A Exilada escrita por Fates Warn1ng


Capítulo 17
Sedenta Por Sangue


Notas iniciais do capítulo

Faculdade começou, então a frequência vai ser menor mesmo, só não sei de quanto em quanto tempo, vai depender da minha disposição, criatividade e volume de atividades xD
Enfim, espero que curtam o capítulo.



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– Aqui está ela! Lâmina do Exílio! Novinha em folha! - Jorn falava, com a cara de uma criança, mostrando a espada para Riven.

A noxiana franziu o cenho, estranhando. A espada continuava, aparentemente idêntica a que havia sido entregue, com exceção de uns polimentos e do fio parecer bem mais afiado.

– O que achou? - Jorn continuou, a olhando fixamente. Seus olhos brilhavam.

– Hum... Parece... quebrada... - Ela disse, sem saber se aquilo era uma pegadinha ou não.

Então, Jorn deu um gargalhada. Foi algo tão absurdo que Riven não soube exatamente como se comportar.

– Era exatamente essa a reação que eu esperava. Veja aqui. - Ele disse, se recuperando, e mostrou o cabo.

A loira percebeu que havia uma coisa nova ali. Uma runa. Gravada no punho da espada.

– O que é isso? - Perguntou, com uma curiosidade automática.

– Chama-se "Dohoy", a runa para ''montar". - Ele disse, rapidamente oferecendo o cabo para ela. - Vamos, experimente!

Riven acabou assentindo e, lentamente, pegou a espada. Sentiu a runa esquentando sobre seus dedos e pensou na palavra e, ainda mais importante, em seu significado. Visualizou a espada se montando sobre sua mão.

Nesse momento, a lâmina cresceu.

Quase como num passe de mágica, foi se alongando, até virar exatamente o que era antes, uma belíssima montante rúnica. Não havia ficado idêntica na aparência, é claro, afinal Jorn jamais vira a original, mas tinha um tamanho preciso e Riven teve certeza de que possuía uma eficiência mórbida. Na sua opinião, era até melhor que a primeira espada.

– Incrível... - Ela disse, liberando a runa, e vendo a espada encolher novamente.

– Eu sei! - Jorn sorriu, piscando para ela. - Pode admitir que foi um toque de mestre. Agora você pode desfilar com sua orgulhosa, e devo acrescentar, bem leve, Lâmina do Exílio. É muito mais agradável e charmoso. - Ele cruzou os braços, com uma expressão divertida. - E garanto uma coisa a você, em toda a Runaterra não existe, hoje, uma espada mais afiada que essa. Ela dividiria um elefante ao meio, se fosse necessário.

– Será que dividiria um dragão? - Perguntou, sem esperar de fato, por uma resposta, pouca antes de guardas a espada no receptáculo dela, em suas costas. Sentia-se bem mais aliviada com aquele peso extra posicionado naquela região.

Jorn apenas a olhou, com um misto de incentivo e pena.

– Boa sorte, garota. Você vai precisar.

******************

Riven ainda não havia voltado a mansão Laurent quando a confusão começou. Yasuo vinha dando, todo dia, aulas de esgrima para a pequena Lirael, sobrinha de Fiora, e a garota demonstrava um progresso incrível. Não era a toa a fama dos Laurent de melhores duelistas de Demácia.

O único fato que intrigava Yasuo era a espada da menina. O ioniano havia sugerido a ela que encontrasse uma espada. Seria sua primeira lição.

A menina fez muito mais que isso. Trouxe uma lâmina perfeita, com um acabamento de primeira. O punho era bem entalhado e a lâmina, vermelho vivo, era afiadíssima, e Yasuo percebeu que era protegida por uma série de runas ocultas.

Havia feito várias perguntas sobre a lâmina, mas a garota se recusara a responder todas elas, argumentando que ele pedira uma espada, e a espada agora estava ali. Yasuo acabou se rendendo a garota e topou ensiná-la assim mesmo.

Se ele ao menos soubesse confusão que aquilo causaria...

– Estou melhor, não estou? - Lirael perguntou, com um sorriso, sentada ao lado dele.

– Melhorando muito. - Ele perguntou, acariciando a espada com a mão. - Ao menos vai me dizer o nome dessa lâmina?

Então, Yasuo percebeu uma presença se aproximando de si. Pode sentir a sombra se fazendo sobre sua cabeça. Sombras não tinham expressão. Se tivessem, Yasuo diria que aquela estava muito zangada.

– Ela se chama Sedenta Por Sangue. - A voz marcada pelo forte sotaque de Fiora estava um pouco diferente, naquela manhã. Trazia uma dose intensa de veneno, que não lhe era comum. - Estava pensando no que ela faz em sua mão.

Yasuo virou-se lentamente para encarar a duelista.

– A espada é sua?

– A espada é da família Laurent. - Ela tentava se controlar.

– E estava em posse de uma Laurent. - O rapaz colocou a lâmina sobre o colo de Lirael, dando um sorriso cínico. - Você não deveria estar trabalhando agora?

Yasuo sabia que devia pegar leve e tentar contornar a situação, mas simplesmente não conseguia.

– As vezes eu passo aqui, para ver se tudo está em ordem... tem muitos estranhos, morando nessa casa, sendo má influência para minha jovem sobrinha...

– Titia... - Lirael tentou começar.

– CALADA! - Fiora apontou um dedo para ela. - Aliás! O que diabos acha que estava fazendo? Você deu minha espada para ele! - A acusou, colérica. - Enlouqueceu, criança?

– Não! Ele apenas se ofereceu para me ensinar! Coisa que quem devia fazer era você! Mas não faz! - A garota herdara o gênio forte, do resto da família.

– Eu sou sua professora!

– Você me ensina apenas corpo a corpa. Minha esgrima estava cada vez pior, até Yasuo começar a me ajudar!

– Yasuo!? - Fiora deu uma gargalhada. - O que Yasuo pode lhe ensinar que eu não posso? Você sabe o que aconteceu quando nós dois lutamos? - Apontou para o espadachim. - Você sabe o que acontece com quem luta comigo? Realmente acha que ele é um professor melhor?

Yasuo percebeu que iria acabar sobrando para ele, no fim das contas. E aquilo não era bom.

– A única coisa que eu sei é que com Yasuo aprendi muito mais que com você! - Lirael disse, encarando-a nos olhos.

Fiora deixou uma gargalhada mórbida escapar de sua garganta.

– Ah é mesmo? -Perguntou, com um semblante provocador. Havia perdido completamente a paciência com a sobrinha. - Me responda uma pergunta. Para que uma pessoa porta uma espada?

Lirael sentiu-se subitamente confusa.

– Para poder usar!

– Usar quando? - Continuou, encarando-a no fundo dos olhos.

– Em uma luta! - Lirael bufou. As perguntas eram tão óbvias que lhe causavam náusea.

– Então vencer uma luta é mais fácil se você portar uma espada?

– É claro! Se não, por que as espadas seriam fabricadas?

Fiora desabotoou o cinto de sua rapieira, deixando-a cair no chão.

– Então vamos lutar. Você tem uma espada. E eu não. - Chutou sua lâmina para longe. - Vamos lá. Mostre-me o que aprendeu com Yasuo. Me dê seu melhor golpe!

Ali, Lirael gelou. Conhecia a tia suficientemente bem para saber que ela não dava ponto sem nó. Yasuo se afastou, sem entender muito bem aonde Fiora queria chegar.

– Venha! Você tem uma espada, não é? Isso resolve todos os problemas! O que está esperando?

Lirael engoliu em seco e tentou acertá-la.

Fiora segurou sua mão, torcendo-a, e lhe tomando a Sedenta. Em seguida, deu-lhe um tapa com as costas da outra mão, fazendo-a cair no chão.

– Você é ruim demais no combate corpo a corpo. Então não há um motivo sequer para eu colocar uma espada em sua mão nesse momento. - Disse, dura, mas não olhava para ela. Seus olhos estavam cravados em Yasuo. - Torne a outra, moçinha. E eu te mando para seu tio Ben. Agora vá para o quarto. Está de castigo!

A garota sentiu as lágrimas encherem seus olhos. Ela acariciou a bochecha, e saiu correndo.

– Agora você... - Fiora ergueu a espada para Yasuo, apontando para ele. - Como se atreve a fazer uma coisa dessas em minha casa? Essa espada é lendária! Manipular a garota para pô-la em mãos? Que tipo de canalha faria um absurdo desses?

Yasuo percebeu que a história fazia todo sentido. Principalmente pelo fato das desavenças entre os dois. Yasuo queria sim, irritar Fiora. Uma pequena vingança era seu objetivo principal, mas por meio da garota. Nem sabia que espada era aquela.

– Você entendeu errado. Posso ser muitas coisas, mas não sou ladrão. E não admitirei que me chame assim. - Devolveu o olhar para ela.

– Eu percebi que você estava me provocando, desde o dia que te humilhei. Imagino que quer uma revanche. Pois bem. Acabou de conseguir. - Fiora disse, com raiva. - Prepare-se.

– Estou mais que preparado. - Ele se levantou, puxando sua katana. - Há males que vem para o bem, não é mesmo?

Fiora sorriu, e estava a ponto de avançar, quando ouviu a voz de Riven.

– Não posso deixar que lute com ele, Fiora! - Disse, com autoridade. - Você está fora de si. Alguém vai acabar se machucando.

Yasuo a olhou. Era estranho, ver Riven agora. Na última semana, os dois haviam se aproximado demais. Ela dormia em seu quarto agora, e os dois se beijavam com frequência. Ele tentava lhe dizer coisas bonitas, embora na maior parte do tempo elas lhe escapassem a mente. Mas aquilo não era importante. Ela gostava de estar em sua presença. Para Riven, só aquilo já era suficiente.

Ao mesmo tempo, era ele quem deveria protegê-la, e não o inverso. Quem era, afinal, o macho da relação?

– Riven! Eu te respeito! Mas se ficar na frente dele...

– Finalmente vou ter a honra de enfrentá-la? - Ela sorriu, se aproximando de Yasuo. Abraçou o pescoço dele. - Ela está irritada, mas eu acho que consigo contornar a situação... – Sussurrou, no ouvido do rapaz. - Apenas me deixe lidar com ela. Por favor... Se afaste.

Fiora se manteve fitando Yasuo, com a Sedenta erguida para ele.

– Então deixa sua namorada lutar suas batalhas por você? - Sorriu, escarnecedora.

Riven corou, ao ouvir a palavra namorada. Estava sim, com Yasuo, isso era certo. Mas será que eram mesmo namorados? Será que Yasuo via daquela forma? No fundo, a loira achava que ele só queria um pouco de diversão. O ioniano era um andarilho, um caminhante do vento. Era tolice acreditar que ele ficaria preso a qualquer lugar ou pessoa, por muito tempo.

Yasuo franziu o cenho e cerrou os dentes, apertando o cabo da espada. Então viu o olhar de Riven, praticamente suplicante, para si.

– Só dessa vez... - Sussurrou, para ambas e, nenhuma delas, simultaneamente.

Fiora passou o olhar para Riven.

– Muito bem... Sempre ansiei por um adversário a altura. - Ela disse, lentamente, sem nada do respeito anterior, que havia demonstrado à noxiana até ali. - Espero que não me decepcione, Riven.

Riven assentiu lentamente, e a Lâmina do Exílio cresceu em sua mão, atingindo o tamanho máximo.

– Também vai ser um prazer, Fiora. - Respondeu, sem desviar o olhar.

Ambas avançaram.


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Notas finais do capítulo

reviews =P



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