A Parceira Certa escrita por Hunter Pri Rosen


Capítulo 2
O Encontro


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!

Estou chegando com o segundo capítulo da fic que foi imaginado e escrito ao som da musiqueta: When you saying nothing at all - Ronan Keating. Super recomendo que vocês ouçam esta musiqueta linda e divônica!

Espero que gostem do capítulo que eu AMEI escrever! Lá vai!



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No momento em que Steve ia bater na porta do apartamento de Sharon, ela a abriu e lhe lançou um meio sorriso.

A ex- agente da S.H.I.E.L.D já havia terminado de se arrumar há alguns minutos, e do seu apartamento ela tinha ouvido Steve abrir a porta do seu.

Ao vê-la, ele não conseguiu evitar a surpresa e certo encantamento. Ficou um tanto boquiaberto diante do que viu. Para quem não tinha o que vestir, Sharon estava muito bonita.

Seus cabelos estavam levemente cacheados e uma maquiagem suave realçava o seu rosto delicado e sensual. Sharon vestia uma calça jeans escura e justa, um par de Scarpin pretos e uma camiseta de seda bege. Uma bolsa preta, um discreto colar, um par de brincos e um relógio incrementavam o look e lhe davam um ar despojado, sofisticado e feminino ao mesmo tempo. Em outras palavras...

— Você está linda. — elogiou Steve quase sem perceber.

Ele podia jurar que as bochechas de Sharon ficaram mais coradas quando ele disse aquilo. E não por causa do blush que ela usava. Era outra coisa. Ela tinha gostado do elogio. Mais do que ele podia imaginar.

Fazendo um esforço para se recompor e não parecer uma adolescente deslumbrada diante dele, Sharon voltou a si, sorriu levemente e resolveu retribuir:

— Obrigada, Cap. Você também está... Muito bem.

"Muito bem" não era exatamente o que Sharon queria dizer naquele momento, mas foi o que saiu. Ela também estava encantada diante da imagem do homem robusto e indiscutível lindo na sua frente.

Steve vestia uma camisa azul escuro e de botões. As mangas eram longas, mas estavam dobradas até a altura dos antebraços. Ele usava uma calça caqui que lhe caiu muito bem. Aliás, qualquer coisa cairia muito bem em um modelo como aquele.

Fora isso, Steve Rogers estava incrivelmente cheiroso e seus cabelos ainda estavam um pouco úmidos, do banho demorado que devia ter tomado momentos antes.

Sharon começou a se perguntar no que ele teria pensado enquanto tomava banho, porque ela não conseguiu parar de pensar nele e naquele convite repentino. E, principalmente, não conseguiu parar de se perguntar por que tinha aceitado. Ela podia ter simplesmente recusado, como da primeira vez, mas por que não fez isso? Por que ela havia gostado do convite e da ideia de sair com o Capitão América? Por que estava sentindo seu rosto cada vez mais quente e suas mãos suarem tanto?

Um tanto nervosa, Sharon fechou a porta atrás de si e deu um passo a frente. Com isso, ela e Steve ficaram muito próximos um do outro e ela teve a impressão de que ele olhou para a sua boca.

Instintivamente, ela acabou olhando para os lábios dele também. Mas em seguida voltou a si e passou a fitá-lo nos olhos, tentando disfarçar certo constrangimento que sentiu.

Ele fez o mesmo, sorriu mais relaxado, deu um passo para trás e quebrou aquele silêncio intenso e significativo que havia se instalado:

— Eu pensei que você tivesse dito que não tinha roupa.

— Eu ainda tenho cartão de crédito. — explicou Sharon sorrindo ao se lembrar da manhã agitada que teve entre uma loja e outra, a procura de um modelito decente para usar naquele encontro.

Em seguida, ela se virou para trancar a porta e guardou as chaves na bolsa. Sharon podia sentir o olhar de Steve fixo em sua nuca. Hesitou um pouco antes de se virar e perceber que era exatamente aquilo que ele estava fazendo até então.

Rapidamente ele ergueu os olhos em sua direção e os dois voltaram a se encarar em silêncio por algum tempo.

— Você já sabe onde vai me levar? — perguntou ela tentando iniciar uma nova conversa.

Steve fez uma careta como alguém que se sente culpado e admitiu:

— Na verdade... Não. — e diante da expressão surpresa de Sharon, que se perguntava quando ele pretendia decidir aquilo, o Capitão América explicou-se: — Não me leve a mal, mas é que... Todos os lugares que passaram pela minha cabeça fecharam há décadas.

Sharon não conseguiu conter um leve riso ao ouvir aquilo e então sugeriu:

— Neste caso, nós podemos tomar aquele café que você me ofereceu naquela noite, lembra?

— Lembro, aquele que você recusou. — recordou ele em um tom acusador e divertido ao mesmo tempo.

— Eu estava trabalhando e aceitar aquele convite iria comprometer a minha concentração. — justificou-se Sharon.

— Dizem que café é ótimo para a concentração. — retrucou Steve com um leve sorriso.

— Não é do café que eu estou falando, Cap. — deixou escapar a ex-agente fazendo Steve desmanchar o sorriso e a olhar com certo interesse, surpresa e fascínio. — Vamos? — ela propôs em seguida.

— Vamos. — assentiu ele.

Então os dois começaram a caminhar lado a lado na direção da escada e, enquanto descia os degraus, Sharon resolveu sondar:

— Ah... Por acaso nós vamos naquela coisa?

Steve demorou alguns instantes para entender que ela se referia a sua Harley-Davidson e então respondeu:

— Sim. Algum problema?

— Não, nenhum, mas eu pensei que você a usasse mais... No trabalho. Que você gostasse mais de caminhar ou de correr quando está sem aquele uniforme. — disse Sharon tentando disfarçar certo medo que sentia. — Bem, não que eu consiga correr com esses sapatos, mas uma caminhada seria legal. E a cafeteria fica relativamente perto daqui, então...

— Por acaso você não está com medo, está? — debochou Steve antes de empurrar uma porta dupla e dar passagem para que Sharon adentrasse o estacionamento do prédio.

— Eu? Medo? Não... Claro que não... De onde você tirou isso? — disse ela sorrindo nervosamente, atrapalhando-se um pouco com as palavras e cruzando os braços contra o peito, antes de seguir Steve um tanto receosa.

— Não se preocupe, é só segurar firme. — orientou ele enquanto caminhava em direção à moto estacionada em uma das vagas.

— Segurar firme... Mas onde exatamente? — questionou Sharon parando no meio do estacionamento e olhando ainda mais receosa para a moto logo adiante.

— Em mim, é claro. — esclareceu Steve tranquilamente enquanto pegava dois capacetes na Harley.

Sharon arqueou as sobrancelhas mais relaxada e visivelmente interessada na orientação que tinha ouvido. Então seus olhos percorreram discretamente o corpo de Steve a alguns metros dela e, por fim, a ex-agente concordou:

— Já que é assim, tudo bem.

Em seguida, Sharon voltou a caminhar e pegou um dos capacetes enquanto Steve colocava o outro. Instantes depois, ele subiu na moto e Sharon fez o mesmo.

Seguindo a interessante orientação de momentos antes, ela passou os braços em volta do abdômen de Steve, o segurando com bastante força enquanto apoiava o queixo em seu ombro.

Sharon viu Steve sorrir levemente através de um dos retrovisores e em seguida o ouviu perguntar:

— Pronta?

— Sim. — afirmou ela mais segura de si, mais segura em relação àquela moto e em relação ao encontro também.

Logo Steve ligou a Harley-Davidson e os dois saíram da garagem em direção à rua.

No começo, Sharon ainda estava com um pouco de medo, mas ter Steve assim, tão perto de si, lhe passava uma sensação agradável e de segurança. Logo ela começou a gostar da ideia de estar em cima de uma moto e do vento em seu rosto. Aliás, não só do vento, mas principalmente do perfume delicioso e inebriante que ele trazia. O perfume do homem na sua frente. O perfume do homem colado ao seu corpo.

Steve também viu Sharon sorrir pelo retrovisor, antes dela aproximar mais o rosto do seu pescoço, fechar os olhos e respirar profundamente.

Um arrepio percorreu o corpo do Capitão América ao sentir os lábios da garota quase tocarem em sua pele. Ele não podia negar que aquela sensação era muito agradável. Mas infelizmente, Sharon estava certa, a cafeteria era relativamente perto e logo aquela proximidade entre os dois chegaria ao fim.

Pensando em protelar aquele momento, Steve decidiu fazer um caminho diferente. Mais longo. Quando Sharon abriu os olhos e percebeu que eles estavam em uma movimentada avenida, bem longe da cafetaria, ela não pareceu achar aquilo ruim. Muito pelo contrário. Aquilo era ótimo.

Sentindo uma vontade de rir de si mesma, ela escondeu o rosto no ombro de Steve e fechou os olhos mais uma vez, enquanto seus braços se fechavam mais em volta dele e suas mãos repousavam na camisa que o Capitão usava.

Sharon podia sentir cada músculo embaixo do fino tecido que separava o corpo de Steve dos seus dedos um tanto inquietos, loucos para sentirem melhor a rigidez daqueles músculos e a suavidade daquela pele.

Sentindo o seu rosto enrubescer, Sharon fez um esforço enorme para parar de pensar naquelas coisas. O que ela não sabia era que naquele exato momento, Steve também tinha pensamentos meio impróprios em relação ao corpo dela tão colado ao seu.

Algum tempo depois, quando a moto finalmente parou no estacionamento de uma famosa cafeteria da cidade, os dois desceram, tiraram os capacetes e fingiram que não tinham pensado em absolutamente nada no caminho até ali. Logo eles entraram no lugar, se acomodaram em uma das mesas e pediram o tão aguardado café.

Para surpresa dos dois, aos poucos a conversa foi evoluindo de uma forma natural, sem toda aquela tensão do primeiro encontro oficial e da sensação de não se saber direito o que dizer. Era como se finalmente Steve e Sharon estivessem se conhecendo de verdade. Sem pressa, sem idealizações, sem preocupações excessivas com o que o outro poderia pensar. Apenas se conhecendo mesmo. Como amigos ou quem sabe... Como um futuro casal.

No entanto, uma pergunta ainda martelava na cabeça da ex-agente. Algo que a deixava na dúvida em relação à Steve Rogers e ao motivo pelo qual ele a convidou para sair. Algo que também contribuiu para que ela recusasse o seu primeiro convite. Algo que Sharon precisava saber para decidir se iria adiante com o que quer que fosse que estava acontecendo entre eles, ou se iria esquecer aquela história antes que ela se machucasse.

Percebendo que Sharon tinha ficado um tanto distante, Steve franziu o cenho, sorriu meio sem jeito e perguntou:

— Eu sou tão chato assim?

Sharon voltou a si imediatamente, sorriu para tranquilizá-lo e assegurou:

— Não! Claro que não. — e depois de uma breve pausa, confessou: — Mas é que... Eu preciso te perguntar uma coisa. E eu quero que você seja sincero. Eu não vou ficar com raiva ou chateada, desde que você fale a verdade.

Steve se acomodou melhor na cadeira, fitou Sharon seriamente e assentiu um tanto preocupado:

— Claro. O que é?

Depois de passar o dedo indicador pela borda da xícara vazia, pensando nas melhores palavras, a ex-agente suspirou pesadamente e disse:

— Eu preciso saber por que você me convidou para sair. Não da primeira vez, quando você não sabia quem eu era direito. Mas desta vez. — ao perceber que não tinha sido muito clara, Sharon reformulou: — Bem... Eu acredito que depois que descobriu que eu era uma agente da S.H.I.E.L.D, você deve ter feito uma pequena pesquisa a meu respeito. E descoberto coisas interessantes como... O fato de que Peggy Carter é minha tia-avó. — pela expressão impassível de Steve, Sharon deduziu que ele já sabia mesmo daquele detalhe, e então prosseguiu: — Eu só preciso saber se esse parentesco entre nós duas te influenciou para me trazer aqui hoje. Eu só quero saber se você me convidou porque quer estar comigo ou se você queria estar aqui com outra pessoa... Com ela. E que neste caso, eu sou algum tipo de plano B ou um... Prêmio de consolação.

Sharon engoliu em seco, sentindo que talvez tivesse sido direta demais e deixado Steve ofendido de alguma forma. No entanto, ela realmente precisava saber se ele queria estar com ela e descobrir onde aquele encontro poderia dar, ou se na verdade ele tinha a convidado apenas porque ela o fazia se lembrar de um fantasma do passado.

Sharon já estava se sentindo meio constrangida diante do olhar sério de Steve, quando ele finalmente esboçou alguma reação, pegando a mão direita dela sobre a mesa. Em seguida, ele olhou fixamente nos olhos da ex-agente e respondeu com segurança e sinceridade:

— Peggy Carter foi muito importante para mim. Na verdade, eu acho que ela sempre será. Eu sempre vou ter um carinho especial por ela porque a Peggy faz parte da minha história, de quem eu me tornei. Mas a nossa história, nossa possível história juntos, ficou no passado. Então, quando eu convidei Sharon Carter para sair, eu estava convidando Sharon Carter para sair, não a sobrinha-neta do meu amor do passado. Eu não estou aqui em busca de um prêmio de consolação, Sharon. Eu estou aqui, com você, porque eu quero assim. Porque eu quero descobrir se é você que eu procuro, se é de você que eu preciso, se... É você.

Sharon engoliu em seco, mas desta vez não porque estava preocupada com a ideia de se envolver com Steve Rogers, mas sim porque ouví-lo dizer aquelas coisas era tudo o que ela queria e precisava ouvir. O único problema era que agora ela não sabia o que dizer. Nem como agir.

Ao notar que a sua mão estava suando, Sharon a puxou de volta, se desvencilhando de Steve, e a levou a nuca, tentando disfarçar o quão sem graça ficou.

Ele, por sua vez, resolveu retribuir a pergunta:

— Mas e você? Por que aceitou o meu convite?

Sharon sorriu mais relaxada e disse a primeira coisa que lhe veio à cabeça:

— Ah... Digamos que eu gosto de homens mais velhos. — mas em seguida ela se arrependeu da cantada barata e disse constrangida: — Desculpe, você deve ter ouvido isso tantas vezes desde que voltou.

— Digamos que uma vez para cada ano que eu fiquei congelado. No mínimo. — debochou ele rindo um pouco.

— Por falar nisso, me desculpe de novo, mas eu tenho que perguntar. — anunciou Sharon tomada por certa curiosidade e ao perceber que tinha o consentimento de Steve, ela arriscou: — Como você se sente? Você sabe... Por ter ficado congelado por décadas e acordado em uma época completamente diferente?

Como também tinha ouvido aquele tipo de pergunta muitas vezes, Steve respondeu sem pestanejar:

— No começo foi um choque, mas agora eu estou me habituando. Um pouco a cada dia. E não dá para negar que o século XXI tem as suas vantagens. As invenções tecnológicas, os celulares, a Internet... E as mulheres... Bem, elas são mais atiradas.

— Eu tenho certeza que você deve adorar esta última parte. — imaginou Sharon arqueando as sobrancelhas um tanto incomodada com o comentário, sem saber que Steve tinha dito aquilo apenas para observar a sua reação um tanto enciumada. — E você sente falta de alguma coisa da década de 40? Além dos seus amigos e das pessoas que você conhecia, é claro. — disse querendo mudar um pouco o rumo da conversa.

— De muitas coisas. — confessou Steve de forma genérica e depois de pensar um pouco, completou com certa nostalgia: — Às vezes, eu sinto falta de ir para algum lugar que o tempo não tenha mudado. Qualquer lugar, mas que seja exatamente igual àquela época. Mas isso é... Impossível.

Sharon observou Steve por alguns instantes enquanto uma ideia surgia na sua mente. Em seguida, ela disse:

— Impossível é uma palavra que não existe no meu dicionário, Cap. — e depois de acenar para um funcionário da cafetaria, a fim de pedir a conta, ela acrescentou de um jeito misterioso: — Sabe, eu acho que posso te ajudar a encontrar este lugar.

— Você não vai me levar em um museu, vai? — temeu o Capitão franzindo o cenho e sorrindo meio torto. — Porque as pessoas tem mania de achar que só porque eu tenho 95 anos, lá é o único lugar em que eu me sinto à vontade.

Sharon riu e assegurou:

— Não se preocupe, não é um museu. Mas eu garanto que você vai se sentir nos anos 40.

Steve a fitou um tanto desconfiado, mas resolveu pagar para ver. Por falar em pagar, obviamente, ele não deixou Sharon pagar a conta, muito menos dividir a despesa com ele quando ela sugeriu isso. Eles podiam estar no século XXI, mas certas coisas, como o cavalheirismo, por exemplo, não podiam mudar. Era o tipo de coisa que não ficava ultrapassada nunca.

Algum tempo depois, os dois saíram da cafetaria, subiram na moto novamente e, sob a orientação de Sharon, seguiram para o Lincoln Park, um reduto verde no meio de Washington D.C., próximo ao Lago Michigan.

Steve estava cada vez mais curioso e confuso com o local escolhido. Depois de deixarem a Harley estacionada próximo à entrada, os dois adentraram o parque e caminharam lado a lado, enquanto observavam as poucas pessoas que haviam ali e a enorme área verde que os cercava.

— Eu não estou entendendo. — confessou Steve enquanto caminhava em direção à uma colina com Sharon. — Eu conheço este lugar, mas... Eu não entendo por que ele me lembraria os anos 40.

— Shiiii. — repreendeu a ex-agente, deixando claro que não daria nenhuma dica ou explicação naquele momento. — Só mais um pouco de paciência, Cap. — pediu.

— Ok. — assentiu ele colocando as mãos nos bolsos da calça.

Instantes depois, Sharon finalmente parou e Steve fez o mesmo. Os dois estavam no topo da colina, um lugar onde as luzes do parque e da cidade incidiam pouco.

Então Sharon encarou Steve durante alguns instantes, sentindo o seu coração acelerar e sua boca ficar um pouco seca sem explicação aparentemente.

Sem querer pensar ou entender o que estava sentindo naquele momento, ela pediu com firmeza:

— Feche os olhos.

Steve estreitou o olhar na direção dela, um tanto surpreso com a iniciativa, e ao mesmo tempo confuso e um pouco constrangido. No fundo, ele ainda não tinha se acostumado com as mulheres mais atiradas do século XXI.

Em seguida, Steve olhou em volta, tentando entender como aquele lugar iria fazê-lo se sentir no passado e começou a se perguntar se Sharon sabia mesmo o que estava fazendo ou se, na verdade, tinha orquestrado aquilo apenas para que os dois ficassem completamente à sós, longe de tudo e de todos.

Se fosse isso, tudo bem, Steve não iria reclamar. Mas ele precisava ter certeza de que não estava imaginando aquele clima entre eles e por isso começou a dizer:

— Sharon...

— Feche os olhos. — repetiu a ex-agente com mais firmeza. — É uma ordem, Capitão. — acrescentou de uma forma mais descontraída, o fazendo relaxar um pouco.

Steve pressionou os lábios por alguns instantes e a observou um tanto intrigado, antes de finalmente assentir:

— Tudo bem.

Depois que fechou os olhos, Steve sentiu Sharon tocar o seu braço direito e, instintivamente, tirou a mão do bolso. Sharon entrelaçou a mão dele com a sua e deu alguns passos para trás, levando Steve consigo. Depois disso, ela tocou em seu ombro, o fazendo parar de andar e o forçou um pouco para baixo. Steve entendeu que ela queria que ele sentasse no gramado e foi o que ele fez em seguida.

A ex-agente continuou forçando o ombro de Steve para baixo e antes que ele perguntasse qualquer coisa, ela pediu:

— Deite.

Desistindo de entender o que Sharon planejava, Steve apenas obedeceu mais uma vez e deixou seu corpo ir de encontro ao gramado lentamente.

Depois de afastar a mão do ombro do Capitão, Sharon fez o mesmo, deitando ao seu lado. E então ela respirou profundamente e disse:

— Pronto. Pode abrir.

Alguns segundos depois, Steve abriu os olhos devagar e fitou o céu. Em seguida, virou o rosto na direção de Sharon, a fim de perguntar o que ela queria dizer com aquilo, mas não teve chance porque ela riu, colocou a mão no rosto dele, para que ele voltasse a posição inicial, e orientou:

— Olhe. — quando percebeu que Steve não ia mover o rosto de novo em sua direção, Sharon afastou a mão e perguntou: — Não é igual ao céu dos anos 40, Cap?

Steve finalmente entendeu o que Sharon queria lhe mostrar desde o começo. Uma coisa simples e que o tempo não tinha mudado. O céu.

Tudo bem, talvez uma ou outra estrela estivesse com o brilho um pouco mais intenso ou mais fraco do que Steve se lembrava, mas elas ainda estavam lá. Brilhando desde os anos 40. Desde antes disso. Muito antes.

Um céu coberto por constelações que observavam o ser humano desde que o mundo era mundo. Testemunhas da evolução e de alguns retrocessos, como as inúmeras guerras travadas ao longo da história da humanidade.

E então, desde que acordou do sono de décadas congelado, Steve Rogers sentiu-se parte daquele mundo de novo. Parte daquela história. Parte do passado, do presente e por que não do futuro. Tudo isso enquanto olhava para aquele céu estrelado e refletia sobre a sua vida.

No fim, o mundo não havia mudado tanto assim. Certas coisas não tinham mudado tanto e Steve não tinha mais motivos para se sentir tão deslocado. Não diante daquele céu. Não com aquela mulher incrível e apaixonante ao seu lado.

— Obrigado. — disse ele por fim, ainda com os olhos fixos naquelas constelações.

Sharon sorriu levemente, olhou na direção dele e respondeu gentilmente:

— Sem problemas.

Steve finalmente parou de olhar para o céu e olhou na direção dela. E então os dois ficaram se olhando no mais absoluto silêncio, enquanto o vento balançava as copas das árvores, o barulho de buzinas ainda podia ser ouvido ao longe e um sentimento forte surgia entre eles junto com um palpável desejo.

Algum tempo depois, Sharon sentiu a mão de Steve tocar a sua sutilmente e, aos poucos, seus dedos se entrelaçaram. Um arrepio percorreu os seus corpos apenas por causa daquele leve contato físico.

Então os dois ficaram assim, por um tempo irrelevante, apenas se encarando e sentindo aquela espécie de corrente elétrica os envolvendo, quando em dado momento, Steve se impulsionou um pouco, se apoiou em um dos braços, se aproximou de Sharon e tocou o rosto dela com a outra mão, fazendo um novo arrepio percorrê-la.

Sharon engoliu em seco e sentiu o seu coração bater cada vez mais forte e descompassado. Se permitiu tocar o rosto de Steve também, causando uma certa onda de calor no corpo do Capitão. Logo os seus dedos encontraram a nuca dele. E assim, ela trouxe o rosto de Steve para perto do seu. E para mais perto.

Steve inclinou um pouco a cabeça, procurando o encaixe ideal nos lábios entreabertos de Sharon. Os dois fecharam os olhos. Se aproximaram mais um pouco.

Porém, antes que suas bocas pudessem finalmente se encontrar, um barulho foi ouvido e os dois abriram os olhos imediatamente. Se afastaram um pouco. O barulho persistiu e Sharon lamentou:

— Desculpe.

— Atende. Pode ser importante. — orientou Steve tentando esconder a frustração que sentia.

— Ok. — assentiu a ex-agente soltando o rosto dele devagar.

Então Steve se afastou mais um pouco, se sentou e Sharon fez o mesmo. Sentindo que o seu rosto estava completamente vermelho, ela se escondeu um pouco atrás dos cabelos e procurou o celular dentro da bolsa. Logo depois, atendeu a ligação da C.I.A.


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Notas finais do capítulo

OMG macacos me mordam! Como assim??? Malditos celulares que sempre tocam na hora errada, né?

Mas, muita calma nesta hora porque ainda falta o capítulo final e posso dizer que vai valer a pena esperar por ele!

Em breve brevíssimo estarei por aqui de novo com o desfecho da fic! Inté lá, meu povo e minha pova!

Por enquanto... Reviews?



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