando o juiz anunciou que chamaria Sasha para dar o seu testemunho.
A menina entrou com a expressão altiva e sequer demonstrou que reconheceu a presença de seu pai e irmãos.
— Senhorita Alexanderovna.
— Serovna — ela disse gravemente. — Não quero estar associada à estas pessoas.
O magistrado assentiu.
— Deferido. Senhorita Serovna, poderia descrever a noite da sexta feira, 31 de março?
Sasha concordou com a cabeça.
— Eu estava em meu quarto no palácio lendo um livro quando Demyian apareceu com o rosto medonho, sangrando, e disse que precisaria de mim e de Kira no andar inferior do palácio.
— Ele, Alexander, Kira e Yeva estavam reunidos no hall e apressadamente me disseram que Layla… rainha Layla… o tinha agredido e que ela parecia desequilibrada e que poderia tornar a ferir um de nós — ela encarou a família enojada. — Disseram que pediram aos empregados do palácio que se escondessem para o caso de ela voltar ainda "perigosa" e que poderia colocar a vida de todos em risco caso se sentisse ameaçada.
Senti Dimitri enrijecendo a meu lado e vi que ele fechou as mãos em punhos.
— Demyian foi tomar banho e pouco mais de quinze minutos depois Layla chegou. Ela estava vestindo roupas que certamente não eram suas e parecia estar extremamente furiosa enquanto entrava. Me preparei para uma luta quando a então princesa passou sem sequer olhar para ninguém para subir a escadaria até seu quarto. Alguma coisa certamente estava muito errada.
Sasha respirou fundo e olhou diretamente para mim por alguns segundos.
— Demyian pegou o cotovelo de Layla e ela lhe deu um tapa no rosto e gritou para que ele se afastasse. O grito deve ter alertado o rei de que algo estava errado e ele desceu correndo, ao perguntar o quê houve um tiro foi disparado e meu tio caiu. Eu corri para ele, mas não havia muito que eu pudesse fazer. Eu o vi agonizar até a morte em meus braços, seus pijamas estavam ensopados de sangue.
Sasha visivelmente estremeceu e eu também. Escondi o rosto no peito de Dimitri, que afagou meus cabelos.
A menina continuou seu relato como se contasse um filme de terror.
— Alexander apontou a arma para Layla, mas Demyian interveio e disse que ele tinha prometido não feri-la. Kira disse que Alexander tinha prometido Dimitri à ela e mesmo assim ela continuava sem ele. Eu a ataquei por ser uma completa vagabunda sem escrúpulos — Sasha deu de ombros. — E tampouco me arrependo de ter feito. Layla disse para que Demyian se afastasse. Demyian disse que a amava e ela perguntou então por que razão ele havia a quase estuprado.
Isso causou grande comoção. Eu não tinha dito nada daquilo para ninguém e eu esperava que Sasha não mencionasse. Dimitri me afastou e escrutinou meu rosto, ele estava ainda mais pálido que o normal e por alguns segundos ele parecia prestes a desmaiar.
— Eu vou matar aquele filho da puta — meu marido disse fervendo de ódio.
— Está tudo bem, Dimitri — murmurei para sua expressão de choque, assim como para a de minha família. Eu não queria me lembrar daquilo, de Demyian me derrubando no chão e tentando alcançar o que tinha por baixo do vestido. Eu ficava apenas feliz de ter conseguido fugir e isso era tudo, não precisava ter os olhares penalizados que agora estava recebendo. — Já passou.
Sasha esperou que o burburinho cessasse antes de continuar e eu apertei a mão de Dimitri para tranquilizá-lo.
— Demyian alegou que apenas queria consumar seu casamento e logo em seguida Dimitri, Yuri e seus amigos chegaram — ela expirou. — Yuri e Alexander dispararam tiros, um acertou Demyian e o outro foi para a parede, não sei qual tiro foi para qual direção. Os homens amarraram e amordaçaram a família enquanto buscavam pelos empregados e então os paramédico chegaram — ela deu de ombros.
Uma longa expiração se elevou de diversas direções, como se as pessoas tivessem prendido a respiração.
— Foi isso — finalizou.
Dimitri abraçou meus ombros enquanto esperávamso com os nervos vibrando.
A réplica da defesa e a decisão da corte pareceram passar em um borrão e logo a sentença foi dada: perpétua para todos.
Soltei o ar que nem sabia que estava segurando.
— É isso — Dimitri sussurrou em meu ouvido. — Acabou.
Respirei aliviada. Acabou e eu estava com minha família e todos ficaríamos bem.
Ignorando os bons costumes eu agarrei Dimitri pela lapela do paletó e o beijei como se o mundo fosse acabar. E ele poderia ter acabado que eu não teria notado enquanto estava cercada pelas pessoas que eu amava e beijando o homem que eu amava.
Não havia mais incerteza e medo, apenas a certeza absoluta que o que quer se acontecesse eu teria Dimitri ao meu lado.
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Até daqui a 5 minutos.
SE VOCÊ NÃO QUISER ME ODIAR, NÃO LEIA O EPÍLOGO. TERMINE SUA LEITURA AQUI.