–Nunca fiz um piquenique desse jeito. - Edward disse sentado em cima da toalha xadrez que eu trouxe junto com a cesta de piquenique.

Estávamos embaixo de uma arvore no parque rainha Susana, esse parque recebeu esse nome em homenagem a uma antepassada minha que levou um tiro para salvar a vida de seu marido, o rei Raul.

–Serio?! Como eram seus piqueniques?

–Eram nos jardins do palácio cheio de pessoas importantes, comida de chefes renomados e música clássica. - ele confessou e mordeu mais um pedaço do seu sanduíche de doce de leite antes de gemer satisfeito o que me fez rir.

–Você nunca comeu sanduiche de doce de leite antes, não foi querido? - questionei sorrindo por vê-lo satisfeito com o lanche.

–Não. - ele disse de boca cheia e me olhou envergonhado por sua falta de educação.

–Me desculpe. - ele disse depois que engoliu e revirei os olhos.

–Não estamos no palácio, e é bom ver você sem ser o príncipe.

–Então, posso comer outro? - ele pediu sorrindo e sorri enquanto lhe oferecia outro sanduiche.

Após o nosso piquenique levei Edward para passear pela cidade. O levei para experimentar os bolos de seu Luigi que ficou feliz por me ver, Edward ficou apaixonado pelos doces de Luigi.

Depois fomos ao museu de história de Arrundall, onde eu trabalhei. Ele ficou espantando por ver como eu trabalhava antes, disse que agora entendia por que eu era tão determinada e teimosa.

Curiosa perguntei por que e Edward me respondeu que para se recuperar algo tão belo e antigo precisava-se de determinação e teimosia para se chegar a perfeição de antes.

Era por isso que eu amava esse homem, ele era o único que me entendia sem me conhecer tanto.

–Esse foi o último lugar em que trabalhei. - disse enquanto entravamos de mãos dadas na catedral de Sant’Ana.

–Você restaurou esse lugar?!- ele sussurrou maravilhado olhando para a catedral.

–Sim, mais minha parte favorita são os vitrais. Demorei 3 anos para restaurá-los. - disse enquanto andávamos para lá.

–Sant’Ana é patrona da casa real de Sophia, eu nasci no dia dela, por isso só tinha padrinho. Segundo minha avó eu já tinha nascido com minha madrinha, o que foi bom já que mamãe não suporta Geovana. - Edward disse olhando para os vitrais encantado.

–Eu percebi, acho que ninguém gosta dela. Isso é triste. - disse com pesar enquanto olhava para os vitrais.

–Não tenha pena de Geovana, ela sabe se cuidar. - ele disse suave antes de soltar minha mãe e tirar um cordão de dentro da camisa que ele usava.

–Ganhei esse medalhão da minha avó assim que nasci, ela mandou fazê-lo com a imagem da minha madrinha, segundo ela Sant’Ana sempre olharia por mim. Ando com ele desde que nasci. - ele disse me mostrando o medalhão.

–É lindo. Lorenzo deixou este relicário para mim para que eu abrisse um diário que ele escreveu para mim. - disse abrindo o medalhão para que ele visse.

–Ele queria se manter perto, mesmo que estivesse longe. - Edward disse suave e concordei.

–Você tem razão. Quem sabe quando você me pedir em casamento possamos nos casar aqui. - sugeri e ele sorriu.

–Eu pedi você em casamento, e você disse que ainda estava cedo demais.

–Claro, não podia me casar sem ter tido um encontro com você. O que iria dizer aos nossos filhos quando eles me perguntassem sobre nosso romance?!

–Você não tem cara de que quer ter mais de um filho.

–Claro que eu quero. Ser filha única é horrível, quero ter de 3 há 4 filhos, se pudesse encheria o palácio de crianças. - disse sonhadora e ele riu enquanto me olhava. - O que foi? Você não quer ter uma família grande?

–É estranho como temos o mesmo pensamento, é como se nos conhecêssemos há anos e não há 5 meses.

–Isso quer dizer que você compartilha do meu sonho maluco de encher o palácio de crianças?!

–É tudo o que eu mais quero. - ele confidenciou e sorri.

Obrigado senhor pelo homem maravilhoso que me enviou, rezei em pensamento enquanto saímos da catedral.

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–E aqui foi onde passei a minha vida inteira antes de ir para o palácio. - disse assim que abri a porta da minha antiga casa para que ele entrasse.

–É linda e aconchegante. - Edward disse pegando um porta retrato em que havia uma foto minha no meu primeiro dia de aula, e eu estava com um sorriso banguela.

– Você parecia ser uma criança adorável.

–Eu diria arteira. - disse me aproximando dele para ver a foto.- Estou banguela nessa foto por que quebrei meu dente de leite ao cair de uma árvore.

–Você devia ser impossível. - ele brincou virando para me ver.

–Acho que até hoje eu sou. - disse pensando e ele sorriu mais enquanto o levava para conhecer o resto da casa.

–E esse é o meu quarto. - sussurrei abrindo a porta do meu “santuário”, esse momento me deixou nervosa por que era a primeira vez que um rapaz entrava no meu quarto e eu tinha medo que Edward se decepciona-se com o que encontraria lá.

–Você e Mariana são amigas desde quando? - questionei surpreso por ver várias fotos nossas com todas as idades colocadas de cima a baixo em uma parede.

–Desde o pré. - disse enquanto ele se aproximava mais para vê-las.

–Sei como é isso, tenho um amigo dos tempos de internato. Quando nos conhecemos nem sabíamos falar direito, mas sabíamos que éramos amigos, ou melhor irmãos.

–Adoraria conhece-lo.- disse me sentando em minha cama e convidando-o para sentar.

–Você irá conhece-lo.- ele prometeu se sentando ao meu lado.

–Você é o primeiro cara que entra no meu quarto. - admiti e ele me olhou surpreso.

–Isso é bom, e espero ser o último. - ele sussurrou se aproximando de mim.

–Você será. - sussurrei antes que Edward me beijasse.

Um beijo pelo qual esperei a manhã toda.

Era impressionante como uma mulher experiente como eu era em quesito homens me tornava envergonhada e entregue para um homem que só havia beijado uma mulher na vida, eu.

Só uma palavra explicava isso ... Isso era amor.

–Estava esperando por esse beijo o dia todo. - sussurrei com minha cabeça apoiada em seu peito enquanto estávamos deitados em minha cama.

–Me desculpe por demorar tanto, sou novo nesses assuntos. Pensei que você quisesse me beijar de novo. - ele sussurrou inseguro e levantei a cabeça de seu peito para vê-lo.

–Isso seria impossível. Eu te amo seu bobo e você não sabe o quanto tenho que me controlar para não agarra-lo enquanto estamos trabalhando.

–Pensei que fosse o único com tais pensamentos. - ele disse aliviado e sorri.

–Você não é.- Vamos combinar uma coisa, sempre que o outro, damos um jeitinho de fazer isso longe dos “olhares do castelo”. Combinado?

–Combinado. - Edward sussurrou e rolou para cima de mim antes de me beijar, o que me deixou surpresa.

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Acabamos dormindo sem querer na minha casa, e era a primeira vez que dormia com um cara sem fazer nada e estava mais feliz e realizada do que se tivesse feito algo.

–Olha só quem diria, Edward de Monpezat dormindo fora de casa. Não acreditei quando Henrik me disse. - ouvi alguém dizer descendo as escadas assim que aparecemos no hall de entrada.

–Albert. - Edward disse soltando minha mão antes de abraçar o amigo.

–Quero que conheça minha noiva Madeleine. - ele disse nos apresentando e parei de respirar quando reconheci quem era. - Querida, este é meu amigo de infância príncipe Albert de Windsor.

Quando achei que estava feliz meu “passado negro” volta com força total, na forma do cara com quem dormi antes de confessar todo meu amor para Edward.

Eu estava em maus lenções.