A Exilada escrita por Fates Warn1ng


Capítulo 21
Cacos


Notas iniciais do capítulo

esse foi fast xD



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Quando Riven finalmente viu Yasuo se aproximar, ao lado de Vayne, correu imediatamente para ele e se jogou em seus braços, o apertando com força. Sentia-se pequena, frágil... com necessidade de apoio.

– Calma... - Ele disse, beijando o topo de sua cabeça. - Está tudo bem... tudo bem...

Riven não disse nada, tampouco largou o jovem. Agora que Katarina havia morrido, era como se uma parte de si partisse. A loira nunca fora muito de se apegar a nada. Com exceção da ruiva. E do homem que agora abraçava.

– Riven? - Vayne chamou sua atenção. - Onde ela está?

– Siga em frente... - Sussurrou com dificuldade. - Não está muito longe...

A Caçadora Noturna assentiu, caminhando a passos largos na direção indicada e logo desaparecendo naquele amanhecer. Riven gostava de Vayne. Ela era uma boa pessoa, e sentia que podia confiar nela. Mas sentiu-se feliz por ela se afastar. Só assim teria a privacidade que tanto queria, com seu companheiro.

– Ela me matou, Yasuo... Katarina me matou...

– Que história é essa? - Ele ergueu o cenho, escapando do abraço e a fitando. Ela parecia muito bem, nenhum tipo de ferimento. Nada. Acariciou o rosto dela, os cabelos, como que para ter certeza. - Você está ferida?

Riven balançou negativamente a cabeça, ainda fungando. Suas lágrimas se misturavam com as gotas de chuva que não paravam de cair.

– Um anjo. Um anjo me manteve viva.

– Um anjo? Como assim.

– Eu não sei...

– Mas... isso é impossível!

– Eu não sei! Droga, Yasuo! - Riven virou o rosto, chorando alto. Levou a mão a face. - Eu a matei... Eu a amava, sabia? Ainda assim... a matei...

Yasuo voltou a abraçá-la, e a beijou em seguida. Riven se entregou completamente ao beijo, puxando-o para si e abrindo a boca para que as línguas dos dois se cruzassem. Apoio. Aquilo era o que a garota mais precisava.

– Podemos ir embora... - Ele sussurrou, entre o beijo.

– Embora, para onde?

– Não sei. Já estamos fora de Demácia. E temos uma moto. Podemos colocar uma vantagem grande. Vayne não virá atrás de nós sozinha. - Ele voltou a beijá-la. - Qualquer lugar. Zaum. Piltover. Frelijord. Existem milhões de lugares em que podemos nos esconder...

Riven pensou naquilo. Imaginou-se levando uma vida comum com Yasuo. Casando-se com ele. Tendo filhos. Constituindo uma família. Parecia um lindo sonho. Seria maravilhoso, poder realizá-lo.

Mas então se lembrou de Katarina. Da promessa que havia feito a ela. Da promessa que havia feito ao anjo. Da confiança de Jarvan IV. Dos riscos que Fiora havia corrido por si.

– Eu não posso sair agora...

– Riven! Essa guerra não é nossa! - Ele tornou a dizer. - Você não é demaciana. Nem eu. Somos um tipo diferente de prisioneiro.

– Não, Yasuo. Isso é o que eu tenho feito muito. - Ela disse, lhe olhando no fundo dos olhos. - Eu fujo, fujo, fujo, fujo... Mas dessa vez não. Eu vou fazer isso certo. Dei minha palavra. E não vou quebrá-la!

– Acha que sua palavra vale alguma coisa? Você nasceu em Noxus. Não vê como eles nos olham? Com nojo? - Yasuo queria trazê-la para a razão. Ele sabia que nada de bom podia vir da permanência em Demácia. - Além do mais, agora sei que você não matou o Ancião, mas alguém o fez. Eu perdi muitos anos correndo atrás disso. Mas vou seguir em frente. Não posso me afastar desse sonho. Ainda serei inocentado em Ionia.

Riven prendeu a respiração. Sabia que era egoísmo lhe pedir que deixasse aquilo para lá. Mas precisava desesperadamente de Yasuo perto de si, especialmente naquele momento.

– Você acabou de falar que gostaria de fugir comigo... Isso significa que gosta de mim. Que me quer em sua vida.

Yasuo assentiu lentamente, esperando ela continuar.

– Então fique aqui comigo! Vamos enfrentar isso juntos. Não é isso que os casais fazem? Apoiam um ao outro?

– Geralmente a esposa apoia o marido. - Ele disse com uma gargalhada meio ácida.

– Então porque não pode ser o inverso dessa vez?

– Porque eu não posso ser a sua mulher! - Ele disse, a olhando nos olhos, de forma dura.

Aquela escolha de palavras magoou Riven. Ela já estava fragilizada antes. E naquele momento, ficou ainda pior. A chuva não dava trégua. Uma lágrima maior que as anteriores caiu a seus pés.

– Desculpe.. - Yasuo sussurrou, abraçando-a novamente.

Riven correspondeu ao abraço, escondendo o rosto no pescoço dele.

– Sinto como se eu estivesse rachando, ao ouvir você dizer essas coisas, meu amor... - Ela sussurrou, lentamente. - Mas eu não estou com medo... Por que eu sei... Minha escolha está feita. E ela não me envergonha. - Olhou Yasuo nos olhos. - Eu vou ficar.

Yasuo deu um sorriso triste, e a beijou intensamente. Riven fechou os olhos, e entrelaçou seus dedos nos cabelos do rapaz.

– Eu não vou... não muito tempo...

– Então deixemos essa conversa para lá.. Quero aproveitar o tempo que ainda tenho com você...

************************

Fiora estava assinando um documento em sua sala, quando Riven entrou.

– Por favor, Fiora. Eu estou exausta...

A morena nem ergueu os olhos.

– Não vou tomar muito do seu tempo.

– Eu já descrevi toda a situação para Vayne e...

– Não estou interessada em descrições. - Fiora ergueu o olhar para Riven. - Eu quero saber uma coisa. Katarina lhe disse como escapou?

Riven havia ocultado aquela parte para Vayne, e a moça parecera acreditar. Fiora não se deixaria ludibriar tão facilmente. Era difícil negar, diante daqueles olhos profundos. Ao mesmo tempo, ainda não sabia se queria dizer a verdade. Katarina amava Garen. O mínimo que podia fazer era protegê-lo.

– Ela... Por que ela tocaria no assunto?

– A segurança da prisão. - Ela a olhou. - Nada estava como deveria. Foi claramente sabotagem.

Riven mordeu o lábio inferior, dando de ombros.

– Bem... eu não sei nada. Se me dá licença... - Começou a andar para a saída do escritório.

– Riven! - Fiora a chamou. A loira parou, esperando. - Foi Garen, não foi?

A noxiana sabia das desavenças entre Fiora e Garen, em todos os sentidos. Os dois simplesmente não conseguiam concordar em quase nada. Além disso, a irmã de Garen, Luxanna, tinha uma rixa muito antiga com Fiora, da qual Riven sequer sabia o motivo.

Porém Fiora podia ser muitas coisas. Mas tola, não era. Riven havia chegado sozinha aquela conclusão. É claro que a Duelista também chegaria.

– Por favor, não conte nada! - Disse, já se virando para ela.

– Não vou. - Ela disse, para a surpresa da outra.

– Não..?

– Garen é um excelente soldado. E, por mais que tenha cometido alta traição, ela foi irracional, gerada por uma paixão extrema. Afinal, ninguém pode negar sua lealdade a Jarvan IV e a Demácia. - Riven assentiu, um pouco mais tranquila. Fiora era racional, graças a Deus. - Ainda assim, é bom saber disso. Ele vai ouvir uma ou duas. - Disse, assentindo para a moça. - Está dispensada.

Riven não perdeu a oportunidade para correr de volta ao quarto. Yasuo estava deitado na cama, fitando o teto, de modo inexpressivo.

– No que está pensando? - Riven perguntou, se deitando ao seu lado.

– Na vida... - Ele disse, levando a mão aos cabelos curtos dela, os afagando.

– Tem muitos pensamentos em sua cabeça, então. - Ela sorriu, de modo triste, o envolvendo com seus braços.

– Muitos... Viver está cada vez mais difícil...

Riven assentiu, deixando o silêncio invadir o ambiente. Estar próximo dele já era suficiente. Sentir seu calor, seus dedos passeando em seu couro cabeludo. Era uma sensação inexplicável, diferente de tudo que já havia sentido.

– Yasuo... - Chamou seu nome, muito baixo.

O rapaz virou o rosto para ela, fitando-a tranquilamente.

– Sim...?

– Você me ama? - Perguntou, sentindo sua alma gelar. Era difícil fazer uma pergunta daquelas.

O Espadachim a fitou em silêncio, por alguns instantes. Não esperava uma pergunta como aquelas, nem estava preparado para ela.

– Sim. - Ele lhe sorriu. - Eu amo. - Disse, ainda que não tivesse total certeza daquilo.

Riven lhe deu um sorrisinho, mais aliviada. Se Yasuo ficasse a seu lado, podia enfrentar qualquer obstáculo. Tinha certeza daquilo.

– Eu te amo também, meu amor... - Sussurrou lentamente em seu ouvido.

E o puxou para um beijo.


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Notas finais do capítulo

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