A Exilada escrita por Fates Warn1ng


Capítulo 11
Reconciliação


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez eu fui mais rápido *----* Boa leitura



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Assim que Garen e Xin Zhao descobriram que, na verdade, Katarina e Talon estavam vivos e, provavelmente, ainda no encalço de Riven, resolveram dividir a equipe. Uma parte dela seria encarregada de encontrá-los e capturá-los. A outra parte, deveria levar Riven em segurança até Demácia. Os dois lideres concordaram que ambos deviam seguir na busca dos noxianos, com Quinn e Luxanna. Fiora e Nidalee, a caçadora independente, deveriam ser suficientes para transportar os prisioneiros. Xin Zhao jamais havia visto Nidalee em ação, mas Fiora havia lhe dito que confiava plenamente nas habilidades dela, de modo que o senescal concordou.

Partiram numa manhã bem cedo, deixando o pequeno grupo só. Riven estava meio desatenta. O ferimento de Yasuo era sério. A espada havia entrado por suas costas e saido pelo peito. Por uma sorte divina, não atravessara o coração ou um dos pulmões dele. Ainda assim, a noite do rapaz havia sido difícil, com gemidos baixos e febre, pelo início da infecção que ali começava a se formar, diante de tal ferimento aberto em terra imunda.

– Ei... Você está bem? - Perguntou, acariciando o cabelo dele. Não sabia o motivo de se preocupar tanto com o rapaz. Era algo simplesmente instintivo. - Demácia não fica tão longe assim.

Ele tentou abrir meio sorriso.

– Se eu der sorte, vou morrer antes de chegar lá...

– Não diga isso. Você ainda é jovem...

– E quebrado! - Respondeu, cortando-a.

Riven ficou olhando para ele por alguns segundos. Então, voltou a acariciar seus cabelos.

– Tudo que está quebrado pode ser reforjado. - Disse, tranquilamente.

Yasuo se calou, olhando para ela. Quem era aquela garota? Como depois de tudo, parecia ainda se importar com ele? Olhou para os braços dela. Ferimentos profundos, que deixariam cicatrizes no futuro. Ferimentos que ele causara.

Fechou os olhos, respirando profundamente.

– Riven...

– Não fale, apenas descanse.

– Riven! - Disse, como se necessitasse falar mais do que viver. - Eu acredito em você! - Abriu os olhos repentinamente.

Ela o fitou, sem entender, mas não disse nada.

– Eu acredito em você... - Ele repetiu, tornando a fechar os olhos. - Você não o matou... Eu sei... eu acredito em você...

– Tudo bem... - Ela se curvou sobre ele e deu um beijo na sua testa.

– Eles vão acabar com a gente... Você é noxiana, e eu sou traidor de Ionia...

– Não vão... se quisessem acabar conosco, já teriam feito. - Ela usava um tom brando, tentando tranquilizá-lo, enquanto o acariciava. - Eu não sei o que querem conosco, mas não deve ser ruim.

Ele deu um grunhido de frustração, deitando de lado. Nidalee e Fiora haviam saído para caçar. Aquela era uma ótima oportunidade de fugir, mas Yasuo não podia ir a lugar nenhum e, mesmo que Riven o carregasse, era só questão de tempo para que fossem encontrados. E ela havia dado sua palavra de honra a Fiora que não fugiria. E a demaciana concordara em poupar Yasuo, desobedecendo até mesmo seu próprio General, e fazendo sua vontade se impor sobre o restante do grupo. Riven percebeu que um respeito mútuo começava a crescer entre elas.

– Durma um pouco... - A garota começou a coçar as costas dele, tomando cuidado para não tocar no ferimento. - Você precisa descansar. Logo as meninas vão estar de volta com comida.

– As meninas! - Ele deu uma gargalhada irônica. - Riven, você é uma pessoa muito boa, e muito inocente.

– Shhhhh... pare de guardar mágoas, ressentimentos e coisas ruins no seu coração. Nesse momento, você precisa descansar.

Ele suspirou, abrindo os olhos, e curvando a cabeça de modo que pudesse vê-la pelos cantos da vista.

– Você é mais chata que uma mãe!

– E provavelmente massageio pior do que uma. - Sorriu gentilmente, sem parar de acariciar as costas dele.

Yasuo também sorriu, antes de voltar a fechar os olhos.


************


– Como ele está? - Fiora perguntou, mexendo na peça de carne de coelho que assava na fogueira improvisada. O plano era comerem um pouco, antes de começarem a viajar.

– A situação não está muito boa. - Nidalee inspecionava os ferimentos de perto, enquanto Yasuo dormia. - Quando esse ferimento infeccionar, ele vai sentir muita dor. - Passou a mão na testa dele. - Febre considerável...

Riven ouvia atenta, preocupada. Segundo Fiora, Nidalee tinha algum conhecimento médico. Mas não tinha materiais necessários para trabalhar naquele lugar. A exilada não sabia se os esforços dela seriam suficientes.

– Você consegue curá-lo? - Fiora insistiu.

Nidalee pensou por alguns segundos.

– Talvez. Mas então será perigoso. Afinal somos só duas agora. E ele é rebelde. - Olhou para Fiora.

– Não precisa se preocupar com isso. Faça o que tem que fazer. Eu garanto que nós vamos cooperar completamente com vocês. - Riven disse, firme.

Nidalee fitou Fiora, que acabou assentindo.

– Nesse caso... - Ela disse, cravando a lança longa que carregava consigo no chão.

Então fechou os olhos e apontou para Yasuo. Uma estranha energia verde envolveu completamente o corpo do rapaz.

Riven se aproximou de Fiora.

– O que ela está fazendo?

– Nidalee vem da Selva Kumungu. Seus pais eram caçadores de tesouro que exploravam o lugar. Acabaram mortos, quando Nidalee tinha apenas poucos anos de vida. - Olhou para Riven. - E ela está viva até hoje.

Riven conhecia aquela região pela história, apesar de nunca ter posto os pés lá. A Selva Kumungu fazia parte do território conhecido como Grande Barreira, que ainda carregava os traços das Guerras Rúnicas, cuja cicatriz jamais havia se curado. Bem coisa vivia naquela região, e, o que vivia, não era amistoso. Haviam lendas sobre os tesouros perdidos no lugar, e os poucos caçadores de recompensa e tesouros que se aventuravam pela região, terminavam no geral como os pais de Nidalee.

– É uma proeza... - Acabou concordando.

– Ela aprendeu a se virar. - Fiora prosseguiu. - E grande parte disso se deve a sua habilidade autodidata para a magia de combate. - Apontou para Yasuo. - Como uma habilidade incomum para curar qualquer tipo de ferimento.

Riven percebeu que o ferimento da coxa de Yasuo, estava de fato, mais limpo, desde que a morena havia começado.

– Que habilidade incrível! - Disse então, surpresa. - O que mais ela faz? - Perguntou, com curiosidade.

Fiora apenas sorriu, sem responder, mexendo na carne. Riven mordeu o lábio inferior, entendendo. Era estupidez revelar seus truques diante de alguém que, num futuro próximo, poderia se tornar um inimigo.

– Foi uma pergunta idiota... - Acrescentou, por fim. - Mas... o que alguém da Selva Kumungu estaria fazendo com a elite de Demácia?

– Ela está com Demácia desde que Noxus invadiu a Grande Barreira, no mês passado. Eu conheço Nidalee de longa data. Já nos batemos por ai umas duas vezes, quando eu fazia missões de assassinato pelos Corvos Noturnos. - Riven conhecia aquela organização. Era equivalente à Elite Carmesim. Não era surpresa que Fiora houvesse feito parte dela. Deveria ser uma assassina excelente. - Ela é bastante protetora com sua terra, com a natureza, de modo geral. Então veio até nós. Por termos uma boa relação, sugeri que ela ficasse comigo, então está interinamente na Guarda Real.

– Da qual você é capitã. - Riven acrescentou.

– Exatamente. - Assentiu. - Quase bom! - Fiora largou o graveto queimado com que cutuva o coelho, olhando para Riven em seguida. Percebeu os ferimentos dela. - Seus braços doem? - Perguntou com o sotaque característico de sepre.

A loira balançou negativamente a cabeça.

– Já estive pior. Não precisa se preocupar.

Fiora simplesmente assentiu, abaixando a cabeça novamente para a comida.

Riven sentiu um silêncio incômodo se instalando no ambiente. Não queria deixar aquilo acontecer. Havia algo que ainda precisava dizer.

– Fiora... Obrigada. Por tê-lo deixado viver.

– Não fazia sentido matá-lo, especialmente percebendo o quanto isso chatearia. Garen e Xin Zhao são fortes, mas não pensam muito bem. São guerreiros, acima de tudo. É um pouco difícil para eles pensar a longo prazo, e em diplomacia.

– E para você não é?

– Eu sou professora de matemática e diretora em uma escola de ginásio. - Olhou para ela. - Acredite. Organizar aquela coisa é muito mais complicado que trabalhar na Guarda Real. E um teste e tanto para o raciocínio.

Riven a olhou, imaginando-a com roupas de professora, numa sala de aula, com uma régua na mão, ao invés daquela espada. Era realmente bizarro.

– Então, o que você quer dizer, é que não matou Yasuo, porque não queria me chatear?

– O que eu estou dizendo! - Ela sorriu. - É que não matei Yasuo para ganhar a sua simpatia. Para que ficasse mais fácil, negociar com você.

– Negociar comigo? - Riven perguntou, sem entender.

– Sabe, uma das missões que fiz como assassina me levou a Demácia. Por coincidência, ou não, fui a Arena Dazno Rocker, no dia que você lutou pela entrada na Elite Carmesim. - Riven se lembrava perfeitamente daquele dia. Havia lutado contra dez dos melhores soldados noxianos, para provar o seu valor. - Eu jamais havia visto tamanha habiidade e força. Você era só uma criança! Riven. Você me impressionou. Foi a melhor, que eu já vi lutar. E por isso eu estou aqui! Para convertê-la em demaciana.

Riven ficou em silêncio por vários segundos, digerindo aquela informação. Era muita coisa.

– Mas... se o objetivo era esse, por que me fazer prisioneira?

– Por que as ordens eram essas. Em Demácia, no momento, você é só mais uma noxiana inimiga. Ainda que não tenhamos recebido permissão para lhe ferir além do necessário para levá-la à nação.

– Então está agindo de forma independente?

Fiora balançou a cabeça, negativamente.

– Tenho certeza que o Rei lhe dirá a mesma coisa.

– Certeza? Como?

– Sou professora de matemática, lembra? - Ela deu dois tapinhas na cabeça. - Raciocínio lógico. - Então abriu um sorriso grande, ao sentir o cheiro do coelho. - A carne está pronta.


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Notas finais do capítulo

Quero revieeeews *---* =D



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