Pvo. Ally

05 de fevereiro de 2014 –Charlottesville

Minha cabeça latejava.

Hoje faz um mês e 2 dias que cheguei em Charlottesville , ou pelo menos eu achava. Neste meio tempo,todos nós nos organizamos na nova casa.

Ela até que era bem confortável. Eu não iria precisar dividir meu quarto com Trish e muito menos com Dez, Pois cada um teria seu próprio quarto.

Desde que chegamos em Charlottesville ,fizemos amizade com duas garotas , super simpáticas. Kira e Brooke. Confesso que quando nós conhecemos , eu literalmente não fui com a cara delas. Mas conforme o tempo foi passando nós fomos ficando mais próximas e descobri que elas eram bem doces e simpáticas.

Já saímos juntas várias vezes , e hoje , fomos convidados para ir em uma festa que vai ter.

Kira e Brooke são amigas da organizadora da festa, então logo quando foram convidadas, perguntaram para a garota se poderiam levar alguns amigos.

Neste momento eu estava sentada próximo ao tumulo de minha mãe. Como ela havia sido enterrada em Charlottesville , fiz questão de descobrir para poder fazer uma visita.

Chegava a ser triste , por saber que minha mãe estava morta ... mas por outro lado eu me sentia bem , pois eu sabia que ela estaria do meu lado.

O Cemitério de Charlottesville , conseguia ser bem vazio. Era muito raro ver pessoas passando.

Eu literalmente não possuía medo. Já ouvi muitas pessoas contando historias terríveis deste cemitério , como sacrifícios de bruxas ou vampiros.

Nunca acreditei nestes tipos de historias sobrenaturais , mas pelo o que pude observar , é muito comum estes tipos de historias por Charlottesville.

Lembro que Kira havia me contado sobre a lenda de que antigamente existia muitos vampiros nesta cidade, mas uma bruxa possivelmente ameaçada por vampiros , lançou uma maldição criando o famoso caçador de vampiros.

Kira também me disse que conforme os vampiros fossem mortos pelo caçador , o desejo de matar mais vampiros aumentava cada vez mais e em seu braço ia se formando um mapa , que o levava para a “cura”.

Olho novamente para o tumulo de minha mãe e penso na possibilidade de vampiros e bruxas ainda existirem , e um destes ter matado minha mãe.

As presas que ficaram em seu pescoço , apenas faz com que esta pequena possibilidade aumente, eu estava aterrorizada.

Percebo meu celular vibrando em minha mão e olho para o visor. Uma ligação de Trish.

– Sim ? – Falo após atender o celular

– Aonde você está Ally? – Percebo o pequeno desespero de Trish em sua voz.

– No Cemitério , graças a papelada que Elliot deixou jogado na cozinha , descobri onde minha mãe esta enterrada.

– Eu não acredito nisso – Percebo a voz de Elliot e logo depois um “Shh” de todos.

– Vocês estão no viva-voz? – Pergunto incrédula com a possibilidade.

– Eu não tive escolha , eles praticamente me obrigaram...falando que eu poderia mentir sobre sua localização, você acredita? – Trish fala com um tom de voz ofendido , eu sabia muito bem que esse tom era falso. Trish e eu sempre mentimos a localização uma da outra para as pessoas , desde que Elliot descobriu ele sempre desconfia do que falamos, porém nunca usou o golpe baixo de obrigar Trish a colocar no Viva-voz.

– Isso é muita sacanagem Elliot – falo revirando meus olhos enquanto pego minha bolsa, acho que já era hora de ir embora.

– Você sabe muito bem que o cemitério é perigoso Ally , é muito deserto...eu disse que poderíamos ir juntos , mês que vem , mas a senhorita apressadinha tinha que ir agora. – Elliot fala usando um pouco de sarcasmo na voz .

– Que droga Elliot , a culpa foi sua , ninguém mandou largar os papeis jogados no meio da cozinha.

– E ninguém mandou você mexer nos meus papeis.

– Calem a boca vocês dois. – Essa foi a vez de Trish falar.

– Não se preocupem eu já estou indo embora. – Falo revirando os olhos. Desde que chegamos em Charlottesville , Elliot vem bancando totalmente o protetor comigo.

– Acho bom mesmo. – Elliot diz rapidamente logo em seguida.

– ELLIOT CALA A BOCA!! – Trish e Kira gritam ao mesmo tempo.

– Me desculpe senhoritas mandonas – Escuto Elliot resmungando, apenas reviro os olhos.

– Ally , voltando ao assunto...Brooke precisa de ajuda. Parece que ela foi rejeitada novamente pelo garoto que ela gosta. Acho que ela foi chamar ele para ir a festa , uma coisa literalmente desnecessária pois a irmã dele é a tal organizadora da festa. – Diz Kira. Esqueci de falar que desde que chegamos e conhecemos Kira e Brooke, fomos ficando muito apegadas , pode ser pouco tempo para estarmos assim, mas elas foram as únicas pessoas de nossa idade que eu conheci até agora.

– Como ela está? – Pergunto um pouco preocupada .. Kira me disse que Brooke sempre foi meio que obcecada por um dos caras mais canalhas da escola. Austin. Nunca vi ele , mas pelo que Brooke sempre me diz , ele parece ser bem bonito.

– Nada muito grave, apenas os dramas básicos de Brooke. – Diz Trish.

– Eu estou chegando , tudo bem? Estou quase saindo deste lugar , depois conversamos – Falo um pouco preocupada ainda com a situação de Brooke.

Desligo meu celular e continuo meu caminho em busca da saída do cemitério.

Era um lugar bem grande , e possuía apenas uma saída , Tinha muitas arvores que poderiam aumentar muito a possibilidade de eu ter me perdido.

A sensação estranha de perseguição também não ajudava. Eu posso afirmar que estou sim, com muito medo .

Olho rapidamente para trás e percebo um vulto , fazendo sinal para que eu parasse. Paro de andar e continuo o encarando.

Após a longa caminhada ,um homem com cara de uns trinta anos para em minha frente e começa a me encarar. Ele tinha cabelos negros e olhos verdes claros.

– Você está perdida? Me chamo Mark. – Diz homem estendendo a mão para mim e encarando freneticamente uma luva que ele usava.

– Acho que sim.. Me chamo Ally , prazer. – Falo enquanto o cumprimentada.

Na mesma hora em que encosto na mão de Mark, ele me olha estranhamente e logo depois solta um sorriso debochado.

– O que faz neste cemitério Ally?

– Apenas visitando minha mãe... você poderia me mostrar a saída? – Pergunto estranhando o motivo do sorriso que se aumentava cada vez mais.

– Claro , é só você seguir em frente... – Diz Mark.

– Obrigada. - Falo enquanto solto a mão de Mark.

– Espere... leve isso – Diz enquanto me dá algum tipo de erva.

– O que é isso? – Pergunto o estranhando novamente. O fato dele estar me dando uma erva era meio que sinistro.

– Isso se chama Verbena..não jogue fora , é muito útil , se você tiver um colar com um compartimento pequeno , coloque ela lá. As pessoas dizem que dão muita sorte. – Diz Mark enquanto pisca para mim – Tchau , Ally.

Continuo observando Mark ir embora, até sumir no meio de muitas árvores.

Volto novamente para o meu caminho, apenas estranhando o fato de Mark voltar pelo caminho contrario e por eu não me lembrar passar por aqui. Tive a conclusão que Mark tivesse me indicado o caminho errado.

Decido voltar pelo caminho que vim. Faço uma longa curva e começo a voltar minha longa caminhada.

Porém, não acho que foi uma ideia muito agradável. Pois depois de 15 minutos andando eu o vi.

Ele estava parado na minha frente. Sorrindo para mim com um sorriso cafajeste , mostrando-me suas presas e sua boca suja de sangue, ele literalmente havia matado Mark e não mostrava nenhum arrependimento.

Abro meus olhos totalmente assustada. Tudo não se passava de um sonho?