Sorry to You escrita por MihChan


Capítulo 10
A decisão: juntem esse casal


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei :T Eu demorei um pouquinho, certo? Não, eu não me orgulho disso. Eu disse que ia postar em um dia aí e acabou não dando certo. Minhas sincera desculpas ;u;
Ah, eu não posso esquecer disso!! Vocês não sabem o quanto eu fiquei feliz quando vi que eu tive uma recomendação. Sim, uma linda recomendou!! Eu amei a sua recomendação, Taynara Finaly, e entendi o que quis dizer ❤ Muito obrigada mesmo! Eu pulei de alegria quando vi, sério mesmo *--* Me deixou muito mais incentivada a estar escrevendo, cara ~chora~ Okay, deixando de lado meu momento cena dramática, também agradeço pelos comentários, eles nunca vão deixar de ser importantes também!
Estou muito feliz hoje! Meu shipp em Ao Haru Ride, finalmente, ficou junto e tá muito amorzinho *U*
Bom, vamos logo ao capítulo porque é isso que vocês querem, certo?
Mas antes, boa leitura ~>



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Dizem que pra curar um amor só com outro, então... me desculpe Alice, mas estou empurrando o Ishikawa pra você. Acho que não interpretei a frase corretamente, mas quem liga? Eu ainda espero meu unicórnio de presente de natal...

Acordei com a cabeça latejando. Meu irmão ficou gritando no meu ouvido o quanto eu era fofa após eu dizer que o amava, para que ele desistisse de querer me matar de cócegas por eu “tê-lo desrespeitado”. Mas essa parte ele não sabe e nem precisa saber, ainda quero preservar minha dignidade.

Encarei o teto. Ainda era cedo, o despertador nem tinha tocado, mas a minha cabeça doía tanto que era impossível dormir. Comecei a refletir, depois de pegar uma bala num porte dentro do criado mudo – Tirei de debaixo da cama depois de ouvir minha mãe dizer sobre baratas e coisas do gênero.

Tudo bem que eu choro bastante e por motivos bobos, mas é que sempre tinha um motivo evidente para o meu choro, por mais bobo que fosse. Só que dessa vez, eu não sabia o porquê de querer chorar.

Pensar que o motivo do meu choro podia ser o Ishikawa me dava um frio no estômago. Não faz sentido, mas é o que eu sentia. E quanto mais eu pensava nisso e na possibilidade de estar gostando dele, mas vontade de chorar eu sentia. Sou tão boba. Comecei a me xingar de boba em voz alta até a palavra não fazer mais nenhum sentido.

Lembrei-me que ele gosta da Alice, isso fez minha garganta dar um nó. Não quero deixar essas lágrimas caírem. Não sei o que está acontecendo. Sinceramente, isso nunca aconteceu comigo, mas pode ser que eu esteja achando demais e nada esteja acontecendo de verdade.

Vou apenas continuar com o intuito de juntá-los. Hoje mesmo vou fazer um questionário com a Alice e depois eu vou fazer algo para que o Ishikawa possa tomar a iniciativa e se declarar, antes que a garota resolva se confessar para o meu irmão mais velho e o trocador de lâmpadas perca todas suas possíveis chances.

O despertador tocou e eu levantei, indo para o banheiro. Saí já vestida com o uniforme e peguei a mochila, descendo, estranhamente, devagar. Pelo menos não tinha perigo de cair e quebrar algo.

– Ohayo. – meus pais sorriram gentilmente.

– Yo mamãe, papai. – respondi, desanimada.

– O que houve? – minha mãe perguntou me servindo uma tigela de arroz.

– Betsu ni. – menti e sorri amarelo.

Meu pai me olhou por cima dos óculos e do jornal. Por que todo mundo tem mania de me olhar desse jeito amedrontador e querer me arrancar respostas? Isso é tão chato.

Desviei o olhar e comecei a comer. Estou sentindo falta de alguém. Onde está o Ryuuji?

– Cadê o onii-chan? – perguntei.

– Ele saiu mais cedo. – os olhos da minha mãe estavam cheios de orgulho – Foi treinar com o time.

Concordei. Alice também estava ensaiando umas meninas para uma torcida organizada, que eu me recusei a participar.

Terminei, me despedi dos meus pais e resolvi ir andando para a escola. Estou sem ânimo para qualquer coisa. É uma pena eu não poder faltar um único dia.

Cheguei na escola cedo. Eu teria de limpar a sala e seria com a Ayu. Hayato Ayu, mas ela insistiu que não tivéssemos formalidades. Uma garota legal que muito atlética. Diria até que ela parece ser hiperativa por não conseguir ficar parada num lugar.

Entrei na sala e comecei a limpar a lousa, depois de colocar minha mochila em minha carteira. Ouvi a porta ser arrastada e uma Ayu ofegante e sorridente, entrou. Ela sorriu mais ainda quando me viu e mostrou um pequeno buquê de flores. Retribuí o sorriso.

– Ohayo, Aoi-chan! – ela disse e se dirigiu a um vaso no fundo da sala, pegou-o, colocou as flores e o trouxe, colocando sobre a mesa dos professores.

– Ohayo. – tentei não parecer desanimada.

– Aconteceu algo? – ela perguntou.

– Ah, não. – sorri sem graça.

Ela sorriu e começou a ajeitar algumas carteiras que estavam fora de lugar. Na aula de inglês faríamos um trabalho em dupla, então arrumaríamos as mesas assim. A sensei havia dito que faríamos um tipo de redação sobre o parceiro de dupla em inglês. Farei de tudo para sentar com a Alice e descobrir mais sobre ela.

– Se esforce, Aoi! – sussurrei para mim mesma e depois bati na minha própria testa. Eu tenho problemas.

Terminamos rapidamente e ela correu para o ginásio. Andei pela sala dando uma última arrumada nas mesas. A porta foi arrastada novamente.

– Ayu. Já voltou...?

– Ohayo. – Ishikawa disse, entrando na sala com cara de bravo.

Ele se dirigiu ao seu lugar e sentou. Seu rosto estava vermelho. Me aproximei para checar, talvez ele ainda estivesse doente.

– Obrigada pela visita. – uma veia saltou em sua testa.

– Uh...? – fiz cara de marota e não aguentei segurar o riso.

Só o fato de estar com ele me fez ficar um pouquinho mais animada. Eu, hein.

Ele me contou que tinha acordado com a minha bela obra de arte na cara e que havia passado parte da manhã tentando tirar aquilo do rosto. Ainda apareciam as linhas perto dos olhos se olhasse bem de perto. Ele colocou um óculos escuros assim que o sinal tocou e tentou disfarçar.

Os alunos começaram a chegar e a professora entrou. Fiz dupla com a Alice e Chiyoko fez dupla com a Ayu. Era bem simples: faríamos um tipo de fixa do nosso parceiro, em inglês. Tá, não era tão simples assim, mas desse jeito eu conheceria mais da Alice como eu queria.

– Tire isso do rosto, onegai, rapazinho. – a sensei pediu ao Ishikawa, sem encará-lo.

– Não p-posso... – disse.

– Mas é claro que pode. – a mulher, que também estava usando óculos, tirou-os e depois colocou de volta no rosto – Viu? Simples.

– Mas... Não dá...

Ele parecia estar nervoso, a professora o encarava, os alunos murmuravam e riam e eu começava a me sentir mal por ter culpa no cartório.

– Ele não pode porque não quer que vejam seu olho roxo! – falei em alto e bom som, me levantando bruscamente, colocando as mãos na cintura e fazendo pose superior.

– O que...? – ele murmurou pra mim. Pisquei e continuei.

– Ele fez um ato heroico ontem! – alguns murmúrios – Sim, é verdade. – confirmei.

– E o que foi? – Tsukasa Yukito, um garoto bonito, popular, dos cabelos loiros acinzentados, perguntou.

O fuzilei com o olhar, ele suou e percebeu que não deveria ter me dado corda. Ótimo! E agora? Eu não elaborei nada.

– Ele salvou um coelho de uma alcateia de lobos! – falei de uma vez e todos me olharam espantados, inclusive o suposto herói de bom coração.

– Salvei? – ele perguntou a mim.

– Salvou sim. – afirmei com a cabeça, séria.

Não consigo acreditar em como engoliram aquela história furreca, mas engoliram. E eu ainda tive que aturar ele sendo elogiado e um bando de garotas em cima dele, dizendo o quanto ele era incrível e pedindo seu número, na hora do intervalo.

Voltando a aula, conversei bastante com Alice e descobri que ela é tipo de garota romântica, fofa, prestativa, gentil, bondosa, carinhosa e tudo que há de bom, além de ser bem inteligente. Mas eu já sabia disso tudo. Defeitos? Nenhum evidente. Por isso tantos garotos gostam dela.

Prontinho. Só preciso passar isso para o Ishikawa. As aulas acabaram e o sinal para o intervalo tocou. Chamei ele, tirando-o do meio de tantas garotas e as mesmas resmungaram. Vão catar coquinho! Hunf. Nos sentamos juntos, nas carteiras que continuavam em dupla.

– Aqui está a fixa que eu fiz da Alice. – mostrei a folha.

– O... que? – ele pareceu confuso e corou levemente.

Esperei que ele lesse. Ele ficou extremamente contente.

– Além disso, ela gosta de garotos românticos, mas isso você já sabe, né? – falei e ele me olhou – Você pode ter chances com ela, porque ela diz te achar muito bonito. – corei um pouco – Ela diz, claro. – completei.

Ele ficou sem expressão enquanto me encarava.

– Como eu faço para ser romântico?

– Eh?

– Eu não sei ser assim. – admitiu.

– Bom, se vire. – eu disse me levantando – Eu não sou paga para isso.

Ele segurou meu pulso, me impedindo de sair da sala e me encarou intensamente. Corei muito. O que um tomate está fazendo na minha cara?! – Tirando um extrato! Não, pera, isso ele faz no banco...

– Eu preciso da sua ajuda com isso! – pediu.

...

– Você consegue ser romântico, Yuu-chan? – perguntei, estranhamente empolgada.

– Já disse pra não me chamar assim! – ele ralhou.

– Tá, tá. Consegue, Yuu-chan?

– Pra que? – ele bufou.

Expliquei do Ishikawa para ele. Contei que ele gostava da Alice e que queria ajuda, com um pouco de dificuldade, confesso. Ele pareceu perceber minha estranha mudança de atitude mas não comentou nada. Olhou para o poste ambulante e lhe fuzilou por alguns instantes. Achei que saíram raios dos olhos dos dois pelo jeito que se encaravam. Era engraçado olhá-los assim, apesar de Yuuto ser mais baixo que Ishikawa, ele era bem durão igualmente ao poste à sua frente. Por fim, Yuu-chan deu alguns conselhos estranhos, a meu ver, para o Ishikawa e eles viraram amigos. Ishkawa disse que iria treinar como falaria para ela e eu fiquei sozinha com o meu velho amigo.

– Você sente algum coisa por ele, Teru-tan? – perguntou, repentinamente, após alguns minutos de silêncio.

– Eh? Não...

– Você não me engana. Está até vermelha. – ele sorriu.

Dessa vez não consegui segurar minha vontade de chorar, as lágrimas rolavam sem que eu percebesse. Yuu-chan ficou surpreso por míseros segundos e logo depois me abraçou, consolando-me. Sentei-me no chão do corredor, em frente a sala da Yuu-chan, me encostando na parede e ele me seguiu, ainda me abraçando. Por sorte, não haviam muitas pessoas perambulando por ali.

Falei tudo pra ele. Falei que eu não sabia o que eu sentia pelo Ishikawa. Falei que, como ele já tinha percebido, o Ishikawa gostava da Alice e não de mim. Falei que ele nunca olharia por mim por eu nem chegar aos pés da Alice. Falei coisas nada a ver como, eu sentir inveja da Alice por ele gostar dela e por eu ser tão inútil ao ponto de nem saber o que estava sentindo e que o Ryuuji me disse que papai noel não existe.

– Aoi, você gosta dele. – ele me encarou, sorrindo calmamente.

– Não... – falei e depois encarei Yuu-chan – Eu não quero!

– Ei. Não fique assim. – ele pediu.

Chorei mais um pouco e algumas pessoas que passavam, encaravam Yuuto como se ele estivesse cometendo um crime. Talvez achavam que ele estava me fazendo chorar.

– O que importa é que ele fique feliz. – murmurei e me levantei sorrindo, para que convencesse Yuu que eu estava bem.

– Você não devia desistir assim. – ele disse me encarando, ainda sentado no chão.

– Bom... – fiquei sem graça – Eu vou continuar com o nosso trato e juntar ele e Alice. Ela é um ótima garota. Ela é incrível, Yuu-

– Você também é incrível, Aoi. – ele me interrompeu enquanto se levantava – Eu não desistiria assim só porque a pessoa que eu gosto gosta de outro. Eu agiria do modo mais egoísta possível. – ele foi sincero.

– Arigato. – sorri e o abracei novamente - Mas sabe... Não é bem assim... - coloquei as mãos pra trás - Se ele for atropelado por um trator, eu também não me importaria, sabe?

Yuuto me fez rir com suas piadas sem graça e me pedindo para que eu lhe contasse mais sobre a Chiyoko. O sinal tocou. Voltei para a sala. Ishikawa entrou sorrindo muito, abaixei o olhar. Não o encarei mais durante todas as aulas da tarde.

Quando as aulas acabaram, os clubes iriam começar a funcionar. Cada aluno ia para o seu devido. Eu cheguei atrasada a sala do clube da música. Se eu disser que não tinha NENHUMA menina nesse clube, você acreditam em mim? Pois é. Eu seria a única no meio de um monte de garotos.

Tentei ir embora correndo quando percebi isso, mas a porta de correr impede que você seja discreta. Todos me olharam. Corei e ruborizei no mesmo instante. Corri meus olhos por todos. Eri-san não estava ali. Que ótimo. O único que eu conheceria não está aqui.

– Yo, garota. – um deles disse. Era alto, tinha cabelos pretos e usava um boné com a aba pra trás. Sério, se eu achava o Ishikawa alto, aquele garoto era uma montanha. Tremi um pouco.

– Fujita Aoi – murmurei.

– Fujita...oi? – ele se mostrou confuso.

Quando eu ia responder, alguém respondeu por mim. Ishikawa, ele estava com um violão em mãos, sentado um pouco afastado de todos. Ele sorriu pra mim e eu corei deixado-o confuso.

– Ah. – o garoto de boné sorriu e se desculpou – Eu sou Kimio Taikun.

Depois de me fazerem interrogatórios e me perguntarem o que eu estava fazendo ali se nem bater palmas no ritmo eu conseguia, eles resolveram que me ensinariam a tocar algo que eu quisesse. Eu nunca pensei em tocar algo, mas em uma viagem que eu fiz com meus pais, vi um artista de rua tocando algo parecido com uma guitarra e gostei muito.

Era um baixo. E foi isso que eu escolhi.

...

– Eu desisto! – Ishikawa disse, já sem paciência – Ela não vai aprender nunca.

– Ainda estamos no começo, estressadinho. – Kimio-san disse e sorriu pra mim – Vamos lá, tente de novo. Você deve segurar assim na cordas.

Ele posicionou meus dedos e finalmente eu consegui fazer sair uma nota, recebendo aplausos de todos que já estavam pê da vida comigo. Eu sou difícil com essas coisas. Não tenho culpa.

Todos resolveram ir embora depois de algum tempo. Eu e Ishikawa ficamos. Eu continuava tocando a mesma nota que eu tinha aprendido, com muito orgulho de mim mesma e ele encarava os pés.

– Tenho uma coisa pra te falar. – disse. Ele só me encarou e esperou – Pensei que poderia se declarar para a Alice no jogo de amanhã.

– Por que tão de repente?

– Quer que ela se declare para o Ryuuji e vivam uma belíssima história de amor da qual você não fará nem participação especial? – fui curta e grossa. Ele engoliu em seco.

– Acho que tem razão.

– Okay. vamos embora? – sorri. Ele retribuiu o sorriso.

Enquanto caminhávamos pra casa, eu o encarava de esguelha e só por estar perto dele, meu coração chegava a querer sair pela boca. Isso é tão estranho. Eu não quero sentir nada disso!

– Está tudo bem? – perguntou – Você tem ficado vermelha com frequência esses último dias. – disse.

– Culpa somente sua. – murmurei, encarando o chão.

– Disse algo?

– Não sabia que tocava. – mudei de assunto.

–... – ele me encarou de canto – Eu toco muitos instrumentos, não só o violão. – ele não estava se vangloriando com isso, parecia mais que ele não ligava pra isso – Meus pais me enfiaram em cursos de todos os tipos quando eu era mais jovem. – suspirou – Entrei no clube de música porque é a única coisa que sei fazer. – ele sorriu, maroto.

Minha respiração parou.

E nesse dia eu vi um sorriso que eu jurei, por um momento, querer só pra mim.

...

Finalmente era sábado. Não teríamos aula hoje e haveria um jogo pela manhã, que eu iria ver com os meus pais, já que minhas amigas estarão bancando as líderes de torcida e não poderão ficar comigo.

Ryuuji saiu mais cedo novamente. Tomamos café sem ele e fomos de carro até a escola, porque meu pai insistiu em tirá-lo da garagem. O time jogaria “em casa”, já que a partida seria no ginásio de Nitori.

Chegamos e arrumamos um bom lugar. Vi as garotas ensaiando um tipo de coreografia. Até que ficou legal. Alice e Chiyoko sorriram pra mim, retribuí.

Quando o jogo estava prestes a começar, as meninas vieram até mim como quem não quer nada e querendo. Disseram que o time precisava de um mascote e que não tinha ninguém para fazer isso.

– E daí? – perguntei.

– Bom... – Alice balbuciou.

– Queremos que você faça isso! – Chiyoko disse.

– Pelo time. Pelo Ryuuji. – Alice corou. Pera. Que informalidade foi essa? Eles estão mais próximos?

Ah, sim. Fiquei sabendo por uma certa ruiva, que estavam rolando alguns rumores pela escola de que o Ryuuji estava saindo com um menina de um dos primeiros anos. Quando contamos a Alice, ela corou ao extremo e desviou a atenção do assunto inicial. Será que a garota era ela? Eu preciso informá-la dos defeitos do meu irmão para que ela desista dessa ideia maluca de ter um relacionamento com ele.

– Não. – respondi.

No final, eu acabei me vestindo com uma fantasia ridícula de gato. Pelo menos não saberiam que era eu, já que a cabeça impedia de ver quem estava dentro. A única coisa que eu faria, era ficar perambulando e agitando a torcida, só que não.

O jogo começou, mas antes disso, eu pude ver que Ishikawa estava no portão do ginásio. Ele tinha mesmo vindo, iria mesmo se declarar para a Alice. Isso me entristeceu um pouco, mas eu continuei o que estava fazendo sem me importar.

O jogo foi tenso. Eles quase perderam. Ganharam por muito pouco e nos últimos segundos – sim, segundos – do jogo. Depois de toda a comemoração estabanada e de todos se dispersarem, só restaram as meninas líderes e os garotos do time, que também começaram a se dispersar.

Corri até o vestiário e troquei de roupa. Estava morrendo de calor dentro da fantasia do mascote do time, que eu não faço ideia do porquê de ser um gato. Depois disso, fui calmamente até o bebedouro e encontrei a Chiyo-chan lá.

– Você não sabe da maior! – ela falou empolgadíssima.

– Me conte. – falei, mas não estava verdadeiramente interessada.

– A Alice vai se declarar para o seu irmão. – ela pulou de alegria.

– Nani?! Agora? – perguntei, quase me engasgando com a água.

– Sim. – ela pareceu confusa.

Deixei-a confusa no bebedouro e corri para procurar o Ishikawa. Onde ele estaria? O que eu faria? Parece até coisa de desenho animado sem graça, credo. Ele gostava dela e ele gostava de outro cara... E se ela se declarasse e fosse rejeitada, o que aconteceria? Eu devia falar para o Ishikawa ir até lá e se declarar ou apenas deixar que a Alice fosse livre e feliz?

– Te achei! – uma coisa loira pulou na minha frente.

– Loira do banheiro! – exclamei.

– O que?! – uma veia saltou na testa dela.

– Gomen. – sorri amarelo e tentei passar por ela.

– Vamos fazer uma disputa pelo o amor do Eri-san! – ela disse.

– Mas ele nem está aqui! – argumentei, irritada. Eu tenho que chegar à quadra.

– Ele não é muito importante agora. – ela deu de ombros.

Mas a disputa não é por ele?! É lógico que ele importa numa situação dessas! Essa lourisse aí não está te fazendo bem, Akene-san.

Ela começou a explicar que faríamos um Quiz com perguntas obre o Eri, quem acertasse mais perguntas, ganhava. Simples. Enquanto a loira estava distraída, eu saí correndo para o meu destino inicial e a deixei falando sozinha e dando uma de psicótica. Eu tenho uma certa pena do Inoue-san...

Eu corri até o ginásio, não achando o Ishikawa em lugar nenhum. Cheguei bem na hora que a Alice disse um “eu gosto de você” alto e em bom som. Eles estavam quase no meio do ginásio, algumas pessoas estavam em volta e sorriam muito. Vi uma silhueta na minha frente. Era o Ishikawa, ele estava parado, perplexo e assustado.

– Sério? – Ryuuji perguntou a Alice. Parecia que eles não haviam nos notado. Tinham muitas pessoas para que fôssemos notados tão facilmente.

– Hum! – Alice afirmou, convicta.

– Que coincidência. – ele respondeu – Porque eu também gosto de você.

Depois disso não vi mais nada. Ishikawa virou-se e me viu, ficou surpreso, mas apenas passou rapidamente por mim. O segui tentando acompanha-lo mas era difícil pra mim acompanhar alguém com pernas mais longas que as minhas.

– Espere! – gritei. Ele me ignorou completamente.

Juntei um pouco de força que tinha e corri até alcançá-lo. Segurei em seu braço, usando todo o peso do meu corpo para pará-lo. Ele parou e ficou com a cabeça baixa. Soltei-o e andei até sua frente.

– Eu sinto muito... – falei – Mas não é como se fosse certo que eles fiquem juntos...

– Claro que é! – ele me encarou – A Alice é incrível! É claro que eles vão ficar juntos. – encerrou.

– Eu... Mas você não pode simplesmente aceitar derrota. Tem que se declarar para ela! Deixar ela saber dos seus sentimentos mesmo que... – vacilei – mesmo que não adiante de nada. – murmurei. Ele me encarou inexpressível.

Senti vontade de bater nele, senti vontade de chorar, senti vontade de rir da sua cara, senti vontade de pular de alegria... Só não sabia o que fazer primeiro.

– Só me deixe em paz por hora. – falou de forma arrogante.

Nem parecia o mesmo garoto de um dia atrás, o qual eu queria que sempre sorrisse, o qual eu queria ser... o motivo do sorriso.

Chutei sua canela e ele xingou o mundo todo, enquanto massageava o lugar. Dei alguns passos pra trás, segurando as lágrimas, e virei-me para correr para longe dele.

– Você é um idiota! – e saí correndo, deixando um poste ambulante confuso para trás.

Talvez ele não seja tão idiota.

Talvez eu seja a idiota da história.

Talvez eu esteja sendo meio infantil e egoísta.

Talvez... eu goste mesmo dele.


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Notas finais do capítulo

E então? Agora vai começar um mimimi básico, mas não vai demorar muito (Só um capítulo, para ser mais exata e.e) Espero que não me matem, mas acho que o Raku vai ser muito mala no próximo capítulo :v Amem ele, ele é legal lá no fundo, sério. Mas, gostaram? Espero imensamente que sim e o próximo capítulo, provavelmente, vai ser um especial quase nada a ver com a história kkkk Desculpem também qualquer erro e.e Mas é isso aí. Beijos :*
PS.: Mari-chan? (Mariana Pimenta) Me abandonou? Sinto sua falta, viu? Apareça, por favor, linda.