Hey você! Leia as notas lá de cima! É importante! Obrigada!

_O que vamos fazer?_ Espero que ela saiba que eu além de não ter jeito nenhum para cozinhar, prefiro mil vezes encomendar qualquer coisa, exceto panquecas.

_Você gosta de bolo de chocolate?????_ Ela estava com os olhos brilhando muito, isso me espantou um pouco.

_Sério? Que pergunta é essa? Todo o mundo gosta de bolo de chocolate_ Agora sim, ela está com um sorriso enorme no rosto e com os olhos brilhando ainda mais do que à pouco, se isso é possível._ Mas você fica avisada, se fizermos só bolo para o almoço, você vai passar fome.

_Eu sei disso, o que é que você gosta de comer?

_Hum... deixa ver.... pizza, pipoca, salgadinho, coca-cola, batata frita, gelado, pirulito, gomas, hamburguer, lasanha, ..... humm.... não sei se deixei escapar alguma coisa..... talvez você.

Ela corou muito, um vermelho mais escuro que meu cabelo. Meu objetivo está concluido. Realmente é engraçado vê-la assim. Fica muito engraçada e fofa, se me é permitido dizer.

_Você está se divertindo?!?_ Eu dei um sorriso de satisfação. _ Então, se você pode se aproveitar de mim eu também posso._ Eu estava indo em direção às escadas para puder ir para a cozinha até que alguém saltou para as minhas costas e se agarrou ao meu pescoço._ Agora é minha vez de aproveitar.

Eu continuei descendo as escadas sem me importar com o peso extra. Fui até à cozinha e bebi um copo de água. Jo continuava nas minhas costas.

_Você ainda está aí porque é teimosa ou porque gosta disto aqui?_ Eu apontei para mim mesmo, de alto a baixo._ Acho que são as duas opções.

Finalmente ela se soltou. Ela foi vendo meus armários e tirando coisas e acabou concluindo que íamos conseguir fazer bolo de chocolate, mas para o almoço não havia ingredientes. Acabei encomendando uma pizza. Enquanto esperávamos "fomos" fazendo o bolo. Faz de conta que eu não coloquei uma quantidade enorme de farinha secretamente no cabelo dela, que apenas reparou quando o entregador de pizza começou a ter um ataque de riso ao vê-la, me levando atrás.

(...)

_Ainda tem um pouquinho aqui._ Eu apontei para uma zona branca que se diferenciava com facilidade dos cabelos castanhos. Ela já estava a tentar tirar a farinha à vários minutos, mas estava sendo difícil._ Pode parar de sacudir, seu cabelo já está normal.

_Você sabe que eu te odeio?

_Humm... sei. Vamos procurar sua chave?_Ela assentiu enquanto saíamos de casa._ Acho melhor procurámos primeiro na casa da Rosa, você deve ter perdido lá. Mas nem pense que vamos a pé.

_Então vamos como?

_Eu ainda não mostrei a você?_Ela fez uma cara confusa, realmente não devia estar entendendo nada._ Vem que eu te mostro.

Fui em direção à garagem e abri a porta a deixando entrar. Lá dentro havia apenas pó, caixas, teias de aranha e uma moto.

_Você já andou de moto?

_Não e, sinceramente, não acho que você seja a melhor pessoa para andar.

_Você tem toda a razão. Se quiser ir a pé, é só dizer._ Peguei na moto e a levei até perto da estrada, me sentando de seguida._ Você não vem? Senta aí._ Eu bati com a mão no banco, fazendo sinal para ela se sentar. Ela obedeceu._ Se segure.

Talvez eu tenha exagerado um pouco na velocidade nos primeiros segundos, mas isso foi o suficiente para ela soltar um grito baixo de aflição e se agarrar com muita força a mim. Realmente fiz isso de propósito. Eu gostava quando ela estava agarrada a mim. Eu gostava quando ela estava próxima de mim. Talvez apenas não o tenha dito.

Em poucos minutos chegamos na casa de Rosa. Durante esse tempo ela continuou se segurando com força. Sua respiração estava acelerada, mas acalmou quando parámos. Ela se soltou e se levantou. Aí eu me senti solto. Aí eu me senti triste. Aí eu me senti só.