O Sangue... escorrendo em minhas mãos, caindo sobre meu vestido branco, seus corpos esquartejados, a lua brilhante encima da floresta, não sei mas o que posso pensar. Matar alguém mesmo que seja por acidente se fixa na sua cabeça, de uma forma que somente outras pessoas que ja cometeram esse crime podem entender. Então, imagine matar seus pais. Não foi um acidente, mas não foi de propósito, só fiz o que meu instinto mandou. Esse instinto já me mandou fazer, muita coisa.

Acordo no dia seguinte com os rosto no chão, passo a mão em meus cabelos brancos e quando olho para ela de novo esta suja de sangue. Os barulhos da floresta me agradam e mesmo com a possibilidade de ter matado meus pais, esse som me acalma. Escuto barulhos de passos e sem hesitar subo em uma árvore. Quando estou no topo meus braços doem e minhas mãos ja tem mais cicatrizes. Olho em volta a procura de um sinal humano, só encontro o assobio dos pássaros. Estou cansada, meus olhos insistem em se fechar e eu permito.

Não sei quanto tempo passou, ainda estou mei sonolenta e esqueço completamente que estou na árvore. Demora menos de 10 segundos até eu cair. Bato a cabeça no chão, e sinto o líquido vermelho e viscoso rodear a cabeça. Nem sei mais o que estou fazendo. Simplesmente viro a cabeça e deixo a morte me levar silenciosamente enquanto meu corpo, ensanquentado, se acomoda sobre a relva macia.